Edição Atual2011 - Vol. 8, nº 23 | Janeiro/Fevereiro/Março
EditorialPrezados leitoresDOWNLOAD PDFArtigo originalAcometimento metastático linfonodal no câncer colorretal Rejane Aparecida Bueno Torres, Túlio Pereira Júnio e Ana Margarida Miguel Ferreira Nogueira
RACIONAL: No Brasil, o carcinoma colorretal é a terceira causa de óbito por tumores malignos em mulheres e a quinta em homens. O acometimento de linfonodos é um dos principais indicadores de prognóstico nestes tumores. OBJETIVOS: Estudar o acometimento linfonodal no carcinoma colorretal de acordo com o comportamento biológico e a topo- grafia do tumor. MATERIAL E MÉTODO: Estudaram-se 185 casos de carcinoma colorretal, analisando-se o acometimento de LN de acordo com topografia, dimensões, angioinvasão e estadiamento TNM do tumor. RESULTADOS: Dissecaram-se 3906 linfonodos em 185 pacientes (média: 21,1 linfonodos⁄paciente). Detectaram-se metástases em 399 dos 2573 linfonodos peritumorais (15,5%) e em 72 dos 1333 linfonodos não-peritumorais (5,4%). Em 86 pacientes com metástases dissecaram-se 1942 linfonodos, dos quais 471 estavam acometidos (5,45 linfonodos⁄paciente). Em 26 pacientes observaram-se metástases nos linfonodos peritumorais e não-peritumorais, em 57 somente os linfonodos peritumorais estavam acometidos; em três apenas os linfonodos não-peritumorais eram metastáticos. O número de linfonodos dissecados variou entre os segmentos colônicos acometidos: foi maior no ceco e menor no reto e retossigmóide. O número de linfonodos acometidos correlacionou-se positivamente com profundidade e diâmetro tumoral, acometimento de vasos linfáticos e sangüíneos e negativamente com a resposta linfocítica peritumoral. O estadiamento linfonodal associou-se significativamente com a profundidade do tumor. CONCLUSÕES: O carcinoma colorretal acomete principalmente linfonodos peritumorais, mas 29 pacientes (15,7%) tinham envolvimento de linfonodos não-peritumorais, o que é importante no estadiamento e prognóstico do carcinoma colorretal. O estádio linfonodal e o número de linfonodos acometidos relacionaram-se com outros indicadores de prognóstico.
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LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo originalAvaliação da sobrevida em cinco anos para câncer de mama Giuliano Santos Borges, Jorge Roberto Rebello, Heldenrson Foletto, Marcos Antônio Ribeiro,
Grazielle Cristina Felippe, Joel Antônio Bernhardt, Felipe Marqueze Zamboni, Luiz Felipe Scariot Grazziotin, Karina Henning Uhlmann, Ana Magda Magnani, Patrícia Moreira Rebello da Silva de Carvalho,
Fernanda Gebin Galrão de França e Anelise Savaris Dias
INTRODUÇÃO: Além de relevante sob o ponto de vista epidemiológico, o câncer de mama representa um desafio ao Sistema Único de Saúde brasileiro pela necessidade de serviços assistenciais cada vez mais caros e complexos. Houve, então, o interesse em se verificar a taxa de sobrevida e os fatores relacionados, a fim de aperfeiçoar parâmetros para as condutas médicas. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um estudo de coorte de base hospitalar, com pacientes do sexo feminino, com diagnóstico histopatológico de câncer de mama estabelecido há pelo menos cinco anos, entre 2001 a 2004. Pacientes com câncer de mama bilateral, com tumor in situ bem como aqueles do sexo masculino foram excluídos do presente estudo. A variável dependente de interesse neste estudo foi o tempo decorrido entre o diagnóstico de câncer de mama e o óbito atribuído a esta doença. As variáveis independentes estudadas foram os fatores prognósticos idade, estadiamento patológico, tipo histológico e grau histológico. RESULTADOS: A sobrevida geral foi de 84,7% e o tempo médio de sobrevida, de 55,7 meses (IC95%=53,9-57,5). A sobrevida esteve associada com o comprometimento linfonodal (p=0,02), sendo que a sobrevida mais reduzida, 64,2%, foi observada nas pacientes com pelo menos 10 linfonodos comprometidos, enquanto a maior sobrevida, 91,8%, ficou reservada aos casos sem comprometimento linfonodal. CONCLUSÃO: Assim, o presente estudo está em conformidade com a literatura apresentando níveis de sobrevida comparáveis e até superiores, mostrando significância na variável comprometimento linfonodal, reafirmando o seu papel como fator prognóstico no câncer de mama.FECHAR RESUMO
LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo originalQuimioterapia concomitante a radioterapia nos estadios iniciais do câncer de colo do útero: revisão e discussão Gustavo Costa Baumgratz Lopes
O câncer do colo uterino é a segunda neoplasia mais comum em mulheres no mundo, causando aproximadamente 234.000 mortes anualmente em países em desenvolvimento e apenas 40.000 mortes nos desenvolvidos. Depois de 1999, quando o National Cancer Ins- titute (NCI) publicou um alerta recomendando adição de quimioterapia a radioterapia no tratamento desta neoplasia após resultado de cinco estudos randomizados independentes que mostravam beneficio importante desta conduta. Alguns trabalhos revisionais foram publicados desde então, confirmando a vantagem desta conduta, porém pouco foi dito e discutido em relação aos subgrupos de estadios iniciais. O objetivo desta revisão é discutir o beneficio e as indicações da quimioterapia concomitante a radioterapia nos estadios clínicos iniciais do câncer de colo do útero.FECHAR RESUMO
Artigo originalEstudos clínicos de não
inferioridade em oncologiaAndré Deeke Sasse
Cada vez mais a avaliação crítica da literatura publicada tem sido fundamental para a aplicação do conhecimento médico, especialmente em oncologia. O avanço tecnológico acelerado e o acúmulo de testes realizados exige a interpretação adequada das informações. Estudos clínicos randomi- zados são considerados ideais para responder questões relacionadas à eficácia de tratamentos ou intervenções em saúde. No entanto, existem diferentes tipos de desenhos de estudos randomizados, dependendo da pergunta a que se quer responder. Os estudos clínicos randomizados que tentam demonstrar superioridade de uma intervenção sobre a outra são os mais conhecidos. No entanto, se um estudo com este desenho falha em atingir seu objetivo, muitas vezes os resultados são erro- neamente interpretados como prova de equivalência entre as intervenções. Na verdade, quando há interesse em se provar que não há perda de eficácia com um esquema terapêutico, em comparação a outro, o desenho metodológico do estudo randomizado deve ser feito levando-se em conta dife- rentes aspectos, relacionados principalmente ao tamanho da amostra e das ferramentas estatísticas usadas para interpretação dos resultados. Este estudo randomizado tem o nome de “estudo de não inferioridade”. Neste artigo apresentamos a motivação por trás dos estudos de não inferioridade, conceitos teóricos, estatísticos, além de exemplos de implicação prática na oncologia atual.
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LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo de revisÃOGalactomanana no diagnóstico de aspergilose invasivaMelissa Orzechowski Xavier, Valerio R. Aquino, Luiz Carlos Severo e Alessandro Comarú Pasqualotto
A aspergilose invasiva (AI) é uma micose oportunista que adquiriu grande importância nas últimas décadas, devido ao aumento do número de pacientes imunossuprimidos, em espe- cial indivíduos neutropênicos e usuários de corticosteróides. As altas taxas de mortalidade atribuídas a esta doença são decorrentes especialmente da dificuldade de realização de um diagnóstico precoce. Neste sentido, técnicas diretas para detecção de antígeno fúngico em amostras clínicas têm sido utilizadas de modo crescente para o diagnóstico de AI. Embora o teste de ELISA para a detecção de galactomanana esteja em uso na Europa há mais de 10 anos, a experiência com seu uso é ainda limitada no Brasil . Nesta revisão, abordamos de modo crítico o desempenho do teste de ELISA, em diferentes cenários, no diagnóstico de AI.FECHAR RESUMO
LER RESUMO | DOWNLOAD PDFRELATO DE CASOHIBERNOMA: Relato de CasoNatália Pastore do Carmo, Núbia Morais Carneiro, Marina Cápua Chaguri, Carlos Eduardo Baston Silva e Evandro Airton Sordi dos Santos
Hibernomas são tumores derivados da gordura marrom remanescente fetal e receberam essa denominação em 1914, devido à sua semelhança com a gordura dos animais hibernantes. São tumores benignos, clinicamente semelhantes aos lipomas e que raramente recorrem ou metastatizam. O diagnóstico diferencial com outras formas de tumores mais agressivos, como o lipossarcoma, é de extrema importância e o tratamento é basicamente cirúrgico. Apresentamos um caso de hibernoma em membro superior, em um homem de 36 anos, assintomático.FECHAR RESUMO