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A porta-bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Raquel Kochhann, de 31 anos, é a primeira atleta brasileira a competir após se recuperar de um câncer. A jogadora de rugby foi diagnosticada com câncer de mama e no osso esterno, no tórax, em 2021, um ano após competir nas Olimpíadas de Tóquio. Ela passou por cirurgia, quimioterapia e radioterapia e, durante o tratamento, realizou exercícios adaptados para se manter em forma e próxima ao grupo da seleção.
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, a oncologista clínica Gisah Guilgen, membro do Comitê de Lideranças Femininas da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e uma das autoras do Guia de Atividade Física e Câncer, ressaltou que a atividade física deve ser vista como um "remédio" para o tratamento do câncer. “Por isso, se o seu médico não abordou essa questão com você, converse com ele, calce um tênis e comece o quanto antes a praticar exercícios”, afirmou a oncologista.
Confira a entrevista no site do Estadão
A mesa redonda de oncologia clínica, realizada no 2º Congresso de Medicina Geral da Associação Médica Brasileira (AMB), teve a coordenação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Mediada pela presidente da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho, e o Diretor Científico da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Dr. Agnaldo Lopes da Silva Filho, a discussão ocorrida nesta sexta-feira, 26 de julho, tratou alguns dos aspectos mais importantes relacionados à oncologia e que fazem parte do dia a dia do médico generalista.
Ao abrir o debate, Dra. Anelisa ressaltou a importância de abordar o tema em um evento que reúne diversas especialidades, visto que o Instituto Nacional de Câncer (INCA) prevê cerca de 700 mil casos anuais de câncer até 2025. “Essa é uma doença que permeia as diversas especialidades, e também frequentemente se apresenta na rotina do generalista”, comentou.
Membro do Comitê de Jovens Oncologistas da SBOC, Dr. Lucas Uratani falou sobre os princípios do estadiamento e prognóstico oncológico. Ele reforçou que, a partir de um diagnóstico adequado e uma equipe multidisciplinar, é possível oferecer um tratamento personalizado aos pacientes oncológicos.
"Estimular a atividade física, alimentação adequada, reduzir fatores de risco, incentivar exames de rastreamento, fazer um diagnóstico preciso e manter a perspectiva do tratamento junto à equipe são formas eficazes de enfrentar o câncer", disse.
Em sua aula "O que o médico generalista deve saber sobre biomarcadores tumorais?", Dra. Priscila Doria Galvão, associada SBOC em Salvador (BA), explicou que os biomarcadores são úteis para a detecção precoce, diagnóstico, prognóstico e monitoramento da doença. “Eles podem nos fornecer informações sobre a evolução da doença, prognóstico e interferir nas escolhas de tratamento com eventual tradução em aumento de sobrevida dos pacientes, uma medicina personalizada”, disse.
Para falar sobre emergências oncológicas no pronto-socorro, o representante da SBOC foi o Dr. Pedro Victor Nogueira, editor do SBOC Review e associado em Natal (RN). Ele alertou como os médicos devem agir diante de situações oncológicas críticas, enfatizando a neutropenia febril.
Dr. Pedro explicou a importância de compreender os processos dolorosos pelos quais os pacientes passam, ressaltando que "apesar dos desafios, a oncologia tem alcançado mais vitórias do que derrotas” na assistência aos pacientes.
Ao final, Dra. Anelisa lembrou que a qualidade de vida dos pacientes oncológicos mudou significativamente nos últimos anos, sobretudo, por conta da evolução dos tratamentos. "Quando os pacientes chegam, geralmente os médicos generalistas têm pouca informação sobre eles, portanto fica a sugestão de tentar contato com o respectivo oncologista ou alguém da retaguarda, sempre que essas informações adicionais forem relevantes para o manejo direto da intercorrência”, disse. “Esse melhor detalhamento pode ser útil e contribuir no tratamento emergencial", acrescenta.
A mesa sobre oncologia clínica foi encerrada com uma sessão de perguntas e respostas, em que o público teve a oportunidade de esclarecer dúvidas com os palestrantes.
Confira fotos do evento:
Dr. Nelson Teich, membro do Comitê de Políticas Públicas da SBOC e ganhador do Prêmio Ronaldo Ribeiro de Carreira em Oncologia Clínica (2023), discute a falta de equidade no acesso ao tratamento do câncer no Brasil.
Dra. Daniela Rosa, membro da diretoria da SBOC, e a jornalista Natalia Cuminale, fundadora do hub de jornalismo de saúde Futuro da Saúde abordam os impactos da disseminação de notícias falsas sobre o câncer e as medidas para desmistificá-las.
Dr. Roberto de Almeida Gil, diretor geral do INCA e ex-presidente da SBOC (gestão 2003-2005), e Prof. Dr. Paulo M. Hoff, diretor geral do ICESP e ex-presidente da SBOC (gestão 2021-2022), discutem a realidade do tratamento oncológico no Sistema Único de Saúde (SUS).
Dr. Pedro Henrique Araújo de Souza, membro do Comitê de Tecnologia e Inovação da SBOC, fala sobre as possibilidades do uso de tecnologia e análise de dados na área da saúde.
Dra. Ana Amélia Viana, membro do Comitê de Diversidade da SBOC, e Dr. Fleury Johnson, fundador do Instituto DIS - Diversidade e Inclusão na Saúde, discutem a importância da diversidade e inclusão na medicina.
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) promove, até 05 de agosto de 2024, a Consulta Pública (CP) Nº 48.
A tecnologia avaliada é:
Pertuzumabe e trastuzumabe em combinação de dose fixa subcutânea
Indicação: para tratamento neoadjuvante de pacientes com câncer de mama HER2-positivo
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) promove, até 05 de agosto de 2024, a Consulta Pública (CP) Nº 43.
A tecnologia avaliada é:
Pertuzumabe e trastuzumabe em dose fixa subcutânea
Indicação: para o tratamento metastático de pacientes com câncer de mama HER2-positivo em primeira linha
Diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Alexandre Jácome representou a entidade em audiência pública da Câmara dos Deputados, realizada nessa terça-feira, 9 de julho, sobre o panorama e as medidas para prevenção e controle do câncer colorretal no Brasil.
Dr. Jácome começou apresentando a epidemiologia da doença no país. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 45.630 casos novos destes tumores anualmente. Eles só são menos frequentes na população brasileira do que os cânceres de próstata e de mama.
“No Brasil, os tumores colorretais são mais incidentes no Sul e no Sudeste. Portanto, assim como mundialmente, há uma relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e esse tipo de câncer”, comentou o oncologista clínico, que também é membro do Comitê de Tumores Gastrointestinais Baixo da SBOC.
Isso porque em localidades de IDH elevado as populações costumam ter idade média maior. “A probabilidade de alguém com mais de 75 anos desenvolver câncer colorretal é três a quatro vezes maior do que a de alguém com 55 anos ou menos, por mais saudável que seja”, detalhou Dr. Jácome.
Outros fatores de risco para estes tumores, também relacionados a questões ambientais, são o consumo excessivo de produtos de origem animal (principalmente carnes vermelhas e processadas), o uso de tabaco e de álcool, o sedentarismo e o sobrepeso ou obesidade.
Como medidas preventivas, Dr. Jácome recomenda manter uma alimentação saudável, uma rotina de atividades físicas regulares, controle do peso corporal, evitar o álcool e o tabaco e seguir métodos de rastreamento dos tumores, como exames de colonoscopia e de sangue oculto nas fezes.
“Quanto maior a adesão aos métodos de rastreamento, mais precoces serão os diagnósticos e menor será a mortalidade pela doença. Lembrando que o melhor método de rastreamento é aquele que é realizado pelo paciente”, concluiu o especialista.
Também participaram do debate: a oncologista clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e coordenadora do Comitê de Tumores Gastrointestinais Alto da SBOC, Dra. Maria Ignez Braghiroli; Dr. José Barreto Carvalheira, coordenador da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer e membro SBOC; Renata dos Santos, representante do Inca; Helena Esteves, gerente de Advocacy do Instituto Oncoguia; Dr. Hélio Moreira Junior, presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia; e a Dra. Suyanne Camille Caldeira Monteiro, assessora técnica do Ministério da Saúde.