Em número de vagas de primeiro ano de residência médica, a Oncologia Clínica já a sétima maior do país, com 339 R1, sem considerar especialidades básicas como Clínica Médica e Cirurgia Geral e outras generalistas como Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Medicina de Família e Comunidade. Em apenas três anos, houve aumento de quase 68% neste tipo de vaga para a especialidade. É o que mostram os números atuais de R2 (282) e de R3 (202). Além disso, o total de residentes na Oncologia Clínica (823) corresponde a quase um quarto (23%) do número absoluto de oncologistas clínicos no país (3.583). As informações são do estudo Demografia Médica 2018, realizado por Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Faculdade de Medicina da USP.
Na classificação geral, a Oncologia Clínica é a 12ª considerando-se o número de vagas de primeiro ano da residência, atrás ainda de Anestesiologia, Ortopedia e Traumatologia, Psiquiatria, Cardiologia, Radiologia e Diagnóstico por Imagem e Oftalmologia. No critério de vagas totais de residência, está no 13º lugar. Quando se considera o número total de especialistas, atualmente a Oncologia Clínica é a 26ª entre as 55 especialidades reconhecidas pelo CFM, Associação Médica Brasileira (AMB) e Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC). Com aumento de vagas de residência, deve subir consideravelmente de posição nos próximos anos.
Outro dado que evidencia o crescimento da especialidade é a baixa média de idade dos oncologistas clínicos: 44,2 anos. Mesmo tendo como pré-requisito a residência em Clínica Médica, com duração de dois anos, e depois somando mais três anos de formação específca em Oncologia Clínica, a especialidade tem a quinta menor média de idade entre todas. Neste quesito, fica atrás somente da própria Clínica Médica, da Medicina de Família e Comunidade, da Cirurgia Geral e da Cirurgia Oncológica. A média de idade dos médicos brasileiros, titulados e não titulados, é de 45,4 anos. Entre os especialistas, a média nacional equivale a 47,1.
Não titulados
Para aferir o número de médicos titulados em Oncologia Clínica e nas demais especialidades, o Demografia Médica 2018 cruzou os Títulos de Especialista concedidos pela AMB e os registros de especialidade nos Conselhos Regionais de Medicina. Estes últimos podem ser obtidos também mediante apresentação do certificado de conclusão de programa de residência médica credenciado pela CNRM/MEC.
Segundo o estudo, mais de um terço dos médicos brasileiros não têm registro de especialista. São cerca de 170 mil médicos nessa situação, “seja porque são jovens (ainda cursando residência), mais velhos (que começaram a atuar quando os critérios de titulação eram outros), fizeram cursos de pós-graduação lato sensu que não conferem Título de Especialista ou entraram no mercado de trabalho logo após a graduação, não tendo oportunidade ou interesse de especialização naquele momento”. Não há dados sobre em quais especialidades atuam esses profissionais.