Aplicação de RNA mensageiro, mesma tecnologia das doses contra a Covid-19, reduziu em 44% mortes e recorrências do melanoma em feito inédito
A vacina terapêutica em desenvolvimento pela Moderna e pela MSD contra o melanoma, tipo de câncer de pele mais letal , recebeu nesta semana da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, o status de “terapia inovadora”. Na prática, o título reconhece o potencial da tecnologia e dá prioridade para a avaliação da vacina depois que os laboratórios solicitarem o sinal verde à agência.
“A designação de terapia inovadora é um processo projetado para acelerar o desenvolvimento e a revisão de medicamentos destinados a tratar uma condição grave e que as evidências clínicas preliminares indiquem que o medicamento pode demonstrar uma melhora substancial em relação à terapia disponível”, explica a página da agência.
— É uma nova estratégia para usar a imunidade do paciente no combate ao câncer. A expectativa é grande, visto que a ciência trouxe grandes ganhos no tratamento com a imunoterapia para diversos tipos de tumores nos últimos 10 anos. Os resultados anunciados são ainda preliminares, mas mostram que essa combinação de ferramentas pode ser possível, o medicamento inibidor de checkpoint junto com a vacina — disse a oncologista Angélica Nogueira Rodrigues, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em entrevista ao GLOBO em dezembro.