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O presidente da comissão científica do XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, Dr. Paulo Hoff, comenta, neste vídeo, como foi concebida a programação do evento. Ele também destaca a apresentação dos trabalhos científicos, momento importante para o reconhecimento e incentivo à pesquisa nacional. Confira.

 

A quarta edição da revista Oncologia&Oncologistas, referente ao período de outubro a dezembro, já está disponível. A matéria de capa destaca os resultados dos últimos dois anos de atuação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e as principais frentes de trabalho em andamento. São apresentados números referentes aos serviços e iniciativas, às ações de comunicação e aos eventos. Também há um perfil do presidente Gustavo Fernandes e reportagens especiais sobre o reconhecimento da oncologia clínica como especialidade, a incorporação do trastuzumabe à rede pública de saúde e os programas da SBOC para os residentes. Confira.

A cerimônia de abertura da I Semana Brasileira da Oncologia, do XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, do XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica e do XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia, realizada na noite de quarta-feira (25) no Rio de Janeiro, representou a concretização de um projeto inédito para as três sociedades médicas. Os presidentes da SBOC, da SBCO e da SBRT lembraram do início do planejamento para a Semana, há um ano e meio, e se emocionaram com a realização da meta.

“Trabalhamos em conjunto e conseguimos engrandecer nossos eventos”, afirmou o Dr. Gustavo Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Ele agradeceu à diretora executiva da SBOC, Dra. Cinthya Sternberg, em reconhecimento à sua dedicação para a estreia da Semana Brasileira da Oncologia. O presidente também destacou o empenho do Dr. Paulo Hoff, que coordenou a programação científica do XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica.

“Alcançamos mais de 6,5 mil inscritos e agregamos várias atividades multidisciplinares, formando uma grande rede de profissionais de oncologia, com o melhor benefício para os pacientes em cada especialidade”, registrou o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Dr. Felipe Coimbra.

O Dr. Eduardo Weltman, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), lembrou que essa união fortalece as entidades e reflete a necessidade de integração multidisciplinar e do acolhimento abrangente ao paciente com câncer. “Queremos repercutir na sociedade o pedido de socorro da oncologia brasileira por recursos adequados para prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento”, destacou também.

Especialidades oncológicas

O Dr. Florentino Cardoso, cirurgião oncológico e presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) de 2011 a 2017, foi convidado para proferir a aula magna da cerimônia, com o tema “As especialidades oncológicas no Brasil”. Após apresentar um histórico dos marcos da oncologia, enfatizou que, até este ano, a Oncologia Clínica e a Cirurgia Oncológica eram especialidades de fato no país, mas ainda não o eram de direito. Resumiu os trâmites na própria AMB e na Comissão Mista de Especialidades para esse reconhecimento e exaltou a importância da conquista.

Em sua mensagem final, frisou o potencial da educação em saúde sobre os fatores de risco que levam ao câncer e a responsabilidade dos médicos e equipes de saúde no atendimento de qualidade, baseado em evidências científicas e com recursos utilizados de forma adequada. “Sejamos dedicados, probos e conscientes do nosso papel em um país de tantas desigualdades”, disse. “Quanto mais unidos estivermos e mais preparados para cuidar de nossos pacientes, mais seremos valorizados como profissionais.”

Depoimento de um paciente oncológico

O apresentador da solenidade de abertura foi o jornalista Carlos Nascimento, que fez questão de deixar seu depoimento como paciente oncológico: “Além de toda a tecnologia, dos investimentos da indústria farmacêutica e dos equipamentos com os quais contamos hoje, é muito importante que os oncologistas mantenham seu estado de espírito otimista porque isso faz uma enorme diferença. Eu me lembro que, nos momentos mais duros da minha doença, perguntei ao meu médico, o Dr. Paulo Hoff, como ele conseguia ser tão otimista. E ele respondeu que, como oncologista, tinha a obrigação de ser otimista e que ele gostava de ser assim. E saí da consulta achando que eu também tinha que acreditar. Quando fiquei doente, vi a minha vida desmoronar, como acontece com todo mundo. Eu apresentava o telejornal; tive que parar. Eu tinha começado a construir um barco; apareceu alguém querendo comprá-lo, como se logo eu fosse morrer. Eu era um pequeno cafeicultor e estava tentando engrenar no negócio. Passados quatro anos, eu voltei a fazer meu jornal, meu barco vai navegar pela primeira vez ainda este mês e já ganhei quatro prêmios da qualidade da cafeicultura. Estou concorrendo esta semana ao prêmio de melhor produtor do Estado de São Paulo. Não vou ganhar, mas não importa. Importa que estou concorrendo porque estou vivo. Isso se deve muito à atitude da equipe médica e de todos à minha volta. Para quem é paciente oncológico, esse otimismo é fundamental. Por favor, não percam nunca isso de vista.”

Veja mais fotos do evento de abertura da I Semana Brasileira de Oncologia

Sobre o XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

O XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica acontece no Rio de Janeiro, de 25 a 28 de outubro. Inclui dezenas de atividades, com mais de 3,5 mil participantes. Em paralelo, acontece também a I Semana Brasileira da Oncologia.

Veja a cobertura completa do Congresso. Acompanhe também as novidades pelo Facebook e LinkedIn.

No segundo dia do XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica (quinta-feira, 26), haverá atividades científicas simultâneas em 12 salas. Veja alguns dos destaques.

No módulo de câncer de pulmão avançado (sala 9), o bloco sobre diagnóstico e tratamento de pacientes portadores de mutações-alvo, com ênfase em mutações do EGFR, das 8h às 10h, terá como um dos destaques a apresentação de Michael Offin, dos Estados Unidos, a respeito de padrões de progressão da doença e a importância do diagnóstico molecular.

No módulo de linfoma e mieloma (sala 7), o primeiro bloco, também das 8h às 10h, terá uma aula sobre quando testar e como tratar os linfomas Double Hit. O apresentador é Jonathan Friedberg (Estados Unidos).

A sessão sobre controvérsias no tratamento de câncer de próstata com comprometimento linfonodal (N+) será das 9h30 às 10h, na sala 9. Daniel Danila, também dos EUA, desenvolverá o tema “Conduta na doença pN+ após prostatectomia: seguimento versus hormonioterapia versus radioterapia”. Já Gustavo Franco Carvalhal (RS), discutirá se existe papel para linfadenectomia de resgate após prostatectomia.

Às 10h30, no módulo de melanoma (sala 6), o palestrante Christian Blank, da Holanda, falará sobre como combinar estratégias de imunoterapia no tratamento. A sessão de gliomas de alto grau, no módulo de neuro-oncologia (sala 12), também às 10h30, terá a aula “Atualização em imunoterapia e outros tratamentos promissores”, de David Reardon (EUA).

Em câncer de mama – doença localizada (sala 2), das 11h30 às 12h30, os congressistas podem conferir a mesa-redonda relativa a aspectos importantes no manejo das pacientes pré-menopáusicas. Os palestrantes são Mark Clemons, do Canadá, com o tema “Terapia endócrina adjuvante na mulher pré-menopáusica. Quais as alternativas e como selecionamos as pacientes para cada uma delas?”, e Mariana Chávez-McGregor, dos Estados Unidos, com a apresentação “Sexualidade, fertilidade e gravidez durante e depois do tratamento adjuvante: o que temos que saber”.

Ainda na programação matinal de câncer ginecológico (sala 1), Stuart Lichtman, oncologista clínico do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York (EUA), fará a conferência “Impacto clínico de terapias alvo-direcionadas no carcinoma epitelial de ovário”.

Outra convidada internacional, Andrea Cercek, dos Estados Unidos, falará sobre o que fazer pós-progressão a platina e gencitabina em tumores de vias biliares avançados, às 14h, na sessão fígado, vias biliares e peritônio do módulo de câncer gastrintestinal alto (sala 4).

“Happiness and oncology: a guide for health care professionals” é o título da palestra de Mark Clemons dirigida a todos os oncologistas clínicos, às 15h, na sala 11.

Acesse toda a programação no site do evento. O aplicativo também está disponível para Android e iOS nas lojas virtuais como I Semana Onco.

Sobre o XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

O XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica acontece no Rio de Janeiro, de 25 a 28 de outubro. Inclui dezenas de atividades, com mais de 3,5 mil participantes. Em paralelo, acontece também a I Semana Brasileira da Oncologia.

Veja a cobertura completa do Congresso. Acompanhe também as novidades pelo Facebook e LinkedIn.

O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Gustavo Fernandes, dá as boas-vindas aos participantes do XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica.

Neste vídeo, ele ressalta o aspecto multidisciplinar do evento e agradece a confiança dos associados durante esses dois anos de sua gestão. O encontro começou hoje (25) no Rio de Janeiro e vai até sábado (28). 

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) acaba de divulgar os resultados da pesquisa “Os brasileiros e o câncer: entendimentos e atitudes”, que traça um panorama do conhecimento, percepções, hábitos e estilo de vida da população em relação à doença. Proposto pela Zeno, o levantamento foi trabalhado em conjunto com a Diretoria da SBOC e buscou conhecer essa realidade nos diferentes Estados do Brasil. Os dados foram tema de matéria do Dr. Drauzio Varella no último “Fantástico”, da Rede Globo. Jornalistas convidados para um workshop exclusivo como parte da I Semana Brasileira de Oncologia também puderam conhecer detalhes do levantamento ontem (24).

De acordo com a pesquisa, as pessoas julgam ter conhecimento de razoável para bom sobre câncer (44% responderam nível 5, 6 ou 7, numa escala de 0 a 10; 26% disseram 8, 9 ou 10). Os tipos mais conhecidos são aqueles disseminados ativamente por meio de campanhas: mama, pulmão, próstata e pele. Contudo, falta informação sobre neoplasias de alta incidência, como bexiga, esôfago e ânus, e muitos dos possíveis sinais e sintomas do câncer são ignorados (veja quadro abaixo). Uma lacuna que pode ser fatal.

Parcela significativa da população (24%) afirma não fazer exames preventivos. As principais justificativas para esse comportamento de risco são ausência de plano de saúde (29%) e falta de tempo (28%). Ainda mais preocupante é o número de pessoas (20%) que não consideram necessária a realização de exames preventivos.

Apesar disso, 41% classificaram como 10 o grau de medo quando pensam em câncer. A carcinofobia é maior entre as mulheres (48% versus 32% nos homens), mas é marcante em todas as faixas etárias, mesmo nos jovens. O estilo de vida declarado do brasileiro ainda está longe de ser saudável. Exemplo disso é que apenas 51% dos entrevistados praticam alguma forma de atividade física. A boa notícia é que mais da metade declara não consumir bebidas alcoólicas e quase três quartos afirma não fumar. Outra descoberta importante é que os brasileiros parecem ter um bom entendimento de como o câncer poderia ser evitado. Entretanto, mostram-se pouco dispostos a adotar as medidas indicadas por eles mesmos.

Médicos em alta

Para o tratamento do câncer, o brasileiro considera fundamental ter acesso a consultas médicas e cirurgiões bem treinados, ambos mencionados por 97% das pessoas ouvidas. Tecnologia (93%) e recursos como radioterapia (92%) e medicamentos de ponta (92%) também são desejados.

Por outro lado, nem sempre há acesso ao tratamento, tendo em vista que as principais queixas de quem teve experiência pessoal com o câncer é não conseguir agendar consultas com especialistas, realizar exames e confirmar seu diagnóstico. A jornada do paciente não é vista como fácil, mesmo na rede privada. Dificuldade de acesso a médicos e exames, falta de informação, de medicamentos contra o câncer e controle da dor são falhas que aparecem frequentemente nas entrevistas (saiba mais no quadro abaixo).

A grande maioria (80%) acredita na cura do câncer, decorrente de radioterapia (81%), combinação de tratamentos que já existem (79%), fé (78%), habilidade dos cirurgiões (74%), atenção dos médicos (73%) e medicamentos (73%), entre outras menções.

Para os entrevistados, fica claro que os profissionais e as instituições de saúde têm papel-chave no processo de cura. Na avaliação deles, o médico é o ponto focal de confiança no combate ao câncer. A família e a igreja também são consideradas alicerces importantes. Na contramão, o governo passa por uma crise de reputação, sendo alvo de desconfiança por 73%.

Desdobramentos

Foram ouvidos 1,5 mil homens e mulheres, com 18 anos ou mais, das classes A,  B, C e DE, de todos os Estados e do Distrito Federal. De forma geral, não foram apontadas diferenças significativas entre as regiões. A coleta de dados ocorreu entre 6 e 25 de julho pela Zeno.

Segundo o Dr. Claudio Ferrari, secretário de Comunicação da SBOC, ao apontar as principais lacunas de conhecimento da população e entender de que maneira a informação se transforma em atitude favorável à redução de risco, a SBOC pretende dar subsídios para a ação de entidades públicas, ONGs e órgãos de imprensa no sentido de melhorar o nível de informação e, idealmente, engajar a população em uma transformação positiva dos hábitos de vida.

 

Grafico Pesquisa 01

 

 

Grafico Pesquisa 02

O evento bianual da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) será realizado de 25 a 28 de outubro no Hotel Windsor Oceânico, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. São esperados 3,5 mil congressistas para acompanhar uma extensa programação. A comissão científica, presidida pelo Dr. Paulo Hoff, diretor geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), conta com renomados especialistas brasileiros, assim como a coordenação de cada módulo. O XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica terá ainda mais de três dezenas de palestrantes internacionais.

Pela primeira vez, o evento integra a I Semana Brasileira da Oncologia, ocorrendo de forma paralela ao XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica e ao XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia, no mesmo complexo, além de atividades multidisciplinares em áreas como Nutrição, Odontologia, Urologia, Oncogeriatria e Oncologia Ocular. A Semana começou hoje (24) e vai até o domingo (29), com a Caminhada e Corrida “Em Busca de Mais Valor”, a partir das 8h.

A cerimônia de abertura será nesta quarta-feira (25), às 18h, na sala 11, seguida da aula magna “As especialidades oncológicas no Brasil”. O apresentador é o Dr. Florentino Cardoso (CE), ex-presidente da Associação Médica Brasileira. Na Assembleia da SBOC, na sexta (27), às 16h30, haverá a posse da Diretoria 2017/2019 e a premiação da segunda edição da Gincana Virtual da Oncologia.

Ticketed sessions

Além dos módulos regulares, o XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica terá sete ticketed sessions: Interpretação de Exames Laboratoriais no Cuidado ao Cliente Oncológico (curso pré-congresso de Enfermagem), Bases da Carcinogênese e sua Relação com a Farmacoterapia no Tratamento do Câncer (curso pré-congresso da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia – SOBRAFO), Simpósio de Enfermagem, Simpósio da SOBRAFO, Psico-Oncologia Baseada em Evidências (V Simpósio Internacional de Psico-Oncologia), Patologia do Câncer de Pulmão (workshop em parceria com a Sociedade Brasileira de Patologia – SBP) e Simpósio de Tecnologia de Informação na Oncologia.

A entrada é gratuita para congressistas, mas é necessário inscrever-se na atividade de seu interesse. Quem quiser participar somente de um desses eventos, deve consultar os valores e inscrever-se separadamente. As vagas são limitadas.

O aplicativo do evento já está disponível para Android e iOS nas lojas virtuais como I Semana Onco. A programação científica e social, os expositores e as informações sobre transporte, hotéis, passeios e serviços corporativos podem ser acessadas pelo site www.semanaonco.com.br/oncologiaclinica.

Sobre o XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

O XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica acontece no Rio de Janeiro, de 25 a 28 de outubro. Inclui dezenas de atividades, com mais de 3,5 mil participantes. Em paralelo, acontece também a I Semana Brasileira da Oncologia.

Veja a cobertura completa do Congresso. Acompanhe também as novidades pelo Facebook e LinkedIn.

O Dr. Gustavo Fernandes está finalizando o mandato de dois anos como presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). A diretoria 2017/2019, presidida pelo Dr. Sergio Simon, tomará posse na sexta-feira, dia 27, durante o XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica.

Natural da Paraíba, o Dr. Gustavo fo, o mais novo presidente da SBOC. Tinha 36 anos quando assumiu o cargo e o desafio de conciliar a responsabilidade com seu trabalho como diretor técnico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês (HSL) – Unidade Brasília.

Está prestes a ficar um ano no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York (EUA). “É um breve intervalo, somente para afiar o machado”, comenta. Lá estudará pesquisa clínica e também atenderá pacientes. “Não conseguiria ficar só na bancada”, admite.

Nesta entrevista, ele avalia o período em que esteve à frente da instituição. Perguntado sobre as principais realizações, aponta o reconhecimento da especialidade, a entrada na AMB e a incorporação do trastuzumabe ao SUS. Confira:

O que o levou a priorizar a reorganização administrativa da SBOC?

Avaliamos que a entidade tinha muitos diretores eleitos, mas poucos funcionários para ajudá-los. Contratamos uma diretora executiva, a Dra. Cinthya Sternberg, e começamos a reestruturar o staff. Investimos para ter produtividade, uma vez que a capacidade das pessoas de doar tempo de forma gratuita é limitada.

Valorizar o relacionamento de quem trabalha em conjunto e tem ideais em comum foi a tônica da gestão?

O Claudio Ferrari [amigo e companheiro de diretoria] diz que eu gosto de fazer amigos. É verdade. Onde pudermos ter portas abertas, é bom. Dá trabalho porque é necessário manter as nossas portas também. Mas encontramos grandes parceiros. Os diretores do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira, por exemplo, estão muito alinhados com o que achamos ser correto. São grupos sólidos e gente muito séria. Isso é muito bom para a medicina nacional.

Qual o principal legado do seu mandato?

O reconhecimento da especialidade e a incorporação do trastuzumabe ao SUS simbolizam o trabalho de articulação política. O primeiro coloca a oncologia na primeira página da medicina. Os assuntos da medicina no Brasil são todos discutidos na Associação Médica Brasileira. Se não temos um assento lá, estamos sempre à margem do processo. A outra conquista é o que impacta de fato. A oncologia existe para tratar os pacientes com câncer. Em última análise, saímos de casa todos os dias para isso. Ter atendido um pleito que permitirá tratar as pacientes de maneira mais efetiva é muito especial.

Como a SBOC atuou quanto à incorporação de novas tecnologias?

Faltam em torno de 40 indicações de terapia antineoplásica no atendimento público. Existe uma disparidade flagrante em relação ao privado. Mas dizer que é preciso incorporar tudo é o mesmo que não incorporar nada. Não há recursos para fazer todas as incorporações necessárias de uma forma ampla. Diante disso, precisamos elencar medicamentos que têm impacto maior e são possíveis do ponto de vista de custo-efetividade. Governar é fazer escolhas. O principal papel da sociedade médica, então, é oferecer subsídio técnico para o Ministério da Saúde fazer as suas escolhas. Na saúde suplementar, seguimos o novo fluxo implantado pela ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar]. Antes o órgão validava as indicações. Agora, está questionando cada uma delas. Isso ainda vai dar muito pano para manga do ponto de vista da legalidade. Naturalmente, sempre estarei do lado do meu paciente. Quanto mais acesso ele puder ter, terá. Reconheço que custo-efetividade é importante e que os preços de medicamentos são muito elevados. Poderia haver preços muito mais razoáveis no mercado. Mas isso não tira do paciente o direito de ter o seu tratamento.

Como avalia a gestão?

Dependíamos de decisões que estavam além do nosso alcance, mas foi dando certo e conseguimos entregar tudo o que propusemos. É lógico que há problemas, questões que ainda não estão de uma forma ideal. Mas estou muito orgulhoso da minha diretoria. São grandes nomes da oncologia, gente extremamente ocupada, mas que doou seu tempo para ajudar a SBOC. Também estou feliz com o staff permanente. Todo mundo se empenhou muito em fazer as coisas acontecerem. Foi muito bacana porque o grupo foi bem. Deixamos uma grande intensidade de trabalho, muito volume de jogo para as próximas empreitadas.

Dois anos é um tempo adequado de mandato? É saudável não haver reeleição?

É um tempo muito apropriado. Não é tão curto que você não consiga realizar nada e nem tão longo que seja fatigante. Pessoalmente, gostaria que não houvesse reeleição nunca. Hoje não pode ter somente reeleição consecutiva. É importante que haja espaço para a participação, que as pessoas possam entregar a sua energia para a Sociedade no sentido de fazer coisas novas.

Como imagina o futuro da oncologia no país?

Precisa ser mais fácil fazer pesquisa clínica no Brasil. Há iniciativas tramitando nesse sentido, como o projeto de lei 7082/2017. Isso vai melhorar a oncologia brasileira. Outra necessidade é a de capilarização. A especialidade exige uma série de recursos e, por isso, é difícil chegar a lugares menores. Vejo uma tendência de melhoria, de aumento do número de serviços, de médicos oncologistas. Ainda é incrível a demanda pela residência em Oncologia Clínica. Existe uma perspectiva de crescimento imensa até pela natureza da doença diante do envelhecimento da população.

De 24 a 29 de outubro, ocorrerá no Hotel Windsor Oceânico, no Rio de Janeiro, a I Semana Brasileira da Oncologia. O evento é realizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT). Haverá atividades científicas e multidisciplinares em várias áreas: Nutrição, Odontologia, Oncogeriatria, Oncologia Ocular e Urologia. Também acontecerão um fórum sobre judicialização da saúde para advogados, um simpósio sobre os 80 anos do Instituto Nacional de Câncer (Inca), um evento para leigos e uma corrida e caminhada.

Para adquirir o passaporte, com valor de R$ 200, é preciso estar inscrito em um dos congressos de origem: SBOC, SBCO ou SBRT. Vale lembrar que o passaporte permite ao participante acompanhar os três congressos, com exceção de algumas sessões em que são cobrados valores à parte. Para inscrições separadas nas atividades da Semana, os valores são variados. Consulte o site.

Você pode assistir a dois vídeos sobre a I Semana Brasileira da Oncologia:

Vídeo 1: SBOC, SBCO, SBRT, Oncogeriatria, Evento para leigos e Odonto-oncologia

Vídeo 2: SBOC, Nutrição e Oncologia, Oncologia Ocular, Uro-oncologia, Simpósio Inca 80 anos, Workshop para jornalistas e Fórum de Judicialização em Saúde para advogados

Site: www.semanaonco.com.br

“Em busca de mais valor” é o tema central do XX Congresso Brasileira de Oncologia Clínica e da I Semana Brasileira da Oncologia. “O tudo para todo mundo não é possível em lugar nenhum do mundo; é preciso que se dê a quem precisa o que funciona”, afirma o Dr. Paulo Hoff, presidente da Comissão Científica do evento. A afirmação refere-se aos custos crescentes das drogas para tratamento de câncer em contraposição aos recursos limitados dos sistemas de saúde.

“A única forma de evoluir nisso é reconhecer o valor de cada tratamento. Não só o custo em si, mas em que situação um determinado medicamento tem esse valor, para qual perfil de paciente”, acrescenta o Dr. Claudio Ferrari, secretário de Comunicação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Ferrari acredita que é papel da instituição incentivar essa reflexão sobre a dificuldade de acesso. “Não estamos querendo a aprovação de todas as drogas que entrarem no mercado. Entendemos que o recurso é limitado e que a sociedade precisa fazer escolhas, mas essas devem ser bem fundamentadas”, pontua.

Programação

No módulo de Farmacoeconomia do Congresso também haverá apresentações específicas. “A escalada dos custos em saúde e o desafio da oncologia na prática clínica”, “A complicada relação entre prestadores e fontes pagadoras: como a farmacoeconomia pode ajudar” e “Dilemas éticos em interpretações de estudos econômicos: paciente individual versus sociedade” são algumas delas. O próprio Dr. Paulo Hoff abordará o tema “Diminuindo restrições no acesso ao diagnóstico e tratamento precoce da doença: como diminuir o impacto econômico do câncer”.

Os debates do módulo devem aprofundar a reflexão sobre como trazer a economia em saúde para a realidade do oncologista e como conciliar a incorporação de novas tecnologias em oncologia e a judicialização. “Temos que evoluir para uma sociedade que valorize a ciência. Educar os próprios médicos para que eles ajudem a fazer essa ponte com os pacientes”, finaliza Hoff.

 

Participe do XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica!

O evento será realizado de 25 a 28 de outubro, no Hotel Windsor Oceânico, no Rio de Janeiro (RJ). A programação e a área de inscrições estão disponíveis no site www.semanaonco.com.br/oncologiaclinica. #CongressoSBOC

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