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A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) realiza na próxima segunda-feira, 15 de maio, a Conferência Livre de Oncologia Clínica. O evento tem por objetivo deliberar uma proposta coletiva para 17ª Conferência Nacional de Saúde sobre acesso ao tratamento oncológico no Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante o encontro virtual, além de membros da SBOC, estarão presentes representantes do Ministério da Saúde, do Instituto Nacional do Câncer (INCA), de associações de pacientes oncológicos, de hospitais públicos, de detentores de registros de medicamentos, entre outros interessados no tema.
Por reconhecer a importância que as Conferências Nacionais de Saúde têm na formulação de diretrizes para políticas públicas no setor, a SBOC decidiu intensificar a sua participação nessa iniciativa, explica o presidente da entidade, Dr. Carlos Gil Ferreira.
“A partir da Conferência Livre de Oncologia Clínica, pretendemos ampliar as discussões sobre o que poderia ser feito para corrigir falhas regulatórias que tem gerado a iniquidade no acesso a tratamentos sistêmicos oncológicos no SUS”, comenta. “A SBOC, por ser uma instituição independente e composta por especialistas de todo o país, tem ótimas condições de liderar esse debate”, acrescenta o oncologista clínico.
As Conferências Livres são debates que antecedem a Conferência Nacional de Saúde – evento que acontece apenas uma vez a cada quatro anos e é considerado um dos espaços mais importantes de diálogo entre governo e sociedade.
A 17ª edição da Conferência Nacional de Saúde será realizada de 2 a 5 de julho de 2023 pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), juntamente com o Ministério da Saúde.
Como participar da Conferência Livre de Oncologia Clínica?
A primeira Conferência Livre de Oncologia Clínica acontecerá virtualmente por meio de plataforma eletrônica a ser disponibilizada aqui no site da SBOC no dia do evento.
A ampla participação no evento é fundamental para a validação das ações propostas. Durante o encontro virtual, os participantes poderão, além de discutir e contribuir com o documento final a ser enviado pela SBOC ao Conselho Nacional de Saúde, eleger delegados que irão representar a oncologia clínica na Conferência Nacional de Saúde.
Para direcionar as discussões, a SBOC produziu um documento com propostas para garantir o efetivo acesso a antineoplásicos incorporados ao SUS. Caso queira comentar ou adicionar algo ao documento, acesse aqui.
Qual a importância da espiritualidade no cuidado oncológico? Reflexões para esta e outras perguntas foram destaque nesta live produzida pela SBOC com as participações de Dra. Angélica Nogueira, Dra. Clarissa Mathias, Dr. Diego de Araújo Toloi e da convidada mais que especial Monja Coen. O evento, realizado em 05 de abril de 2023, marcou o lançamento do guia inédito “Espiritualidade em Oncologia”. Acesse aqui.
Terminou no último sábado (29 de abril), em Buenos Aires, na Argentina, o ESMO Summit Latin America 2023. Durante o evento, que teve o presidente da SBOC, Dr. Carlos Gil Ferreira, como co-chair, foi anunciado que o Brasil será o próximo país a receber esse encontro regional da European Society for Medical Oncology (ESMO), previsto para acontecer no primeiro semestre de 2024.
A ideia de um encontro da ESMO na América Latina surgiu da necessidade de apresentar à comunidade local as principais novidades e avanços discutidos durante o Congresso da entidade europeia, bem como revisar e debater os padrões e os tratamentos do câncer cruzando as perspectivas locais e internacionais.
Neste ano, Dr. Carlos Gil e Dra. Daniela Rosa, membros da atual diretoria da SBOC, ganharam destaque no evento, apresentando aulas, respectivamente, sobre a caracterização molecular em câncer de pulmão não pequenas células e o manejo de toxicidades de anticorpos monoclonais droga-conjugada (ADCs).
Essa será a segunda vez que o Brasil sediará o evento, tendo o recebido em 2019 na cidade de São Paulo, também em realização conjunta entre SBOC e ESMO. Além de Buenos Aires (Argentina) e da capital paulista, o encontro já foi realizado na Cidade do México.
No esforço de proliferar o conhecimento oncológico além da Europa, a ESMO também organizou, nos últimos anos, summits em cidades da África, do Oriente Médio e da Ásia, respectivamente, na Cidade do Cabo (África do Sul), em Dubai (EAU) e em Penang (Malásia).
Na última quinta-feira, 26 de abril, a Frente Parlamentar de Combate ao Câncer Infantil foi lançada em cerimônia realizada na Câmara dos Deputados com a presença de diversos parlamentares, profissionais de saúde, familiares de pacientes e representantes de organizações da sociedade civil. O deputado federal Bibo Nunes será o presidente do grupo.
Durante o evento, o congressista ressaltou a urgência de uma abordagem abrangente e integrada para o enfrentamento do câncer infantil, envolvendo o governo, a sociedade, a comunidade médica e as famílias das crianças afetadas.
Ele também destacou a importância de ampliar o acesso ao diagnóstico precoce, a um tratamento adequado, aos cuidados paliativos e ao suporte psicossocial para os pacientes. O parlamentar mencionou, ainda, a necessidade de promover ações de prevenção sobre o câncer infantil, principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.
Em março, a o Congresso Nacional já havia estabelecido as novas Frentes Parlamentares Mistas em Prol da Luta Contra o Câncer; em Prol do Combate às Doenças Cardiovasculares; e em Prol da Saúde 4.0 e do Acesso e Uso Racional de Equipamentos e Dispositivos Médicos (MedTec); que atuarão de formada conjunta em um movimento intitulado “Unidos pela Vida”.
Um estudo publicado em março pela American Cancer Association estima que o número de diagnósticos de câncer colorretal nos EUA em 2023 chegará a 153 mil. Cerca de 13% desses casos serão de pessoas com menos de 50 anos, o que representa um aumento de 9% dos casos nessa faixa etária desde 2020.
Alexandre Jácome, oncologista clínico e diretor da SBOC confirmou em entrevista o aumento de casos de pacientes mais jovens com câncer de colo e reto em seu consultório. O especialista destacou a importância de mais estudos sobre o tema para a realidade nacional: "Ao que tudo indica, esse fenômeno não está restrito aos Estados Unidos. Ele atinge países da Europa, países do Norte e alguns países da América Latina. Mas, no nosso meio, a gente ainda carece de dados".
Confira a reportagem na íntegra no site da Folha de S. Paulo
Segundo estudo realizado pela Folha de S. Paulo, com base em dados do SUS (Sistema Único de Saúde), a oferta de mamografias, exame fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de mama, têm significativa variação de acordo com a localização do município brasileiro.
Em entrevista ao veículo, a Dra. Laura Testa, integrante do Comitê de Tumores Mamários da SBOC, destacou que a realidade da saúde no Brasil é muito díspar. "Temos um sistema cujo nome é Sistema Único de Saúde, mas ele não é único. Temos múltiplos SUS em diversas regiões do Brasil ou até na mesma cidade", explica a especialista.
A oncologista clínica reforça que uma saída seria levantar as demandas locais e estratégias específicas, como a compra de um mamógrafo por um grupo de municípios e sua instalação em um caminhão ou então o oferecimento da mamografia em barcos no caso de populações ribeirinhas.
Confira a reportagem na íntegra no site da Folha de S. Paulo
A cantora Preta Gil, que nos últimos meses tem tratado um câncer de intestino, encerrou seu tratamento quimioterápico e deu início ao tratamento de radiação
A Dra. Anelisa Coutinho, Presidente Eleita da SBOC, comentou em entrevista ao jornal Estadão sobre a diferença entre os dois procedimentos: “São bem diferentes, mas são ambos tratamentos para tratar a doença neoplásica, ou câncer. Uma age sistemicamente, no corpo todo, enquanto a radioterapia trata aquele local específico de forma mais direta”.
Em casos de câncer de intestino na porção colorretal, ou seja, no “final” do órgão, mais perto do ânus, os especialistas concordam que a radioterapia costuma ser mais usada. “Falando hoje, em 2023, a radioterapia evoluiu tanto que os raios são mais modulados, ou seja, danificam menos os tecidos sadios e ficam mais focados na região”, afirma a oncologista clínica.
Senadores e deputados federais derrubaram, em sessão conjunta realizada nesta quarta-feira, 26 de abril, o Veto Presidencial nº 59/2022, que tinha interrompido no final do ano passado os Programas Nacionais de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON) e à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS). Com a mudança, o Projeto de Lei 5307/2020, que deu origem a esses programas, segue agora para promulgação presidencial, que deve ser feita em até 48 horas.
Tal decisão parlamentar aconteceu após um pedido público pela retomada dos Programas e forte mobilização da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e outras organizações da sociedade civil, como o Instituto Projeto Cura e o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) – que reúne mais de 300 grupos de diferentes setores voltados à atenção oncológica.
Na avaliação do presidente da SBOC, Dr. Carlos Gil Ferreira, a volta do PRONON é uma excelente notícia para a oncologia brasileira. “Mais do que uma lei de incentivo fiscal isolada, esta é uma política pública de captação e canalização de recursos da iniciativa privada com o propósito de estimular a execução de ações e de serviços de prevenção e combate ao câncer. Por isso, felicitamos a sensibilidade dos congressistas nessa decisão.”
O PRONON e o PRONAS, criados em 2012, funcionam por meio de dedução do imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas em troca de doações para a pesquisa, assistência e capacitação nas áreas de oncologia e reabilitação de pessoas com deficiência.
Os incentivos fiscais deveriam, originalmente, vigorar até o ano-calendário de 2016, mas devido a necessidade de mais investimentos, foram prorrogados até o ano-calendário de 2021. Antes do veto do então presidente Jair Bolsonaro, em 22 de dezembro último, o Congresso Nacional, consciente da relevância das iniciativas e da necessidade de se manter estes investimentos, aprovou o Projeto de Lei 5307/2020, que prorrogou a vigência dos Programas até o ano-calendário de 2026.
O Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, traz consigo diversas reflexões sobre o tema. Entre elas, a saúde como um direito de todos, o que para os brasileiros é garantido na Constituição Federal de 1988. Quando o assunto é o câncer, esse direito esbarra drasticamente no custo: a revista Nature publicou, no início deste ano, que os gastos com a doença no mundo devem chegar a US $25 trilhões nos próximos 30 anos.
Os altos custos dos tratamentos oncológicos são um desafio global e têm sido amplamente debatidos por governos, organizações médicas e grupos de defesa dos pacientes. Várias iniciativas têm sido propostas e implementadas com o objetivo de tornar os tratamentos mais acessíveis e reduzir os custos para pacientes e sistemas de saúde.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Carlos Gil Ferreira, uma das prioridades é o estabelecimento de políticas públicas que regulamentem os preços dos medicamentos e dos procedimentos médicos. Outra possibilidade seria o incentivo ao desenvolvimento e uso de terapias mais eficazes e menos invasivas. “As terapias imunológicas, por exemplo, têm se mostrado muito promissoras no tratamento de alguns tipos de câncer e podem reduzir os custos e os efeitos colaterais associados a tratamentos mais tradicionais, como a quimioterapia”, comenta.
Além disso, existem diversos esforços para melhorar a eficiência do sistema de saúde e garantir que os tratamentos sejam prescritos apenas quando necessário e indicados, lembra Dr. Fábio Franke, que também é diretor da SBOC. Segundo ele, “isso pode incluir a adoção de protocolos de tratamento baseados em evidências, a utilização de tecnologia para monitorar a eficácia do tratamento e a implementação de programas de prevenção e rastreamento que possam detectar o câncer em estágios mais precoces, quando é mais tratável e menos dispendioso”.
Um dos focos da SBOC tem sido o incentivo à Pesquisa Clínica, área da ciência que se dedica à inovação, ajudando a desenvolver tratamentos mais eficazes para o câncer.
Por meio da pesquisa clínica é possível estudar populações específicas, como por exemplo doenças negligenciadas, que afetam principalmente populações de baixa renda e em situação de vulnerabilidade. Isso pode ajudar a reduzir as desigualdades em saúde e a melhorar a vida dessas populações, levando a uma alocação mais eficiente de recursos e a um melhor planejamento do sistema de saúde.
“A participação em pesquisas clínicas também pode trazer benefícios diretos aos participantes, como acesso a tratamentos de ponta, acompanhamento médico mais próximo e uma maior conscientização sobre sua própria saúde”, pontua Dr. Fábio Franke.
A SBOC tem se empenhado na defesa por melhores condições de atendimento e acesso ao tratamento do câncer no Brasil. Entre as iniciativas da entidade estão o incentivo à ciência e à pesquisa, a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) como uma ferramenta essencial para garantir o acesso universal ao tratamento oncológico, a otimização dos recursos públicos para o desenvolvimento ações de prevenção e diagnóstico precoce do câncer, além de campanhas para conscientização da população sobre a importância da prevenção.