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Residentes em Oncologia

A Agência Nacional de Segurança de Medicamentos da França (ANSM) pode proibir, dentro de alguns dias, o implante de próteses mamárias no país. Um estudo realizado pelo Instituto Francês do Câncer (Inca), divulgado na semana passada, relaciona o uso de alguns tipos de silicone ao desenvolvimento de um tipo raro de câncer, o linfoma anaplásico de células grandes.

De acordo com a pesquisa, apenas portadores próteses mamárias desenvolveram a doença. No entanto, o número de pacientes nos quais o linfoma foi detectado ainda é muito baixo para que as conclusões sejam definitivas.

Por isso, a ministra francesa da Saúde, Marisol Touraine, pediu calma aos portadores de silicone e descartou a necessidade que os pacientes os retirem imediatamente. "Esta é uma patologia nova, sobre a qual ainda temos pouco conhecimento", explica a diretora do departamento de recomendações do Inca, Chantal Belorgey.

Atualmente, cerca de 400 mil pessoas têm implantes mamários na França. Para 83% desses pacientes, as próteses são estéticas. Outros 17% as utilizam após uma cirurgia de reconstrução, especialmente após um câncer de mama.

Berlorgey explica que o Inca adotou um dispositivo para identificar os pacientes, para monitorá-los. "Os 18 casos que analisamos ainda não nos permitem tirar conclusões definitivas. O que é certo é que precisaremos revisar os resultados dessa pesquisa no futuro", reitera.

Resultados inéditos

No total, o estudo do Inca detectou o linfoma anaplásico de células grande em 18 mulheres na França desde 2011. Destas, 14 utilizavam próteses da marca Allergan. O único caso fatal foi de uma paciente que usava uma prótese da marca PIP, empresa que protagonizou um escândalo mundial por produzir silicone defeituoso, colocado em mais de 300 mil pessoas entre 2001 e 2010.

"É essencial ter a consciência de que a patologia detectada não é um câncer de mama ou uma metástase de outro câncer. O linfoma anaplásico de células grandes foi encontrado em torno das próteses mamárias e é uma doença relacionada às células do sangue e não dos seios", explica Berlorgey.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Evanius Wiermann, o principal resultado da pesquisa é o papel de uma reação imunológica da prótese. "Um dado interessante é que boa parte dos pacientes foi tratada só com a retirada do implante. E, claro, depois continuava-se o tratamento com quimio e radioterapia", explica.

Patologia raríssima

Dr. Evanius Wiermann ressalta que o linfoma anaplásico de células grandes é raríssimo e, até que sejam comprovados, os riscos que as próteses resultem no desenvolvimento dessa patologia ainda são mínimos. "Mas também é importante que haja a conscientização dos profissionais para que alertem seus pacientes sobre essa possibilidade", aconselha.

Para evitar o pânico, ele aponta a importância de os portadores de próteses mamárias se manterem informadas sobre a situação. "Talvez os pacientes que utilizam implantes da marca Allergan devam procurar seus médicos para que elas sejam eventualmente trocadas. Mas, ainda assim, é importante que todos saibam que esta patologia, independente da marca da prótese, é muito rara", considera.

Fonte: RFI

Desde 2013, empresas e pessoas físicas podem destinar até 1% do imposto devido a projetos na área de câncer. É como se fosse uma Lei Rouanet da oncologia, que permite 100% de dedução fiscal para o valor doado. O Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) já possibilitou, por exemplo, a compra de um robô de última geração para fazer cirurgias minimamente invasivas em pacientes do SUS atendidos pelo Hospital de Câncer de Barretos.

Mas algumas instituições ainda têm dificuldade de captar os recursos, principalmente pela falta de conhecimento das empresas sobre o Pronon.

A gente percebe que falta conhecimento. No caso da Lei Rouanet, ela é mais antiga e muito divulgada. As novas leis são recentes e não tiveram uma repercussão que pudesse fazer com que todas as empresas as conhecessem profundamente”, diz Tammy Allersdorfer gerente geral de Desenvolvimento Institucional do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC).

Um dos projetos que está captando recursos pelo Pronon atualmente é o do Setor de Oncologia Ocular do Departamento de Oftalmologia do Hospital São Paulo/Unifesp. O objetivo é dobrar o número de atendimentos e diminuir pela metade a espera por tratamento cirúrgico. A unidade é a maior do Brasil especializada em câncer ocular.

No câncer, se o tratamento demora, o prognóstico muda e o paciente pode perder o olho, por exemplo. Hoje, demoram 6 semanas para conseguir a primeira consulta. Queremos que os pacientes sejam vistos em 2 semanas. E o tratamento cirúrgico, que hoje leva 3 meses, queremos que demore no máximo um mês”, diz o oftalmologista Rubens Belfort Neto, chefe do setor.

Ele conta que o centro ainda não conseguiu captar a verba necessária, principalmente pela falta de familiaridade das empresas a respeito do programa. “Se as empresas soubessem o que é o Pronon iria ajudar muito. Os projetos que estão captando recursos já foram pré-aprovados pelo Ministério da Saúde. É uma forma de aplicar o dinheiro dos impostos em um lugar em que se sabe para que será usado”, acrescenta.

Como funciona

A Lei 12.715/2012, que instituiu o Pronon, também instituiu o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD). Os programas funcionam assim: entidades ligadas à oncologia ou ao atendimento a pessoas com deficiência se cadastram junto ao Ministério da Saúde e submetem até três projetos por ano nos programas.

Caso os projetos sejam aprovados pelo Ministério, há um período de captação dos recursos junto às empresas. A condição para que a entidade possa usar os recursos captados é que ela consiga arrecadar ao menos 60% do que estava previsto no projeto original.

As empresas ou pessoas que doaram podem deduzir 100% do valor no imposto de renda, desde que a doação respeite o teto de 1% do imposto devido. Para o Pronon 2014/2015, um dos prazos para captação de recursos termina no dia 30 de março.

Robô, capacitação e pesquisa clínica

O advogado Henrique Moraes Prata, diretor jurídico do Hospital de Câncer de Barretos, conta que, na primeira edição do Pronon, de 2013/2014, foi arrecadado recurso suficiente para a compra do robô Da Vinci, um sofisticado equipamento que realiza cirurgias minimamente invasivas. A previsão da instituição era fazer 480 cirurgias com o equipamento por ano.

A aquisição fazia parte de um programa maior de ampliação da capacidade de atendimento com o uso desse tipo de tecnologia”, diz. Nessa edição, o Ministério da Saúde aprovou que o hospital captasse de R$ 57 milhões, dos quais foram arrecadados R$ 39 milhões.

Para Prata, o incentivo fiscal que as empresas mais conhecem ainda é a Lei Rouanet. “Mas aos poucos, as pessoas começaram a conhecer a possibilidade de doação a projetos voltados para a criança e adolescente, idoso, esporte, além do câncer e da pessoa com deficiência.” Ele se preocupa com o caráter não permanente da lei, que, a princípio, vale até 2016. “Se não for renovado, não sabemos exatamente o que vai acontecer. A lei veio preencher uma lacuna importante nas instituições oncológicas.”

Na edição 2014/2015, o GRAAC também submeteu projetos ao Pronon, segundo Tammy: um deles é voltado ao desenvolvimento e atualização da equipe multiprofissional da instituição. A ideia é que todos os colaboradores da instituição se qualifiquem ainda mais para o trabalho que fazem.

O outro é direcionado para uma pesquisa clínica. O objetivo é testar a eficácia do transplante de medula autólogo associado a um medicamento específico para alguns tipos de tumores em pacientes com menos de 5 anos. "O objetivo é evitar a radioterapia, eliminando efeitos colaterais futuros do tratamento em crianças menores de 5 anos. Poucos centros tem recursos para fazer investimento como esse", diz.

Fonte: Globo.com -http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/03/lei-rouanet-do-cancer-pode-ampliar-atendimento-oncologico-no-sus.html

A Radioterapia Interna Seletiva (SIRT, sigla em inglês), como é chamado o novo tratamento, é realizada com microesferas radioativas, aplicadas diretamente sobre o tumor. Ela retarda o avanço da doença e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

O Hospital Israelita Albert Einstein começou a utilizar as microesferas SIR-Spheres®, produzidas pela Sirtex Medical, Inc., um tratamento ambulatorial minimamente invasivo para pacientes com tumores inoperáveis de fígado, tanto iniciais como metastáticos.

As microesferas SIR-Spheres® receberam recentemente a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para serem utilizadas no tratamento de tumores de fígado inoperáveis. A Radioterapia Interna Seletiva (SIRT, sigla em inglês) utiliza microesferas radioativas direcionadas diretamente aos tumores do fígado. Elas têm uma dose de radiação interna até 40 vezes maior que a radioterapia convencional, e não afetam o tecido saudável.

O tratamento é uma importante opção para cânceres metastáticos ou tumores iniciais, especialmente por ser minimamente invasivo”, afirma Felipe Nasser, cirurgião intervencionista do Hospital Israelita Albert Einstein. ”O tratamento permite uma melhora na qualidade de vida, e pode estender a sobrevida de pacientes com câncer avançado”, completa.

Milhares de brasileiros terão câncer de fígado, seja por tumores primários ou por metástases oriundas de outros órgãos. Por exemplo, anualmente 60% dos cerca de 14 mil brasileiros diagnosticados com câncer colorretal terão câncer de fígado.1 Os tumores de fígado costumam ser letais: 90% dos pacientes morrem devido à falência hepática.

As microesferas SIR-Spheres® carregam radiação beta para destruir as células cancerígenas. Como são microscópicas, elas se movimentam facilmente na corrente sanguínea, chegando até o fígado. Elas se alojam nos vasos sanguíneos do tumor e destroem as células cancerígenas com a radiação. A radioterapia com microesferas é considerada um método seguro e efetivo para o tratamento do câncer de fígado inoperável em pacientes que passaram ou passarão por quimioterapia.

As microesferas contêm o isótopo radioativo Yttrium-90 (Y‑90), que leva a radiação beta até o tumor. Estudos recentes com pacientes com metástases no fígado originárias de tumor colorretal refratários à quimioterapia tiveram como resultado uma sobrevida média de 10,5 a 13 meses, em comparação com 3,5 meses para pacientes que não receberam o tratamento.2‑4 Todos os pacientes tinham deixado de responder ou não toleravam mais a quimioterapia padrão.

Este tratamento oferece uma nova opção terapêutica ao câncer de fígado inoperável, uma doença cada vez mais comum no mundo todo. As microesferas SIR-Spheres® são produzidas pela Sirtex Medical, Inc. em sua fábrica em Woodburn, Massachusetts, nos Estados Unidos, uma subsidiária integral da Sirtex Medical Limited, na Austrália.

Sobre a Radioterapia Interna Seletiva (SIRT) com microesferas SIR-Spheres®

A Radioterapia Interna Seletiva (SIRT), também conhecida como radioembolização, é uma tecnologia comprovada para o tratamento do câncer de fígado inoperável que aplica doses de radiação diretamente no local dos tumores. Em um tratamento minimamente invasivo, milhões de microesferas radioativas são introduzidas no fígado por meio de um cateter. Elas são direcionadas seletivamente aos tumores, com uma dose de radiação interna até 40 vezes maior que a da radioterapia convencional, poupando o tecido saudável.

Estudos clínicos confirmaram que pacientes com câncer colorretal metastático refratários a quimioterapia sistêmica ou em associação com a mesma, tratados com microesferas SIR-Spheres® têm altas taxas de resposta, o que resulta em um aumento da expectativa de vida, maiores períodos sem atividade do tumor e melhor qualidade de vida. Comprovou-se que o SIRT pode ser associado a outros tipos de tratamento como a quimioterapia sistêmica e outros tratamentos.

O uso das microesferas SIR-Spheres® s foi aprovado na Austrália, Estados Unidos (aprovação da FDA PMA), União Europeia (CE Mark), Argentina (ANMAT) e agora no Brasil (Anvisa). Além disso, elas são comercializadas ainda em países como China, Malásia, Cingapura, Tailândia, Taiwan, Índia, Israel e Turquia. Disponíveis em mais de 700 centros de tratamento no mundo todo, aproximadamente 50 mil doses de microesferas SIR-Spheres® foram fornecidas globalmente.

Para mais informações, acesse http://www.sirtex.com/.

Fonte: http://www.segs.com.br/saude/34979-hospital-israelita-albert-einstein-apresenta-novo-tratamento-minimamente-invasivo-para-cancer-no-figado.html

 

Na quinta-feira (26/3), profissionais e estudantes do Centro de Oncologia de Pernambuco (Ceon) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) e da Liga de Oncologia de Pernambuco (Lope) lançam o livro Oncologia – uma abordagem multidisciplinar (Editora Carpe Diem, 826 páginas, R$ 150). O evento acontece no auditório da Sociedade de Medicina de Pernambuco, no bairro da Boa Vista, área central do Recife, às 19h.

O livro, que terá toda renda revertida ao Ceon, foi organizado pelos médicos oncologistas Cristiana Tavares, Carla Limeira e Vera Morais (todos do serviço do Huoc), como também pelo estudante de medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco Nildevande Firmino Lima Júnior. A publicação tem como objetivo orientar e despertar nos estudantes e profissionais de saúde um maior interesse pelos diferentes tipos de câncer.

A obra ainda traz temas relacionados a tratamento adequado e humanizado, fatores de risco, diagnóstico e prevenção. Trata-se de um novo jeito de olhar o paciente, que vai muito além da preocupação com a doença.

“Essa abordagem multidisciplinar está cada vez mais forte, pois trabalhamos focados na melhoria da qualidade de vida do paciente”, diz a oncologista Cristiana Tavares. Foram cerca de 120 autores envolvidos nesse trabalho. Entre eles, oncologistas, pneumologistas, cirurgião torácico, enfermeiros, farmacêuticos e odontólogos, além de outros.

A chefe do Ceon, Carla Limeira, destaca a atuação dos profissionais da Universidade de Pernambuco (UPE). “É importante dizer que 80% dos autores foram da UPE. Isso nos deixa motivados em seguirmos em frente com o nosso trabalho, focado no bem-estar físico, psicológico, emocional e espiritual do paciente,” frisa.

“O livro é uma produção científica diferenciada com caráter realmente multidisciplinar”, declara Nildevando Firmino Lima Júnior. “É preciso trabalharmos de modo integrado para suprir as diferentes necessidades do paciente com câncer. O livro retrata bem essa harmonia entre várias especialidades”, complementa a oncologista e diretora do Ceon Pediátrico, Vera Morais.

Fonte: http://blogs.ne10.uol.com.br/casasaudavel/2015/03/26/harmonia-entre-profissionais-de-saude-humaniza-o-tratamento-do-cancer/

Estão abertas as inscrições para a 11ª Conferência Brasileira sobre Melanoma. O evento acontece dos dias 13 a 15 de agosto no Centro de Convenções de Goiânia/GO.

Neste ano, o tema do evento será “Melanoma cutâneo no dia a dia, do consultório à excelência no tratamento”. Para discutir o assunto, participam do encontro os renomados especialistas internacionais Giovani Pellacani, da Itália; Maria Paula Curado, da França; Jane Massine, Merrick Ross e Sanjiv Agarwala, dos Estados Unidos.

Os interessados devem fazer inscrição pelo site www.gbm.org.br. Quem se inscrever até o dia 10 de abril vai ganhar descontos especiais. No portal também estão disponíveis as normas para apresentação de trabalhos.

A 11ª Conferência Brasileira sobre Melanoma é uma realização do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM), com o apoio da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

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O Dia Mundial de Combate ao Câncer foi comemorado na última quarta-feira, dia 8 de abril. O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Evanius Wiermann, concedeu entrevista ao Portal Gazeta da Cidade para falar sobre o assunto. Ele chamou a atenção para a importância de como lidar com um paciente diagnosticado com câncer. É importante que especialistas e familiares saibam o que e como dizer a uma pessoa com câncer para que ela não desanime com o tratamento.

De acordo com o Dr. Evanius, a comunicação nas consultas médicas pode ser uma forte aliada durante a luta. “É essencial explicar situações complexas claramente, mas, ao mesmo tempo, é preciso ter senso humanitário que revele empatia e compaixão. O profissional deve sempre estar atento a determinadas assertivas. Dependendo de como são ditas no consultório, as informações podem ter um efeito deletério sobre o paciente e sobre a relação a se formar”, disse.

O médico deve evitar frases do tipo “Infelizmente as notícias que eu tenho não são boas”, como recomenda o Dr. Evanius. Na maioria das vezes, o paciente já procura o oncologista de posse de um diagnóstico pré-estabelecido. Diante disso, Wiermann frisa: “as más notícias já foram transmitidas e a adoção de um tom melodramático durante a consulta em nada ajuda a estabelecer uma relação de confiança entre as partes”.

Confira a matéria completa: http://www.gazetadacidade.com/brasil/dia-mundial-de-combate-ao-cancer-e-comemorado-nesta-quarta-8/

A dificuldade de realização de pesquisas clínicas e de aprovação de novas drogas no Brasil também foram temas do V Fórum Nacional de Políticas de Saúde em Oncologia, realizado em Brasília entre 8 e 9 de abril. O diretor científico do Instituto Oncoguia, Rafael Kaliks, deu especial ênfase aos prazos excessivamente longos para a aprovação de novas moléculas no país, destacando o que chama de "sobreposição de funções". "Tudo passa pelo Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), pelo Comissão Nacional de. Incorporação de Tecnologias (Conitec), tem ainda de ser avaliado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e no caso de fármacos ou novos procedimentos, para que planos de saúde aceitem, passa também pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o que pode levar até dois anos para ser incluído no ról de procedimentos cobertos", criticou Kaliks. Para o executivo do Oncoguia, as várias instâncias impõem barreiras que só prejudicam o paciente. "O mais eficiente seria a ANS validar automaticamente o que já passou pelo Conitec e pela Anvisa", propõe. Para Rafael Kaliks, a judicialização da saúde deixa clara a necessidade de repensar tanto a saúde pública quanto suplementar.

Outra crítica feita pelo executivo do Oncoguia é em relação ao que ele chama de "apego por protocolos locais". Para Kaliks, isto é um atraso. "Nós queremos escrever nossos próprios protocolos, mas se os já existentes lá fora funcionam isto é perda de tempo."

Em nome da Anvisa, o diretor Renato Porto defendeu os avanços recentes da agência na busca por prazos menores na aprovação de fármacos e de pesquisa clínica. "Queremos acompanhar o desenvolvimento dos produtos em suas diversas fases para que quando chegue o pedido de registro ele saia mais rápido, sem colocar em risco a saúde dos pacientes", disse Porto. Ele lembrou que já foram implementadas algumas ações, como a definição de reuniões de pré-submissão com as empresas e também uma reestruturação na área técnica, para que a equipe seja mais especializada, o que traz melhores resultados.

Foram várias as críticas à demora da Anvisa tanto em aprovar novas drogas quanto autorizar a inclusão de pacientes em pesquisas clinicas. Conceição Accetturi, da Sociedade Brasileira de Profissionais de Pesquisa Clínica (SBPPC), em tom bastante crítico, lembrou que pesquisa clínica é bem diferente de assistência. "Para remédios oncológicos, esperar 100% de segurança não é possível, se chegarmos a 60% ou 70% de segurança, desde que compense com maior sobrevida e com mais qualidade de vida, já é aceitável", comenta afirmando, no entanto, que para produtos cosméticos é necessário 100% de segurança. Conceição lembra que uma pesquisa clínica leva até 10 anos ou mais, consome bilhões em recursos, e que não tem sentido, na hora do registro, existir tanta burocracia. "A Anvisa é jovem, uma adolescente, está sim fazendo seu caminho, mas precisa avançar mais e mais rápido."

Já a representante da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Maria José Delgado, engrossou o coro das críticas feitas à lentidão no país para a incorporação de novos fármacos, lembrando que além disso parte dos preços é regulada e outra parte controlada. "O Brasil participa de apenas 1% da pesquisa clínica mundial, o que é nada", criticou. "Hoje, são mais de 43 mil pesquisas em andamento no mundo, só em oncologia, mas no país temos apenas 470. Em tumores raros são 465 no mundo, e só 10 aqui."

Para a representante da Interfarma, só a união dos diversos atores, empresas, associações e representantes dos pacientes que pode levar a um debate que mude esta situação. "Somos empresas com CNPJ no país, gerando emprego e investindo bilhões aqui em inovação e pesquisa. Precisamos melhorar a relação com os órgãos públicos."

Fonte: http://www.onconews.com.br/site/

Em entrevista ao blog Doutíssima do Portal Terra, o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Evanius Wiermann, falou sobre o câncer de mama, o exame de mastectomia e a prevenção.

A mastectomia é um procedimento que implica uma série de consequências clínicas e psicológicas, como explica o oncologista. Depois de ser diagnosticada com câncer, a mulher precisa encarar a retirada da mama na maioria das vezes. Mas a boa notícia é que há uma tendência de redução na quantidade de procedimentos dessa natureza. Quando se fala em uma “involução”, isso quer dizer que as pacientes podem passar por um procedimento cada vez menos invasivo. A situação poupa um pouco mais a paciente do desconforto gerado.

Antigamente a melhor forma de tratar o câncer era com uma retirada total da mama. Hoje isso não é mais necessário na maior parte dos casos”, afirma o médico.

Confira a entrevista na íntegra: http://doutissima.com.br/2015/04/11/mamectomia-saiba-como-funciona-cirurgia-14696557/

O câncer e a desinformação

Notícias Sexta, 24 Abril 2015 14:56

Este artigo foi assinado pelo Dr. Evanius Wiermann, oncologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). O texto foi publicado no caderno Opinião, na edição de 22 de abril do jornal Hoje em Dia

Existem mais de 200 tipos de câncer. A doença registra anualmente 14 milhões de novos casos e 8 milhões de mortes em todo o mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde. Os tipos mais conhecidos e mais incidentes são o câncer de pele, de mama, próstata, colo de útero e pulmão. No entanto, vários tipos da doença são pouco conhecidos da população. Por isso, tornam-se ainda mais perigosos, já que a falta de informação e o diagnóstico tardio andam juntos. Na luta pelo combate ao câncer, torna-se imprescindível promover uma campanha sobre os tipos raros, que matam silenciosamente, além de alertar para a doença. Um desses tipos de câncer é o Mieloma Múltiplo.

Pertencente ao grupo de cânceres hematológicos, o Mieloma Múltiplo afeta as células plasmáticas e atinge mais de 30 mil brasileiros por ano. Embora seja pouco incidente, o mieloma é o segundo tipo mais comum entre os cânceres hematológicos, ficando à frente até da leucemia. A doença preocupa por ser desconhecida não somente da população, mas por boa parte dos médicos. Em muitos casos, os sintomas são confundidos com os da osteoporose, por exemplo. Isso faz com que muitos pacientes levem anos para descobrir a doença. O diagnóstico tardio faz com que os pacientes cheguem a estágios mais avançados nos centros especializados e isso é extremamente prejudicial ao tratamento.

Essa doença não tem cura. Ela se desenvolve na medula óssea e se caracteriza pelo crescimento descontrolado de células plasmáticas, responsáveis por ajudar o organismo a combater infecções por meio da produção de anticorpos. O crescimento descontrolado dos anticorpos no tecido forma tumores nas áreas de osso sólido. O crescimento desses tumores dificulta a produção de hemácias saudáveis e de plaquetas pela medula óssea.

Entre os principais sintomas estão a anemia, a dor óssea, a alta produção de cálcio, a perda de peso, a insuficiência renal e as infecções causadas por imunoglobulinas não funcionais.
Além de lutar contra uma doença bastante desconhecida até pelos médicos, os pacientes travam uma batalha pela vida para terem acesso aos principais medicamentos que ajudam na qualidade de vida e aumentam a sobrevida. Os dois principais remédios custam R$ 3 mil e R$ 30 mil, respectivamente. Em muitos casos, os pacientes só conseguem a droga após passar por um desgastante processo judicial.
A melhor saída é a união entre médicos, governo e sociedade civil para discutir a questão e chegar a uma solução viável para todos. Ainda há um longo caminho para ser percorrido na luta contra o câncer, mas é preciso começar, promovendo a informação.