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O último dia de Congresso SBOC 2025, este sábado, 8, marcou o lançamento oficial da Plataforma de Pesquisa Clínica em uma das arenas científicas do evento. A novidade foi anunciada na Sessão Plenária, mas ganhou uma sessão dedicada ao tema, explicando mais sobre os objetivos e o funcionamento da iniciativa.
Trata-se de uma plataforma de estudos clínicos em câncer no Brasil, criada para ser simples, direta e atual. É possível realizar buscas filtrando por câncer de interesse, estado ou região. Os resultados recebem indicações de número e status de recrutamento dos centros responsáveis pelo estudo.
A inovação da plataforma é o fato de ela ser colaborativa. Durante as buscas, os usuários podem alterar e adicionar informações que identifique necessárias, bem como apontar centros que não estejam identificados na plataforma. Todas as sugestões enviadas são validadas antes de serem atualizadas no site.
Confira tutorial de como acessar a plataforma e vídeo com uma breve explicação sobre a Plataforma, gravado pelo oncologista clínico e Dr. Felippe Lazar Neto, um dos desenvolvedores do projeto:
Chegou ao fim o Congresso SBOC 2025. Com mais de com 90 sessões científicas, mais de 360 palestras, aulas e workshops e cerca de 450 palestrantes, os três dias de evento tiveram aproximadamente 4.000 participantes. Ao longo deste último dia, ainda houve muitos momentos de destaque.
Um deles foi o lançamento da 2ª edição do Manual de Tratamento Sintomático em Cuidados Paliativos, realizado pelo Comitê de Cuidados Paliativos e Suporte da SBOC. O material de referência serve de apoio a oncologistas e demais profissionais de saúde na tomada de decisão, favorecendo o controle efetivo dos sintomas e promovendo uma abordagem integral e centrada no paciente e sua família. Segundo o Comitê, os cuidados paliativos, integrados desde o início da trajetória oncológica, reafirmam o compromisso com a dignidade, o conforto e a qualidade de vida.
Outro momento importante foi a Joint Session realizada com a Associação Médica Brasileira, que focou no tema “Educação contribuindo para inovação e acesso”. A sessão foi coordenada pela Presidente Eleita da SBOC, Dra. Clarissa Baldotto, e contou com a presença da Vice-Presidente (Sudeste) da entidade nacional, Dra. Claudia Navarro Carvalho Duarte Lemos.
A pesquisadora e astrônoma Dra. Rosaly Lopes teve mais uma participação de destaque na programação, durante a mesa de Lideranças Femininas, coordenada por Dra. Gisah Guilgen, coordenadora do Comitê homônimo na SBOC. Desta vez, ela focou no papel das mulheres na liderança científica.
Todas as integrantes do Comitê foram palestrantes ou debatedoras na sessão: Dra. Clarissa Mathias, Dra. Andreia Melo, Dra. Abna Vieira, Dra. Daniela Rosa e Dra. Larissa Gomes. Assim como a facilitadora do Comitê e Presidente de Honra da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho, e a Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira.
Reforçando a ideia que a discussão sobre gênero tem de ter participação de todos, os oncologistas clínicos Dr. André Sasse, Dr. Jorge Sabbaga e Dr. Max Mano foram convidados a participarem do debate após as apresentações.
Também foi realizada uma reunião de trabalho entre os membros da Aliança Latino-Americana das Sociedades de Oncologia Clínica (ALAS), que reúne entidades de toda a região. A criação oficial do grupo foi anunciada no segundo dia de Congresso SBOC, durante a plenária. Agora, as instituições estão planejando os próximos passos para unir esforços em prol da especialidade e do controle do câncer na região.
Pitches das startups
A SBOC selecionou – por meio de edital – quatro startups para exporem seus trabalhos em estande do Congresso. Neste sábado, elas puderem apresentar pitches em uma sessão dedicada a interação das empresas tecnológicas com os oncologistas clínicos e demais profissionais envolvidos com o cuidado oncológico.
Presidente do Comitê Científico do Congresso SBOC 2025, Dr. William William reforçou que essa foi uma iniciativa para trazer elementos que refletissem o tema do Congresso – “Inovação a serviço do acesso” – para dentro da programação científica do evento.
A sessão foi liderada por Dr. Pedro Henrique de Araujo, coordenador do Comitê de Tecnologia e Inovação da SBOC. Ele reforçou a necessidade de os médicos estarem cada vez mais próximos da discussão tecnológica para que possam acompanhar as novidades e discuti-las. "Se a gente quer desenvolver a inteligência artificial ou qualquer outra ferramenta que pode aumentar e melhorar o que fazemos, temos que procurar ativamente o envolvimento com o tema", declarou.
As empresas participantes foram: WeCancer (camada digital que conecta equipes de saúde e pacientes além do consultório), HaisTech (healthtech especializada em inteligência artificial aplicada à saúde), Hi! Healthcare Intelligence (healthtech que auxilia sistemas de saúde na gestão de custo-efetividade em tratamentos de alto custo) e Moka Info (empresa especializada em extrair dados complexos de diversas fontes do mundo real).
Sessão Plenária com convidados especiais, entrega dos Prêmios SBOC 2025, lançamento da Aliança Latino-Americana de Sociedades de Oncologia Clínica, da Academia Nacional de Oncologia e da OncoAcademy, mesa com representantes regionais e lideranças da SBOC, lançamentos de guias e livros. Esses foram alguns dos momentos de destaque do 2º dia de Congresso SBOC 2025. Confira os melhores momentos no vídeo!
O tema do Congresso SBOC 2025, “Inovação a serviço do acesso”, esteve em pauta sob duas óticas distintas na sessão Plenária do evento, realizada na tarde desta sexta-feira, 7. Por um lado, a astrônoma Dra. Rosaly Lopes falou sobre o que missões especiais podem ensinar sobre inovação; enquanto Dr. Richard Sullivan abordou como incorporar inovações em sistemas de saúde universais.
Vinda dos Estados Unidos, a pesquisadora de geologia planetária e vulcanologia Dra. Rosaly realizou atividades nas missões planetárias Galileo (orbitou Jupiter) e Cassini-Huygens (orbitou Saturno). Por sua atuação, recebeu diversos prêmios, além de ter sido mencionada no Guiness Book of Records em 2006 por descobrir 71 vulcões ativos na superfície de Io, lua de Júpiter.
Entre diversos exemplos, a especialista listou algumas tecnologias desenvolvidas pelas agências especiais que reverberaram na medicina, sobretudo na tentativa de aumentar resolução de imagens para estudar superfícies de outros planetas. “Esse avanço de resolução de imagens foi posteriormente utilizado em aparelhos de tomografia. Muitos sensores wearables de saúde também foram criados para monitorar os astronautas e hoje são utilizadas em iniciativas de medicina”, afirmou.
Dra. Rosaly também ressaltou que os satélites e missões espaciais têm importância para o monitoramento de poluição, da qualidade do ar, da movimentação de animais e para o rastreio de doenças, impactando diretamente na medicina.
Autoridade global em incorporação de inovações, o Dr. Richard Sullivan é Professor de Câncer e Saúde Global no King's College London, onde dirige o Instituto de Política do Câncer e o Centro de Pesquisa em Conflitos e Saúde. Ele atua como consultor sênior em doenças não transmissíveis para a Organização Mundial de Saúde e lidera o programa de câncer do Banco Mundial.
Sua palestra focou em como manter a inovação acontecendo de forma contínua ao mesmo tempo em que haja justiça social na distribuição desses novos recursos. “Temos cada vez mais tecnologias incorporadas e, por isso, o custo da saúde está crescendo muito. O preço das inovações está, ou já é, se tornando insustentável para os sistemas universais de saúde”, defendeu.
Ele lembrou que na oncologia, os vetores de preço, custo e valor são complexos e relativos. “Por isso, precisamos entender que os sistemas têm limites econômicos, mas com questões possíveis de serem adereçadas se houver desejo de reestrutura as políticas de saúde e os nossos serviços e sistemas.
Lançamentos especiais
Após as palestras, foram anunciados alguns projetos especiais capitaneados pela SBOC. O primeiro deles foi a OncoAcademy, nova plataforma educacional da entidade que irá reunir, integrar e apresentar conteúdos de forma dinâmica. Nela estarão os materiais mais importantes – em áudio e vídeo – produzidos pela Sociedade, além de novos cursos e conteúdos exclusivos planejados para plataforma, funcionando como um hub de aprendizado com acesso direto às Diretrizes e à Biblioteca Virtual.
O evento também marcou o lançamento oficial da Aliança Latino-Americana de Sociedades de Oncologia Clínica, ou Alianza Latinoamericana de Sociedades de Oncología Clínica (ALAS), iniciativa que reúne sociedades médicas de oncologia de toda a América Latina. Criada em 2025, a entidade nasceu a partir de uma série de encontros presenciais e virtuais entre representantes da região, que identificaram a necessidade de unir esforços em prol da especialidade e do controle do câncer. Representantes de mais de 10 países latino-americanos estiveram presente na cerimônia e assinaram oficialmente o acordo de fundação.
Por fim, a Presidente da SBOC anunciou um projeto de resgate e preservação da memória da especialidade: a Academia Nacional de Oncologia. O primeiro projeto da entidade será a redação do livro “SBOC 45 Anos”, em 2026, que será capitaneado por Dr. Sérgio Simon, ex-presidente da SBOC na Gestão 2017-19.
Prêmios SBOC 2025
Por fim, foram homenageados os vencedores dos Prêmios SBOC 2025 que já haviam sido anunciados. Também houve o anúncio do vencedor do Prêmios SBOC de Ciências, entregue ao melhor trabalho submetido ao Congresso. A ganhadora foi Lívia Luiza Pinaso, pelo trabalho “Impacto do mosaicismo somático nas características clinicopatológicas do câncer de mama HR+/HER2”.
Os demais homenageados foram:
FIP 2025
Também foram anunciados os contemplados do Fundo de Incentivo à Pesquisa (FIP), que visa apoiar o desenvolvimento de estudos e projetos de pesquisa a serem iniciados ou em andamento, no campo da oncologia. Foram concedidos os tradicionais três grants, além de um quarto adicional financiado por parte da renda obtida com a Confraternização da SBOC.
Entre os destaques da manhã deste segundo dia do Congresso SBOC 2025 está o lançamento do “Guia de Diversidade” da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. O material foi produzido pelos membros do Comitê de Diversidade da entidade e tem como objetivo proporcionar letramento aos oncologistas sobre barreiras no acesso à saúde que enfrentam pacientes negros, indígenas, com deficiência e LGBTQIAPN+.
Conforme relato do coordenador do Comitê de Diversidade, Dr. Jessé Lopes, essa é uma ideia que tem sido pensada desde que o grupo surgiu, em 2023. Ele afirmou que, nesse intervalo, o Comitê tem ganhado cada vez mais espaço na Sociedade, tendo realizado um Workshop de Diversidade neste ano para debater como essas populações enfrentam dificuldades desde o acesso à informação até os cuidados paliativos.
“Estamos apresentado esse problema para a sociedade e buscando soluções, como campanhas perenes que possam causar impacto positivo e reduzir iniquidades. Sabemos que negros, indígenas, pessoas LGBTQIAPN+ e PCDs têm piores desfechos por conta dessas barreiras”, declarou Dr. Jessé.
Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira também participou do lançamento, quando parabenizou o empenho do Comitê para organizar e distribuir essa publicação. “O Workshop já tinha sido muito produtivo e, agora, temos esse Guia. Esperamos que esse não seja um marco apenas para a SBOC, mas também para outras sociedades, para que possamos caminhar nesse letramento”, declarou.
Dra. Abna Sousa Vieira, uma das fundadoras do Comitê, ressaltou que a intenção deste Guia não é esgotar o assunto. Pelo contrário, a ideia é que o documento sirva como um pontapé e que seja aprimorado de forma colaborativa, por meio dos feedbacks dos leitores.
Dra. Ana Amélia Almeida, também membro do Comitê, conclamou os colegas para que sejam multiplicadores dos temas abordados no Guia “Falar de diversidade não é exclusividade das minorias, mas uma responsabilidade de todos. Que o documento seja uma ferramenta para que todos que sintam necessidade tenham instrumentos para abordar o tema. Estamos percebendo no Congresso SBOC 2025 que o assunto está ‘furando a bolha’”, disse.
A SBOC e Você
A diversidade regional também foi abordada na sessão A SBOC e Você. A primeira metade da sessão contou com palestras dos Representantes Regionais da entidade, que abordaram sob suas perspectivas locais diferentes temas relacionados à oncologia.
Participaram como palestrante: Dr. Gustavo Bretas (Survey nacional sobre CACONs e UNACONs, desafios e pontos fortes), Dra. Marina Vasco (Eventos científicos regionais da SBOC) e Dr. Gustavo Vasili (Soluções regionais de sucesso no SUS). Como moderadores estiveram Dr. Uirá Resende, Dra. Pamela Almeida e Dr. Aubrey Cabral.
Na segunda metade, houve um momento especial para que os associados da SBOC presentes pudessem conversar com a liderança da entidade, para uma troca de experiências, dúvidas e sugestões. Formaram a mesa da Sociedade: Dra. Angélica Nogueira (Presidente da SBOC), Dr. William William (Presidente da Comissão Científica do Congresso), Dra. Clarissa Baldotto (Presidente Eleita da SBOC) e Dra. Marisa Madi (Diretora Executiva da SBOC).
Livro “Os códigos do câncer”
Na parte da tarde, a associada SBOC em Minas Gerais, Dra. Nara Rosana Andrade lançou o livro “Os códigos do câncer: A nova era da medicina inteligente” no estande da Sociedade. A obra trata do avanço da medicina contemporânea ligado à incorporação de novas tecnologias, que têm transformado tanto a pesquisa quanto a prática clínica.
Os capítulos exploram áreas estratégicas da transformação digital e científica em saúde: ciências de dados, inteligência artificial, big data, telemedicina e biópsia líquida. A obra reflete o estado da arte desses temas, destacando aplicações práticas, impactos clínicos e perspectivas futuras para o cuidado dos pacientes oncológicos e de outras especialidades.
Segundo a autora, a obra sintetiza o impacto das tecnologias emergentes sobre a prática médica, especialmente no campo da oncologia. “Ao reunir ciência de dados, inteligência artificial, big data, telemedicina e biópsia líquida, o livro oferece uma visão integrada e prospectiva do futuro da medicina. Sua leitura é indicada para médicos, pesquisadores e profissionais de saúde interessados em compreender e aplicar as ferramentas que moldarão a próxima geração do cuidado em saúde”, disse Dra. Nara.
Debates científicos que irão moldar o futuro da oncologia brasileira, lançamento de livros e guias, workshops, aulas, palestras, cerimônias especiais... essas foram apenas algumas das sessões especiais que aconteceram no 1º dia de Congresso SBOC 2025 e da V Semana Brasileira da Oncologia. Confira os melhores momentos!
O estande da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica foi palco, nesta quinta-feira, 6 de novembro, de dois importantes lançamentos editoriais: o “Guia de Terapia Hormonal e Anticoncepção nas Mulheres Com e Sem Histórico de Câncer”, de autoria dos especialistas da entidade, e o “Isso Causa Câncer? Aquilo Evita?”, de autoria da oncologista clínica associada à SBOC, Dra. Kítia Perciano.
O Guia de Terapia Hormonal tem como objetivo oferecer recomendações práticas e baseadas em evidências para o manejo da terapia hormonal e de suas alternativas em sobreviventes de câncer de mama e ginecológico, bem como em pacientes com menopausa induzida por tratamento oncológico. O documento busca apoiar profissionais de saúde na tomada de decisão clínica, promovendo uma abordagem segura, multidisciplinar e orientada à melhoria da qualidade de vida.
Para a Diretora da SBOC e uma das autoras do material, Dra. Daniele Assad, é muito importante abordar esse tema. “Muitos tratamentos oncológicos levam a uma menopausa precoce e há também casos de mulheres com câncer de mama e alguns tumores ginecológicos que não podem usar a terapia hormonal”, introduziu.
“Nesse Guia, falamos sobre a terapia hormonal em mulheres sobreviventes de câncer, quem pode e quem não pode usar, nas alternativas para quem não pode usar, e também sobre a anticoncepção, que também tem relação hormonal”, completou Dra. Daniele.
Já o “Isso Causa Câncer? Aquilo Evita?”, na definição de sua autora, traz dicas simples, amparadas em evidências científicas, comunicadas por fácil entendimento. A leitura conversa com as pessoas, dando dicas rotineiras de meios para evitar o câncer. E a segunda parte do livro fala sobre o estilo de vida, que é o fator de maior importância para evitar o câncer, segundo Dra. Kítia.
“Por fim, a terceira parte é para quem está em tratamento. Fala de todas as orientações, dúvidas, os efeitos colaterais dos tratamentos, os problemas e também como se portar. Dando força desde o diagnóstico até quando acaba o tratamento e como será a vida depois do câncer”, concluiu a oncologista clínica.
No primeiro dia de Congresso, também foi realizada a etapa final do Code4Cancer, um Hackathon organizado pela SBOC. A iniciativa é uma maratona colaborativa, com profissionais de diferentes áreas, para encontrar soluções tecnológicas inovadoras nas áreas de rastreamento e diagnóstico precoce do câncer.
Na fase inicial, mais de 200 participantes se dividiram em grupos e atuaram por 48h ininterruptas no desenvolvimento desses projetos. Cinco equipes participaram da segunda fase, após serem as mais votadas de 30 equipes iniciais por um júri selecionado.
Nesta decisão, elas apresentaram um pitch para uma nova banca, formada pelos membros: Dra. Clarissa Baldotto (Presidente Eleita da SBOC), Dr. William William (Presidente da Comissão Científica do Congresso SBOC), Dra. Daniele Assad (Diretoria SBOC), Dra. Danielle Laperche (Diretoria SBOC), Dr. Raphael Haddad (Mentor da InovaHC)e Dra. Cinara Prata Soares (gerente da Boehringer Ingelheim).
Os vencedores foram:
O primeiro lugar recebeu um prêmio no valor de R$ 10 mil. Enquanto os demais selecionados ganharam prêmios de R$ 5 mil.
Dr. William William celebrou a realização do encontro, desejando que hackathons se tornem perenes na área da oncologia clínica. “Queríamos trazer inovação para o Congresso e espero que esse seja o início de uma tradição, que tem sido um sucesso. Estamos levando isso a sério e a SBOC se compromete a apoiar soluções que julgue que podem ter impacto positivo na oncologia”, afirmou.
As inscrições foram gratuitas e abertas a profissionais de diferentes áreas: desenvolvimento de aplicativos web/mobile, design web/gráfico, gestão de negócios, comunicação e saúde. Não era necessário ter experiência em programação.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) lançou, nesta quarta-feira, 4 de novembro, o livro “A História da Mulher na Medicina”, um registro inédito sobre a trajetória de mulheres que transformaram a medicina em todo o mundo, de curandeiras e parteiras na antiguidade a cientistas laureadas e líderes de instituições contemporâneas. A cerimônia foi realizada na sede da Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro (RJ).
A obra reúne textos de médicas e pesquisadoras brasileiras e perfis de figuras históricas que desafiaram as barreiras de gênero em um campo tradicionalmente masculino. “Este é um livro que nasce do desejo de resgatar, reconhecer e celebrar a trajetória das mulheres da medicina, enquanto vivemos um momento histórico na SBOC, com três mulheres na presidência consecutivamente, além de uma diretora executiva”, introduziu a Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira.
No seu entendimento, reconhecer a carreira dessas mulheres é fundamental para inspirar novas gerações e consolidar a liderança feminina como força estruturante da medicina contemporânea. “Essas pesquisas são um retrato coletivo de coragem e inovação. Cada texto deste livro é um testemunho de resistência”, completou Dra. Angélica.
Ex-Presidente da SBOC (Gestão 2019-21), Dra. Clarissa Mathias também participou da cerimônia. A sua contribuição foi reconhecida durante a cerimônia, por ter sido a segunda mulher a ocupar a presidência da Sociedade em quatro décadas de existência, à época. “Criamos o Comitê de Lideranças Femininas naquela gestão, implementando políticas para promover igualdade de gênero que criaram estruturas de apoio para ações contínuas, que agora chegam ao lançamento desse livro”, declarou a oncologista.
A História da Mulher na Medicina
O livro é dividido em nove capítulos. Os primeiros percorrem a história da presença feminina na medicina mundial, latino-americana e brasileira, apresentando desde Peseshet, considerada a primeira médica conhecida do Egito Antigo (2700 a.C.), e Metrodora, autora bizantina de um tratado sobre doenças femininas, até as brasileiras que abriram caminho nas universidades e hospitais no século XX, como Nise da Silveira.
Como explicou a Presidente Eleita da SBOC, Dra. Clarissa Baldotto, durante o lançamento, na obra é aprofundada a discussão sobre os obstáculos enfrentados pelas mulheres na conquista e permanência em espaços de liderança na medicina.
São abordados temas como o assédio moral e sexual, que evidenciam a naturalização da violência simbólica e a cultura do silêncio; o “teto de vidro”, que simboliza as barreiras invisíveis que ainda limitam o avanço das mulheres em cargos de decisão; e a síndrome da impostora, sentimento recorrente entre profissionais que, apesar dos méritos, questionam a própria capacidade.
O livro também examina as disparidades salariais e de representatividade, revelando como a desigualdade de remuneração e a subrepresentação feminina em cargos de comando perpetuam o desequilíbrio estrutural na medicina.
“Impossível achar que vamos inovar, se não conhecemos a história. Com essa estrutura, trazemos ideias do passado para que possamos evoluir no futuro. Esses capítulos nos ajudam a refletir e ter esperança, além de pensar no futuro da medicina sob a perspectiva feminina. Que o livro inspire homens e mulheres para tornar a profissão mais plural e justa”, declarou Dra. Baldotto.
Os capítulos finais ampliam o debate, apontando para os desafios contemporâneos da liderança feminina e a importância da equidade de gênero como princípio estruturante da prática médica. Entre as homenageadas – como citou a Presidente de Honra da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho – estão Marie Curie, Rosalind Franklin, Virginia Apgar, Elisabeth Kübler-Ross, Cicely Saunders, Jane Cooke Wright e Gerty Cori, algumas das mulheres que revolucionaram áreas como a oncologia, genética, psiquiatria e cuidados paliativos.
“Essas foram médicas pioneiras, arquitetas de um novo tempo, em um cenário que o saber lhes era negado e o exercício da profissão lhes era vedado. Elas tiveram coragem para aprender, ensinar, cuidar e liderar caminhos em um território hostil”, declarou Dra. Anelisa. “Elas fundaram escolas, serviços e introduziram novas práticas, afirmando que a medicina é um espaço de humanismo e equidade”, adicionou.
Diretora executiva da SBOC, Dra. Marisa Madi, completou a mesa relembrando que em 30 anos de atuação de administração de saúde, nunca tinha tido a oportunidade de observar uma entidade com tantas líderes mulheres. “O meu sonho é que a gente consiga ter um mundo corporativo que isso seja normal”, disse.
A Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Angélica Nogueira, defendeu a importância da vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) como principal ferramenta para a eliminação do câncer colo de útero no Brasil. A declaração foi realizada na manhã desta sexta-feira, 31 de outubro, durante o Fórum Estadão Think, realizado pelo jornal em São Paulo (SP).
O encontro teve como tema “Unindo Forças no Combate ao Câncer do Colo de Útero” e reuniu atores de diferentes instituições de saúde e da sociedade civil para discutir meios de fortalecer a prevenção contra estes tumores – o terceiro mais incidente entre as brasileiras, com mais de 17 mil casos ao ano.
Questionada sobre o papel das sociedades médicas diante desse desafio, Dra. Angélica afirmou que cabe aos médicos acompanhar se há adequada condução de estudos clínicos sobre o tema, bem como analisar os dados de vida real e disseminar informações científicas de qualidade.
“A Organização Mundial de Saúde (OMS) reafirma a segurança e eficácia das vacinas contra o HPV e é papel das Sociedades de especialidades difundir essa informação. Os médicos precisam prescrever vacinas e falar sobre isso no consultório e nas redes sociais. Há muita desinformação, então quem tem a informação correta precisa se manifestar”, apontou a oncologista clínica.
Ela também mencionou o Movimento Brasil Sem Câncer de Colo do Útero, criado em 2020, que reúne instituições médicas e da sociedade civil. O grupo atua no combate à desinformação e na produção do Radar de Câncer de Colo do Útero – o primeiro corpo de dados sobre o tema –, que foi apresentada ao Ministério em novembro último e será, novamente, levado à pasta este ano.
Rastreamento
A Presidente da SBOC afirmou que há duas incorporações que têm mudado o panorama do câncer de colo do útero no Brasil. A primeira é o retorno da vacinação contra o HPV na rede de escolas públicas. A outra é a incorporação do exame HPV-DNA, teste molecular que detecta o material genético do vírus, sendo mais sensível que o Papanicolau.
“Esses movimentos do Governo trazem a perspectiva real de eliminarmos o câncer de colo do útero, que segundo a OMS é quando temos menos de quatro casos da doença a cada 100 mil habitantes”, detalhou Dra. Angélica.
A especialista também lembrou que o Brasil tem que ter estratégias para essa eliminação, não apenas as novas ferramentas. “Temos a vacina para prevenção primária e as melhores tecnologias incorporadas. Nosso receio é como garantir adesão da população. Temos possibilidades como uso de inteligência artificial e a integração das redes do Sistema Único de Saúde que poderão ajudar no alavancamento da adesão”, disse a Presidente da SBOC.
Dra. Angélica participou do painel “A importância da União de Esforços no Combate ao Câncer de Colo de Útero”, ao lado do Secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Dr. Mozart Sales, da diretora de Parcerias do Grupo Mulheres do Brasil, Dra. Fabiana Peroni, a diretora do Instituto Vencer o Câncer, e a jornalista do Estadão Rita Lisauskas. Ao longo da manhã, o evento do Estadão também debateu os avanços na prevenção ao HPV, estratégias de rastreamento e diagnóstico precoce, tratamento e conscientização.
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