Preencha o login e senha para cadastrar uma nova pesquisa clínica ou para editar os dados de uma nova pesquisa já inserida.
São permitidos apenas um login e senha por instituição.
Associado(a), por favor utilize seu CPF cadastrado na SBOC. Caso não se lembre ou não tenha cadastrado antes, entre em contato pelo e-mail [email protected].
Em meio a discussões sobre iniciativas da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) para ampliar a representatividade feminina na oncologia, especialmente em posições de liderança, um símbolo dessa luta foi homenageado no primeiro dia do XXII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, que acontece de hoje (17) a sábado, em Salvador (BA): a oncologista baiana Dra. Gildete Sales Lessa.
Graduada em Medicina em 1973 pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Dra. Gildete foi pioneira na oncologia brasileira e trilhou um caminho desbravador, abrindo portas para a participação feminina na oncologia da Bahia e do Brasil. Com especialização pelo MD Anderson Cancer Center, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, um ano após sua graduação, ela hoje é médica e diretora técnica do Núcleo de Oncologia da Bahia, além de membro titular da SBOC.
“Estou com 77 anos, 50 deles trabalhando intensamente como médica, na arte de cuidar do próximo. É extremamente gratificante ter esse trabalho reconhecido por colegas tão valorosas. Não sei se mereço, mas sou grata pelo reconhecimento dos meus esforços, que são fruto do meu amor pela oncologia e pela vida”, agradece Dra. Gildete.
Desafios e perspectivas
Apesar da crescente presença feminina no mercado de trabalho médico, a ascensão da mulher às funções de liderança na medicina encontra barreiras significativas. É o que avaliam as participantes do debate e um levantamento conduzido pelo Comitê de Lideranças Femininas da SBOC entre associados à entidade, apresentado na ocasião.
“Entre os objetivos desse grande levantamento estava aquilo que realizamos aqui, no Congresso SBOC: a partir dos dados coletados e de outros esforços para a ampliação do conhecimento sobre os lugares ocupados pelas oncologistas, discutir ações para tornar cada vez menos desigual a oncologia clínica e a medicina como um todo”, explica Dra. Angélica Nogueira, diretora da SBOC, presidente da Comissão Científica do evento e uma das fundadoras do Comitê de Lideranças Femininas.
Dos 203 questionários respondidos, 72% foram por mulheres, sendo 55% médicos oncologistas, 83% declarados brancos e, na sua maioria, oriundos da região Sudeste (54%). Entre os resultados destacados na discussão está o fato de que 96% dos entrevistados responderam que devem existir direitos iguais entre os sexos.
Porém, quando se trata da percepção das desigualdades no mercado de trabalho, 87,5% dos homens responderam que não o problema já não existe, contra 65,5% de mulheres. Também 85% das mulheres responderam que seria necessário existir esforços institucionais para superar essa desigualdade, enquanto apenas 61% dos homens consideraram necessário. “Essa disparidade da percepção entre homens e mulheres reforça a importância da representatividade em todos os campos da sociedade e, em especial, da oncologia”, pontua Dra. Maria de Fátima Gaui, diretora da SBOC e membro do Comitê de Lideranças Femininas
Em relação ao assédio moral, sexual e inequidade de gênero, as diferenças de percepção foram ainda mais significativas: 50% das mulheres relatam ter sofrido assédio moral no trabalho, contra 21% dos homens; 24% delas, assédio sexual, contra 7% deles. “É uma realidade cruel e que se impõe como limitante das oportunidades para que mais mulheres sejam encorajadas a ocupar posições de liderança na oncologia. É preciso que esses números sejam conhecidos e, finalmente, superados”, defende Dra. Maria Ignez Braghiroli, diretora da SBOC e membro do Comitê de Lideranças Femininas da entidade.
Também compõem o comitê as diretoras da SBOC Dra. Ana Gelatti e Dra. Daniela Dornelles Rosa, além das oncologistas associadas à entidade que compõe os grupos UMMAS - Mulheres Contra o Câncer e Mulheres na Oncologia, com o mesmo foco do comitê: Dra. Daniele Assad, Dra. Eldsamira Mascarenhas, Dra. Fernanda Cesar Moura, Dra. Karime Kalil e Dra. Renata Cangussu.
“Há um movimento mundial para entender os obstáculos que as mulheres enfrentam na carreira, no intuito de encontrar um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. E a SBOC participa desse movimento ao incluir a oncologista brasileira no debate, fornecendo dados para fomentar reflexões ricas como as do congresso deste ano”, destaca a presidente da SBOC, Dra. Clarissa Mathias, a segunda mulher a ocupar o cargo nos 40 anos de existência da entidade.
As primeiras apresentações do XXII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, que teve início hoje (17), em Salvador (BA), contou com discussões sobre as principais síndromes investigadas pela oncogenética, acesso a tratamento sistêmico no SUS, incorporação de antineoplásicos orais na saúde suplementar, oncologia molecular, oncogeriatria, conflitos de interesse em oncologia e vários outros grandes temas da área.
Veja alguns dos principais momentos dessas discussões:
ASCO 2021 - Hepatobileopancreático
ASCO 2021 - Tumores Geniturinários
ASCO 2021 - Oncogenética
ASCO 2021 - Tumores Gastrointestinais - TNE
ASCO 2021 - Tumores Torácicos
ASCO 2021 - Tumores de Mama Triplo Neg. e HER2+
ASCO 2021 - Tum. Mamários - mBRCA e Disparidades