Edição Atual2014 - Vol. 10, nº 37 | Julho/Agosto/Setembro
EditorialASCO 2014 - Câncer de PulmãoFabio Ynoe de Moraes, Gilberto de Lima LopesDOWNLOAD PDFArtigo originalCâncer de mama no homem: análise dos aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos em serviço formal brasileiro Raimundo Jovita de Arruda Bonfim, Flávia Castello Branco Vidal, Dulcelena Ferreira Silva, Marcos Antonio Custódio Neto da Silva, Thiago Castro Mubárack, Geusa Felipa de Barros Bezerra, Walbert Edson Muniz Filho, Graça Maria de Castro Viana, Maria do Desterro Soares Brandão Nascimento
Introdução: O câncer de mama em homem é uma doença rara, representando cerca de 1% entre os tumores malignos que comprometem o homem, cuja incidência aumenta com a idade. A proporção é de que a cada 150 mulheres diagnosticadas com câncer de mama haja um caso no gênero masculino. Objetiva-se descrever os aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos do câncer de mama no homem em serviço habilitado. Material e Métodos: A metodologia consistiu em revisão de prontuários, pesquisa fundamentada em dados retrospectivos coletados nos arquivos do Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello (IMOAB) em São Luís, Maranhão no período de 2000 a 2011. Os dados foram submetidos à análise descritiva. Resultados: Foram encontrados 16 casos de câncer de mama masculino. A faixa etária predominante foi 61-75 anos. Quanto às características sociais, predominou pacientes casados, analfabetos, lavradores e a procedência do interior do Maranhão (62,50%). A localização preferencial foi na região retroareolar de ambas as mamas, medindo entre 1,5 - 17 cm de diâmetro. O tipo histológico predominante foi carcinoma ductal infiltrante (75,00%). O grau histológico moderado (62,50%) foi o mais frequente. A maioria dos pacientes (56,25%) encontrava-se em estadiamentos iniciais. Quanto ao tratamento evidenciou-se que 81,25% foram submetidos ao tratamento cirúrgico por mastectomia radical e subsequente radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. Conclusões: A análise dos aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos favoreceu a compreensão do comportamento desta enfermidade em homens, no período estudado. Pesquisas sobre esta doença em homens contribuirão para a compreensão do comportamento biológico, melhorando o prognóstico nestes pacientes.
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LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo originalAvaliação das indicações dos exames ultrassonográficos de mama de pacientes submetidos em uma clínica de radiologia em Itajaí (SC) Giuliano Santos Borges, Estela Eidt, Karyn Albrecht Siqueira de Maman, Mayra Clara Jatobá Zabel, Ana Beatriz de Oliveira Grandis, Mariana Marques Cruz, Gustavo Custodio, Priscila Thais dos Anjos, Bruna Rodrigues de Senna, Juliana Hasse, Taimara Zimath, Thais Batista Rodrigues Barbosa
O objetivo dessa pesquisa foi avaliar as indicações dos exames ultrassonográficos de mama em pacientes submetidos em uma clínica no município de Itajaí – SC. Através de um estudo observacional transversal foram analisados 218 prontuários referentes ao período de agosto de 2011 a fevereiro de 2012. Como resultados, observamos que todas as pacientes eram do sexo feminino, a média de idade encontrada foi de 41,99 anos, 33,03% apresentou indicação clínica, a maioria 51,83% trouxe exames anteriores, sendo a MMG o mais prevalente. Ainda verificamos que 37,61% não apresentou nenhuma alteração no exame, seguido de 29,82% com resultado de cisto. Em relação ao BI-RADS®, evidenciamos que 38,53% classificaram-se como alteração benigna. Concluímos que a idade média observada entre os pacientes concorda com a literatura revisada, assim como as indicações e os resultados. O estudo mostrou que a maioria da amostra trouxe exames anteriores, sendo um dado muito importante, uma vez que possibilita uma comparação, facilitando a análise das lesões mamárias e auxiliando no diagnóstico. Foi visto que a classificação do BI-RADS®, juntamente com o resultado padronizou os laudos e as condutas, auxiliando os profissionais. Concluímos que as principais indicações foram pelos profissionais de saúde-clínica (nódulo), rastreamento, controle pré e pós-operatório e mastalgia-condizem com a literatura atual, embora o rastreamento não seja uma indicação reconhecida pelos estudiosos.FECHAR RESUMO
Artigo originalRegistro hospitalar de câncer em um centro de referência no Sul do Brasil: análise dos diagnósticos ao longo de 7 anosAlessandra Kaercher, MD, Janaina Brollo, MD, Magnus Renato Rodrigues, MD, Mari Ines Paese, Paulo Stroda Lopes, MD, Tatiana Guedes Reboredo, MD, Vitor Hugo da Rocha Lenz Pereira, MD, Juliana Giacomazzi, PhD
Com o intuito de caracterizar os pacientes atendidos ao longo de 7 anos em um centro de referência em oncologia no Rio Grande do Sul que atende pacientes provenientes de 22 municípios, realizou-se uma pesquisa epidemiológica com base no registro hospitalar de câncer da instituição. Ao longo dos 7 anos, foram diagnosticados 4600 pacientes com câncer, sendo os mais frequentes os canceres de pele, mama, próstata, pulmão e colorretal. Vinte e dois por cento dos diagnósticos foi em idade menor ou igual a 50 anos, sendo os mais frequentemente diagnosticados nessa faixa etária, os tumores de testículo, colo de útero e tireóide. Com relação a fatores de risco para o câncer, observa-se que 62,5% relataram ter pelo menos 1 caso de câncer na família, 23,4% e 2,6% relataram uso de álcool atual ou pregresso, respectivamente; e 36,8% e 6,1% relataram tabagismo atual ou pregresso, respectivamente. Pacientes com câncer de pulmão, de cabeça e pescoço ou esôfago relataram ser mais frequentemente tabagistas, alcoolistas e ambos, quando comparados aos demais (p<0,001). Estadiamento III ou IV foi observado em 46,4% dos casos no geral, e em 85,7%, 62,5%, 40,5% e 26,2% dos casos com câncer de pulmão, colorretal, próstata e mama, respectivamente. Com esse trabalho foi possível demonstrar o perfil dos pacientes oncológicos atendidos em um centro de referência na região nordeste do Rio Grande do Sul, o que pode ser útil na elaboração de políticas públicas para modificar o perfil identificado e servir de base para novos estudos nessa região.
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LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo de RevisãoAlgoritmo de manejo do melanoma cutâneo metastáticoRaphael Brandão Moreira, Rafael Aron Schmerling, Antônio Carlos Buzaid
Nos últimos anos vários medicamentos foram aprovados para o tratamento do melanoma metastático. Inicialmente o ipilimumabe, um anticorpo monoclonal cuja ação incrementa a resposta imune, dava início a uma série de avanços na imunoterapia do melanoma metastático e ofereceu uma perspectiva de ganho de sobrevida. Após o ipilimumabe tivemos o vemurafenibe, uma droga inibidora de BRAF, que também demonstrou ganho de sobrevida para os pacientes com melanoma que tivessem a mutação desse gene. Mais do que duas novas drogas, naquele momento se estabeleciam duas frentes de ação para a melhoria do tratamento do melanoma. O vemurafenibe, representando a terapia-alvo, ofereceu reduções rápidas da massa tumoral em pacientes com tumores com mutação do BRAF. Mais recentemente, outro inibidor de BRAF, dabrafenibe, e um inibidor de MEK, trametinibe, mostrou excelente atividade anti-tumoral quando combinados. A principal característica dessa terapia alvo combinada é a sua alta taxa de resposta (40-70%), resultando em melhora imediata. Neste artigo, vamos discutir a melhor forma de integrar as opções de tratamento disponíveis atualmente, incluindo IL-2 em altas doses, bioquimioterapia, quimioterapia sistêmica, ipilimumabe e terapia-alvo em diversos cenários clínicos.FECHAR RESUMO
LER RESUMO | DOWNLOAD PDFRelato de CasoMelanoma ganglionar de sítio primário desconhecido (MSPD) em pacientes jovens: revisão da literatura e relato de casoFabiane Kellem Oliveira dos Santos Cesário, Karimi Botelho Amaral
A história natural do melanoma metastático em linfonodos na ausência de um sítio primário conhecido foi descrito pela 1a vez por Packer em em 19521. Porém só em 1963 os critérios diagnósticos foram propostos por Dasgupta e colaboradores e incluem: 1) melanoma metastático confirmado clinicamente, histologicamente e com imunohistoquímica, 2) ausência de um tumor cutâneo anterior, pigmentada ou não, destruídos ou excisado sem exame histológico, e 3) a exclusão de sítios primários incomuns, incluindo urogenital, otorrinolaringológico ou oftalmológico.
Estima-se que a prevalência de MSPD seja de aproximadamente 1% a 8% de todas as melanomas. Estes pacientes podem ser classificados em dois grupos clínicos: aqueles com envolvimento metastático para os linfonodos exclusivo e os que se apresentam com doença visceral. O cenário habitual clínico de pacientes com MSPD consiste na presença de melanoma metastático em um único linfonodo em quase 50% a 65% dos casos com melanoma metastático em um único linfonodo basal. Historicamente, os resultados da linfadenectomia nesse grupo de pacientes tem sobrevida global em 5 anos de 30% a 55% (P: 0,005). Várias estudos têm demonstrado que o prognóstico não é afetado negativamente quando o melanoma primário não pode ser identificado nesses pacientes, porém outros estudos mostraram que pacientes com MSPD que se apresentam com envolvimento ganglionar exclusivo podem ter um prognóstico melhor do que aqueles com sítio conhecido do melanoma primário cutâneo. Assim, o prognóstico desses pacientes continua desconhecido.
Um fato interessante quanto ao prognóstico do MSPD é saber por exemplo se na metástase ganglionar única devemos considerar o paciente EC III ou EC IV (M1a, metástase em linfonodo distante), pois não sabemos de onde é o primário. Este conhecimento tem conseqüências importantes em termos de prognóstico e planejamento do tratamento.
Portanto, o objetivo do presente estudo descrever um caso de paciente abaixo de 30 anos, com diagnóstico de Melanoma ganglionar de sítio primário desconhecido (MSPD).FECHAR RESUMO