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Equipe Grano

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A Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Angélica Nogueira, e a Diretora Executiva da entidade, Dra. Marisa Madi, participaram nesta terça-feira, 09, em Brasília (DF), da última reunião do ano do

Conselho Consultivo do INCA (CONSINCA) – órgão colegiado que assessora o Ministério da Saúde nas ações de prevenção e controle do câncer.

Em sua participação, Dra. Angélica avaliou 2025 como um ano de "inflexão histórica" no enfrentamento da doença no país, mas reforçou a importância de se dar escala “ao que foi plantado”, garantindo financiamento e monitoramento das ações para que haja impacto real na vida das pessoas.

“Sabemos que transformar políticas em realidade é sempre um caminho complexo, marcado por desafios técnicos, financeiros e operacionais. Mas nenhuma longa travessia se inicia sem a coragem do primeiro passo”, comentou a oncologista.

Segundo a presidente, a SBOC permanece absolutamente disponível para contribuir com ciência, formação, dados, avaliação e construção técnica. “Seguiremos firmes, propositivos e críticos, quando necessário, sempre com o mesmo objetivo: reduzir desigualdades, ampliar acesso e melhorar desfechos em oncologia no Brasil”, enfatizou.

Ocorrida no auditório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), a reunião contou com a presença do diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, Dr. José Barreto Carvalheira; do diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (INCA, Dr. Roberto de Almeida Gil; do coordenador de Equidade, Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas no Brasil, Dr. Jonas Gonseth-Garcia; da assessora do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) Luciana Vieira; entre outros representantes de Sociedades médicas e organizações da Sociedade civil.

Veja a seguir a fala na íntegra da Presidente da SBOC durante a reunião:

WhatsApp Image 2025 12 09 at 13.16.56É com elevado senso de responsabilidade que falo hoje como Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. O ano de 2025 marca, sem exageros, uma inflexão histórica na forma como o Ministério da Saúde passou a enxergar e enfrentar o câncer no Brasil.

Pela primeira vez, vemos uma abordagem técnica e política da real dimensão do câncer como problema de saúde pública. A criação do Departamento de Atenção ao Câncer representou muito mais do que uma mudança administrativa: ela sinaliza estrutura, prioridade e expectativa de continuidade – fundamental no cenário político. A publicação da Portaria da Assistência Farmacêutica em Oncologia, a consolidação da Política Nacional de Cuidados Paliativos e o lançamento do Programa Nacional de Navegação de Pacientes são iniciativas que, embora ainda embrionárias, são absolutamente estruturantes.

Esses projetos organizam o presente e redesenham o futuro do controle do câncer no Brasil. Um alinhamento concreto entre diagnóstico, tratamento, cuidado integral e acesso é fundamental para o enfrentamento da doença que será a 1ª causa de morte no país em 2030. Não há espaço para estratégias amadoras pela dimensão do problema.

A SBOC agradece o deferimento à nossa instituição e a aproximação construída com o Ministério da Saúde ao longo deste ano. Essa abertura ao nosso trabalho foi instrumental. Nossos membros, que estão na linha de frente do cuidado ao paciente com câncer, sentiram-se honrados e aliviado com a real possibilidade de contribuir para políticas públicas que enxerguem o câncer como ele deve ser enxergado: em sua totalidade, do rastreio ao cuidado paliativo, da ciência ao território, da inovação ao SUS.

O lema da SBOC em 2025 foi claro e proposital: vivemos uma verdadeira revolução do tratamento do câncer e não há avanço real sem acesso. E, no Brasil, nós sabemos que não há acesso sem comprometimento total do Ministério da Saúde. Esse comprometimento, pela primeira vez, não foi apenas discursivo — ele foi traduzido em estruturas, portarias, programas e políticas.

Um depoimento pessoal: foi emocionante, como oncologista, viver a entrega dos primeiros ADCs ao SUS em Guarulhos. Sonhei ali ser o início da quebra de uma história de assimetrias inaceitáveis. Entramos em 2026 com uma expectativa legítima de maior colaboração, novos projetos e, sobretudo, de consolidação do que foi iniciado.

Sabemos que transformar políticas em realidade é sempre um caminho complexo, marcado por desafios técnicos, financeiros e operacionais. Mas nenhuma longa travessia se inicia sem a coragem do primeiro passo. O que foi plantado em 2025 precisa agora ganhar escala, financiamento, monitoramento (isto é um papel muito relevante das instituições aqui presentes) e impacto real na vida das pessoas.

A SBOC permanece absolutamente disponível para contribuir com ciência, formação, dados, avaliação e construção técnica. Seguiremos firmes, propositivos e críticos, quando necessário, sempre com o mesmo objetivo: reduzir desigualdades, ampliar acesso e melhorar desfechos em oncologia no Brasil.

Que 2026 seja o ano da execução. Dois mil e vinte cinco mostrou que o caminho existe. Muito obrigada!

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) acaba de lançar Edital para associados ativos interessados em integrarem os Comitês Temáticos e de Especialidades da entidade, como forma de estimular a participação coletiva de seus membros e fortalecer ainda mais a troca de experiências e a colaboração.

Entre as principais atribuições dos Comitês SBOC estão o suporte técnico à Diretoria na criação de projetos e ações da área educacional, elaboração de materiais informativos, campanhas e iniciativas relacionados ao tema de atuação do Comitê. Sempre que solicitados pela diretoria, os membros dos Comitês também podem atuar como porta-vozes junto à imprensa, assim como representantes da SBOC em reuniões com órgãos governamentais ou com outras Sociedades médicas. Ressaltamos, porém, que os membros de qualquer Comitê não representam a SBOC legalmente.

Ao todo são 26 vagas disponíveis, uma para cada Comitê aberto às candidaturas. As inscrições devem ser feitas até 14 de dezembro de 2025, neste formulário.

É pré-requisito para a seleção ser associado ativo da SBOC. Se ainda não for associado, associe-se aqui!

Para associados titulares ativos, é permitida a inscrição em todos os Comitês. Para associados colaboradores ativos (médicos e multiprofissionais), é permitida a inscrição exclusivamente nos Comitês Temáticos, ou seja, os Comitês de Diversidade; Científico; de Lideranças Femininas; de Políticas Públicas; de Tecnologia e Inovação; Multiprofissional; de Adolescentes e Adultos Jovens; de Dados de Vida Real; de Prevenção e Detecção Precoce; Sobreviventes; de Comunicação; e de Jovens Oncologistas.

A vaga no Comitê de Jovens Oncologistas será obrigatoriamente preenchida por um associado titular ativo de até 40 anos e com data limite do término da residência em Oncologia Clínica em 2021 (5 anos de formado).

Leia atentamente o edital e inscreva-se aqui.

EDITAL

Nesta sexta-feira, 28 de novembro, a Presidente Eleita da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Clarissa Baldotto, representou a instituição no segundo dia do seminário Controle do Câncer no Século XXI – desafios globais e soluções locais. O evento, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro (RJ), começou ontem, em referência ao Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado no dia 27.

Ao longo de dois dias, o encontro reuniu pesquisadores brasileiros e internacionais, profissionais de saúde, tomadores de decisão e comunicadores em seis mesas temáticas dedicadas a discutir conquistas, fragilidades e paradoxos do cenário do câncer no Brasil e no mundo, além de seus impactos nos sistemas de saúde.

Dra. Clarissa integrou a mesa que discutiu “Formação Profissional e Prática no Cuidado Oncológico” e falou sobre possibilidades de mudança e perspectivas na formação dos profissionais de saúde.

Ela destacou a importância de discutir a formação de especialistas em oncologia, especialmente diante do aumento global dos casos de câncer. “Se olharmos um retrato do que vem acontecendo em pesquisa clínica, os estudos em oncologia predominam. Então é improvável que um médico, no futuro, não precise lidar com a doença ou trabalhar com inovação, desenvolvimento tecnológico e tudo que estamos falando aqui”, disse. “A gente pensa em formar médicos para a assistência, mas é importante lembrar que também formamos profissionais para a produção de conhecimento”, adicionou.

Mesmo sendo uma especialidade complexa, Dra. Clarissa reforçou que a multidisciplinaridade é essencial para uma boa formação. “É muito desafiador se formar em oncologia. Por isso falamos tanto da graduação e da residência médica, mas elas não existem sem formação multidisciplinar e educação continuada. É uma área em que o conhecimento muda a cada minuto”, pontuou.

Em 2020, a SBOC produziu o artigo “Educação oncológica nas escolas médicas brasileiras”, que apontou uma lacuna na formação em oncologia na graduação médica no país. O estudo analisou programas curriculares e planos pedagógicos das escolas de medicina, avaliando a oferta de disciplinas de oncologia.

“No artigo, conseguimos observar 254 faculdades. A distribuição é heterogênea, com predominância no Sudeste. Há um equilíbrio entre instituições públicas e privadas que oferecem ensino de oncologia”, introduziu Dra. Clarissa. “As ligas de oncologia têm substituído a oferta de certas disciplinas dentro da faculdade. Precisamos olhar por que os alunos estão buscando fora do que as instituições oferecem e, talvez, promover transições dentro da graduação”, analisou.

Entre os desafios identificados pela SBOC na graduação estão a falta de profissionais capacitados, dificuldade de integração multidisciplinar no currículo, conflitos de práticas e opiniões entre profissionais, disparidades no acesso a tecnologias, definição de currículo mínimo e necessidade de uma abordagem multidimensional.

A residência médica também enfrenta gargalos. “Olhando para a residência, a distribuição é semelhante, concentrada nos eixos Sul e Sudeste. Houve um aumento importante no número de vagas ao longo dos anos, mas ainda temos 455 vagas ociosas em 2025. Precisamos ficar de olho no mercado e observar o que o profissional está buscando na oncologia clínica”, explicou Dra. Clarissa.

A Presidente Eleita também mencionou o Título de Especialista em Oncologia Clínica (TEOC), emitido anualmente pela SBOC e pela Associação Médica Brasileira (AMB), que neste ano registrou 311 inscritos. “Estamos profissionalizando o processo, com workshops e cursos para quem aplica para o Título. Nossa meta é evoluir para a prova de progresso. Estamos trabalhando para que o TEOC seja feito nesse formato”, antecipou.

A SBOC mantém diversas iniciativas voltadas a educação continuada e ao desenvolvimento da carreira, como a atualização do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínia (PROC), a expansão do Programa de Pesquisa Clínica, o acesso a Biblioteca Virtual, entre outros. Entre as novidades, está a nova plataforma educacional da entidade.

“A OncoAcademy, criada este ano, é mais um projeto da SBOC na busca por fortalecer essa formação, com o intuito de firmar parcerias com outras entidades, oferecer atualização científica, preceptoria a distância e programas de mentoria. É um desafio, mas queremos a melhoria dos nossos profissionais”, finalizou Dra. Clarissa.

O seminário também contou com a presença do Ministro da Saúde, Dr. Alexandre Padilha, do diretor do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e ex-presidente da SBOC (Gestão 2003-2005), Dr. Roberto Gil, do coordenador do Comitê de Diversidade da SBOC, Dr. Jessé Lopes, da Presidente do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC-Abrale), Dra. Catherine Moura, entre outras autoridades.

 

No Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado em 27 de novembro, a presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Angélica Nogueira, participou ao vivo do telejornal Conexão Record News para comentar dados que atestam maior incidência de diagnóstico tardio de câncer no Brasil e em pessoas mais jovens, em específico câncer colorretal.

Durante a entrevista, a oncologista comentou a pesquisa divulgada ontem pela Fundação do Câncer, que revela que 60% dos diagnósticos no país ainda chegam em estágio avançado, a partir da análise de 177 mil casos registrados entre 2013 e 2022.

Dra. Angélica destacou a urgência de fortalecer as políticas de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce, fundamentais para aumentar as chances de cura e reduzir a mortalidade.

Assista aqui

 

A Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Angélica Nogueira, e a Presidente Eleita da entidade, Dra. Clarissa Baldotto, participaram hoje, 26 de novembro, em São Paulo (SP), da II Oficina de Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACONs), realizada pelo Ministério da Saúde.

O evento também marcou a realização do II Encontro de Instituições Oncológicas Latino-Americanas e do I Seminário Internacional de Redes Oncológicas. No encontro, os representantes do Executivo apresentaram o atual cenário da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, e o objetivo de integrar os hospitais habilitados como CACONs, fortalecendo o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Rede de Prevenção e Controle do Câncer (RPCC), por meio da qualificação da atuação dos Centros e das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACONs).

“Queremos reafirmar o compromisso de garantir a integralidade do cuidado, com ampliação do acesso oportuno, tratamento em tempo hábil e melhoria da qualidade da assistência oncológica. Nossa força está no coletivo”, declarou o Secretário de Atenção Especializada à Saúde (SAES), Dr. Mozart Sales.

Já o Coordenador do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério, Dr. José Barreto Campello Carvalheira salientou que o Brasil está na vanguarda dos cuidados oncológicos com a estruturação da RPCC. “Os primeiros passos foram dados, as regulamentações estão prontas e quem tem que dar a cara dessa Rede somos nós. O principal programa do Governo é o Agora Tem Especialistas e a RPCC faz parte dessa consolidação”, disse.

“A participação da SBOC na Oficina reafirma a posição da entidade como articuladora da oncologia brasileira, atuando em parceria com o Governo e demais instituições da sociedade civil”, afirmou Dra. Angélica. “Colaboramos com a visão técnica de quem está na linha de frente do cuidado e deixamos a entidade à disposição das autoridades para manter uma política robusta de tratamento oncológico no Brasil”, completou.

Recentemente, SBOC, Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) assinaram, em Belém (PA), em meio às atividades da Conferência das ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), um memorando de entendimento entre as instituições para uma colaboração técnico-científica sobre as diretrizes e a organização da oncologia no Brasil.

Segundo a Presidente Eleita da entidade, Dra. Clarissa, o ato foi a formalização de um processo de aproximação entre as instituições que já tem ocorrido. “Não apenas estamos presentes nos principais fóruns de discussões sobre o cuidado oncológico, como, desde agosto, temos nos reunido em um Comitê de Assessoramento para suporte voltado à ampliação do acesso a tecnologias diagnósticas e terapêuticas”, pontuou.

Também participaram do encontro autoridades como Dr. Roberto de Almeida Gil (Diretor do Instituto Nacional de Câncer e Ex-Presidente da SBOC), Dr. André Longo (Diretor-presidente da Agência Brasileiro de Apoio à Gestão do SUS), Bruna Nascimento (consultora da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde), Dr. Ricardo Vianna (Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Letícia Motta (Secretaria de Atenção Primária à Saúde) Lumena Furtado (Diretora de Atenção à Saúde da EBSERH), Dr. Clóvis Klock (Presidente da Sociedade Brasileira de Patologia), Dra. Carina Potamianos (Sociedade Brasileira de Radioterapia), e Dr. Victor Piana (CEO do A.C. Camargo).

 

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) promove, até 26 de outubro, a Consulta Pública (CP) Nº 98.

A tecnologia avaliada é:

Pertuzumabe em combinação com trastuzumabe e quimioterapia

Indicação: tratamento neoadjuvante de pacientes com câncer de mama HER2-positivo inicial

O Grupo Instituto do Câncer Brasil (ICB) está com oportunidades abertas para oncologistas clínicos interessados em atuar em unidades de referência no Vale do Paraíba e Litoral Norte (SP). As vagas são para Caraguatatuba, no Hospital Regional do Litoral Norte, com carga horária de 40 horas semanais em regime ambulatorial, e para Jacareí, no Hospital São Francisco de Assis, com 1-3 períodos semanais em regime ambulatorial. A remuneração é competitiva, acima da média de mercado, com horários flexíveis e possibilidade de crescimento profissional em um ambiente multiprofissional e colaborativo. Interessados devem entrar em contato com o Dr. Eduardo Zucca pelo WhatsApp (12) 99670-6805 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

O livro “A História da Mulher na Medicina”, organizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), pode ser adquirido com valor reduzido diretamente neste link. Escrita de forma colaborativa por 50 mulheres, sendo 45 autoras e 5 editoras, a obra reúne diferentes perspectivas sobre a atuação feminina na evolução da medicina ao longo dos séculos.

O projeto é mais uma iniciativa da SBOC em prol da equidade de gênero e reconhecimento das contribuições históricas das mulheres na área da saúde.

O lançamento oficial do livro aconteceu no dia 05 de novembro na sede da Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro (RJ), em uma cerimônia que integrou a programação prévia ao Congresso da SBOC.

Na ocasião, foram detalhados o processo editorial e a proposta de registrar, em um único volume, trajetórias que ajudam a entender como mulheres transformaram práticas e espaços da medicina.

Leia aqui reportagem sobre o lançamento do livro e veja a seguir um vídeo com os melhores momentos do evento.

 

*O Ministro da Saúde, Dr. Alexandre Padilha; a Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira; e o Diretor da OPAS, Dr. Jarbas Barbosa.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) assinaram, na última sexta-feira, 14, em Belém (PA), um memorando de entendimento entre as instituições para uma colaboração técnico-científica sobre as diretrizes e a organização da oncologia no Brasil.

A assinatura foi realizada pela Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira, e pela Chefe de Gabinete da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, Renata Reis, durante evento do Instituto Evandro Chagas (órgão ligado ao Ministério) em meio à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). Horas antes, Dra. Angélica também esteve com o Ministro da Saúde, Dr. Alexandre Padilha, e o Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde, Dr. Jarbas Barbosa.A oncologista clínica celebrou a novidade, definindo como ato de responsabilidade realizar cooperações desta natureza em um país que convive com 700 mil novos casos de câncer ao ano.

“A SBOC vem participando, nos últimos anos, de diversas ações do Ministério. Entendemos que esse é um reconhecimento da expertise técnica dos membros da Sociedade”, afirmou Dra. Angélica. “Reconhecemos que as ações da Pasta não têm precedentes na saúde pública, principalmente com a criação de uma Política Nacional para enxergar o câncer em sua plenitude e não de forma fragmentada”, completou.

O estabelecimento dessa parceria já tinha sido adiantado pelo Secretário de Atenção Especializada à Saúde, Dr. Mozart Sales, durante as atividades do XXVI Congresso Brasileiro de Oncologia. “Vamos aprofundar ainda mais essa parceria e temos um conjunto de metas e resultados para alcançar ainda em 2025. Seguramente teremos muita força para 2026”, declarou na ocasião (Veja vídeo abaixo).

Essa é a formalização de um processo que já vinha ocorrendo com regularidade. Desde agosto deste ano, a SBOC e o Ministério da Saúde têm se reunido com frequência em um Comitê de Assessoramento para suporte técnico e científico voltado à ampliação do acesso a tecnologias diagnósticas e terapêuticas em oncologia.

Estão entre os objetivos da parceria: estruturar planos de trabalho com metas, indicadores e resultados; promover o intercâmbio de conhecimentos e experiências para subsidiar políticas públicas; colaborar na elaboração e atualização de diretrizes clínicas, protocolos e linhas de cuidado; fomentar a capacitação e a educação permanente de profissionais que atuam com oncologia no SUS; apoiar o desenvolvimento de pesquisas e a gestão de informação.

SBOC na COP30

Dra. Angélica Nogueira e Dra. Marisa Madi estiveram em Belém a convite do Ministério da Saúde. No dia 14 de novembro, a Presidente da SBOC participou, também no Instituto Evandro Chagas, de evento que tratou dos “Povos tradicionais e vulnerabilização climática: desafios para o rastreamento do câncer cervical”.

No mesmo dia, as representantes da Sociedade estiveram na inauguração do Museu do Instituto Evandro Chagas, onde se reuniram com a Diretora do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena, Putira Sacuena, e o Secretario de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Ricardo Weibe Tapeba.

A atuação da SBOC na COP 30 se alinha à sua política ESG, que integra responsabilidade ambiental, inclusão social e governança ética para promover um cuidado oncológico mais sustentável, equitativo e preparado para os desafios do futuro.

Dra. Angélica Nogueira e Dr. Mozart Sales anunciam cooperação durante o Congresso SBOC 2025:

 

 

A Folha de S. Paulo publicou uma reportagem sobre o impacto do racismo no diagnóstico tardio de câncer, trazendo à tona o relato de Lea Silva, técnica em logística que enfrentou anos de barreiras para conseguir atendimento médico após encontrar um nódulo na mama. A matéria destaca o Guia de Diversidade da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), lançado no começo de novembro para apoiar profissionais de saúde no enfrentamento de preconceitos estruturais que produzem desigualdades no cuidado oncológico.

Lea compartilhou sua trajetória no painel sobre diversidade do 28º Congresso Brasileiro da SBOC, realizado de 6 a 8 de novembro no Rio de Janeiro.  Contou como episódios de negligência e vieses raciais retardaram seu diagnóstico. O testemunho reforça a urgência de incorporar práticas antidiscriminatórias na rotina assistencial, eixo central do guia elaborado pelo Comitê de Diversidade da SBOC.

Na reportagem, a oncologista Jesse Lopes, integrante do Comitê de Diversidade da SBOC, enfatiza: “O guia traz a apresentação do problema e as propostas de mudanças e estratégias.” Ele destaca que o material orienta profissionais sobre como identificar e corrigir comportamentos que reproduzem desigualdades no atendimento a pessoas negras, indígenas, LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência.

A oncologista Abna Vieira, também do Comitê de Diversidade da SBOC, reforça na matéria a importância de reconhecer e nomear essas barreiras: “O preconceito existe e o racismo, quando se fala de populações minorizadas, pode ser estrutural, institucional e interpessoal.”

Segundo a médica, o guia promove reflexões necessárias para transformar esse cenário, oferecendo ferramentas práticas para melhorar a comunicação clínica e ampliar o cuidado centrado no paciente.

Confira a matéria na integra.

 

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