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Oncologistas apontam estudos clínicos promissores em câncer ginecológico

Notícias Quinta, 11 Maio 2017 16:06

Os membros da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) Andréia Melo, Angélica Nogueira Rodrigues e Eduardo Paulino, que também pertencem ao Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), estiveram no encontro anual da Society of Gynecologic Oncology, em Washington (EUA), em março, e destacam a seguir alguns estudos clínicos internacionais, apresentados no evento, com potencial de impactar a prática clínica do câncer ginecológico.

O tratamento de manutenção com olaparibe em pacientes que apresentaram recidiva de carcinoma epitelial de ovário platino-sensível foi avaliado pela primeira vez no estudo de fase III SOLO2, envolvendo 294 pacientes com mutação em um dos genes BRCA. Os resultados mostraram que a sobrevida livre de progressão (SLP) foi de 19,1 meses no grupo olaparibe versus 5,5 meses no grupo placebo (HR 0,30; 95 IC, 0,22-0,41; p < 0,0001). De acordo com revisão cega central, o benefício foi ainda maior, observando-se uma SLP nas pacientes randomizadas para olaparibe de 30,2 meses, enquanto no braço placebo esse intervalo foi de apenas 5,5 meses (HR 0,25; IC de 95%, 0,18-0,35; p < 0,0001). Chamou a atenção o fato de 40% das pacientes terem recebido três ou mais linhas prévias de quimioterapia.

O tempo para início da primeira terapia subsequente ou morte, objetivo secundário do estudo, foi de 27,9 meses no braço do tratamento comparado a 7,1 meses no braço placebo (p < 0,0001). Portanto, houve uma redução de 70% do risco de progressão ou morte com o uso do inibidor de PARP olaparibe na dose de 300 g BID comparado ao placebo1. Com a formulação de 300 mg, as pacientes receberam neste estudo duas pílulas ao dia, comparadas a 16 pílulas (no total 400 mg BID) ao dia no estudo de fase II que o antecedeu (N Engl J Med. 2012;366:1382-1392).

Já em primeira linha, o estudo GOG 212 falhou em demonstrar benefício para o tratamento de manutenção com paclitaxel em pacientes que tiveram resposta completa com o tratamento inicial, além de o braço de tratamento ter apresentado maior toxicidade que o controle2.

Em câncer de colo do útero avançado, foram apresentados os resultados de eficácia do estudo fase II de braço único GOG 265, que avaliou o imunoterápico axalimogene filolisbac em pacientes politratadas: 38% das pacientes estavam vivas em 12 meses, valor superior aos 24,5% previstos em um modelo logístico que considerava fatores prognósticos apresentados pelas pacientes e resultados de estudos prévios do GOG em cenário semelhante3. Os autores anunciaram para breve o início do estudo de fase III mundial neste contexto.

Com foco na doença inicial, foi apresentado o estudo Senticol 2 (linfonodo sentinela em câncer de colo uterino inicial). Esse estudo tinha como objetivo primário morbidade cirúrgica. Foram randomizadas as pacientes para linfonodo sentinela (azul patente mais tecnécio) com ou sem linfadenectomia pélvica. Apenas pacientes com captação em ambas as hemi-pelves foram incluídas. Das 206 pacientes elegíveis, 105 realizaram PLS apenas e 101 PLS seguido de linfadenectomia. O valor preditivo negativo foi de 100% no braço seguido de linfadenectomia. Como resultado, foi demonstrada uma melhor qualidade de vida (SF 36) para o braço da PLS apenas, incluindo menos morbidade linfática (31,4 versus 51,5%, p = 0,0046) e neurológica após um mês de controle (7,8 versus 20,6%, p = 0,01). Não foi observada diferença com significado estatístico em relação à sobrevida livre de recorrência e global em três anos4.

Referências:

  1. Pujade Lauraine E. Treatment with olaparib monotherapy in maintenance stting significantly improves progression-free survival in patients with platinum-sensitive relapse ovarian câncer: Results from the phase III solo2 study. Presented at Scientific Plenary VI: Late Breaking Abstract, on March 14th, 2017

  2. Copeland L. A phase III trial of maintenance therapy in women with advanced ovarian/Fallopian tube/peritoneal câncer (O/PC/FT) after a complete clinical response (CCR) to first-line therapy- na NRG Oncology Study. Presented at Scientific Plenary VI: Late Breaking Abstracts on March 14th, 2017

  3. Aghajanian C. A prospective phase 2 trial of listeria-based HPV immunotherapy axalimogene filolisbac (AXAL) in second and third-line metastatic cervical câncer: A NRG Oncology Group trial. Presented at Scientific Plenary VI: Late Breaking Abstracts on March 14th, 2017

  4. Manthevet P. Results of a randomized prospective, miulticenter study (Senticol 2) comparing adding pelvic lymph node dissection vs sentinela node biopsy only. Presenset at Scientific Plenary Session I on March 12, 2017. Abstract 2
Última modificação em Quinta, 11 Maio 2017 16:14