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Aprovado em 30 de janeiro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de mieloma múltiplo, o daratumumabe (Dalinvi®) foi precificado na semana passada e já está disponível no mercado brasileiro. A droga tem duas indicações terapêuticas: para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo que receberam pelo menos um tratamento prévio, em combinação com bortezomibe e dexametasona; e em monoterapia para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo que receberam pelo menos três linhas de tratamento prévio, incluindo um inibidor de proteassoma (IP) e um agente imunomodulador ou que foram duplamente refratários a um IP e a um agente imunomodulador.

De acordo com o laboratório fabricante, o medicamento foi avaliado em regime de priorização pela Anvisa, o que antecipou em um ano e meio o acesso dos brasileiros à terapia, disponibilizada praticamente ao mesmo tempo em que os principais países do mundo. O Brasil foi o segundo a ter o medicamento aprovado para o tratamento combinado da doença a partir da segunda linha.

Daratumumabe é um anticorpo monoclonal humano que se liga à proteína CD38 expressa em nível alto na superfície de células em diversas doenças hematológicas malignas, incluindo células tumorais de mieloma múltiplo, assim como outros tipos de células e tecidos em vários níveis. Há dez anos não surgiam opções de tratamento com novos mecanismos de ação para mieloma múltiplo no país.

O portal IG está publicando uma série de textos sobre câncer dirigidos ao público leigo. O objetivo é chamar a atenção para medidas de prevenção, os desafios enfrentados pelos pacientes e os avanços da medicina. A maior parte da coleção de textos foi escrita pelo Dr. Claudio Ferrari, oncologista clínico, secretário de Comunicação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e assessor de diretoria do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Alguns artigos já foram publicados.

Entre os temas destacados estão cuidados com alimentação, exposição ao sol, vacinação, exercícios físicos e combate ao tabagismo como forma de prevenir diversos tipos de câncer. A série aborda também câncer e hereditariedade, mitos sobre a quimioterapia, relação entre obesidade e câncer, a importância do diagnóstico precoce e quais são os tipos de rastreamento. Um dos textos fala ainda da origem do câncer, como a doença se desenvolve e de que maneira pode ser evitada.

Quanto ao tratamento, entre os temas, estão imunoterapia 2.0 e novos alvos a partir de características de proliferação dos tumores, reprogramação do metabolismo celular, instabilidade genômica e escape do sistema imunológico. Outro artigo trata da vida sexual e reprodutiva no contexto de um tratamento contra o câncer.

A divulgação de todas essas informações tem também o intuito de promover a Icesp Run, corrida e caminhada que ocorrem no próximo dia 21 (domingo), a partir das 7h, em São Paulo. A atividade incentiva os hábitos saudáveis na prevenção do câncer e apoia os pacientes. Os recursos arrecadados serão revertidos integralmente para o Icesp, referência no tratamento gratuito, pelo SUS, de centenas de pessoas.

A terceira edição do Icesp Run será em 21 de maio (domingo), na capital paulista, com saída do Estádio do Pacaembu, às 7h. Há percursos de 10 km e 5 km e também caminhada. Os recursos arrecadados serão revertidos para o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). O objetivo da iniciativa é chamar a atenção para a importância da adoção de hábitos saudáveis na prevenção do câncer e também apoiar os pacientes que vencem diversos desafios durante o tratamento. Inscrições e mais informações: http://corridaicesprun.org.br/a-corrida/

Teve início nesta segunda-feira (15) a votação eletrônica para escolha da Diretoria, Comissão de Ética e Conselho Fiscal da SBOC Nacional no biênio 2017/2019. Os membros titulares da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica aptos a votar podem fazê-lo a partir de qualquer dispositivo com acesso à internet (celular, desktop ou tablet) pelo link www.votoeletronicosboc.org.br. Uma chapa está concorrendo à eleição (veja a composição abaixo).

O login a ser utilizado na votação é o mesmo do sistema SBOC. Se o eleitor não se lembrar, pode consultá-lo com seu nome completo no item Colégio eleitoral do site. A senha individual foi enviada por e-mail no dia 4 de maio, mas pode ser recuperada ou trocada no site também.

A participação é bem rápida e intuitiva. Em caso de qualquer dúvida, o associado deve entrar em contato, em horário comercial, pelo telefone 0800 27 72985 ou pelo chat, clicando na opção Fale conosco. A votação estará aberta até 4 de junho, 24 horas por dia.

O objetivo da iniciativa é facilitar a participação dos associados de modo a garantir maior representatividade aos eleitos. “Quanto maior o número de votos, mais representativa e democrática é a Sociedade”, afirma o Dr. Gustavo Fernandes, atual presidente da SBOC.

Segurança e agilidade

Esta é a primeira vez que a SBOC realiza uma eleição eletrônica. A empresa contratada para a operacionalização do pleito é a Scytl. Já a The Perfect Link está auditando todo o processo de votação. Ambas são especializadas em suas respectivas áreas.

A Scytl trabalha com criptografia avançada e certificação digital conforme os padrões do ICP-Brasil, sistema nacional que assegura a autenticidade de documentos eletrônicos. A empresa informa que os dados registrados não podem ser alterados e qualquer tentativa de modificação é rastreada. Além disso, o sigilo do voto é garantido.

A Dra. Lúcia Freitas, gerente jurídica da SBOC, esclarece que todas as medidas foram tomadas para garantir a segurança e a lisura do processo eleitoral. “A votação sempre foi auditada e agora contratamos uma auditoria especializada em eleição digital”, reforça a advogada.

O resultado da eleição será divulgado no dia 7 de junho e os novos diretores tomarão posse em 27 de outubro, durante o XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica.

Chapa “Diálogo”

 

Presidente:

Dr. Sérgio Daniel Simon

 

Vice-presidente para Relações Nacionais e Internacionais:

Dr. Gustavo dos Santos Fernandes

 

Vice-presidente de Organização, Planejamento e Administração:

Dr. Sérgio Jobim de Azevedo

 

Vice-presidente de Assistência Médica e Defesa Profissional:

Dr. Roberto de Almeida Gil

 

Vice-presidente para Pesquisa Clínica e Estudos Corporativos:

Dr. Fábio André Franke

 

Vice-presidente para Ensino da Oncologia:

Dr. Rodrigo Ramella Munhoz

 

Secretária Geral:

Dra. Clarissa Maria de Cerqueira Mathias

 

Tesoureiro:

Dr. Volney Soares Lima

 

Vice-tesoureiro:

Dr. Eriberto de Queiros Marques Junior

 

Secretária de Comunicação Social:

Dra. Clarissa Seródio da Rocha Baldotto

 

Comissão de Ética:

Dr. Rui Fernando Weschenfelder

Dra. Anelisa Kruschewsky Coutinho Araújo

Dra. Aline Lauda Freitas Chaves

 

Conselho Fiscal:

Dr. Luciano Henrique Pereira dos Santos

Dr. Duílio Reis da Rocha Filho

Dra. Andréia Cristina de Melo

Os membros da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) Andréia Melo, Angélica Nogueira Rodrigues e Eduardo Paulino, que também pertencem ao Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), estiveram no encontro anual da Society of Gynecologic Oncology, em Washington (EUA), em março, e destacam a seguir alguns estudos clínicos internacionais, apresentados no evento, com potencial de impactar a prática clínica do câncer ginecológico.

O tratamento de manutenção com olaparibe em pacientes que apresentaram recidiva de carcinoma epitelial de ovário platino-sensível foi avaliado pela primeira vez no estudo de fase III SOLO2, envolvendo 294 pacientes com mutação em um dos genes BRCA. Os resultados mostraram que a sobrevida livre de progressão (SLP) foi de 19,1 meses no grupo olaparibe versus 5,5 meses no grupo placebo (HR 0,30; 95 IC, 0,22-0,41; p < 0,0001). De acordo com revisão cega central, o benefício foi ainda maior, observando-se uma SLP nas pacientes randomizadas para olaparibe de 30,2 meses, enquanto no braço placebo esse intervalo foi de apenas 5,5 meses (HR 0,25; IC de 95%, 0,18-0,35; p < 0,0001). Chamou a atenção o fato de 40% das pacientes terem recebido três ou mais linhas prévias de quimioterapia.

O tempo para início da primeira terapia subsequente ou morte, objetivo secundário do estudo, foi de 27,9 meses no braço do tratamento comparado a 7,1 meses no braço placebo (p < 0,0001). Portanto, houve uma redução de 70% do risco de progressão ou morte com o uso do inibidor de PARP olaparibe na dose de 300 g BID comparado ao placebo1. Com a formulação de 300 mg, as pacientes receberam neste estudo duas pílulas ao dia, comparadas a 16 pílulas (no total 400 mg BID) ao dia no estudo de fase II que o antecedeu (N Engl J Med. 2012;366:1382-1392).

Já em primeira linha, o estudo GOG 212 falhou em demonstrar benefício para o tratamento de manutenção com paclitaxel em pacientes que tiveram resposta completa com o tratamento inicial, além de o braço de tratamento ter apresentado maior toxicidade que o controle2.

Em câncer de colo do útero avançado, foram apresentados os resultados de eficácia do estudo fase II de braço único GOG 265, que avaliou o imunoterápico axalimogene filolisbac em pacientes politratadas: 38% das pacientes estavam vivas em 12 meses, valor superior aos 24,5% previstos em um modelo logístico que considerava fatores prognósticos apresentados pelas pacientes e resultados de estudos prévios do GOG em cenário semelhante3. Os autores anunciaram para breve o início do estudo de fase III mundial neste contexto.

Com foco na doença inicial, foi apresentado o estudo Senticol 2 (linfonodo sentinela em câncer de colo uterino inicial). Esse estudo tinha como objetivo primário morbidade cirúrgica. Foram randomizadas as pacientes para linfonodo sentinela (azul patente mais tecnécio) com ou sem linfadenectomia pélvica. Apenas pacientes com captação em ambas as hemi-pelves foram incluídas. Das 206 pacientes elegíveis, 105 realizaram PLS apenas e 101 PLS seguido de linfadenectomia. O valor preditivo negativo foi de 100% no braço seguido de linfadenectomia. Como resultado, foi demonstrada uma melhor qualidade de vida (SF 36) para o braço da PLS apenas, incluindo menos morbidade linfática (31,4 versus 51,5%, p = 0,0046) e neurológica após um mês de controle (7,8 versus 20,6%, p = 0,01). Não foi observada diferença com significado estatístico em relação à sobrevida livre de recorrência e global em três anos4.

Referências:

  1. Pujade Lauraine E. Treatment with olaparib monotherapy in maintenance stting significantly improves progression-free survival in patients with platinum-sensitive relapse ovarian câncer: Results from the phase III solo2 study. Presented at Scientific Plenary VI: Late Breaking Abstract, on March 14th, 2017

  2. Copeland L. A phase III trial of maintenance therapy in women with advanced ovarian/Fallopian tube/peritoneal câncer (O/PC/FT) after a complete clinical response (CCR) to first-line therapy- na NRG Oncology Study. Presented at Scientific Plenary VI: Late Breaking Abstracts on March 14th, 2017

  3. Aghajanian C. A prospective phase 2 trial of listeria-based HPV immunotherapy axalimogene filolisbac (AXAL) in second and third-line metastatic cervical câncer: A NRG Oncology Group trial. Presented at Scientific Plenary VI: Late Breaking Abstracts on March 14th, 2017

  4. Manthevet P. Results of a randomized prospective, miulticenter study (Senticol 2) comparing adding pelvic lymph node dissection vs sentinela node biopsy only. Presenset at Scientific Plenary Session I on March 12, 2017. Abstract 2

Entre os medicamentos propostos pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, via Associação Médica Brasileira (AMB), à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em março, estão o everolimus e o axinitibe para carcinoma de células renais após falha da primeira linha de tratamento. A SBOC solicitou que essas drogas orais sejam incorporadas ao rol de cobertura obrigatória dos planos de saúde. A lista é atualizada a cada dois anos. A nova versão está prevista para 2018.

Segundo estudo publicado no New England Journal of Medicine, o carcinoma de células renais é a forma mais comum de câncer de rim. São mais de 330 mil casos diagnosticados e mais de 140 mil mortes atribuídas à doença por ano em todo o mundo. Aproximadamente um terço dos pacientes apresenta doença metastática no momento do diagnóstico. Cerca de 30% daqueles tratados com doença localizada têm recidivas.

O Dr. Fabio Kater, oncologista clínico de São Paulo que representou a SBOC na apresentação do everolimus, destaca que a discussão sobre a oferta desses medicamentos aos pacientes de planos de saúde não pode ser uma escolha entre um ou outro. “Ambos têm respostas significativas, ainda que limitadas, na sequência do tratamento. E são as opções que temos aprovadas no Brasil”, sustenta.

O estudo Record 1, publicado no Lancet em 2008, mostrou sobrevida livre de progressão de 4,9 meses com everolimus, em comparação a 1,87 mês no grupo que recebeu placebo. A sobrevida global foi de 14 meses para ambos. Contudo, conforme explica o Dr. Fabio Kater, apenas 21% dos participantes usaram everolimus na segunda linha e os outros 79% receberam na terceira, quarta ou quinta linha. “Esses dados permitem um posicionamento importante do everolimus a partir da segunda linha para pacientes com progressão”, acredita Kater.

Por sua vez, a eficácia do axitinibe foi comparada ao sorafenibe no estudo Axis, um ensaio randomizado de fase 3 que envolveu 723 pacientes. A mediana da sobrevida livre de progressão foi de 6,7 meses com axitinibe versus 4,7 meses com sorafenibe. O tratamento foi descontinuado devido a efeitos tóxicos em 4% dos pacientes tratados com axitinibe e em 8% do braço sorafenibe.

As duas drogas são necessárias

Hoje, a sobrevida global em países mais desenvolvidos está em torno de 30 meses. “Este benefício se deve ao acesso dos pacientes a todas as ferramentas terapêuticas nas várias linhas de tratamento”, reforça Kater. “Precisamos de todo este arsenal terapêutico para alcançar esses quase três anos de sobrevida global”, conclui.

O Dr. André Fay, oncologista clínico do Rio Grande do Sul que fez a apresentação do axitinibe à ANS em nome da SBOC, está de pleno acordo. “Axitinibe e everolimus nunca foram comparados entre si para carcinoma de células renais. Na ausência de dados definitivos e resultados semelhantes do ponto de vista da eficácia, não é acertado estabelecer qual o melhor dos dois, pois cada um tem o seu papel e beneficia um subgrupo específico de pacientes”, situa. “As duas drogas devem ser incorporadas. Disponibilizar as duas é o que se faz no mundo inteiro. O desafio é identificar quem são os pacientes que irão responder a cada uma das terapias”, defende.

Os dados atuais não respondem, antecipadamente, quais pacientes serão mais responsivos a cada uma dessas drogas. “Algumas características clínico-patológicas e questões relacionadas à toxicidade de cada medicamento nos ajudam, de forma indireta, a optar por uma ou outra, mas isso ainda é muito empírico”, relata Fay. Artigo do Lancet de 2011 pontua que o desenvolvimento de biomarcadores validados poderia ajudar neste sentido. Fatores como perfil de toxicidade, duração e resposta da primeira linha de tratamento são citados como importantes na seleção, mas requerem estudos aprofundados. “Ensaios clínicos translacionais adicionais são necessários para compreender os mecanismos de resposta e resistência à terapia direcionada no câncer de células renais metastático para avançar o cuidado do paciente”, diz o texto.

Na opinião do Dr. Fabio Kater, as evidências disponíveis hoje são suficientes para justificar a incorporação das duas drogas e o futuro dirá qual o melhor sequenciamento. “Defendemos a manutenção de todas as drogas e não a seleção de uma delas”, reforça. “Não se pode resolver a segunda linha somente. Após poucos meses de tratamento, não podemos deixar de oferecer medicamentos aos pacientes”, pondera.

O Dr. André Fay lembra que uma nova droga da mesma classe do axitinibe – o cabozantinibe, um inibidor oral de pequenas moléculas de tirosina cinases, incluindo MET, receptores de VEGF e AXL – já alcançou resultados superiores, mas ainda não está aprovada no Brasil. Comparado ao everolimus, o cabozantinibe resultou em 7,4 meses de média de sobrevida livre de progressão versus 3,8 meses. A redução de progressão foi 42% menor com cabozantinibe (HR de 0,58). A taxa de resposta objetiva foi de 21% com cabozantinibe e  de 5% com everolimus. Os eventos adversos também foram reduzidos com o novo medicamento. “Infelizmente, ainda levará anos até o cabozantinibe estar disponível no nosso país. Estamos sempre correndo atrás e com atraso”, conclui o oncologista gaúcho.

Os associados da SBOC podem acessar os estudos mencionados neste texto pela Biblioteca Virtual, no menu Serviços, com seu login e senha.

O Dr. Paulo Hoff, chefe da Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e associado da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), escreveu um artigo no blog Letra de Médico, de Veja.com, sobre o impacto financeiro dos medicamentos para tratar o câncer. “Hoje em dia, o custo destes tratamentos mais novos está sendo um ponto de difícil solução para seu uso em uma grande população de pacientes”, destaca o especialista, lembrando que algumas terapias podem facilmente chegar a centenas de milhares de reais por ano.

Na opinião dele, é fundamental que os sistemas de regulação de pesquisa, no Brasil, sejam aprimorados para acompanhar o avanço da ciência. “Isso acontecendo, mais pacientes terão a chance de participar de estudos clínicos com essas novas e promissoras medicações. Além disso, é uma maneira de estimular as indústrias farmacêuticas brasileiras a entrarem na luta contra a doença”, afirma.

Confira o artigo.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) Nacional e a Regional Bahia promovem o II Fórum Baiano sobre Políticas Públicas em Oncologia nesta quarta-feira (10), a partir de 14h, no Sheraton Hotel, em Salvador.

De acordo com o presidente da SBOC Bahia, Dr. Jorge Leal, o objetivo é discutir os diversos aspectos do acesso à assistência oncológica. “Representantes do Ministério Público, da Secretaria de Saúde, de associações de apoio a pessoas com câncer e dos oncologistas discutirão as dificuldades de acesso dos pacientes do SUS aos medicamentos”, resume o especialista. O debate, segundo ele, abrangerá tanto as novas drogas quanto as já antigas, que integram o rol de cobertura obrigatória dos planos de saúde.

O Dr. Jorge Leal estará ao lado do Dr. Gustavo Fernandes, presidente da SBOC Nacional, na abertura do evento. O Dr. Rogério Queiroz, do Ministério Público, falará sobre judicialização da saúde, enquanto o Dr. Tiago Farina Matos, diretor jurídico do Instituto Oncoguia, desenvolverá o mesmo tema do ponto de vista dos pacientes.

Para finalizar o fórum, haverá uma mesa redonda sobre “Cenários da Oncologia no Brasil: público versus privado”.

Não é preciso inscrever-se previamente. Basta comparecer ao local do evento para participar: Sheraton da Bahia Hotel, Av. Sete de Setembro, 1537, Campo Grande, Salvador (BA), CEP 40080-001.

Oncologistas membros da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) participaram do encontro anual da Society of Gynecologic Oncology, em Washington (EUA), de 11 a 15 de março. Baixa prevenção, diagnóstico tardio e demora para início do tratamento estão entre os problemas destacados pelos especialistas brasileiros, segundo os oncologistas Andréia Melo, Angélica Nogueira Rodrigues e Eduardo Paulino, do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA).

Eduardo Paulino (Grupo EVA/COI/Inca) e Angélica Nogueira Rodrigues (Grupo EVA/UFMG/DOM) apresentaram o panorama epidemiológico do câncer ginecológico no Brasil. Segundo os pesquisadores, a cada dois anos, o Instituto Nacional de Câncer divulga dados sobre a incidência de câncer de colo uterino, endométrio e ovário, porém sem informações detalhadas sobre os aspectos clínicos e demográficos. Para os estudos apresentados, foram colhidos dados de uma coorte de 193.647 pacientes tratadas entre os anos de 2000 e 2015 no país. Para cada tumor ginecológico, foram avaliadas as seguintes variáveis: idade mediana ao diagnóstico, anos de estudo, raça, estado civil, tipos histológicos, estágio ao diagnóstico e tempo decorrido entre o diagnóstico e o primeiro tratamento.

Foi identificada alta proporção de estágios avançados ao diagnóstico. Por exemplo, 79% dos tumores de colo uterino e vagina e 48% dos tumores de endométrio em estágios II a IV na época do diagnóstico. Além disso, foi detectado significativo atraso para o início do tratamento. Em 38% dos casos de tumor de endométrio e 36% dos de colo uterino, o tempo entre o diagnóstico e o primeiro tratamento ultrapassou 90 dias. Outro dado alarmante é que 22% das pacientes com câncer de colo do útero têm mais de 65 anos no momento do diagnóstico, indicando necessidade de maior atenção à prevenção em mulheres com mais de 50 anos1,2.

Por sua vez, a pesquisadora Audrey Tsunoda (Grupo EVA e Hospital Erasto Gaertner) apresentou a queda na segunda dose de vacinação anti-HPV no país de 99,9% da meta para 58,9% em 2014, ano de sua incorporação pelo Sistema Único de Saúde (SUS)3. De acordo com a cirurgiã oncológica, iniciativas de educação voltadas para a população com o objetivo de aumentar a taxa de adesão ao esquema completo são essenciais para o sucesso do programa.

Outro destaque foi o Dr. Reitan Ribeiro, do Hospital Erasto Gaertner, que apresentou uma técnica cirúrgica inovadora durante a plenária. Para pacientes jovens que desejam preservação de fertilidade e que apresentam tumores pélvicos não ginecológicos cujo tratamento envolve radioterapia, a transposição uterina retira o útero e os ovários do campo a ser irradiado. Após o término do tratamento, esses órgãos são reimplantados, de forma a preservar a capacidade reprodutiva dessas pacientes4.

Referências:

  1. Paulino E. Current demographics of gynwcologic câncer in Brazil. Presented at Special Interest Session II: Comtemporary Issues in Gynecologic Oncology: An International Focus on March 11, 2017. Abstract 501

  2. Nogueira Rodrigues A. Cervical câncer in a sub-optimally screened cohort: A population-based epidemiologic study of 133,771 women in Brazil. Presented at Special Interest Session II: Comtemporary Issues in Gynecologic Oncology: An International Focus on March 11, 2017. Abstract 500

  3. Tsunoda A. Discrepancies in brazilian HPV national vaccination coverage. Presented at Special Interest Session II: Comtemporary Issues in Gynecologic Oncology: An International Focus on March 11, 2017. Abstract 482

  4. Reitan R. Uterine transposition. Presented at Scientific Plenary V: The Farr Nezhat Surgical Innovation Session (Unintended Cosequences and Cool Outcomes) on March 14, 2017. Abstract 21

Nesta quinta-feira (4), os membros titulares da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica aptos a votar para a escolha da nova Diretoria, Comissão de Ética e Conselho Fiscal da SBOC Nacional receberam suas senhas pessoais e intransferíveis para participar do processo eletrônico.

A votação ocorrerá de 15 de maio a 4 de junho por meio de um link no site www.sboc.org.br. Será possível votar a partir de qualquer dispositivo com acesso à internet (celular, desktop ou tablet). Mas é importante que os associados guardem as suas senhas até o momento do voto para evitar qualquer transtorno.

No sentido de garantir a segurança do processo, o envio das senhas foi realizado diretamente pela empresa Scytl, especializada em eleições eletrônicas e contratada pela SBOC para a operacionalização do pleito. O processo está sendo auditado desde o início pela empresa The Perfect Link, também especializada na área.

Esta é a primeira vez que a eleição da SBOC Nacional ocorre de forma eletrônica. O objetivo da iniciativa é facilitar a participação dos associados de modo a garantir maior representatividade aos eleitos.

Para saber mais, clique aqui.

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