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Após consolidar as respostas do último desafio, chegou ao fim nesta semana a III Gincana Nacional da Oncologia para Acadêmicos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. Os primeiros colocados foram Alexandre Santos Schalch (Universidade de São Paulo), Geiziane Grazielly Silva Cordeiro (Universidade Federal de Pernambuco) e Lázaro Leonardo Mendes de Oliveira (Universidade Federal de Goiás).
Segundo explica Dr. Alexandre Jácome, diretor da Escola Brasileira de Oncologia (EBO), a iniciativa tem como objetivo disseminar conhecimentos fundamentais da oncologia e integrar a comunidade de graduandos que tem interesse na área. “Ao longo de pouco mais de três meses, 363 participantes receberam sete desafios relacionados a temas da oncologia e já começaram a se exercitar sobra a prática dessa especialidade”, comenta.
Os casos foram elaborados por associados da SBOC que voluntariamente se dispuseram a colaborar com a qualificação dos acadêmicos. Participaram: Dra. Abna Vieira (Screening); Dra. Laís Baltar (Predisposição hereditária); Dr. Carlos Diego Lopes (Emergências oncológicas); Dra. Georgia Arcanjo (Cuidados paliativos); Dr. Vitor Fiorin (Câncer de mama); Dr. Diego Gonçalves (Marcadores tumorais no câncer gastrointestinal); e Dr. Thiago Muniz (Estadiamento).
Todos os participantes que chegaram ao pódio receberão inscrições gratuitas e passagens para o XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, que acontece entre 3 e 5 de novembro de 2022, no Rio de Janeiro (RJ). O segundo e o primeiro colocados também ganharão hospedagens, enquanto o vencedor terá direito, ainda, a um ano gratuito como associado colaborador da SBOC em 2023, mediante conclusão do curso de Medicina ou da área da saúde.
Os vencedores
Alxandre Schalch participou das três edições da Gincana Nacional da Oncologia para Acadêmicos, tendo ficado na terceira posição em 2022. A cada ano, segundo a sua avaliação, a competição foi organizada para apresentar situações e desafios diferentes para todos os participantes.
“Esta permanece sendo uma iniciativa única e que incentiva a busca de informações atualizadas e importantes para a prática clínica. Entre os plantões e o estudo no meu último semestre da graduação, sempre buscava tempo para ler uma diretriz ou fazer buscas no UpToDate para resolver a questão do dia. Fico feliz de ter alcançado esse resultado!”, celebrou o graduando da USP.
Também estudante do último ano de Medicina, Geiziane Cordeiro, da UFPE, diz que participar da Gincana é uma confirmação em relação às áreas que pretende seguir: de oncologia e de cuidados paliativos. “Se antes tinha um caráter pessoal, agora se fomenta como algo muito maior e incrível na minha esfera acadêmica, profissional e humana.”
Ela acredita que a iniciativa da SBOC apresenta casos pertinentes para a área clínica, com temas que irá encontrar em sua atuação profissional, em diversos níveis de atenção. A sua avaliação é de que as perguntas lapidaram seu senso crítico e chamaram atenção para uma medicina baseada em evidências, sem deixar de lado a humanização do atendimento.
Pela segunda vez na Gincana, Geiziane pensa que a participação em um processo avaliativo se refletiu no seu internato, trazendo mais maturidade para lidar com questionamentos e discernir prioridades. “Encerro a competição honrada em ser tocada pela oncologia e grata pela SBOC por permitir este bom sentimento. Não imaginava chegar tão longe e, com este resultado, percebo que somos muito mais do que imaginamos.”
O terceiro colocado Lázaro de Oliveira chama atenção para a Gincana como uma iniciativa que muito mais do que uma competição, serve como um estímulo para que estudantes de Medicina possam estabelecer vínculos com a oncologia clínica, um tema por vezes incipiente nas graduações. Dessa forma, entende, muitos graduandos podem aprofundar conhecimentos em uma especialidade que é surpreendente e instigante, sempre em movimento.
“Cada caso clínico foi uma jornada por si só, mas no geral envolveram os mesmos rituais: busca de diretrizes, estudo sobre as grandes áreas, aprofundamento do conteúdo ao longo das perguntas e, depois, as tentativas de previsão do próximo tema para tentar chegar mais preparado”, detalha o estudante da UFG, que também participou pela terceira vez.
“Sem dúvida, as Gincanas que participei foram um grande direcionamento na minha jornada acadêmica e desempenharam um importante papel formativo. Chegar ao pódio é extremamente gratificante e um reforço à sensação iminente de que o caminho da oncologia talvez seja o caminho certo. Obrigado SBOC!”, completa.
Criada nos anos 1990, o Outubro Rosa se tornou uma das campanhas mais conhecidas para a conscientização sobre o câncer de mama. Com o intuito de difundir informações e adotar medidas de prevenção para esse tipo de tumor, o movimento busca fomentar o diagnóstico precoce, que significa maior chance de sucesso no tratamento e na cura. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este é o segundo câncer que mais acomete mulheres no Brasil, e até o fim de 2022 são esperados mais de 66 mil novos casos1.
Por isso, no mês do movimento mundial para a conscientização e combate deste tumor, as oncologistas Daniela Rosa e Laura Testa, membros do Comitê de Tumores Mamários da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), esclarecem uma série de mitos e verdades para elucidar alguns conceitos sobre o câncer de mama e chamar atenção para o rastreamento e a prevenção dessa doença tão frequente no país.
Desodorante pode causar câncer de mama
Mito. Estudos demostram que a axila pode absorver os componentes dos antitranspirantes, como o alumínio, que se alojam nas mamas. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que não existe comprovação científica de que a formulação contribua para o desenvolvimento do câncer de mama.
Atividades físicas ajudam na prevenção do câncer de mama
Verdade. Segundo o INCA, a obesidade e o sedentarismo estão ligados ao risco de desenvolvimento da doença3. Por isso, a prática regular de atividades físicas, sendo no mínimo 150 minutos por semana, pode diminuir o risco do câncer de mama.
Câncer de mama só aparece em quem tem histórico familiar
Mito. As estatísticas mostram que apenas 10% dos casos têm origem hereditária, de acordo com dados do INCA4. Ou seja, as medidas preventivas são essenciais para qualquer pessoa. “Apesar disso, o histórico familiar influencia quando o parentesco é de primeiro grau, ou seja, se a mãe, a irmã ou a filha foram diagnosticadas. E ainda mais quando o tumor apareceu antes dos 40 anos. Nesse caso, a mulher deve redobrar a atenção e procurar o médico para a orientação da conduta adequada” completa a Dra. Daniela Rosa.
Mulheres mais velhas têm maior chance de desenvolverem o câncer de mama
Verdade. Segundo a organização americana Breast Cancer5, dois em cada três casos de câncer de mama ocorrem em mulheres acima dos 55 anos de idade. Ou seja, há uma relação direta entre a idade e o desenvolvimento da doença. Porém, o rastreamento e a prevenção da doença devem ser feitos antes dessa idade.
Quem faz autoexame não precisa fazer a mamografia
Mito. Embora o autoexame seja um aliado, nem sempre o nódulo é palpável, pois depende da sua localização e extensão. Ademais, o chamado “caroço no seio” não é o único sinal do câncer de mama. Por isso, mesmo que seja desconfortável, a mamografia é fundamental para o diagnóstico precoce. “O exame analisa microcalcificações, nódulos menores e irregularidades no entorno da mama. Além disso, é ideal que todas as mulheres, sobretudo as de 40 anos ou mais, façam o exame anualmente. No Brasil, há uma lei federal que garante esse direito” explica a Dra. Daniela Rosa.
Amamentar diminui o risco de câncer de mama
Verdade. A Dra. Laura Testa explica que durante a produção de leite as células mamárias se multiplicam em menor quantidade, reduzindo o risco da doença. “Fora isso, a amamentação diminui o número de ciclos menstruais e, por consequência, diminui a exposição da mulher a certos hormônios que podem estar ligados a tumores, como o estrogênio”.
Todo caroço na mama é início de um câncer
Mito. Os nódulos mamários são comuns e a maioria é benigno, ou seja, não se desenvolvem em câncer. Ainda assim, se notar o surgimento de um nódulo novo, este deve ser avaliado em consulta.
Referências
1- INCA. Conceito e Magnitude. Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude#. Acesso em 21 de setembro de 2022.
2- GOV. Anvisa. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/setorregulado/regularizacao/cosmeticos/pareceres/parecer-tecnico-no-1-de-14-de-fevereiro-de-2014. Acesso em 21 de setembro de 2022.
3- INCA. Câncer de Mama. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/mama. Acesso em 21 de setembro de 2022.
4- INCA. Fatores de risco. Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco#). Acesso em 21 de setembro de 2022.
5Breast Cancer. Age. Disponível em: https://www.breastcancer.org/risk/risk-factors/age. Acesso em 21 de setembro de 2022.
A Comissão Científica do XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica anunciou nesta segunda-feira, 3 de outubro, os 111 trabalhos aprovados para serem apresentados durante o evento, que acontecerá de 3 a 5 de novembro na cidade do Rio de Janeiro. Entre os trabalhos aprovados, 100 serão exibidos em formato de pôsteres, seis oralmente em sessões de especialidades e cinco oralmente em plenária.
Coordenador da Sessão de Pôster do Congresso SBOC 2022, Dr. Jorge Sabbaga enfatiza a alta qualidade científica dos trabalhos submetidos. “Tornamos neste ano a seleção ainda mais criteriosa e a resposta foi admirável. Depois de muita análise, chegamos a um grupo de produções muito significativas, mostrando a pujança dos jovens oncologistas brasileiros”, comenta.
Uma das mudanças para 2022, por exemplo, foi a restrição aos relatos de caso. Além disso, há novidades também na sessão de pôsteres. Os selecionados se apresentarão em um novo momento chamado de “Happy Poster”, que pretende ser uma reunião descontraída entre os congressistas, sem deixar de lado o rigor científico característico do evento.
As exposições orais em plenária também serão especiais, uma vez que ocorrem no mesmo espaço onde estarão os principais convidados e palestrantes internacionais do SBOC 2022, reunindo toda a comunidade oncológica para prestigiar as novidades científicas. Haverá, ainda, o Prêmio SBOC de Ciências, que como estímulo aos pesquisadores entregará R$ 5.000 ao autor ou à autora do melhor trabalho científico do Congresso. O selecionado será convidado, inclusive, para escrever um artigo para o Brazilian Journal of Oncology.
As novidades não param por aí: os autores de pôsteres com menos de 40 anos, com residência médica em Oncologia Clínica concluída de 2018 em diante e associados titulares adimplentes da SBOC concorrem automaticamente ao reconhecimento de “Melhor Pôster Jovem Oncologista”.
Para Dr. Sabbaga, o momento de seleção e a apresentação dos trabalhos tem refletido o crescimento da produção científica brasileira na área da oncologia, tanto em qualidade, quanto em quantidade. “Por isso, cada vez mais temos visto nossos trabalhos sendo selecionados em congressos internacionais. No Brasil, o Congresso SBOC é o fórum mais importante de divulgação desses estudos”, explica o editor-chefe do Brazilian Journal of Oncology.
No total, foram 349 trabalhos submetidos. Destes, 111 foram aprovados com pesquisas em 21 temas distintos. Os campos de destaque foram os tumores de mama, com 18 abstracts, e os tumores torácicos, com 16. Também tiveram relevância áreas como oncogenética (9), tumores gastrointestinais baixos (8), tumores gastrointestinais altos (8), tumores de pele e sarcomas (7) e políticas públicas, acesso, farmacoeconomia e gestão da saúde (7).
A maioria dos trabalhos tem autoria principal de pesquisadoras mulheres: 69 deles. O Sudeste foi a região mais representada, com 87 trabalhos – 55 deles somente de São Paulo. Na sequência, temos a região Nordeste com 10 aprovações, Centro-Oeste com 6, Sul com 4 e Norte com 1. Outros 3 trabalhos foram enviados do estrangeiro – 2 da França e 1 de Portugal.
Para conferir se o seu trabalho foi aprovado, acesse o site do Congresso SBOC 2022. O seu resultado estará na área acessada mediante login, no menu “Meus Trabalhos”. Aqueles que foram contemplados também receberam por e-mail as instruções para organizar as apresentações.
Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) desde 2001, a oncologista clínica Dra. Anelisa Kruschewsky Coutinho Araújo foi eleita Presidente da SBOC por “aclamação”, conforme preveem as regras eleitorais da entidade para casos de candidaturas únicas.
De acordo com o novo Estatuto da SBOC, Dra. Anelisa começa assumindo o cargo de Presidente Eleita da entidade em 1º de janeiro de 2023, quando passará a acompanhar as ações e direcionamentos da entidade junto com o Presidente em Exercício naquele ano, o Dr. Carlos Gil Ferreira; e a partir de 1º de janeiro de 2024 ela se tornará a Presidente em Exercício da SBOC, tornando-se a terceira mulher a presidir a entidade – as outras duas foram a Dra. Lucilda Cerqueira de Lima (1997-2001) e a Dra. Clarissa Mathias (2019-2021). Em 2025, por fim, a Dra. Anelisa se tornará a Presidente de Honra da SBOC.
Neste ano, excepcionalmente, a SBOC realizou apenas eleição nacional para o cargo de Presidente para acomodar o processo de transição estatutária. A partir de 2023, as eleições voltarão a ocorrer por chapas formadas por um(a) candidato(a) a Presidente e três a diretores. Além disso, haverá eleição individual para conselheiro fiscal.
Na última semana, o Ministério da Justiça determinou a suspenção da venda de cigarros eletrônicos para 32 empresas que comercializam o dispositivo. O despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) do último dia 1º de setembro deu 48h para a interrupção da comercialização, sob pena diária de R$5 mil reais para o não cumprimento da ação. A decisão foi movida por dois fatores: os riscos do cigarro eletrônico, também conhecido como vape, para a saúde e sua ampla popularização entre o público jovem. Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) reforça o alerta para a relação entre o uso do cigarro eletrônico e o desenvolvimento de diversas doenças respiratórias.
De acordo com dados do relatório Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), divulgado no primeiro semestre de 2022 pela Umane, associação civil sem fins lucrativos dedicada a apoiar iniciativas de prevenção de doenças e promoção à saúde, 1 a cada 5 jovens entre 18 e 24 anos faz uso de dispositivos eletrônicos de fumo no país, o que equivale a 19,7% da população. E ao contrário do que muitos acreditam, esse tipo de cigarro é bastante prejudicial à saúde.
Dentre as principais substâncias liberadas pelo vape estão as nano partículas de metais pesados, solventes e outros químicos que variam de acordo com o que é colocado para fumo no dispositivo. Além de doenças inflamatórias e até fibrose pulmonar, o uso desse tipo de cigarro está fortemente ligado ao surgimento de doenças cardiovasculares e distúrbios neurológicos.
“As pessoas costumam pensar que o cigarro eletrônico oferece menos riscos porque o uso ainda não está associado diretamente ao câncer de pulmão, apesar do potencial risco. Mas, existem várias substâncias nesse tipo de dispositivo que causam danos pulmonares”, explica a oncologista do Comitê de Tumores Torácicos da SBOC, Dra. Aknar Calabrich.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em adição aos já citados problemas de saúde, o cigarro eletrônico ainda funciona como porta de entrada para o tabagismo tradicional (que tem ligação direta com o surgimento de câncer de pulmão), aumentando em mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro comum. Hoje, o tabagismo é considerado uma das principais causas de mortes evitáveis do mundo.
Combate ao uso
De acordo com Resolução (RDC) nº 46/2009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a comercialização, venda e divulgação de cigarros eletrônicos é proibida no Brasil. Mesmo assim, pessoas de todas as idades têm fácil acesso a esses dispositivos, que podem ser encontrados ilegalmente na internet ou no comércio informal.
Ainda em tramitação na Câmara dos Deputados, há o Projeto de Lei (PL) 5.087/2020, que pretende reforçar a RDC 46 e proibir, em todo o território nacional, os cigarros eletrônicos ou outros aparelhos semelhantes para fumo.
Além da RDC e do PL, outras medidas que também podem contribuir para o combate ao uso de cigarros eletrônicos são: a fiscalização regular da venda ilegal tanto na internet, quanto no comércio informal; e a conscientização/disseminação de informações relevantes sobre os riscos desses dispositivos, principalmente entre os jovens.
Para Dra. Aknar, as autoridades sanitárias brasileiras deveriam estimular mais o debate sobre o assunto em escolas, envolvendo pais e filhos. “Precisamos buscar meios para informar melhor a população, reforçando a ideia de que o cigarro eletrônico é realmente prejudicial, além de derrubar o mito de que o vape é bom. Não é”, afirma.