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Equipe Grano

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SBOC tem nova diretoria para 2023

Notícias Quinta, 05 Janeiro 2023 14:57

Desde 3 de janeiro de 2023, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) tem uma nova Diretoria. Ela é liderada pelo presidente Dr. Carlos Gil Moreira Ferreira, oncologista clínico mineiro radicado no Rio de Janeiro, onde foi pesquisador sênior do Instituto Nacional de Câncer (INCA) entre 2002 e 2015. Desde 2018, é presidente do Instituto Oncoclínicas e, desde 2021, chief medical officer do Grupo Oncoclínicas.

Segundo Dr. Carlos Gil, o objetivo é continuar o trabalho que as últimas gestões fizeram, consolidando suas bases e criando novas possibilidades de diálogo e atualização. “As últimas diretorias capacitaram técnica e politicamente a SBOC para atuar na questão do acesso aos medicamentos na saúde suplementar, por exemplo. Foi um excelente trabalho, mas queremos ampliar as interlocuções, debatendo com o Ministério da Saúde formas de custear tratamentos de alto custo no Sistema Único de Saúde (SUS), como a imunoterapia”, explica.

Outro ponto de destaque desta gestão será a produção de um Censo da Oncologia no Brasil. A ideia, segundo o presidente da SBOC, é compreender melhor sobre quem são os oncologistas clínicos do Brasil, onde estão e quais são seus anseios e dificuldades, reunindo dados demográficos e socioeconômicos. “A partir daí, a SBOC poderá tomar ações concretas para melhorar a vida dos associados. Além disso, queremos capacitar a entidade nas práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG, na sigla em inglês), reforçando o seu papel social”, completa.

Ingressam na Diretoria da entidade com o novo presidente: Dra. Aline Lauda Chaves, Dra. Clarissa Baldotto, Dra. Daniela Rosa, Dr. Duílio Rocha Filho e Dra. Mariana Tosello Laloni. Permanecem da última gestão: Dr. Alexandre Jácome, Dra. Andréia Melo, Dra. Angélica Nogueira Rodrigues e Dra. Maria Ignez Braghiroli. Já o Conselho Fiscal será formado por Dr. Diogo Bastos, Dr. Fernando Meton e o também remanescente Dr. Fábio Franke.

Também compõem a gestão o Prof. Dr. Paulo M. Hoff, na posição de Presidente de Honra, e Dra. Anelisa Kruschewsky Coutinho Araújo, enquanto Presidente Eleita, conforme resultado de eleição realizada em 2022.

Originalmente, a gestão do Dr. Carlos Gil, eleito ainda em 2021 com a chapa “Criar”, se daria entre 2023 e 2025, mas recentemente a entidade passou por uma reforma estatutária que transformou o seu modelo de governança. As alterações foram feitas com a anuência da última gestão e da gestão que assume agora e aprovadas por unanimidade em Assembleia Geral Extraordinária da SBOC em 18 de julho de 2022.

No novo modelo, os eleitos permanecerão apenas um ano no cargo de Presidente em Exercício. Nos anos precedente e subsequente ao mandato, ocuparão respectivamente as posições de Presidente Eleito e Presidente de Honra, quando participarão da gestão com outras atribuições.

Também houve mudanças no processo de escolha dos diretores. Em 2022, excepcionalmente, a SBOC realizou apenas eleição nacional para o cargo de Presidente para acomodar o processo de transição estatutária. A partir de 2023, as eleições voltarão a ocorrer por chapas formadas por um(a) candidato(a) a Presidente e três a diretores. Além disso, haverá eleição individual para conselheiro fiscal.

Na avaliação de Dr. Carlos Gil, essa reforma é mais uma etapa na profissionalização da SBOC, sendo resultado do seu amadurecimento. “Mais membros poderão ser presidentes ao longo dos anos. Temos muitas lideranças em ascensão. Além disso, o novo estatuto reforça o papel da Diretoria, tirando um pouco do poder centralizado na figura do presidente. A transição entre os diretores dará mais perenidade aos projetos, permitindo que tenhamos iniciativas de longo prazo”, analisa.

Retrospectiva SBOC 2022

Notícias Terça, 03 Janeiro 2023 16:33

O ano de 2022 foi de consolidação e conquistas para a SBOC. A entidade passou a realizar o Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica de forma anual, esteve representada em diversas audiências públicas relevantes sobre o câncer e promoveu algumas novas iniciativas educativas, como o Practice-Changing e o Novo Programa de Pesquisa Clínica.

O Estatuto Social e o Regimento Interno da SBOC foram atualizados, fortalecendo assim a governança institucional da entidade, e iniciou-se um importante processo de Planejamento Estratégico que irá permear as prioridades da Sociedade nos próximos anos.

Ao longo do ano, mais de 460 associados participaram ativamente de uma ou mais ação da entidade. Confira no vídeo uma retrospectiva com as principais ações da SBOC em 2022.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) lamenta o veto presidencial, publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 22 de dezembro, ao Projeto de Lei (PL) 5.307/2020, cujo objetivo é a manutenção do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD).

Na área da oncologia, a iniciativa permite, desde 2012, que haja dedução de imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas que tenham contribuído com doações e patrocínios em prol de ações e serviços estruturados pelo Pronon, estimulando a captação de recursos para o setor.

“Recebemos o veto ao Programa com surpresa, uma vez que a iniciativa constitui importante fonte de recursos para o atendimento e a pesquisa relacionada ao câncer no Brasil. Esperamos que os parlamentares possam rever essa decisão, que impacta diretamente os pacientes oncológicos”, afirma o presidente da SBOC, Prof. Dr. Paulo M. Hoff.

Agora, o veto será encaminhado para análise em sessão conjunta dos deputados e senadores no Congresso Nacional, que poderão rejeitar ou manter veto ao projeto.

O Pronon
O Programa foi instituído em 2012 com o intuito de captar e canalizar recursos para a prevenção e o combate ao câncer em ações coordenadas pelo Ministério da Saúde. Inicialmente previsto para existir até 2016, o projeto foi posteriormente renovado até o ano-calendário de 2021.

Os recursos captados são direcionados para: a prestação de serviços médicos-assistenciais; a formação, o treinamento e o aperfeiçoamento de recursos humanos em todos os níveis; e a realização de pesquisas clínicas, epidemiológicas e experimentais.

O PL 5.307/2020, de autoria da senadora Mara Gabrilli, pretende prorrogar a faculdade da dedução de imposto sobre a renda às pessoas físicas até o ano-calendário de 2025 e às pessoas jurídicas até o ano-calendário de 2026.

Ao justificar o veto, o Presidente da República informou que a proposta possui vício de inconstitucionalidade e contraria o interesse público, uma vez que a prorrogação do benefício fiscal acarretaria renúncia de receitas sem apresentação da estimativa do impacto orçamentário e financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes.

Nos últimos dias, os ganhadores dos Prêmios SBOC 2022 que não puderam comparecer à cerimônia de premiação – durante o XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica – receberam seus troféus presencialmente das mãos do presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, o Prof. Dr. Paulo M. Hoff.

O vencedor do Prêmio Ronaldo Ribeiro de Carreira em Oncologia Clínica, Prof. Dr. Auro del Giglio, Professor Titular da Faculdade de Medicina do ABC, recebeu seu reconhecimento em visita à sede da Sociedade na última sexta-feira, 16 de dezembro.

Já o Prof. Dr. Roger Chammas, vencedor do Prêmio SBOC de Pesquisa Oncológica Translacional, ganhou seu troféu nesta segunda-feira, 19 de dezembro, durante reunião do Conselho Diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), prestando agradecimentos a essa instituição, onde desenvolveu um centro de pesquisa, e à SBOC.

Os demais vencedores já tinham recebido seus troféus no Congresso SBOC 2022. Dra. Aline Lauda Freitas Chaves ganhou o Prêmio SBOC de Protagonismo Feminino na Oncologia; Dr. Pedro Henrique Isaacson Velho, o Prêmio Jovem Oncologista SBOC; e Dra. Olga Laura Sena Almeida, o Prêmio SBOC de Ciências.

Todos eles receberam placas comemorativas, recompensas financeiras como forma de estímulo ao trabalho desenvolvido e pacotes completos (passagem, inscrição e hospedagem) para participara do XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, realizado entre 3 e 5 de novembro.

Após diversos debates e audiências públicas realizadas em 2021 e 2022, vários deles com a participação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Comissão Especial da Câmara dos Deputados destinada a acompanhar as ações de combate ao câncer no Brasil apresentou na semana passada seu relatório final.

De acordo com o documento, observa-se no país uma série de dificuldades e gargalos envolvendo o tratamento do câncer que “são inaceitáveis”, pois “está claro que ocorrem mortes e sequelas que poderiam ser evitadas, devido a uma ineficácia do combate ao câncer em todas suas etapas – prevenção, rastreamento, diagnóstico e tratamento”.

Os autores recordam que as neoplasias têm impacto relevante na saúde pública brasileira, sendo a segunda maior causa de morte na população. Por isso, apontam a necessidade de acompanhamento especial do poder público em relação ao tema, com uma atuação integrada e eficaz para mitigar os problemas supracitados e garantir tratamentos adequados e oportunos, sobretudo, nos tempos atuais em que a situação foi agravada pela pandemia de COVID-19.

Representando mais de 2.800 oncologistas clínicos de todo o Brasil, a SBOC participou da Comissão, indicando diversos especialistas para contribuírem com os debates técnicos acerca do enfrentamento do câncer no Brasil.

“O trabalho desta Comissão ao longo desses dois anos foi muito importante para produzir um diagnóstico sobre os desafios para o combate ao câncer no Brasil”, comenta a diretora-executiva da SBOC, Dra. Marisa Madi. “Temos agora um relatório coordenado por parlamentares que indica os principais gargalos que enfrentamos e quais são os possíveis caminhos a seguir daqui em diante, com o intuito de provermos o melhor atendimento possível aos pacientes no final da cadeia, sobretudo no sistema público”, acrescenta.

Para o presidente da SBOC, o Prof. Dr. Paulo M. Hoff, a expectativa é de que as propostas sejam levadas adiante na próxima legislatura e que as especificidades de cada projeto de lei sejam novamente discutidas com as Sociedades de especialidades e demais entidades que detêm o saber sobre o tema. “Queremos seguir contribuindo com os parlamentares, colocando a visão, o conhecimento e a experiência acumulada dos oncologistas clínicos na mesa”, avalia.

Por força regimentar, o trabalho da Comissão Especial se encerra no final desta legislatura, mas o grupo deverá encaminhar uma série de propostas para serem votadas no próximo ano, envolvendo entre outros temas a terapia nutricional dos pacientes oncológicos, fontes de financiamentos, investimentos em ações de prevenção e diagnóstico do câncer e incorporações de novas tecnologias.

O documento final tem relatoria da deputada federal Silvia Cristina, e a Comissão Especial é composta pelos parlamentares: Weliton Prado (presidente), Carmen Zanotto (vice-presidente), Acácio Favacho, Aline Gurgel, Bibo Nunes, Dr. Zacharias Calil, Dra. Soraya Manato, Dulce Miranda, Geninho Zuliani, Heitor Freire, Hildo Rocha, Hiran Gonçalves, Jaqueline Cassol, Joaquim Passarinho, Marina Santos, Misael Varella, Tereza Nelma, Dr. Frederico, Igor Timo e Professora Marcivania.

Evidenciando o seu fortalecimento e crescimento nos últimos anos, o Brazilian Journal of Oncology (BJO) acaba de ser indexado no Directory of Open Access Journals (DOAJ), uma organização independente que reúne mais de 17.500 periódicos de acesso aberto revisado por pares, cobrindo todas as áreas da medicina, da ciência, da tecnologia, das ciências sociais, das artes e das humanidades.

Lá estão indexados os principais periódicos de acesso aberto do mundo, independentemente do idioma, aumentando globalmente a visibilidade, a acessibilidade, a reputação, o uso e o impacto dos artigos produzidos nas revistas e jornais contemplados.

A presença da BJO neste diretório garante aos pesquisadores que submetem o resultado de suas pesquisas ao periódico que são seguidos alguns parâmetros, como os Princípios de Transparências e Boas Práticas do DOAJ, do Comitê de Ética de Publicações (COPE), da Associação de Editores Acadêmicos de Acesso Aberto (OASPA) e da Associação Mundial de Editores Médicos (WAME).

Segundo Dr. Jorge Sabbaga, editor-chefe da BJO, a indexação é um marcador de reputação da revista. “Estamos inseridos em uma comunidade de interesse de grande alcance, consequentemente aumentando o impacto, a disseminação e o acesso aos artigos publicados. O DOAJ segue critérios rigorosos para admissão e permanência em sua base, o que demonstra o alto padrão que seguimos na BJO”, comenta.

O Brazilian Journal of Oncology é mantido conjuntamente pelas Sociedades Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), de Cirurgia Oncológica (SBCO) e de Radioterapia (SBRT). O acesso é aberto para leitura, download, reprodução e distribuição mediante crédito. São publicados, principalmente, estudos translacionais e clínicos nas áreas de oncologia clínica, cirúrgica e radioterapia.

No final de novembro, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulgou o novo relatório Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil¹, que traz um levantamento sobre novos casos da doença na população brasileira. A estimativa é de que, para cada ano do triênio 2023-2025, surjam aproximadamente 704 mil novos diagnósticos para variados tipos de câncer, sendo o de pele, não melanoma, o mais incidente entre eles (31,3% do total de casos).

A pele é o maior órgão do corpo humano. Composta pela camada de epiderme (externa) e derme (interna), é também a grande responsável por proteger outros órgãos contra agentes externos, infecciosos e químicos, além de regular a temperatura do corpo. Quando exposta ao sol, de maneira constante e sem proteção adequada, a pele fica suscetível ao desenvolvimento do câncer, podendo esse ser de variados tipos. Os mais comuns são os carcinomas (com maior incidência, porém, menor gravidade), que surge nas células basais ou escamosas; e os melanomas (mais raros, mas com maior chance de evoluir para metástase), que se desenvolvem nos melanócitos, células que produzem a melanina.

Dado o cenário para os próximos três anos, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) aproveita este Dezembro Laranja, mês de conscientização sobre o câncer de pele, para esclarecer algumas das principais dúvidas em torno do tema.

Abaixo, a médica oncologista e coordenadora do Comitê de Tumores de Pele e Sarcomas da SBOC, Dra. Andreia Melo, listou alguns dos principais mitos e verdades sobre o câncer de pele.

Confira:

Pessoas brancas e albinas têm maior propensão ao desenvolvimento da doença²
Verdade – por terem menos pigmentação na pele, pessoas brancas ou albinas estão mais suscetíveis ao desenvolvimento do câncer de pele.

Pessoas negras não desenvolvem câncer de pele5
Mito – ao contrário do que muitos imaginam, pessoas negras também correm o risco de desenvolver câncer de pele. Apesar de raro, nessa população a lesão costuma aparecer nas extremidades: região plantar (abaixo dos pés), nas palmas das mãos e abaixo das unhas.


É preciso usar protetor solar em dias nublados e no inverno³
Verdade – independentemente de o céu estar ou não ensolarado, os raios ultravioletas continuam sendo constantemente emitidos. Em dias nublados, a única diferença é a de que sua incidência costuma ser um pouco menor. Mas, ainda assim, não é recomendado se expor à luz solar por longos períodos e sem proteção. O uso de protetor solar é recomendado para absolutamente todos os dias.

Protetor solar tem papel fundamental na proteção contra o câncer de pele
Verdade – o filtro solar é um agente fundamental na proteção contra o câncer de pele, porém, seu uso deve ser feito de maneira adequada, sendo recomendado o uso de um protetor que atue contra raios UVA e UVB, com FPS 30 ou maior. É necessário aplicar cerca de 2g/cm2 na pele, ao menos 15 minutos antes de se expor ao sol e, após sair da água, repetir a aplicação a cada duas horas. Também é importante lembrar de utilizar proteção solar para os lábios.

Não existe horário correto para tomar sol
Mito – apesar da necessidade de absorção de vitamina D, para prevenir o risco de desenvolvimento do câncer de pele, é recomendado evitar a exposição prolongada ao sol entre às 10h e 16h, pois nesse período a incidência de raios ultravioleta é maior.

O uso de câmaras de bronzeamento é algo seguro
Mito – O bronzeamento com o uso de câmaras está relacionado ao maior risco de desenvolvimento de câncer de pele. No Brasil, o uso estético de câmaras de bronzeamento é proibido pela ANVISA.
“Se diagnosticado em estadios iniciais, o câncer de pele tem muito boas chances de cura. Alguns sintomas que podem indicar o surgimento da doença são manchas irregulares na pele, com mais de uma tonalidade, que descamam ou sangram, e feridas que não cicatrizam há mais de quatro semanas. Caso apresente qualquer tipo de sintoma na pele, procure imediatamente auxílio médico para diagnosticar e tratar o problema”, comenta a Dra. Andreia Melo, que também vice-presidente da SBOC.

Para mais informações sobre o câncer de pele, confira o infográfico da SBOC sobre o tema.

 

Referências
¹GOV.INCA. INCA estima 704 mil casos de câncer por ano no Brasil até 2025. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/noticias/2022/inca-estima-704-mil-casos-de-cancer-por-ano-no-brasil-ate-2025. Acesso em 25 de novembro de 2022.

² GOV.INCA. Câncer de pele não melanoma. Disponível em https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pele-nao-melanoma. Acesso em 25 de novembro de 2022.

³A.C. CAMARGO Cancer Center. Disponível em: https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/mitos-verdades-sobre-o-cancer-de-pele. Acesso em 25 de novembro de 2022.

4Sociedade Brasileira de Dermatologia. Disponível em: https://www.sbd-sp.org.br/geral/cancerdepele/.

Após passar por uma grande reformulação, a edição de 2022 do novo Programa de Pesquisa Clínica da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) selecionou 12 oncologistas clínicos e os enviou para um processo de imersão e visitas guiadas em quatro dos principais centros de pesquisa clínica do Brasil.

Coordenado pela vice-presidente da SBOC, Dra. Andréia Melo, e o conselheiro fiscal da entidade, Dr. Fábio Franke, o projeto é realizado em parceria com as seguintes instituições: a Divisão de Pesquisa Clínica do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro (RJ); o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), em São Paulo (SP); o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), em São Paulo (SP); e o Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia de Ijuí (Oncosite – RS).

“A nova edição do Programa de Pesquisa Clínica foi um sucesso. Com mais participantes e novos centros, foi possível expandir a iniciativa, dando a oportunidade para mais médicos conhecerem os meandros dessas instituições. Assim, pretendemos estimular que esses oncologistas de diferentes regiões se sintam preparados para estruturarem novos serviços de pesquisa oncológica em suas localidades”, diz Dra. Andréia Melo.

Apoiar iniciativas nessa área, inclusive, é uma das missões da SBOC, segundo a vice-presidente da entidade. “Outra ação de sucesso é a nossa Plataforma de Cadastros de Pesquisa Clínica, que visa construir pontes entre oncologistas e pesquisadores de todo o Brasil”, completa.

Além disso, avalia Dr. Fábio Franke, há um ineditismo na edição de 2022 do programa. “O contato direto com todos os profissionais da equipe, entendendo cada setor e o papel que cada um exerce para que um protocolo de pesquisa possa ser aplicado dentro das normas internacionais é uma experiência única. Até então, o que tínhamos eram experiências apenas teóricas. Agora, com esse projeto, o oncologista pôde reconhecer a realidade desses centros”, comenta.

As 12 vagas foram distribuídas entre associados adimplentes da SBOC, que concorreram mediante apresentação de carta de motivação, carta de recomendação, currículo e compromisso de esforços para montar uma estrutura de pesquisa clínica na sua instituição. As visitas ocorreram entre 19 e 22 de outubro.

Visitas aos centros
Quando se fala em estruturar centros de pesquisa relevantes em cidades pequenas, o próprio Oncosite é um exemplo disso. Funcionando dentro do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Hospital de Caridade local – estruturado por Dr. Fábio Franke – o serviço é um dos principais centros de pesquisa clínica do país, apesar de estar em uma cidade de pouco mais de 80 mil habitantes, próxima à fronteira com a Argentina.

Inspirar-se e reproduzir parte do que ali é feito é um dos desejos de Dr. Pedro Alexandre Silva, oncologista clínico do Rio de Janeiro que esteve no centro gaúcho. Sua intenção é aproveitar o apoio do Centro de Terapia Oncológica de Petrópolis, onde atua, para isso. “Iniciamos um ótimo diálogo com o Comitê de Ética em Pesquisa local e estamos em contato com a indústria farmacêutica. Vemos em nosso cotidiano como os pacientes estão otimistas em relação à ampliação do acesso às possibilidades terapêuticas”, afirma.

Segundo Dr. Silva, as portas do Oncosite foram abertas por Dr. Fábio Franke, com direito a visita por todas as áreas do centro. “Conversamos com os colaboradores e cada um mostrou como executa suas funções de forma direcionada. Assim, o paciente desde o momento em que é recebido no serviço, passando pelo tratamento oncológico, até o retorno para casa, tem toda a sua jornada assistida com as informações necessárias para o protocolo sendo registradas, com uma experiência muito acolhedora.”

Lidar com uma estrutura de alto nível como essa foi uma experiência única para Dra. Gabriela Monte Taveira, de Maceió (AL), que conheceu o Icesp. Ela ressaltou o contato com profissionais que são líderes em suas respectivas áreas. “A experiência que a SBOC proporcionou é de muita credibilidade, pois lidamos com profissionais com gabarito, dentro de um centro de pesquisa que é dos maiores da América Latina”, celebra.

Segundo seu relato, foi importante não somente conhecer o lado do atendimento, mas aprender sobre pontos burocráticos da estruturação de centros de pesquisa, desde questões sobre como montar uma farmácia de manipulação até às necessidades logísticas de envio e recebimento de medicamentos.

“Esses projetos de incentivo que a SBOC tem feito são de suma importância, pois vamos a campo e estreitamos laços de networking, vendo como funciona para que a gente tente replicar em nossos estados, organizando equipes, serviços e estrutura, além de contar com apoio dos gestores. Com pesquisa clínica, todos ganham: do hospital aos pacientes”, argumenta Dra. Gabriela.

Outro contemplado que veio a São Paulo foi Dr. Gustavo Couto Rosa Lopes, de Passos (MG). Em sua visita ao Idor, ele notou como o setor de pesquisa evoluiu ao longo dos anos. “Foi uma experiência enriquecedora. Tive contato com centros de pesquisa clínica há vários anos, durante minha formação, quando se fazia tudo manuscrito. Evoluções ocorreram desde então, embora o ritual permaneça em sua essência”, descreve.

Agora, o objetivo é replicar algo do que aprendeu no centro de pesquisa clínica do Hospital Regional do Câncer de Passos. Segundo Dr. Lopes, a instituição já está buscando apoio externo e o programa da SBOC foi não somente necessário, como fundamental. “Além disso, é necessário se ter uma boa base prévia e perseverar na busca de soluções para todos os detalhes. Superar dificuldades sempre foi desafiador, principalmente para nós que levamos a oncologia para o interior do país. Mas estamos dispostos!”, antecipa o oncologista.

Reproduzir o conhecimento aprendido nesses poucos dias foi mesmo o mote principal dos participantes. Dr. Carlos Diego Holanda Lopes, de Fortaleza (CE), acredita que a partir da experiência que teve na Divisão de Pesquisa Clínica do INCA, poderá contribuir com o desenvolvimento da pesquisa clínica no Ceará, possibilitando a implementação de novos ensaios clínicos e a formação de recursos humanos.

“Foi uma oportunidade única conhecer esse tradicional e importante centro de pesquisa clínica. Pude acompanhar todas as etapas de funcionamento de um grande serviço, vivenciando em tempo real todos os processos de desenvolvimento de um ensaio clínico. Toda essa troca de ideias com os pesquisadores envolvidos foi enriquecedora para minha formação”, finaliza Dr. Lopes.

Nesta quarta-feira, 23 de novembro, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) participou de audiência pública sobre a incorporação e a disponibilização de novos medicamentos oncológicos, convocada pela Comissão especial destinada a acompanhar as ações de combate ao câncer no Brasil da Câmara dos Deputados. A instituição foi representada por Dra. Maria Del Pilar Estevez Diz, membro dos Comitês de Tumores Ginecológicos e de Lideranças Femininas.

Introduzindo, a oncologista clínica apresentou dados que indicam que os países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto têm observado, ao longo das décadas, redução consistente na mortalidade pelo câncer. Uma conquista multifatorial, que diz respeito às novas terapêuticas disponíveis, mas também ao diagnóstico precoce e aos efetivos programas de rastreamento.

No Brasil, porém, essa queda não acontece, apesar de o país manter um rastreamento intensivo.
“Principalmente no setor público, continuamos com muitos diagnósticos em estadios mais avançados”, relatou Dra. Maria Del Pilar, que atua no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), um hospital 100% dedicado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Incorporação de novos medicamentos
Abordando objetivamente o tema da audiência, a representante da SBOC relatou que o processo de incorporação das drogas no SUS tem apresentado lentidão, com um retardo considerável em relação ao que é utilizado nos tratamentos na maioria dos países de IDH alto.

“Falando da questão do Trastuzumabe: houve muito atraso e foi resolvido de maneira desigual. Alguns estados incorporaram antes e essa desigualdade traz desequilíbrio para o sistema. É uma injustiça. Por vezes, temos cotas de disponibilização do medicamento e, portanto, seleção de pacientes que receberão, o que é inadequado em saúde”, afirmou Dra. Maria Del Pilar.

Além da morosidade da incorporação, a oncologista clínica apontou outro problema central do tema: os valores da Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (Apac) destinados a financiar os tratamentos.

“Para os inibidores de ciclina, que são muito relevantes para o câncer de mama receptor hormonal positivo, a Apac é de R$ 2.378,90. Lembrando que ela comporta o preço da medicação em si, mas também o custo médio mensal do paciente, considerando consulta médica, atendimento de enfermagem e exames subsidiários. Ou seja, é absolutamente insuficiente”, disse.

Em um exercício de comparação com os valores praticados comercialmente, Dra. Maria Del Pilar encontrou o mesmo medicamento comercializado a, pelo menos, R$ 16.000 a caixa, que segundo ela é insuficiente para um mês de tratamento. “É um descompasso muito grande. Não dá para imaginar que mesmo que o hospital faça uma excelente negociação comercial isso dê cobertura para o custo colocado.”

Como alternativa, a oncologista clínica pensa em um modelo em que as Apacs sejam específicas para as indicações. Se um determinado paciente, em uma condição clínica X, receber o medicamento Y, o código da Apac será “este” – um que possa ressarcir efetivamente o que ele está recebendo.

“Caso contrário, a contabilidade é quase impossível. Os hospitais e os gestores acabam sendo colocados em uma posição de que se fizessem bom exercício contábil conseguiriam pagar, mas isso não é verdade. Os tratamentos já são subfinanciados”, completou.

Segundo o presidente da SBOC, Prof. Dr. Paulo M. Hoff, iniciativas como esta, organizada pelos parlamentares, são muito importantes para envolver diversos atores da sociedade nos debates sobre o tratamento do câncer no sistema público.

“Precisamos ampliar essa discussão, que está tão próxima da realidade da população brasileira. Nesse sentido, a SBOC tem participado de diversos fóruns sobre o financiamento da oncologia no SUS. Esse é um ponto prioritário para que possamos garantir acesso aos tratamentos já aprovados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec)”, defende Dr. Hoff.

Medscape é o novo parceiro da SBOC

Notícias Terça, 22 Novembro 2022 17:12

Uma das principais autoridades do Brasil quando o assunto é oncologia clínica e câncer se une a um dos mais relevantes veículos de comunicação em saúde do mundo. Esse é o significado da nova parceria entre a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e o Medscape, que resultou nesta página dedicada ao conteúdo produzido em conjunto entre as instituições.

Além do compartilhamento de notícias, a iniciativa tem foco na cobertura de congressos e eventos do Brasil e do mundo. Já estão disponíveis, por exemplo, vídeos gravados com os especialistas da entidade durante o European Society for Medical Oncology Congress 2022 e o XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, também realizado este ano.

Para o Prof. Dr. Paulo M. Hoff, presidente da SBOC, esse é um passo da entidade para apoiar a divulgação de conteúdo científico qualificado. “Trata-se de uma preocupação fundamental, considerando o cenário de difusão de publicações imprecisas no qual nos encontramos. Quando falamos de saúde, a exatidão dos fatos é ainda mais relevante. Por isso, ficamos orgulhosos de contribuir com a credibilidade que a Sociedade traz consigo”, completa.

O intuito agora, segundo Dra. Marisa Madi, diretora-executiva da SBOC, é fortalecer a iniciativa com a publicação de cada vez mais conteúdo em português dentro do Medscape. “Desde que a colaboração editorial foi firmada, também tivemos a criação de uma página dedicada somente aos vídeos do Congresso SBOC 2022, o que mostra a relevância do evento e o interesse dos leitores. Unindo forças, alcançaremos mais oncologistas, médicos e profissionais da saúde”, diz.

Sobre o Medscape
O Medscape é o principal destino on-line para médicos e profissionais da saúde no mundo todo, oferecendo as últimas notícias médicas e perspectivas de especialistas, informações essenciais sobre medicamentos e doenças, bem como conteúdo de educação médica continuada. A inscrição no site é gratuita, oferecendo acesso ilimitado a toda a rede de sites e serviços.

Além do site principal, o grupo é formado por um conglomerado de plataformas ao redor do mundo, com marcas como Univadis, MDedge, MediQuality, Frontline, MedSims, Coliquio, StayWell, entre outras. Possui edições em português, inglês, espanhol, francês, italiano e holandês.

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