Agência assinou acordos de cooperação com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz e o Institute for Healthcare Improvement
A convite da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) participou, na manhã de hoje (11), do lançamento do projeto-piloto em Atenção Primária à Saúde (APS) Cuidado Integral à Saúde. O programa terá uma etapa inicial para que as operadoras de planos se capacitem em APS por meio da implantação de boas práticas.
A APS integra ações preventivas e curativas, além da atenção a indivíduos e comunidades, para responder de forma regionalizada, sistêmica e contínua à maior parte das necessidades de saúde da população. Diante disso, o objetivo da certificação proposta pela ANS é contribuir para o desenvolvimento de um modelo assistencial que se comprometa com a gestão da saúde de forma integrada, e não apenas com a oferta de serviços. Enquanto no modelo atual o cuidado é fragmentado e quase sempre centrado no médico, o modelo da APS envolve uma coordenação dos cuidados e tem como centro o usuário.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Dr. Daniel Knupp, a solução passa pela atenção primária. “Países focados nos cuidados de saúde primários têm melhores resultados assistenciais e um menor custo em comparação àqueles que não investem nesses programas”, disse em sua apresentação.
A gerente de Estímulo à Inovação e Avaliação da Qualidade Setorial da ANS, Dra. Ana Paula Cavalcante, comentou que o projeto irá contar também com ações específicas para a área oncológica. “A ANS está estimulando melhores modelos de gestão, e não se tem conhecimento sobre algum mais eficaz que a APS”, enfatizou.
Custo-benefício
O diretor executivo da SBOC, Dr. Renan Orsati Clara, questionou se as operadoras perceberão estímulos concretos que justifiquem os investimentos necessários à implementação. “Para que esse novo programa seja bem-sucedido, toda a cadeia envolvida precisa ter clareza de que os investimentos trarão retornos satisfatórios para os usuários e suas operadoras”, ponderou. Para a Dra. Cavalcante, “além de os benefícios regulatórios estimularem as operadoras, o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) e a sustentabilidade do sistema serão garantidos.”
Durante o evento foi assinado um acordo de cooperação com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), o Hospital Alemão Oswaldo Cruz e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), para viabilizar o desenvolvimento de projetos-piloto em APS.
As operadoras poderão se submeter de forma voluntária à certificação em APS, que será realizada por uma entidade acreditadora de sua escolha entre as homologadas pela agência. Para mais informações, a ANS disponibilizou on-line o Manual de Certificação de Boas Práticas em Atenção Primária à Saúde de Operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde.