Edição Atual2011 - Vol. 8, nº 26 | Outubro/Novembro/Dezembro
Editorial53o American Society for Radiation Oncology – ASTRO Avanços em RadioterapiaRodrigo HanriotDOWNLOAD PDFArtigo originalAnálise da sobrevida livre de doença e sobrevida global em pacientes com câncer de mama luminal Giuliano Santos Borges, Paulo Henrique Colchon, Marcos Cesar Staak Júnior, Fernanda Girardi, Kelen Christiane Rosar, Felipe Marqueze Zamboni, Luiz Felipe Scariot Grazziotin, Jorge Roberto Rebello, Marcos Antonio Ribeiro, Grazielle Cristina Felippe e Hugo Cristiano Nora
A identificação imuno-histoquímica do câncer de mama pode otimizar o tratamento sistê- mico, e trabalhos recentes têm buscado identificar as características clínicas de cada subtipo. O estudo da sobrevida é utilizado para analisar a resposta ao tratamento, e o objetivo deste estudo foi analisar a sobrevida livre de doença (SLD) e a sobrevida global (SG) durante 36 meses em pacientes com câncer de mama do subtipo luminal A, estratificados conforme a classificação TNM. É um estudo de coorte retrospectivo que analisou os prontuários de 253 pacientes de três serviços do município de Itajaí, Santa Catarina. Desse total, 136 (53,75%) foram classificadas como subtipo imuno-histoquímico luminal A, os quais formaram a amostra analisada. Os dados foram submetidos a teste de proporção e qui-quadrado de aderência. A SLD foi de 94,5% em 12 meses; 88,97% em 24 meses; e 86,03% em 36 meses. A SG foi de 98,53% em 12 meses; 94,85% em 24 meses; e 93,38% em 36 meses. Comple- taram o período do estudo 127 pacientes. Concluímos que as taxas de SLD e SG no câncer de mama luminal A são semelhantes. Sugerimos que o subtipo imuno-histoquímico luminal A confere bom prognóstico independente de outros fatores.
FECHAR RESUMO
LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo originalEstudo de polimorfismos do gene UGT1A1 e associação com reações adversas ao irinotecano: um estudo piloto Michelle Fraga Eisenhardt, Marcelo Luis Dotto, Catia Severo, Juliana Jornada Fontella, Camila Peraça, Andreia Rosane de MouraValim e Lia Gonçalves Possuelo
Introdução: O tratamento para o câncer colorretal metastático mudou significativamente nas últimas décadas com a introdução de novos agentes como o irinotecano e a oxaliplatina. A menor expressão da enzima UGT1A1, causada por inserções timina-adenina na região promotora TATA, tem sido associada a ocorrência de reações adversas ao irinotecano que acabam por limitar sua utilização. Objetivo: Verificar a ocorrência de polimorfismos na região promotora do gene UGT1A1 e associar a presença destes com o desenvolvimento de efeitos adversos ao medicamento irinotecano em pacientes portadores de câncer colorretal atendidos em um centro especializado em oncologia no Rio Grande do Sul. Método: Foram incluídos no estudo 11 pacientes que estavam em uso de irinotecano no período analisado. Foram coletadas amostras de sangue para extração de DNA e genotipagem do gene UG- T1A1 por PCR-SSCP e sequenciamento. Dados clínicos e epidemiológicos foram também avaliados. Resultados: A média de idade dos pacientes foi 58,6 anos. A frequência do alelo UGT1A1*28 (TA 07/07) nos pacientes estudados foi de 90,9%. Destes, 80% apresentaram algum tipo de afeito adverso durante o tratamento com irinotecano. As reações adversas foram: diarreia (60%), neutropenia (20%) e plaquetopenia (20%). Conclusão: Os achados deste estudo demonstraram um elevado percentual do genótipo UGT1A1*28 na população estudada, o que difere dos demais estudos relatados na literatura. A alta frequência das reações adversas ao irinotecano nos pacientes portadores do genótipo UGT1A1*28 relatadas neste estudo e em outros, sugere que a análise de polimorfismos do gene UGT1A1 poderia ser uma ferramenta útil para prever a toxicidade a este medicamento sem comprometer sua eficácia.FECHAR RESUMO
Artigo originalDose densa de doxorrubicina e ifosfamida em pacientes com sarcomas de partes moles e análise de ezrina como fator prognósticoGustavo Fernandes Godoy Almeida, Gilberto de Castro Jr., Igor Moysés Longo Snitcovsky, Sheila Aparecida Siqueira, Eduardo Hiroshi Akaishi, Olavo Pires de Camargo, Cláudia Regina Guedes Oliveira e Miriam Hatsue Honda Federico
Objetivos: Avaliar eficácia e segurança de quimioterapia (QT) em dose densa (DD) em sarcomas
de partes moles de alto grau e testar ezrina como fator prognóstico.
Métodos: Três ciclos de doxorrubicina (DOXO) 30mg/m2 D1–3, 14/14 dias, seguidos por três ciclos de ifosfamida (IFO) 2,5g/m2 em duas horas, D1–5, 21/21 dias, todos os ciclos com su- porte de filgrastima por sete dias. A ezrina foi avaliada por imunoistoquímica.
Resultados: Incluídos 20 pacientes, 13 metastáticos, idade mediana 39 anos (25–60), receberam DOXO e IFO com intensidade mediana de dose 42 mg/m2/sem e 3,6 g/m2/sem, respectivamente. Observamos toxicidades G3/4 em 18 pacientes e taxa de resposta 15% avaliada pelo RECIST. Observamos sobrevida mais longa em pacientes com idade até 45 anos, doença localizada e histologia sinovial e uma tendência de sobrevida mais longa em pacientes ezrina-positivos.
Conclusões: QT DD não deve ser empregada rotineiramente, mas estratégia sequencial pode ser explorada em pacientes selecionados, com doses mais baixas. O papel da ezrina como marcador prognóstico deve ser confirmado em população maior de pacientes.
FECHAR RESUMO
LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo de revisÃOColaboração, pesquisa em nichos e meta-pesquisa: três ingredientes para inovar em pesquisa e aumentar a influência brasileira no cenário mundialEverardo D. Saad, Artur Katz e Rachel Riechelmann
A pesquisa clínica em oncologia está crescendo no Brasil, em grande parte como consequência da inclusão de pacientes brasileiros em estudos internacionais patrocinados pela indústria farmacêutica. Da mesma forma, vem aumentando o número de estudos sobre o câncer originados no Brasil e apresentados nos Encontros Anuais da (ASCO), muito embora ainda não pareça haver aumento da taxa com que eles são publicados na íntegra, e não obstante a qualidade desses estudos. Neste artigo, argumentamos que uma maior influência brasileira no cenário mundial de pesquisa sobre o câncer só poderá ocorrer quando um maior número de estudos inovadores estiver sendo produzido de maneira continuada e crescente. Esses estudos deverão se concebidos, conduzidos, analisados e reportados principalmente por pesquisadores que estão trabalhando em instituições brasileiras. Para que isso aconteça, existem grandes desafios pela frente, não só de natureza científica e econômica, mas principalmente política e social. Por outro lado, nossa opinião é que a adoção crescente de três práticas em pesquisa poderá ajudar muito na superação dos desafios que se nos apresentam. A primeira, de cunho sócio-político, consiste no incremento do trabalho feito em colaboração, tanto com outros pesquisadores de instituições brasileiras quanto com brasileiros trabalhando fora do país ou com colegas estrangeiros. A segunda e a terceira, de natureza técnica, consistem na identificação de nichos de pesquisa pouco explorados e na dedicação à meta-pesquisa, termo que denota várias formas de análise secundária de dados obtidos de fontes primárias, em geral a própria literatura médica. Com exemplos oriundos do trabalho em pesquisa dos próprios co-autores deste artigo, ilustramos que a colaboração, a pesquisa em nichos e a meta-pesquisa são formas eficientes e práticas de se fazer pesquisa inovadora e relevante, aumentando nossa participação no cenário da oncologia clínica mundial.FECHAR RESUMO
LER RESUMO | DOWNLOAD PDFRELATO DE CASOIntussuscepção ileocecal secundária a melanoma metastáticoPaulo Henrique Colchon, Marcos Cesar Staak Júnior, Alexandre Balestieri Balan, Matheus Lima Zanatta, Karyn Albrecht Siqueira, Mayra Clara Jatobá Zabel, Andre Tesainer Brunetto e Giuliano Santos Borges
A intussuscepção intestinal é um evento raro em adultos que ocorre geralmente devido à presença de uma tumoração. O objetivo deste artigo é relatar o caso de uma paciente com melanoma metastático com oito anos de sobrevida, que já havia tratado metástases em pulmão e encéfalo. Durante a investigação de sintomas gastrointestinais foi diagnosticada metástase na válvula ileocecal causando uma intussuscepção ileocecal. A lesão foi ressecada e, dois anos após, a paciente continua em seguimento e sem doença aparente. Pacientes com melanoma metastático e sintomas gastrointestinais devem ser avaliados para possível etiologia tumoral no diagnostico diferencial.FECHAR RESUMO