Edição Atual2004 - Vol. 1, nº 01 | Janeiro/Fevereiro/Março/Abril
EditorialUma Nova RevistaJosé Luiz Miranda GuimarãesDOWNLOAD PDFArtigo de RevisÃoNeoplasias Endócrinas Múltiplas Ana Oliveira Hoff
As síndromes de neoplasias endócrinas múltiplas incluem as neoplasias endócrinas múltiplas tipo 1 (MEN1) e 2 (MEN2), a síndrome de von Hippel-Lindau, neurofibromatose tipo 1 e o complexo de Carney. Estas são síndromes complexas, autossômicas dominantes e de alta penetrância genética. Com o avanço da pesquisa científica nos últimos 15 anos se fez possível determinar os genes responsáveis por estas síndromes. Este conhecimento científico não só revolucionou a conduta terapêutica destes pacientes, mas também tem gerado conhecimentos fundamentais sobre a função fisiológica de cada gene e as consequências de quando estes estão mutados. Esta revisão se resume a descrição das síndromes MEN1 e MEN2 com foco nas manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento, e o impacto que a análise mutacional dos genes responsáveis por estas síndromes resultou na conduta clínica de cada paciente e de seus familiares.
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LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo originalCuidados com o doente terminal: Considerações técnico-científico, ética e humanitária Daniela Suemi Takito e Lino Lemonica, TSA
Ao longo dos séculos as ciências médicas buscaram aprimorar o conhecimento com o intuito de eliminar sintomas e doenças que proporcionam angústia e sofrimento físico aos homens. Descobertas como os antibióticos, as vacinas, e melhorias tecnológicas auxiliaram os médicos a diagnosticar e tratar precocemente inúmeras doenças anteriormente incuráveis. Paralelamente, melhores condições de higiene e saneamento, auxiliaram a prevenir doenças infecto-contagiosas.
Desde o nascimento até a sua morte o homem conta com inúmeros especialistas na área médica para que não só se preserve a vida mas que se ofereça qualidade a ela. O homem, na atualidade, envelhece e morre de doenças antes menos prevalentes, como o câncer. A morte faz parte do ciclo natural da vida, entretanto, em nossa formação acadêmica, temos pouco preparo para entender e auxiliar os pacientes com doenças terminais e seus familiares a enfrentarem as dificuldades desses dias finais. Para o médico a morte ainda é encarada como uma derrota do seu saber científico.
O doente terminal exige cuidados diversos do paciente com prognóstico terapêutico curativo. Apresenta sintomas que podem e devem ser tratados para lhe proporcionar o melhor conforto possível. A abordagem desses cuidados é individual para cada doente, sua família e suas crenças. E o médico que acompanha o doente terminal e sua família deve estar preparado para as diferentes situações que poderá encontrar, bem como ter conhecimento dos sinais e sintomas que podem angustiar o paciente, e a melhor forma de tratá-los.FECHAR RESUMO
LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo originalComo os fatores psicológicos influenciam o surgimento e progressão do câncer? Moisés Evandro Bauer
Pesquisas recentes do ramo da psiconeuroimunologia trazem um esclarecimento sobre o papel dos fatores psicológicos no surgimento e progressão do câncer. Nesta revisão, serão abordados os mecanismos pelos quais o estresse psicológico altera as respostas imunológicas. Sabemos que o estresse físico ou emocional ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal que culmina na hipersecreção de cortisol pelas adrenais. Discutiremos o papel desse hormônio na regulação das respostas responsáveis pela vigilância imunológica contra a formação de células tumorais. Dentro do escopo desse artigo, serão ainda revisados estudos em humanos e modelos experimentais que analisaram o impacto do estresse sobre a resposta imune contra o câncer, enfatizando as implicações desses efeitos para a saúde. Além disso, será discutida a relação dos traços de personalidade e câncer, bem como intervenções psicológicas para prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente oncológico.FECHAR RESUMO
Relato de CasoMetástase Cerebral de Angiossarcoma CardíacoFábio André Franke, André Borba Reiriz, Soren Franz Marian Sutmoller, Carlos Fausto Nino Gorini e José Luiz Miranda Guimarães
Introdução: O cenário do ensino da oncologia nas faculdades de medicina no Brasil é desconhecido e no exterior o quadro não é muito diferente. Segundo a Sociedade Européia de Oncologia Médica (ESMO), constatou-se que 50% dos países europeus ensinam a disciplina de oncologia nas faculdades de medicina. Com base neste dado, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) propôs uma pesquisa com o objetivo de estimar a taxa de ensino de oncologia nas faculdades de medicina do Brasil. Método: Para tal foi necessário buscar as informações de grade curricular de faculdades de medicina que estavam registradas no site Escolas Médicas Do Brasil. Em cada grade curricular de medicina avaliou-se o estado brasileiro, o status particular ou pública, a presença da disciplina de oncologia e sua modalidade (obrigatória ou optativa). Resultados: Dentre as 110 faculdades de Medicina cadastradas no site Escolas Médicas do Brasil, 77 (70%) não apresentaram a disciplina de oncologia na grade curricular e 33 faculdades (30%) ensinam a disciplina de oncologia. Conclusão: Com a expectativa de aumento na incidência das neoplasias no país e de posse destes números, a SBOC solicitará ao Ministério da Educação que avalie a incorporação do curso de Oncologia Básica nas faculdades de medicina, como disciplina obrigatória.
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DOWNLOAD PDFONCOLOGIA BASEADA EM PROVASUso de CitoprotetoresDaniela Dornelles Rosa
As toxicidades relacionadas com o tratamento do câncer podem afetar a qualidade de vida do paciente, podendo limitar a dose e duração do tratamento, pode colocar em risco a vida do paciente e pode contribuir para aumentar os custos. Estas consequências adversas têm levado ao desenvolvimento de agentes específicos que possam amenizar certas toxicidades da quimioterapia e da radioterapia.
Citoprotetores são agentes que detêm a abilidade de proteger tecidos sadios dos efeitos tóxicos da quimioterapia e/ou radioterapia. Tres drogas, que detêm atividade citoprotetora , foram aprovadas pelo Food and Drug Administration (FDA): dexrazoxone, mesna e amifostine. Dexrazoxone e mesna têm um espectro limitado de proteção (cardíaco e urotelial respectivamente), enquanto que o amifostine tem um espectro de proteção tecidual mais amplo. Os estudos de eficácia destes agentes são complexos (exceção feita ao mesna) porque eles atuam sistemicamente e não são célula alvo específica. Além disto as toxicidades a que estas drogas procuram evitar são difíceis de se avaliar em estudos clínicos devido a um enorme grau de subjetividade (neurotoxicidade) cronicidade (cardiomiopatia), ou relevância clínica não muito clara (aumento de creatinina sérica, hematúria microscópica ou diminuição da fração de ejeção cardíaca).
Interessante observar que o custo de um paciente internado com insuficiência cardíaca é de aproximadamente U$ 5.900,00 ao mês, e que o custo com medicações de um paciente em nível ambulatorial gira em torno de U$ 500,00 por mês. O custo médio mensal para o tratamento de efeitos neurotóxicos da quimioterapia pode atingir U$ 688,00 e que para o tratamento da nefrotoxicidade relacionada com quimioterapia pode atingir U$ 4.100,00.
Portanto, este assunto possui magnitude, transcendência e vulnerabilidade suficientes para uma discussão aprofundada.FECHAR RESUMO
LER RESUMO | DOWNLOAD PDFRESIDÊNCIA MÉDICAPRM do Instituto Nacional do CâncerDra. Adriana Alves de Souza Scheliga
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) indiscutivelmente é o maior celeiro nacional de formação de pessoal na área de oncologia. Praticamente todos os estados do Brasil possuem oncologistas que tiveram o seu treinamento e formação no INCA. Portanto, não há dúvidas sobre a importância do INCA e por esta razão convidamos a Dra. Adriana Scheliga a apresentar e esculpir o perfil de treinamento exigido dos residentes e especializandos do Instituto Nacional do Câncer.FECHAR RESUMO