Edição Atual2011 - Vol. 8, nº 25 | Julho/Agosto/Setembro
EditorialUm novo parceiro da hormonioterapia no Câncer Ode Mama metastáticoDaniel Luiz GimenesDOWNLOAD PDFArtigo originalAnálise de 24 casos de Linfoma Hodgkin e não Hodgkin que realizaram transplante de células-tronco hematopoéticas autogênico ou alogênico, condicionados com bussulfano e melfalano Ana Ranoy G. Lima e Frederico L. Dulley
Pacientes portadores de linfoma que falham à terapia primária de indução geralmente têm um mau prognóstico. O transplante autogênico ou alogênico de medula óssea é uma opção tera- pêutica para estes pacientes. O relatos da recente associação de bussulfano e melfalano como regime de condicionamento ainda são limitados e raros. Entre fevereiro de 1988 e julho de 1999, 24 pacientes consecutivos com linfoma Hodgkin (n=3), ou não Hodgkin (n=21), realizaram transplante alogênico (n=14) ou autogênico (n=10) de medula óssea, tendo-se utilizado como condicionamento bussulfano (16mg/kg) e melfalano (140 mg/m2). Após a terapia primária, 17 pacientes haviam tido remissão completa (porém recaíram) e 07 haviam tido remissão parcial com progressão posterior da doença. A maioria dos pacientes tinha recebido dois regimes quimioterápicos previamente. Nove pacientes haviam recebido radioterapia. A mediana de idade foi de 29 anos (16 a 56 anos). No nosso estudo, 91,6% dos pacientes tinha sensibilidade à quimioterapia de resgate. A duração média de neutropenia severa (granulócitos <0,5x 109/l) foi de 11,6 dias e a de plaquetopenia severa (<20.000) foi de 6,5 dias. Graus moderado e grave de mucosite ocorreram em oito pacientes, e de diarréia, em 09 pacientes. Ocorreu um caso de cistite hemorrágica e outro caso de convulsão tônico-clônica. Neutropenia febril ocorreu em 16 pacientes e 07 pacientes tiveram infecção com foco definido (06 tiveram pneumonia e um paciente teve pneumonia intersticial por citomegalovírus). Doença do enxerto contra hospedeiro aguda (>=2) ocorreu em oito pacientes e crônica, em 09 pacientes. A taxa de mortalidade pre- coce foi 29%. Dos 21 pacientes avaliáveis para resposta ao transplante, 06 não apresentaram nenhum tipo de resposta e 15 apresentaram remissão completa após o transplante (08 limparam a doença). O tempo de seguimento mediano foi 612,5 dias. Em dois e, também, em sete anos, a probabilidade de sobrevida global, e a de livre de evento foram, respectivamente, 39,2 e 35,0 %. A probabilidade de sobrevida livre de doença para os pacientes em remissão completa após o transplante foi 63,6%. Concluímos que a nova associação bussulfano e melfalano mostrou ser fácil de se administrar, razoavelmente bem tolerada e eficaz, porém estes dados devem ser confirmados por estudos randomizados. Novos alcances terapêuticos para suporte durante o transplante e controle de doença após esta terapia devem ser desenvolvidos.
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LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo originalEnsaios clínicos placebo-controlados: o que os pacientes e oncologistas pensam sobre a respeito Rachel Riechelmann, Michele da Costa Miranda, Angelo Bezerra de Souza Fede, Andrea Thaumaturgo Lera,
Paula de Oliveira Padua Prestes, Henrique de Lazari Schaffhausser, Daniel Matushita, Lívia Uehara e Auro Del Giglio
Racional: A utilização de placebo em estudos clínicos é controversa, com o placebo visto como uma importante barreira para recrutamento de pacientes. Neste estudo, investigamos a percepção dos oncologistas brasileiros e pacientes oncológicos terminais sobre estudos clínicos controlados por placebo exclusivo (ECPE).
Métodos: Dois questionários distintos foram oferecidos a oncologistas com experiência em pesquisa clínica e a pacientes ambulatoriais com câncer avançado tratados numa instituição pública. O questionário para pacientes incluiu perguntas sobre entendimento em pesquisa clínica, percepção sobre ECPE, e se estes pacientes participariam deste tipo de estudo. Para os oncologistas, perguntamos se e em quais situações eles ofereceriam um ECPE a seus pacientes. A definição de placebo e sua indicação em estudos oncológicos foram extraídas de recomendações da American Society of Clinical Oncology publicado recentemente (1). Resultados: Dos 104 pacientes elegíveis, 98% relataram não conhecer/compreender ECPE. Após uma breve explicação, 59% concordariam em participar de um ECPE, sendo os prin- cipais motivos “para obter algum tratamento” ou “para ajudar a medicina”. As principais razões para não participar foram: “porque eu não quero mais ser tratado” ou “devido ao placebo”. Quase metade dos 25 oncologistas respondedores tinha objeções a ECPE, sendo as principais razões “meus pacientes não aceitariam” ou “me sinto desconfortável por não oferecer qualquer tratamento aos meus pacientes”.
Conclusão: No Brasil, tanto pacientes quanto oncologistas pesquisadores consideram o uso placebo em ECPE como importante obstáculo à participação nestes estudos. Desenhos de estudo alternativos devem ser elaborados considerando a opinião de pacientes e oncologistas envolvidos em pesquisa clínica.FECHAR RESUMO
Artigo originalIncidência de casos positivos e negativos para receptores de câncer de mama por meio do estudo imunohistoquímicoVanusa Manfredini e Tamires Paula Angoneze
O câncer é marcado pela multiplicação descontrolada de formas anormais de células. Este estudo teve como objetivo analisar a incidência de casos positivos e negativos para recep- tores de câncer de mama, por meio do estudo imunohistoquímico. Foram analisados 298 casos do período de 2005 a 2009. A média de idade foi de 59,6 anos, foram observados 27 (9,1%) e 31 (10,4%) de casos c-erb positivos (3+), respectivamente para mulheres entre 40 e 49 anos e 60 ou mais, 113 (38,0%) de casos RE positivos para mulheres de 60 ou mais anos e 106 (35,6%) de casos RP positivos para mulheres de 60 ou mais anos.
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LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo de revisÃOSarcomas de Partes Moles e p53: Artigo de RevisãoWilmar José Manoel, Vera Aparecida Saddi, Ludmilla Marques de Oliveira, Élbio Cândido de Paula e Maria Alves Barbosa
Os Sarcomas de Partes Moles (SPM) são um grupo heterogêneo de tumores que surgem a partir do tecido mesenquimal e representam cerca de 1% de todos os tumores sólidos ma- lignos diagnosticados em adultos, embora sua incidência se aproxime de 20% em câncer pediátrico. Estes tumores se apresentam com diferentes características clínicas e patológicas. Alguns deles fazem com que os indivíduos afetados percam importantes funções músculo- -esqueléticas, podendo ser fatais. Uma grande quantidade de informações genéticas nos SPM foram descritas durante as duas últimas décadas, contribuindo para diagnósticos, prognósticos e tratamentos. A mutação do gene TP53 é a mutação mais comum em cânceres humanos, incluindo os SPM. A imunodetecção da proteína p53, por meio da imunohistoquímica representa um importante fator prognóstico para vários tipos de cânceres. Os autores realizaram uma revisão da literatura sobre os SPM e a proteína p53 e sua relação com o prognóstico e o tratamento. Realizamos uma busca de artigos no PubMed, Medline e Lilacs, usando unitermos padronizados pelo Mesh para proteína p53 e sarcomas de partes moles em português ou inglês envolvendo SPM em seres humanos.FECHAR RESUMO
LER RESUMO | DOWNLOAD PDFRELATO DE CASOTumor de células dendríticas foliculares de mediastino: Relato de casoOliveria, B.C., Lima, V.B., Oliveira, H.A. e Watanabe, L.M.N.
O Tumor de células dendríticas foliculares (TCDF) é uma neoplasia rara incluída no grupo de sarcoma s histiocíotcos relacionados às células dendríticas. Pode exibir variados aspecto histológico e comportamento clínico, mas usualmente apresenta um curso agressivo. Ele pode acometer linfonodos e outros sítios extranodais, sendo a apresentação linfonodal responsável por 60% dos casos. A apresentação nodal ocorre principalmente em linfonodos cervicais, já a forma extranodal ocorre nos locais mais variados como fígado, baço, cavidade oral, tonsila e palato, intestino delgado, retroperitôneo, mediastino, faringe e outros. A doença não tem predileção por sexo e a idade mais acometida é adultos jovens. Neste relato de caso apresentamos um paciente do sexo masculino de 34 anos, com quadro de massa mediastinal e rouquidão anátomo patológico e a imunohistoquímica confirmaram o diagnóstico de tumor de celuals dendríticas foliculares. Inicialmente realizamos quimiote- rapia e radioterapia, posteriormente cirurgia e complementação com quimioterapia.
O diagnóstico diferencial só é definido após estudos especiais como a imunohistoquímica.FECHAR RESUMO