Edição Atual2015 - Vol. 11, nº 39 | Janeiro/Fevereiro/Março
EditorialA incidência de câncer na população indígena no Brasil e a subnotificação dos casosSuilane Coelho Ribeiro OliveiraDOWNLOAD PDFArtigo originalPerfil clínico e epidemiológico do câncer entre os índios do estado do Pará, Brasil Elíude Rodrigues do Nascimento, Alayde Vieira Wanderley, Fernando Chalu-Pacheco, Rubem Conde de Almeida Júnior, Danielle Feio da Costa, Gicely de Nazaré Lima Pereira, Amanda Raquel da Silva Gomes, Millene Arruda Bechara, Juliana Passos Pereira
Introdução: O câncer é um problema de saúde pública mundial. O impacto desta doença sobre as populações indígenas ainda é pouco conhecido no Brasil e, em especial, na Região Amazônica. Esta pesquisa foi elaborada com o objetivo de fornecer dados clínicos e epidemiológicos sobre o perfil do câncer nos índios da Amazônia brasileira. Métodos: Realizou-se um estudo descritivo, transversal, baseado na análise retrospectiva de prontuários de índios com diagnóstico de câncer atendidos no Hospital Ophir Loyola, um serviço de referência em oncologia no estado do Pará, no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2011. Resultados: Foram incluídos, neste estudo, 47 índios com diagnóstico confirmado de câncer. O sexo feminino foi o mais acometido (68,09%). A idade média dos índios foi de 46,14 anos, com predomínio da faixa etária de 60-69 anos (21,28%). O câncer de colo uterino foi o tipo de câncer mais encontrado (48,93%), acometendo 76,69% das índias adultas investigadas. Houve registro de 01 caso de câncer de mama e 01 caso de câncer de próstata. Conclusão: Os dados obtidos permitiram traçar o perfil dos índios com câncer atendidos em um hospital de referência na Amazônia brasileira.
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LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo originalRepercussão do câncer de mama na concessão de aposentadoria por invalidez em servidores públicos de um município brasileiro Maria do Desterro Soares Brandão Nascimento, Dulcelena Ferreira Silva, Marcos Antonio Custódio Neto da Silva, Geusa Felipa de Barros Bezerra, Anna Cyntia Brandão Nascimento, Walbert Edson Muniz Filho, Graça Maria de Castro Viana
Introdução: A utilização dos benefícios e concessão de aposentadorias referentes à incapacidade laborativa em câncer de mama é evidente em todos os estágios da doença. A epidemiologia mostra dados crescentes, em 2012 registrando-se 52.680 casos novos de câncer da mama, sendo 190 no Maranhão com 35,65 de taxa bruta para São Luís. Objetivou-se descrever os dados sócio-demográficos das servidoras públicas diagnosticadas com câncer mama e aposentadas por invalidez. Materiais e Métodos: Foram analisados 60 pacientes entre janeiro de 2009 a dezembro de 2011, que receberam o benefício aposentadoria por invalidez, concedidas pela Previdência e Assistência do Município (IPAM). Utilizaram-se as variáveis: gênero, idade, procedência do trabalho, profissão e a caracterização da doença segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Resultados: O câncer de mama ocupou o primeiro lugar, destacando-se com 50,0% dos casos entre os diversos tipos de neoplasias malignas diagnosticadas no serviço de perícia médica do município de São Luís - MA. Quanto à aposentadoria, 100% foram integrais; Quanto à profissão, houve maior prevalência nos professores (83,3%); O tempo de serviço trabalhado variou de um a 24 anos; Quanto ao grupo de causas, destacaram-se as neoplasias (12/60; 20%), doenças do aparelho circulatório (10/60; 16,67%), e doenças osteomusculares (10/60; 16,67%). Conclusão: A escassez de pesquisas científicas sobre o tema e o intuito de fornecer subsídios para São Luís-MA, visando apoiar a promoção à saúde da mulher e vigilância no trabalho acerca do câncer de mama mostra a preponderância desta doença dentre às neoplasias malignas registradas como causa de aposentadorias.FECHAR RESUMO
LER RESUMO | DOWNLOAD PDFArtigo originalPerfil epidemiológico dos pacientes com câncer de próstata encaminhados a um hospital público no sul do Brasil Ricardo Löbler
Introdução: O câncer de próstata tem evolução relativamente indolente e rastreamento efetivo, portanto os pacientes deveriam ser encaminhados, aos centros de referência, com doença localizada para definição da necessidade de tratamento oncológico curativo. Este estudo objetivou determinar em que estágio da doença os pacientes com câncer de próstata são encaminhados a um hospital público, de atenção terciária e referência regional para tratamento oncológico e como estes foram casos conduzidos. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e descritivo. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de câncer de próstata entre os anos 2000 e 2006, encaminhados ao Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Resultados: Foram encaminhados 240 pacientes com câncer de próstata ao HUSM entre os anos 2000 e 2006, sendo que 59,6% deles apresentavam doença localizada, 25% doença metastática e 15,4% recorrência bioquímica. Dos 143 pacientes com doença localizada, 20,2% foram submetidos a tratamentos paliativos e 11,9% ficaram em observação. A principal causa associada a não realização de tratamento curativo em pacientes encaminhados com doença localizada foi atraso na assistência médico-hospitalar. Discussão: Em comparação com dados publicados em 2012 pela Sociedade Brasileira de Urologia, obteve-se, nesta pesquisa, um maior número de pacientes encaminhados ao hospital de referência com doença metastática, uma menor proporção de pacientes tratados de forma curativa e uma menor utilização de prostatectomia radical como tratamento curativo. Frente a esses desfechos, ações conjuntas em todos os níveis de atenção devem ser planejadas com intenção de facilitar o encaminhamento aos hospitais de referência para diagnóstico e tratamento.FECHAR RESUMO
Artigo de RevisãoIpilimumabe no tratamento do melanoma metastáticoMilton José de Barros e Silva, Markus Andret Cavalcante Gifoni, Vanessa Dybal Bertoni, Alberto Julius Alves Wainstein, Andréia Cristina de Melo, Veridiana Pires de Camargo, Fábio André Franke
O melhor entendimento da patogênese do melanoma, especialmente no que se refere a sua interação com o sistema imunológico, tem contribuído para o desenvolvimento de novas terapias com potencial de melhorar os resultados de tratamento da doença avançada, como o ipilimumabe. Esse anticorpo monoclonal anti-CTLA-4 potencializa a ativação linfocitária, resultando em uma resposta imune contra o tumor. Em dois estudos clínicos de fase III em pacientes com melanoma avançado virgens de tratamento ou previamente tratados, o ipilimumabe promoveu significante ganho de sobrevida. A presença de mutações no gene BRAF não parece interferir na resposta ao tratamento com ipilimumabe e resultados de estudos clínicos de fase II sugerem que ipilimumabe também melhore a sobrevida de uma proporção significante de pacientes com metástases cerebrais. Ipilimumabe representa uma nova etapa no tratamento do melanoma avançado e sua combinação com outros medicamentos que atuam no sistema imunológico será certamente explorada em futuros estudos clínicos.
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LER RESUMO | DOWNLOAD PDFRelato de CasoInterpretação dos achados de PET/CT em pacientes com câncer de pulmão avançado submetidos à pleurodeseMarcus Paulo Fernandes Amarante, Riad Naim Younes, Letícia Rigo, Marcelo Rocha de Sousa Cruz
O momento ideal para a pleurodese em pacientes com derrame pleural maligno ainda não é consenso entre a maioria dos centros, especialmente aqueles não especializados no tratamento oncológico. O PET/CT, utilizado no estadiamento de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) e pequenas células (CPPC) tem papel controverso na avaliação da resposta terapêutica e detecção de recorrência em pacientes submetidos à pleurodese. Por não distinguir entre processos inflamatórios e neoplásicos, suspeitas de envolvimento pleural podem resultar na indicação de investigação diagnóstica invasiva ou na troca inadequada da terapia. Desse modo, a hipótese de processo inflamatório deve ser sempre incluída no diagnóstico diferencial de achados positivos no PET/CT de pacientes com CPNPC submetidos à pleurodese, independentemente do tempo decorrido do procedimento. Para ilustrar estas situações, foram apresentados os relatos de dois casos de pacientes com CPNPC e pleurodese realizada no momento do diagnóstico, fora de centro de referência oncológico.FECHAR RESUMO
LER RESUMO | DOWNLOAD PDFRelato de CasoResposta patológica completa à poliquimioterapia com esquema Docetaxel, Cisplatina e Fluorouracil neoadjuvante em câncer gástrico localmente avançadoAdriana Pinheiro Bezerra Pires, Ramille Moitas Kramer de Mesquita, Isadora Câmara Pessoa, Amanda Gifone Aragão, Dalgimar Beserra de Menezes, Manoel Messias de Campos Júnior, Olavo Napoleão de Araújo Júnior
O câncer gástrico é um dos mais prevalentes hoje no Brasil, além possuir uma alta letalidade. Na abordagem terapêutica do câncer gástrico, além da ressecção cirúrgica, a quimioterapia perioperatória (QP) apresenta relevante papel, aumentando as possibilidades de cirurgias consideradas curativas, bem como a sobrevida livre de progressão e sobrevida global. O objetivo desse artigo é relatar o caso de um paciente com adenocarcinoma gástrico localmente avançado submetido à quimioterapia perioperatória com Docetaxel, Cisplatina e Fluorouracil (DCF) que resultou em resposta patológica completa (RPc). A substituição do esquema padrão - Epirrubicina, Cisplatina e Fluorouracil (ECF) e Epirrubicina, Oxaliplatina e Capecitabina (EOX) pelo DCF e o resultado final obtido sugere que o esquema DCF possa ser uma opção de tratamento perioperatório para câncer gástrico localmente avançado, a despeito de sua elevada toxicidade, sendo necessários estudos prospectivos específicos para melhor análise e validação do seu uso em situações semelhantes.FECHAR RESUMO