Edição 352014 - Vol. 10, nº 35 | Janeiro/Fevereiro/Março
EditorialCâncer de mama metastático - tratamento sistêmicoDaniel L. GimenesDOWNLOAD PDFArtigo originalMeta-analysis of randomized phase II and phase III trials of gemcitabine with/without S-1 in Asian patients with advanced pancreatic cancer Geoffrey Y. Kua, Benjamin A. Haalandb, Tatsuya Iokac, Hiroyuki Isayamad, Yousuke Nakaid, Ann-Lii Chenge, Takuji Okusakaf and Gilberto de Lima Lopes, Jr.
Antecedentes: o câncer de pâncreas avançado (PC) é uma doença virulenta, onde gemcitabina é considerado o tratamento padrão de serviço. Recentemente, três estudos foram conduzidos, comparando com gemcitabina e sem S-1, um pró-fármaco por via oral 5-fluorouracil. Todos os três estudos demonstraram melhorias significativas na sobrevida livre de progressão (PFS), enquanto um estudo também mostrou uma melhoria estatisticamente significativa na sobrevida global (OS). Métodos: Foi realizada uma meta-análise dos três ensaios. Resultados: setecentos e setenta pacientes foram randomizados para receber gencitabina/S-1 (GS) versus gemcitabina; 75% tinham doença metastática e 65% tinham um status Cooperative Oncology Group Oriente desempenho (ECOG PS) de 0. GS foi associado com RR superiores (hazard ratio (HR) 0,348, p = 3,06 × 10-7), PFS (HR 0,64 , p = 7,26 × 10-9) e OS (HR 0,79, p = 2,47 × 10-2) em comparação com gemcitabina. Os pacientes que recebem GS eram mais propensos a sentir náuseas, diarreia, erupção cutânea e estomatite (principalmente de grau 1/2); neutropenia febril ocorreu em < 2% dos pacientes. Um estudo demonstrou qualidade de vida superior para GS. Conclusão: GS deve ser considerada uma opção de primeira linha para o tratamento de PC avançado em pacientes asiáticos. Este regime deve servir como referência para estudos futuros e comparação com o regime FOLFIRINOX, o tratamento padrão-de-corrente, em pacientes com ECOG PS ≤ 1 se justifica.
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LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo originalTumores T1N0M0 HER2 positivos: momento de mudança? Rodrigo Kraft Rovere, Giuliano dos Santos Borges, Jorge Roberto Rebelo, Karyn Albrecht Siqueira De Maman, Mayra Clara Jatobá Zabel, Priscila Thais dos Anjos, Bruna Rodrigues de Senna, Juliana Hasse, Taimara Zimath, Thais Batista Rodrigues Barbosa
Indiscutivelmente, o câncer de mama tem sido um dos tipos de câncer que mais se beneficiaram do aumento exponencial no arsenal de novos medicamentos específicos, principalmente devido à descoberta de compostos que têm como alvo o subtipo HER2 superexpresso, levando a menores taxas de recorrência nesta população de pacientes quando administrados na adjuvância por um ano. Na maioria dos estudos, o critério de inclusão utilizado foi tumores com o diâmetro superior a um centímetro ou com invasão axilar. Mesmo que já tenha sido provado uma maior agressividade dos tumores precoces que expressam HER2, ainda hoje a indicação de tratamento adjuvante permanece apenas para tumores maiores que um centímetro na ausência de comprometimento de linfonodos. Seiscentos e trinta e três pacientes com câncer de mama tratados foram identificados em nossa unidade de oncologia nos últimos cinco anos. Deste grupo, 102 foram HER2 superexpressos e 16 tinham menos de um centímetro de diâmetro, com linfonodo negativo no momento da cirurgia. Na ausência de estudos randomizados, é difícil defender o uso irrestrito de trastuzumab neste cenário de pacientes. Apesar de que, dada a natureza da doença, é necessário resultado de um estudo adjuvante neste grupo de pacientes, devido à sua elevada probabilidade de benefício com trastuzumab.FECHAR RESUMO
Artigo de revisãoManejo de pacientes com melanoma avançado em uso de ipilimumabeMaria Inês Rodrigues Gato, Marianne Ferreira Marinho, Talita Caroline de Oliveira Valentino, Edilaine dos Santos Sabio, Leticia Lucchesi, Carla Izabel Leao Mazzuco, Bruna Novaes Neto
Melanoma avançado apresenta um prognóstico extremamente ruim, com tempo mediano de sobrevida em torno de oito meses. Os tratamentos convencionais, como a quimioterapia, IL-2 em altas doses e dacarbazina, não melhoram a sobrevida global destes pacientes. Recentemente, estudos demonstraram benefícios significativos do uso de ipilimumabe para tratar esta patologia, que possui um padrão específico de resposta e de eventos adversos característicos da imunoterapia e que se diferencia das quimioterapias clássicas. Os eventos associados a esta terapia são principalmente diarreia, enterocolite, rash e dermatite. É importante que os sintomas sejam reconhe- cidos e tratados precocemente, minimizando assim complicações com risco de morte. Portanto, os profissionais de saúde devem estar informados sobre os tipos de resposta e o manejo dos efeitos tóxicos relacionados a esta droga, a fim de reduzir a ansiedade do paciente, minimizar a toxicidade do tratamento e prolongar o uso do medicamento.
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LER RESUMO | DOWNLOAD PDFRelato de CasoRabdomiossarcoma Botrióide de Próstata em Adulto Jovem: Relato de Caso e Revisão da LiteraturaCavallero SRA, Góes, HFO, Silva CA, Nascimento ER, Costa FNF, Mota NR, Arnaud MVC
Os tumores prostáticos malignos de origem mesenquimal são raros, responsáveis por 0,3% a 1% de todos os tumores malignos da próstata. Destes, aproximadamente 30% são rabdomissarcomas (RMS) embrionários. No presente artigo, relatamos um caso de RMS botrióide de próstata em adulto jovem atendido no serviço de oncologia de um hospital público. Com metástases ósseas ao diagnóstico e classificado em estádio IV, definiu-se tratamento em radioterapia e quimioterapia. Apesar da boa resposta clínica inicial, o paciente evoluiu ao óbito nove meses após o diagnóstico devido à expansão tumoral para pelve e ossos, além de infecções e toxicidades. Este artigo também apresenta uma revisão da literatura sobre RMS nesta faixa etária. Por fim, conclui-se que é necessária uma investigação cautelosa a fim de detectar precocemente esta neoplasia em um paciente jovem com hematúria e obstrução urinária súbitas e dosagem do antígeno prostático específico (Prostate-Specific Antigen – PSA) pouco elevado.FECHAR RESUMO