×

Atenção

JUser: :_load: Não foi possível carregar usuário com ID: 669
Imprimir esta página

Pesquisa da SBOC revela o comportamento do brasileiro em relação ao câncer

Notícias Quarta, 25 Outubro 2017 08:57

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) acaba de divulgar os resultados da pesquisa “Os brasileiros e o câncer: entendimentos e atitudes”, que traça um panorama do conhecimento, percepções, hábitos e estilo de vida da população em relação à doença. Proposto pela Zeno, o levantamento foi trabalhado em conjunto com a Diretoria da SBOC e buscou conhecer essa realidade nos diferentes Estados do Brasil. Os dados foram tema de matéria do Dr. Drauzio Varella no último “Fantástico”, da Rede Globo. Jornalistas convidados para um workshop exclusivo como parte da I Semana Brasileira de Oncologia também puderam conhecer detalhes do levantamento ontem (24).

De acordo com a pesquisa, as pessoas julgam ter conhecimento de razoável para bom sobre câncer (44% responderam nível 5, 6 ou 7, numa escala de 0 a 10; 26% disseram 8, 9 ou 10). Os tipos mais conhecidos são aqueles disseminados ativamente por meio de campanhas: mama, pulmão, próstata e pele. Contudo, falta informação sobre neoplasias de alta incidência, como bexiga, esôfago e ânus, e muitos dos possíveis sinais e sintomas do câncer são ignorados (veja quadro abaixo). Uma lacuna que pode ser fatal.

Parcela significativa da população (24%) afirma não fazer exames preventivos. As principais justificativas para esse comportamento de risco são ausência de plano de saúde (29%) e falta de tempo (28%). Ainda mais preocupante é o número de pessoas (20%) que não consideram necessária a realização de exames preventivos.

Apesar disso, 41% classificaram como 10 o grau de medo quando pensam em câncer. A carcinofobia é maior entre as mulheres (48% versus 32% nos homens), mas é marcante em todas as faixas etárias, mesmo nos jovens. O estilo de vida declarado do brasileiro ainda está longe de ser saudável. Exemplo disso é que apenas 51% dos entrevistados praticam alguma forma de atividade física. A boa notícia é que mais da metade declara não consumir bebidas alcoólicas e quase três quartos afirma não fumar. Outra descoberta importante é que os brasileiros parecem ter um bom entendimento de como o câncer poderia ser evitado. Entretanto, mostram-se pouco dispostos a adotar as medidas indicadas por eles mesmos.

Médicos em alta

Para o tratamento do câncer, o brasileiro considera fundamental ter acesso a consultas médicas e cirurgiões bem treinados, ambos mencionados por 97% das pessoas ouvidas. Tecnologia (93%) e recursos como radioterapia (92%) e medicamentos de ponta (92%) também são desejados.

Por outro lado, nem sempre há acesso ao tratamento, tendo em vista que as principais queixas de quem teve experiência pessoal com o câncer é não conseguir agendar consultas com especialistas, realizar exames e confirmar seu diagnóstico. A jornada do paciente não é vista como fácil, mesmo na rede privada. Dificuldade de acesso a médicos e exames, falta de informação, de medicamentos contra o câncer e controle da dor são falhas que aparecem frequentemente nas entrevistas (saiba mais no quadro abaixo).

A grande maioria (80%) acredita na cura do câncer, decorrente de radioterapia (81%), combinação de tratamentos que já existem (79%), fé (78%), habilidade dos cirurgiões (74%), atenção dos médicos (73%) e medicamentos (73%), entre outras menções.

Para os entrevistados, fica claro que os profissionais e as instituições de saúde têm papel-chave no processo de cura. Na avaliação deles, o médico é o ponto focal de confiança no combate ao câncer. A família e a igreja também são consideradas alicerces importantes. Na contramão, o governo passa por uma crise de reputação, sendo alvo de desconfiança por 73%.

Desdobramentos

Foram ouvidos 1,5 mil homens e mulheres, com 18 anos ou mais, das classes A,  B, C e DE, de todos os Estados e do Distrito Federal. De forma geral, não foram apontadas diferenças significativas entre as regiões. A coleta de dados ocorreu entre 6 e 25 de julho pela Zeno.

Segundo o Dr. Claudio Ferrari, secretário de Comunicação da SBOC, ao apontar as principais lacunas de conhecimento da população e entender de que maneira a informação se transforma em atitude favorável à redução de risco, a SBOC pretende dar subsídios para a ação de entidades públicas, ONGs e órgãos de imprensa no sentido de melhorar o nível de informação e, idealmente, engajar a população em uma transformação positiva dos hábitos de vida.

 

Grafico Pesquisa 01

 

 

Grafico Pesquisa 02

Última modificação em Quinta, 26 Outubro 2017 01:38