Residentes em Oncologia

LISTA DOS MEMBROS TITULARES DA SBOC APTOS A VOTAREM NA ELEIÇÃO 2013-2015

ATA DA 1a REUNIÃO DA COMISSÃO ELEITORAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ONCOLOGIA CLÍNICA, REGIONAL RIO GRANDE DO SUL – SBOC REGIONAL RS, PLEITO 2013/2015

RESULTADO DO PRÊMIO SBOC ASCO 2013

Fifth InterAmerican Oncology Conference

EDITAL CONVOCAÇÃO APURAÇÃO ELEICÕES SBOC nacional.

Ata da 2a Reunião da Comissão Eleitoral da SBOC Nacional 20 05 2013

Ata da 2a Reunião da Comissão Eleitoral da SBOC Regional MG

ATA DA 2a REUNIÃO DA COMISSÃO ELEITORAL DA SBOC REGIONAL NORDESTE

Correio Braziliense - Brasil
Médicos preparam ação contra governo
Entidades ligadas à medicina vão acionar o Judiciário para questionar o programa que prevê a "importação" de profissionais e a obrigatoriedade de estudantes trabalharem no SUS
JULIA CHAIB, ÉTORE MEDEIROS, KARLA CORREIA
Uma das principais bandeiras dos protestos que ocuparam as ruas do país em junho, a cobrança por melhorias na saúde pública levaram o governo federal a anunciar medidas que acabaram se voltando contra o próprio Planalto. A presidente Dilma Rousseff lançou o programa Mais Médicos na segunda-feira, e entidades, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e a Associação Médica Brasileira (AMB), mobilizam-se nas frentes jurídicas e políticas contra a iniciativa. Além de acionar a Justiça, a categoria conclui, hoje, relatório com as emendas a serem propostas à medida provisória que cria o programa.
Entre os pontos que serão questionados, estão a ampliação de seis para oito anos na formação de médicos; e a proposta de “importar” profissionais estrangeiros para atuar nas periferias de grandes centros urbanos e em cidades do interior; além da obrigatoriedade de os estudantes de medicina trabalharem por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS).
A despeito das críticas, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, voltou a defender, ontem, o Mais Médicos. Segundo Padilha, a intenção do programa é levar os profissionais para perto da população. “Eu coordenei um núcleo da Universidade de São Paulo (USP) no interior do Pará, com ribeirinhos e índios, e sei que um médico ao lado do paciente faz a diferença em qualquer situação. Ele salva vidas, orienta, alivia o sofrimento e ajuda a organizar o serviço de saúde”, enumerou. O ministro disse ainda, em resposta às críticas de falta de estrutura de unidades de saúde, que a presença do médico serve como estímulo melhorias nos centros. Mesmo assim, os órgãos que representam a categoria médica alegam que a chegada de profissionais estrangeiros pode culm inar em má assistência à população e que aumentar a formação de seis para oito anos é uma ação “extremamente impositiva”.
Conselheiros de todo país se reuniram ontem, no Conselho Federal de Medicina, em Brasília, para debater os temas polêmicos. Os deputados Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) e Paulo Foletto (PSB-ES) participaram do encontro e devem propor as emendas sugeridas.
Ato médico
Outra polêmica que está longe do fim é a Lei do Ato Médico. A proposta restringe a profissionais formados em medicina a prática de “ações invasivas”, como a aplicação de injeções, e a formulação de diagnóstico e prescrição de tratamento. A legislação opõe médicos a profissionais de diversas categorias, como enfermeiros e psicólogos. Entidades contrárias ao projeto afirmam, por exemplo, que técnicos ficariam impedidos de dar injeções subcutâneas.
Para o presidente do Conselho Federal de Biomedicina, Silvio José Cecchi, a questão não é o profissional de saúde se subordinar a um médico, mas estar impedido de exercer determinadas atividades para as quais foi preparado. “O médico pode chefiar a equipe, o que não pode é cercear outras profissões.” Representantes dos médicos, entretanto, afirmam que a proposta é interpretada de maneira equivocada. “É um projeto revolucionário, que vai ao encontro do argumento de ter médicos, já que em alguns municípios, temos outros profissionais fazendo nosso trabalho”, disse o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira. Até o fechamento desta edição, o governo formatava o documento para anunciar se haveria vetos ou seria mantido o texto original.
Tutores
Portaria publicada ontem no Diário Oficial da União define as regras para a seleção de instituições de ensino que vão supervisionar os profissionais do Mais Médicos. As universidades indicarão quatro tutores — um titular e três reservas. O professor que excercer a função receberá R$ 5 mil. O cadastramento de interessados será feito até segunda-feira.

UM PAÍS DE MAIS OU MENOS MÉDICOS

Notícias Sexta, 13 Setembro 2013 16:59

Correio Braziliense – Opinião
Um país de mais ou menos médicos
WANDERLEY M. D. FERNANDES - Cirurgião, docente de medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica
O movimento pela reforma sanitária no Brasil surgiu na década de 1960, da indignação da sociedade pelo dramático quadro das iniquidades do setor saúde, e pautou suas reivindicações pelas carências e irresponsabilidades na assistência médica de um governo indiferente e despreparado da pretensa república sindicalista de João Goulart. A luta se travou na perspectiva de um verdadeiro movimento sanitário, que se consolidou a partir dos anos 1970, mesmo no período das ditaduras dos generais Garrastazu Médici e Ernesto Geisel, tendo como pano de fundo a dinâmica dos acontecimentos políticos, sociais e econômicos que vinham ocorrendo no país e no mundo.
Semelhante momento de reações vivemos hoje. O povo nas ruas protesta por melhorias nas condições da saúde pública. Os governantes do Partido dos Trabalhadores, sem interpretações mais sensíveis da alma social, de afogadilho, respondem com o pacote autoritário Mais médicos. Durante seus 10 anos de governo, nunca se preocuparam efetivamente em motivar, remunerar e garantir condições mínimas de trabalho para o exercício profissional da medicina nas cidades, nas periferias e no interior do país.
O movimento social pela saúde pública verdadeiramente universalista se consolidou em 1986, no governo José Sarney, durante a 8ª Conferência Nacional de Saúde, da qual saiu a proposta que resultou no Sistema Único de Saúde (SUS), instituído pela Constituição Federal de 1988. Nesses 25 anos, só se agravou a deterioração das condições do atendimento à saúde do povo brasileiro; não por falta de profissionais e sim pelas precaríssimas condições de trabalho, quase nulo investimento institucional e baixíssima remuneração dos médicos.
É irrisório o salário de servidor público na maioria das cidades brasileiras. A Tabela de Remuneração por Procedimentos do SUS não é atualizada desde outubro de 2007, quando reajuste ainda insuficiente permitiu aos médicos do interior receberem salários entre R$ 2 mil e R$ 2.400 mensais, para jornada de 20 horas de trabalho semanais. E ainda têm uma vida de angústias, cercada de improvisos, submetidos a condições insalubres de atendimento, sobrecarga de pacientes, doentes amontoados pelo chão das emergências, cirurgias necessárias sem possibilidades há muitos anos, falta de medicamentos para o tratamento de enfermidades das mais simples e assinantes contumazes de atestados de óbito de dezenas de mortes por penúria socioassistencial.
O desconhecimento exala do pacote Mais médicos também quanto às prescrições do programa de ensino-aprendizagem por dois anos para recém-formados. Esse período de atividades pressupõe o exercício dos conhecimentos adquiridos nos ciclos teórico e prático da graduação, sempre sob supervisão de docentes assistenciais capacitados, em que orientador e orientado compartilham valores do modelo assistencial respectivo aos protocolos das evidências científicas fundamentais, nos cenários condizentes.
A transferência da interação tutor-aprendiz a terceiros alheios, médicos não compromissados com o cientifismo epistemológico do aprendizado que precedeu, conduz a formação do médico pós-graduando a uma colcha de retalhos operacional. E o formado deverá ter extrema dificuldade em desenvolver as habilidades necessárias para assumir uma postura profissional, vocacionado para a lida com o sofrimento humano, nem sequer nos recôncavos longínquos do interior, quanto mais para se sentir capacitado a eventual vaga de médico no Hospital Sírio-Libanês e a atender às privilegiadas autoridades do governo. Criou-se um outro SUS, o dos pobres, e um novo tipo de médico, o do imaginário. Parece que estamos, com Slavoj Zizek, Vivendo no fim dos tempos.
A saúde pública no Brasil, em diversas ocasiões, esteve atrelada a interesses eleitoreiros, em detrimento do direito constitucional do cidadão e à revelia da opinião dos profissionais de saúde, sem a mínima culpabilidade histórica. Richard Sennett, professor de sociologia da London School of Economics, em 2002 no seu O declínio do homem público, declara que %u201Co ente público não é apenas uma criação humana, é a condição humana%u201D. Talvez essa tenha sido a premissa para o Mais médicos, na sua ambiciosa reforma de Estado na saúde após a Constituição de 1988: a nova formação do médico brasileiro, a autoritária. Fere de morte o artigo 5º, II, da Constituição da República Federativa do Brasil, que reza: Ninguém ser&aa cute; ob rigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.