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A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) faz um alerta sobre a saúde das mulheres no que diz respeito à importância dos hábitos de vida saudáveis como medida para prevenção do câncer. Segundo pesquisa da SBOC, três a cada cinco brasileiras já foram diagnosticadas com a doença ou conhecem alguém que foi. Entretanto, apesar do alto contato com a doença, suas atitudes de prevenção ao câncer deixam a desejar: uma parcela relevante das brasileiras se alimenta mal, não pratica exercícios e consome frequentemente bebidas alcoólicas e cigarro.
O tabagismo – maior fonte de mortes evitáveis no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) – não recebe a atenção adequada das brasileiras. De acordo com o estudo, quase um terço das mulheres do país fuma (12%) ou já fumou (16%). O dado se torna ainda mais alarmante quando considerados o tempo de contato com o cigarro e a quantidade consumida: ao todo, 47% das brasileiras fumam ou fumaram pelo menos mais de 10 cigarros ao dia – sendo que parte delas chega a ultrapassar dois maços diariamente –, e 57% delas mantêm ou mantiveram contato entre 10 e mais de 30 anos.
“O cigarro tem relação com muitos tipos de câncer, como pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo do útero e leucemias. Por isso, é preocupante pensar que tantas mulheres mantêm contato prolongado com algo que faça tão mal à saúde. Outro problema é a persistência de certos mitos em relação ao tabagismo, como a existência de uma quantidade segura de consumo, que não acarretaria em prejuízos ao organismo: cerca de uma em cada cinco mulheres (22%) acredita nisso, em maior ou menor grau”, diz a Dra. Aline Lauda, diretora da SBOC. “Não há quantidade segura para o consumo de cigarro”, reforça.
Já o álcool, que está relacionado a cerca de 5,5% dos casos de câncer no mundo e aumenta o risco de câncer de orofaringe, laringe, esôfago, fígado, mama e cólon, ainda é consumido pelo menos uma vez por semana por um terço das mulheres (33%). “O que mais preocupa na relação das brasileiras com o álcool é o completo desconhecimento de quão prejudicial ele pode ser ao organismo, representando um fator de risco relacionado ao câncer e a doenças como cirrose hepática, hepatite, infarto e demência. Um pouco mais de um terço das brasileiras não veem bebidas alcoólicas como um fator relevante no desenvolvimento do câncer. Sem o conhecimento adequado, muitas mulheres não tomam qualquer medida preventiva”, comenta Lauda.
A alimentação é outro ponto sensível para uma parcela relevante das brasileiras. Segundo o levantamento, cerca de um quinto das mulheres (17%) não reconhece a relação entre o consumo de alimentos industrializados e o desenvolvimento de câncer. E pior: mais da metade delas (54%) afirmam que não evitam consumi-los como forma de prevenção. De forma similar, o consumo de mais frutas, legumes e folhas não é visto como um passo importante para diminuir o risco de desenvolver câncer por 15% das mulheres e 37% não adotaram essa medida.
“Comer bem traz vários benefícios à saúde e desempenha um papel crucial na prevenção ao câncer. Esse fato, porém, parece não ter chegado a muitas mulheres no país. Ao todo, 16% discordam, em maior ou menor grau, que suas escolhas alimentares podem interferir no desenvolvimento de um câncer. É um número muito alto e preocupante”, afirma a Dra. Aline Lauda.
Mulheres brasileiras e o sedentarismo
Outro fator de risco é o sedentarismo. De acordo com o estudo, 56% das mulheres do país não praticam quaisquer atividades físicas e um quinto sequer imagina que praticar exercícios pode diminuir o risco de desenvolver câncer. O resultado, quando aliado à alimentação ruim, é que a obesidade – segunda maior causa de câncer, perdendo apenas para o cigarro, de acordo com a OMS – vem se tornando uma questão cada vez mais premente entre as brasileiras. Dados do IBGE mostram que quase 25% das mulheres são obesas.
“A relação entre o sobrepeso e o câncer não está muito clara para grande parte das mulheres. De acordo com o levantamento da SBOC, um pouco mais de um quarto (27%) a ignoram. Quando considerada em conjunto com o consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e alimentação ruim, percebe-se claramente que os hábitos das mulheres brasileiras possuem lacunas relevantes. Com 80% a 90% dos casos de câncer relacionados a fatores de risco externos, segundo o Inca, é crucial conscientizar a população sobre a importância de adotar atitudes mais saudáveis em seu dia a dia”, diz Lauda.
A chegada dos biossimilares à oncologia brasileira é a matéria de capa da quinta edição da revista Oncologia&Oncologistas. O posicionamento da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) a respeito da introdução desses medicamentos no país, comprovação da biossimilaridade, comparação com a referência, extrapolação de uma indicação para outra, permutabilidade durante o tratamento, nomenclatura, farmacovigilância e redução de custo é destacado na reportagem.
Outros temas da edição são o assento oficial da SBOC na Associação Médica Brasileira e a concessão do Título de Especialista, o sucesso da I Semana Brasileira da Oncologia, as dores de cabeça dos oncologistas com os planos de saúde, a prevenção contra o HPV e o câncer, a incorporação de medicamentos ao SUS e a vacinação contra febre amarela em pacientes oncológicos.
O perfil é do Dr. Sergio D. Simon, oncologista que viu a especialidade nascer nos Estados Unidos e no Brasil e agora é o presidente da SBOC. Também há uma nova seção: Brasil Afora, que dará visibilidade a iniciativa de membros da SBOC em regiões afastadas dos grandes centros populacionais. Na primeira reportagem, a história de um oncologista que atua em Roraima e chega a visitar aldeias indígenas de monomotor para fazer pesquisa clínica. Confira.
O evento será em outubro de 2019, no Rio de Janeiro. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e a Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) estão planejando uma estrutura bem integrada entre os congressos de cada sociedade. A grade comum deve ser mais ampla do que a da I Semana Brasileira da Oncologia, realizada no ano passado.
Os presidentes da SBOC, Dr. Sergio D. Simon, da SBRT, Dr. Arthur Accioly Rosa (SBRT), e da SBCO, Dr. Claudio de Almeida Quadros, e a diretoria executiva da SBOC e coordenadora do evento, Dra. Cinthya Sternberg, estiveram reunidos no último sábado, em São Paulo, para avançar em várias decisões pertinentes à organização do evento. Em 2017, a I Semana teve um público total de 6,6 mil especialistas. A iniciativa foi muito elogiada. A expectativa para a segunda edição é inovar ainda mais a partir das possibilidades de colaboração entre as três instituições.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, esteve na sede da Associação Médica Brasileira (AMB), no dia 8 de março, para apresentar um resumo das principais ações durante sua gestão. De acordo com ele, foi uma prestação de contas à classe médica, tendo em vista que está de saída do cargo para retornar à Câmara dos Deputados. O Dr. Sergio D. Simon, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), participou do encontro ao lado de representantes de outras sociedades de especialidade filiadas à AMB. Todos puderam fazer perguntas ao ministro. Simon defendeu a incorporação de novos medicamentos ao Sistema Único de Saúde (SUS) para tipos de câncer hoje sem nenhum tratamento eficaz na rede pública.
Outro ponto enfatizado pelo presidente da SBOC foi a necessidade de uma melhor negociação entre o Ministério da Saúde e a indústria farmacêutica no sentido de tornar mais acessível o custo de determinadas drogas para pacientes com câncer. “No Nepal, onde estive recentemente como oncologista voluntário pela American Society of Clinical Oncology, o tratamento de pacientes com câncer de pulmão com mutação em EGRF custa R$ 60 dólares por mês, enquanto no Brasil o valor é R$ 4 mil”, exemplificou. “Existem condições para oferecer mais aos pacientes brasileiros”.
Nessa mesma linha, o Dr. Sergio Simon também lembrou de medicamentos já incorporados ao SUS mas que não cabem na APAC (Autorização de Procedimento de Alto Custo), isto é, na prática não são oferecidos aos pacientes. O presidente citou, ainda, que alguns quimioterápicos utilizados no tratamento de câncer na rede pública, além de ineficazes e antiquados, são muito tóxicos e caros para o governo, ressaltando a necessidade de se rever essa oferta.
“Fazemos o maior esforço possível para a incorporação de medicamentos oncológicos, que tem a ver com a comprovação da eficácia, em primeiro lugar, e com a capacidade orçamentária do Ministério de oferecer para todos aquela nova tecnologia”, respondeu o ministro. “Temos procurado avançar o máximo possível, sempre lembrando que o SUS baseia-se em universalidade e integralidade. Temos que cuidar porque o orçamento é limitado. A incorporação de novas tecnologias tem uma relação muito direta com a capacidade orçamentária do Ministério”, disse Ricardo Barros.
Saúde suplementar
Em sua fala, o Dr. Sergio D. Simon também expôs a dificuldade na saúde suplementar. Os novos medicamentos orais precisam constar no rol de cobertura obrigatória da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para serem oferecidos aos pacientes com planos de saúde. No entanto, esse rol é atualizado somente a cada dois anos e a proposta de incorporação de uma nova droga, nem sempre aceita, ocorre apenas depois da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “É lamentável que os pacientes tenham de esperar um tempo do qual eles não dispõem no combate ao câncer”, frisou o presidente da SBOC. De acordo com o ministro, a saúde suplementar é uma conta matemática de cobertura e custo. “Qualquer inclusão de nova cobertura repercute no custo do plano”, afirmou Ricardo Barros.
Em razão das respostas dirigidas às colocações das demais sociedades de especialidade, não foi possível aprofundar as questões apresentadas pelo Dr. Sergio D. Simon. Contudo, o presidente da SBOC informa que a diretoria continuará dialogando com o Ministério da Saúde em outras oportunidades, no sentido de contribuir com informações técnicas, científicas, análises de custo-efetividade e negociação com os fabricantes dos medicamentos.
Da esquerda para a direita, Dr. Ranyell M. Spencer (SBCO), Dr. Arthur Accioly Rosa (SBRT), Dr. Lincoln Ferreira (AMB), Ricardo Barros (ministro), Dr. Ademar Lopes (SBCO) e Dr. Sergio D. Simon (SBOC)
Diversas ações da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) terão como foco o público feminino no mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher. Aqui no site e nas redes sociais, destacaremos exemplos de oncologistas envolvidas com gestão, empreendedoras da área de oncologia, enfermeiras, nutricionistas e outras profissionais que escolheram a especialidade como foco de atuação, entre outras histórias.
A SBOC também divulgará dados inéditos da pesquisa “Os brasileiros e o câncer: entendimentos e atitudes” sobre o conhecimento, as percepções, os hábitos e o estilo de vida da população em relação à doença. Foi feito um recorte com dados específicos sobre o comportamento das mulheres. O objetivo é chamar a atenção da população e dos gestores públicos para questões como prevenção, diagnóstico precoce e acesso ao tratamento.
No dia 8 de março, será realizada uma ação de conscientização no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. O local é um dos centros comerciais mais movimentados de São Paulo, onde também está localizada a sede nacional da SBOC. No andar térreo, uma equipe distribuirá folhetos informativos para as mulheres, acompanhados de água de coco e preservativo como brindes. Uma ação semelhante deve ser realizada ainda em março no Rio de Janeiro. A data será definida.
“A divulgação do câncer de mama é super importante e tem sido objeto de atenção de diversos atores do setor de Oncologia, especialmente no Outubro Rosa. Mas nós da SBOC gostaríamos que o mês de março, quando muitas ações se voltam para o público feminino, também fosse uma oportunidade de mostrar que outros tipos de câncer precisam ser conhecidos e prevenidos”, diz a Dra. Cinthya Sternberg, diretora executiva da SBOC. “A atitude de buscar uma vida saudável, fazer exames preventivos periodicamente e identificar eventuais sintomas é que vale, mas isso começa no acesso à informação”, frisa.
Informação de qualidade para as mulheres
O folheto da SBOC destaca que o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, mas que há outros tipos de câncer aos quais o público feminino deve estar atento. O câncer colorretal (intestino) é o segundo mais incidente entre as pacientes e mata cerca de 8 mil mulheres ao ano no Brasil. O câncer de colo de útero, terceiro da lista, causa a morte de 6 mil mulheres aproximadamente todos os anos em nosso país. O câncer de pulmão é o quarto entre os mais frequentes mas tem alta letalidade: mais de 10 mil brasileiras, a maioria fumante, morrem dessa neoplasia a cada ano.
O informativo da SBOC também traz uma lista de possíveis sintomas de câncer e orienta que as mulheres procurem o médico imediatamente caso identifiquem algum deles. São destacados, ainda, exames de rotina como o papanicolau, a mamografia, a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia. O hábito de realizá-los periodicamente é considerado pela SBOC como fundamental para a identificação precoce de lesões e aumento da chance de cura em caso de diagnóstico de câncer.
A prevenção primária é colocada, mais uma vez, como prioridade. Manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos com regularidade, não fumar, usar camisinha para evitar contaminação pelo HPV e evitar exposição excessiva ao sol são questões ressaltadas no material.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) acaba de lançar sua nova logomarca. A sigla SBOC está em destaque, na cor branca, sobre um quadrado azul marinho. O nome da instituição por extenso foi aplicado na lateral direita. A preferência por destacar a sigla segue uma tendência de design que facilita a identificação à distância e a aplicação em diversas plataformas e materiais de divulgação impressos e online. As cores sóbrias conferem elegância e credibilidade, compatíveis com a linha definida pela gestão 2017/2019 para toda a comunicação da Sociedade.
A decisão de alterar a logomarca decorre do processo de modernização e profissionalização da SBOC, iniciado em 2015. A Sociedade foi fundada em 1981 e vinha utilizando a marca antiga havia décadas. “A atitude de apresentar uma nova identidade visual aos nossos associados, colaboradores e parceiros é um marco nas mudanças que estamos realizando na SBOC e nos coloca, agora também visualmente, em posição mais adequada ao lado de importantes instituições, como a Associação Médica Brasileira, a qual somos filiados desde outubro do ano passado”, afirma o Dr. Sergio D. Simon, presidente da SBOC.
A partir deste lançamento, a nova logomarca fará parte de toda a comunicação da SBOC, papelaria, apoios e demais divulgações. “Estamos muito animados em dar mais esse importante passo. É um processo trabalhoso, mas também gratificante ao constatarmos que a mudança está sendo bem recebida por todos, a começar pela nossa diretoria”, diz a Dra. Cinthya Sternberg, diretora executiva da Sociedade.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) acaba de lançar sua nova logomarca. A sigla SBOC está em destaque, na cor branca, sobre um quadrado azul marinho. O nome da instituição por extenso foi aplicado na lateral direita. A preferência por destacar a sigla segue uma tendência de design que facilita a identificação à distância e a aplicação em diversas plataformas e materiais de divulgação impressos e online. As cores sóbrias conferem elegância e credibilidade, compatíveis com a linha definida pela gestão 2017/2019 para toda a comunicação da Sociedade.
A decisão de alterar a logomarca decorre do processo de modernização e profissionalização da SBOC, iniciado em 2015. A Sociedade foi fundada em 1981 e vinha utilizando a marca antiga havia décadas. “A atitude de apresentar uma nova identidade visual aos nossos associados, colaboradores e parceiros é um marco nas mudanças que estamos realizando na SBOC e nos coloca, agora também visualmente, em posição mais adequada ao lado de importantes instituições, como a Associação Médica Brasileira, a qual somos filiados desde outubro do ano passado”, afirma o Dr. Sergio D. Simon, presidente da SBOC.
A partir deste lançamento, a nova logomarca fará parte de toda a comunicação da SBOC, papelaria, apoios e demais divulgações. “Estamos muito animados em dar mais esse importante passo. É um processo trabalhoso, mas também gratificante ao constatarmos que a mudança está sendo bem recebida por todos, a começar pela nossa diretoria”, diz a Dra. Cinthya Sternberg, diretora executiva da Sociedade.
Os biossimilares, produtos biológicos semelhantes aos biofármacos de referência, já podem ser considerados uma medida real no enfrentamento dos altos custos dos tratamentos de câncer. As agências regulatórias dos Estados Unidos e da Europa aprovaram vários deles para diferentes neoplasias no último ano. Estudos clínicos de eficácia e segurança chamaram a atenção no ESMO 2017, assim como a fabricação por laboratórios farmacêuticos com vasta experiência em moléculas inovadoras, como Amgen e Pfizer, mas também por empresas novas nesse mercado, a exemplo de Samsung, Celltrion e Mylan. Até 2019, as patentes de alguns dos principais medicamentos biológicos terão expirado, abrindo oportunidade para que os biossimilares passem a competir ou mesmo substituir as drogas de referência. Diante deste cenário, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) publicou um posicionamento no Brazilian Journal of Medical and Biological Research, em janeiro (veja resumo abaixo).
“A posição da SBOC é favorável à introdução de biossimilares no Brasil desde que com parâmetros científicos adequados que garantam eficácia e segurança”, afirma o Dr. Gustavo Fernandes, vice-presidente para Relações Nacionais e Internacionais da Sociedade e autor principal do artigo. “Reconhecemos a necessidade de baixar custos das drogas oncológicas para ampliar o acesso dos pacientes aos tratamentos”, continua. “É evidente que a entrada de biossimilares no mercado promoverá uma competição saudável entre os fabricantes.”
O Dr. Denizar Vianna, médico especialista em custo-efetividade e outro autor do posicionamento, explica que, quando há comprovação científica de que o biossimilar apresenta os mesmos resultados esperados com o medicamento de referência, a decisão pode ser baseada somente no menor custo, pois não existe benefício clínico incremental entre eles. “O objetivo obviamente não é economizar, mas usar os recursos disponíveis para beneficiar um maior número de pacientes”, pontua.
Nos Estados Unidos, Canadá e Europa, as autoridades fazem bem esse “filtro”, segundo Vianna, que é também professor de Clínica Médica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Somente biossimilares que apresentam evidências clínicas robustas são aprovados. Já no México, por exemplo, medicamentos ditos biossimilares sem garantia de segurança e eficácia passaram a ser utilizados e precisaram ser barrados pela Suprema Corte do país. “Nossa expectativa é que a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] cumpra seu papel, como tem feito até aqui”, revela. “A sociedade não pode permitir um eventual rompante populista de motivação puramente orçamentária que não considere os requisitos de eficácia e segurança; daí a importância do posicionamento da SBOC.”
Conhecimento e confiança
O Dr. Gustavo Fernandes salienta que o objetivo do artigo da SBOC é informar os oncologistas clínicos, as autoridades brasileiras, os gestores e todos os profissionais envolvidos no tema sobre as principais considerações a serem feitas para a aprovação e a prescrição dos biossimilares. “Trata-se de algo novo, mas que cada vez mais fará parte da prática clínica”, conta. “Queremos que essas drogas sejam introduzidas no país a partir de conceitos científicos bem definidos, que darão credibilidade ao processo, resultando em decisões adequadas, céleres, bem aceitas e capazes de promover real impacto na ampliação do acesso ao tratamento de câncer”, destaca.
Para construir seu posicionamento, a SBOC constituiu um grupo de trabalho cujos membros tornaram-se os autores do artigo. Durante o período em que se aprofundaram nas pesquisas e reflexões, dialogaram com integrantes da Anvisa, de Farmanguinhos/Fiocruz e da Sociedade Brasileira de Reumatologia, especialidade em que o uso de biossimilares começou há mais tempo. “Foi muito interessante e produtivo termos convidado os profissionais dessas instituições para relatarem suas experiências desde o processo de fabricação das drogas até questões relacionadas à aprovação e à introdução na prática clínica”, diz a diretora executiva da SBOC, Dra. Cinthya Sternberg, também autora do posicionamento.
Uma das preocupações da SBOC enfatizadas no artigo é a farmacovigilância. Harmonizar a nomenclatura, de forma que a identificação dos biossimilares seja precisa, é fundamental para rastrear produtos em caso de efeitos adversos inesperados. O Dr. Gustavo Fernandes também vê a entrada dos biossimilares no tratamento de câncer como uma oportunidade para os oncologistas brasileiros, assim como os enfermeiros e farmacêuticos, passarem a reportar mais esse tipo de situação. “Todo mundo sabe que farmacovigilância é importante, mas quando você pergunta quando foi a última vez que aquele profissional comunicou uma reação adversa incomum, a pessoa não sabe responder”, ilustra.
No posicionamento, a SBOC defende um sistema de rastreamento para os biofármacos de referência e biossimilares, cursos de farmacovigilância em escolas médicas e treinamento de profissionais de saúde de todo o país, abordagem do tema em reuniões e congressos médicos, inclusive com atuação ativa e facilitação dos esforços por parte dos fabricantes. “Não reportamos efeitos adversos na intensidade que deveríamos. No que diz respeito aos biossimilares, essa atitude é indispensável. Temos que resolver essa falha cultural”, opina o oncologista clínico.
Produção em alta
Já foi aprovado no Brasil o primeiro biossimilar oncológico. O Zedora®, princípio ativo trastuzumabe, obteve o registro da Anvisa em dezembro para pacientes com câncer de mama HER-2 positivo. A Libbs, detentora dos direitos de fabricação no Brasil, transferirá a tecnologia para um laboratório público, o Instituto Butantan, conforme acordo assinado com o Ministério da Saúde.
A produção em fábricas próprias é uma das saídas buscadas pelo Estado para diminuir a dependência tecnológica, a vulnerabilidade frente ao mercado internacional e, principalmente, o peso desses medicamentos sobre os cofres públicos. De acordo com o artigo da SBOC, as drogas biológicas representam hoje apenas 2% de todos os medicamentos comprados pelo Ministério da Saúde mas consomem 41% do orçamento para esse fim.
E o governo sabe que muito mais vem por aí. Ainda segundo o posicionamento da SBOC, existem atualmente 28 de anticorpos monoclonais (biofármacos) disponíveis no mercado para tratamento de câncer com 217 indicações terapêuticas. Além disso, os avanços terapêuticos em oncologia estão cada vez mais focados nessa classe de medicamentos pelo aumento significativo na sobrevivência global de pacientes com câncer e pela sua menor toxicidade em comparação com os quimioterápicos. Estima-se que mais de mil anticorpos monoclonais para câncer estejam atualmente sob investigação. A tendência é que os biossimilares acompanhem esse movimento e surjam opções para todos os princípios ativos com patente expirada. Bevacizumabe e rituximabe são outros exemplos de drogas com biossimilares sendo fabricados em diferentes países, inclusive no Brasil. “O alto custo dos medicamentos oncológicos é um problema mundial e, por isso, há total interesse nos biossimilares”, avalia o Dr. Gustavo Fernandes.
O vice-presidente da SBOC para Relações Nacionais e Internacionais lembra que, diante de tantas novidades, a SBOC coloca-se à disposição do Ministério da Saúde e de toda a sociedade para oferecer informações técnicas e científicas e auxiliar nas decisões relativas a biossimilares. “O objetivo do nosso posicionamento é justamente compartilhar essas recomendações no melhor interesse da saúde e do bem-estar dos pacientes”, ressalta o Dr. Gustavo Fernandes. “Esperamos que o documento sirva de base também para discussões a respeito em outros países da América Latina, já que somos o primeiro a publicar algo nesse sentido”, finaliza.
Diferença entre biossimilar e genérico
Um biossimilar é um produto biológico semelhante ao biofármaco de referência, cujo processo de fabricação não possibilita replicar de forma idêntica a estrutura do original. Portanto, não pode ser descrito como equivalente absoluto à medicação original. Já os genéricos consistem em uma cópia real da estrutura e características das moléculas do medicamento de referência.
Genéricos | Biossimilares |
Estrutura química simples | Molécula biológica complexa |
Entidade única | Mistura homogênea |
Pode ser totalmente caracterizado | Não pode ser totalmente caracterizado |
Baixo potencial de reações imunológicas | Alto potencial de reação imune |
70% de custo menor que o produto de referência | 15% de custo menor que o produto de referência |
Fonte: G.S. Fernandes, C. Sternberg, G. Lopes, R. Chammas, M.A.C. Gifoni, R. Gil, D.V. Araujo. The use of biosimilar medicines in oncology – position statement of the Brazilian Society of Clinical Oncology (SBOC). Braz J Med Biol Res vol. 51 no. 3 Ribeirão Preto 2018
Como a SBOC se posiciona
Introdução de biossimilares
A SBOC é favorável, pois representam uma alternativa viável, segura e econômica para o tratamento de pacientes oncológicos
Comprovação da biossimilaridade
Deve haver evidências suficientes da similaridade na composição química e atividade biológica, por meio de rigorosa validação analítica pré-clínica, seguida de estudos de segurança e eficácia em pacientes (fases clínicas)
Comparação com a referência
Um ensaio clínico que compare o biossimilar e o biofármaco de referência é necessário por meio de equivalência (recomendada) ou teste de não inferioridade, desde que a similaridade tenha sido demonstrada com uma confortável margem de confiança
Extrapolação de uma indicação para outra
Idealmente, deve ser apoiada por evidências científicas de um ensaio clínico randomizado de fase III. No entanto, a SBOC reconhece que tais estudos nem sempre são viáveis para os biossimilares e podem aumentar os custos e prolongar o processo de aprovação de novas indicações. As decisões da autoridade reguladora devem ser tomadas caso a caso
Permutabilidade durante o tratamento
Tanto quanto possível, os pacientes devem utilizar o mesmo medicamento biológico ao longo do tratamento. A permutabilidade só deve ocorrer em condições estritas, incluindo a aprovação do médico assistente, do paciente e sem interferência do farmacêutico
Nomenclatura
Deve haver um sistema de nomenclatura que identifique claramente cada biossimilar para diferenciá-lo do biofármaco de referência e também de outros biossimilares da mesma molécula. Isso é essencial para garantir a prescrição específica por parte do médico, prevenir permutabilidade inadvertida e facilitar o processo de farmacovigilância
Farmacovigilância
Uma vez que os biossimilares não são idênticos, é necessário utilizar a nomenclatura específica para notificar os eventuais efeitos adversos próprios de cada um deles. Os programas de farmacovigilância existentes no Brasil são insuficientes. Os centros de tratamento de câncer em todo o país devem adotar práticas mais rigorosas na notificação de efeitos adversos
Redução de custo
Considerando a possibilidade de desenvolvimento com tecnologia mais nova e a inexistência da fase de descoberta, a estimativa é que representem reduções de custo entre 10% e 35% em comparação com os medicamentos de referência
Fonte: G.S. Fernandes, C. Sternberg, G. Lopes, R. Chammas, M.A.C. Gifoni, R. Gil, D.V. Araujo. The use of biosimilar medicines in oncology – position statement of the Brazilian Society of Clinical Oncology (SBOC). Braz J Med Biol Res vol. 51 no. 3 Ribeirão Preto 2018
A III Gincana Nacional da Oncologia para Residentes tem inscrições abertas até 23 de março. O objetivo da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) é proporcionar um treinamento virtual no diagnóstico e no tratamento multidisciplinar do paciente oncológico. “Esta já é a terceira edição e estamos felizes por consolidar a gincana no nosso calendário anual”, afirma a Dra. Cinthya Sternberg (RJ), diretora executiva. Para a Dra. Clarissa Mathias (BA), que integra a comissão científica da gincana, é muito gratificante unir residentes de todo o Brasil em torno de casos clínicos que estimulam o aprendizado. Também fazem parte da comissão científica a Dra. Clarissa Baldotto (RJ) e o Dr. Rodrigo Munhoz (SP).
A gincana terá início em 2 de abril. Um novo caso será publicado semana sim semana não, sempre às segundas-feiras, às 20h. Serão 12 casos no total, divididos em três blocos. Os residentes vencedores de cada bloco ganharão os seguintes prêmios: 1º lugar – pacote X Congresso Franco-Brasileiro (passagem, hospedagem e inscrição); 2º lugar – inscrição X Congresso Franco-Brasileiro e isenção da anuidade SBOC 2019; 3º lugar – inscrição X Congresso Franco-Brasileiro. O X Congresso Franco-Brasileiro ocorrerá de 20 a 22 de setembro de 2018 no Rio de Janeiro (RJ).
No fim da gincana, será anunciado o ranqueamento geral dos participantes. Aqueles com melhor desempenho na soma de todos os casos serão considerados os vencedores e terão a seguinte premiação: 1º lugar – pacote ASCO 2019 completo (passagem, hospedagem e inscrição); 2º lugar – pacote ASCO 2019 parcial (hospedagem e inscrição); 3º lugar – inscrição ASCO 2019. O ASCO Annual Meeting 2019 ocorrerá em Chicago, EUA, de 31 de maio a 4 de junho.
A pontuação será composta pelo número de acertos e pelo menor tempo de resposta a cada questão. Cada caso terá de uma a cinco perguntas, lançadas no site ao longo da semana.
Veja o que dizem os participantes da edição de 2017:
“A gincana apresenta casos relevantes na prática diária do oncologista clínico e a discussão das condutas terapêuticas mais atualizadas."
Dr. James Crespo, um dos vencedores do terceiro bloco
“Vejo como um desafio a resolução de cada caso clínico e uma oportunidade de interação de residentes com preceptores de diferentes locais do país.”
Dra. Danielle Zacon, 2º lugar no segundo bloco e vencedora do ranking geral
“O reconhecimento é muito gratificante, mas o melhor mesmo é estar sempre se testando e buscando novos conhecimentos.”
Dr. Marcos Nogueira, vencedor do primeiro bloco e 3º lugar no ranking geral
Confira o edital aqui e participe!
Até 16 de março estão abertas as inscrições para o II Oncogenética em Foco: programa internacional para residentes da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Pelo segundo ano consecutivo, a SBOC oferece oportunidade para que os selecionados participem de atividades específicas no The University of Chicago Center for Global Health, nos Estados Unidos. Liderado pela Dra. Funmi Olopade, uma das pioneiras na área, este centro é referência mundial. Os participantes, inclusive, assistirão a uma aula com a especialista.
O programa foi ampliado pela SBOC de três para quatro bolsas, que incluem passagem e hospedagem de 1 a 9 de junho de 2018. Os residentes selecionados também conhecerão o Congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO 2018, 1 a 5 de junho), cumprindo uma agenda exclusiva no evento com líderes na área.
Um dos objetivos do programa da SBOC é incentivar o interesse e a formação em Oncogenética de forma a aumentar a massa crítica entre os oncologistas brasileiros nesta área que tem se destacado cada vez mais na oncologia. “Os cânceres hereditários são altamente relevantes, já que compreendem de 5% a 10% de todos os tumores malignos diagnosticados. A identificação desses casos é fundamental para o planejamento terapêutico personalizado e tem implicações relevantes para prevenção de câncer para os familiares”, diz o edital.
O conteúdo desta segunda edição deve ser ainda mais aprofundado. Os selecionados pela SBOC poderão explorar diferentes contextos, desde a pesquisa básica até reuniões clínicas. Os residentes terão contato com todas as atividades ligadas ao aconselhamento genético de alta qualidade, não só a parte clínica, mas também laboratorial. “Foi uma oportunidade de vivenciar como acontece a inovação científica em um centro de vanguarda, especialmente numa área em que a pesquisa translacional é tão importante”, conta o Dr. Guilherme Nader Marta, um dos participantes do ano passado.
Os interessados devem ler atentamente o edital do programa, estar atentos a todos os documentos necessários e enviar o formulário de inscrição até 16 de março. Saiba mais aqui.
Após exibição de reportagem sobre os avanços da imunoterapia contra o câncer, a Globonews recebeu em seu estúdio o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Sergio D. Simon, para falar sobre como evitar a doença. Em relação à prevenção primária, não fumar foi citada como atitude importante. O oncologista explicou que o cigarro é responsável por 30% de todos os casos de câncer do mundo. O uso de preservativo para impedir a contaminação por HPV também foi enfatizado, assim como não ficar exposto ao sol em horários inadequados.
Assista ao vídeo: https://glo.bo/2C0Yp45