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Diante da baixa cobertura, escolas devem voltar a apoiar vacinação contra HPV

Notícias Quinta, 21 Setembro 2017 17:07
Diante da baixa cobertura, escolas devem voltar a apoiar vacinação contra HPV Foto: Camila Souza/GOVBA

Quando a vacina contra o HPV entrou no calendário nacional de imunização, em 2014, era aplicada nas escolas. A cobertura foi a mais alta no país até hoje: 92% na primeira dose e 60,38% na segunda dose. A meta é de 80%. Mas o Ministério da Saúde decidiu, a partir do ano seguinte, oferecer a vacina nos postos de saúde. A queda da adesão foi expressiva desde então, com média no período de 70,5% para a primeira dose e 43% para a segunda. A medida é considerada essencial pela comunidade científica para prevenir câncer de colo de útero e outras doenças graves.

A inclusão dos meninos no público-alvo este ano também teve alcance muito aquém do potencial: 20,2% até junho. O governo federal tem feito tentativas de reintroduzir a vacinação contra o HPV nas escolas, mas alega dificuldades de articulação com os Estados e municípios. A Dra. Ana Goretti Kalume Maranhão, médica coordenadora substituta do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, conta que o programa Saúde na Escola ganhou neste ano um novo aporte, cujo carro-chefe é a imunização. “As escolas que fizerem a vacinação ou adotarem estratégias de levar os alunos aos postos mais próximos, por exemplo, terão os recursos necessários garantidos”, conta.

A representante do Ministério da Saúde participou de um workshop promovido pelo Instituto Oncoguia, no início de setembro, com o tema “Câncer de colo uterino: a doença que não deveria existir”. “Cada vez mais me convenço que a única forma de vacinar adolescente é no seu ambiente escolar, onde ele passa metade da vida”, diz a Dra. Ana Goretti. “Além de ser mais fácil de vacinar, é a oportunidade que temos de trabalhar com os professores para que eles informem as famílias sobre a doença e a prevenção”, afirma.

Dificuldades

Países que têm índices altos de cobertura contra o HPV adotam a estratégia de vacinar na escola: Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e Suécia. “Iniciamos a vacinação nas escolas aqui no Brasil e achávamos que isso estaria na consciência das pessoas, que poderíamos depois ir para a unidade de saúde, mas não foi o que aconteceu”, admite a coordenadora substituta.

Na visão do Ministério da Saúde, existe resistência por parte dos gestores municipais. “No nível nacional, o Ministério da Educação é parceiríssimo do Ministério da Saúde. Mas vacinação é uma atividade que acontece no nível municipal e aí temos dificuldades”, avalia a Dra. Ana Goretti. Segundo a especialista, é fundamental a articulação entre a escola e uma unidade de saúde para organizar de forma adequada a vacinação “extramuro”.

Outro desafio, conforme explica a coordenadora, é que somente 40% dos municípios têm um sistema online de informação que registre o nome, o endereço e as doses aplicadas. “Precisaríamos ter os dados da real cobertura para saber quem não tomou a segunda dose e fazer busca ativa, por exemplo”, destaca a médica.

A vacina contra o HPV está disponível nos postos de vacinação de forma permanente. Até 22 de setembro, ocorre uma campanha de multivacinação em todo o país, com reforço na mídia sobre a necessidade da prevenção.

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