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SBOC orienta profissionais da saúde a se vacinarem contra gripe Destaque

Notícias Quinta, 26 Março 2020 20:42

Iniciada na última segunda-feira (23), a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe foi antecipada de abril para março e tem priorizado o atendimento a idosos e profissionais da saúde. Para preservar aqueles que estão à frente do cuidado do paciente oncológico e de toda a população em meio à pandemia de COVID-19, a Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC) orienta que seus associados e suas equipes de saúde se vacinem o mais rápido possível.

Isso porque, apesar de não proteger contra o novo coronavírus, a vacina que previne a gripe influenza pode contribuir para o diagnóstico da COVID-19, cujos sinais clínicos são parecidos. “Dessa forma, se o idoso ou o profissional da saúde apresentarem sintomas e tiverem sido vacinados, a possibilidade de ser influenza é muito reduzida e a probabilidade de infecção por coronavírus pode aumentar”, explica Dr. Igor Morbeck, membro da Diretoria da SBOC. “A antecipação da vacinação é ainda mais urgente devido à mudança de clima no país, já que muitas cidades passarão a ter temperaturas mais baixas nas próximas semanas e suas populações estarão mais suscetíveis a infecções respiratórias.”

Além disso, alerta Dr. Morbeck, a vacinação reduz os riscos de complicações em meio ao tratamento da COVID-19, que pode se agravar e levar a uma pneumonia viral. “Infecções virais subsequentes podem complicar ainda mais o paciente e aumentar os riscos de uma pneumonia bacteriana”, completa.

Perigo ignorado
Em paralelo ao aumento dos casos de COVID-19 no Brasil, a influenza avança silenciosamente. O Ministério da Saúde contabilizou 90 casos de influenza A e seis óbitos até o fim de fevereiro, mas a contagem pode estar defasada. Só no Rio de Janeiro, segundo a Secretaria de Estado de Saúde, foram 121 casos até a primeira semana de março.

A gripe que a vacinação tenta evitar é causada, principalmente, por quatro tipos do vírus influenza: duas cepas A (H1N1 e H3N2) e duas linhagens B (Yamagata e Victoria). Para 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que houve modificação em três cepas em relação à vacina do ano passado: nas duas A e em uma da linhagem B, escolhidas como alvo da vacina trivalente fornecida pelo Ministério da Saúde. Vacinas contra a COVID-19 estão sendo desenvolvidas em diversos países – o Brasil entre eles, com estudos em andamento no Instituto de Investigação em Imunologia, sediado no Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

A campanha de vacinação pode chegar a cerca de 67,6 milhões de pessoas em todo o país. A meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um dos grupos prioritários até 22 de maio. “Será um período de muita tensão no sistema de saúde brasileiro, porque nada indica que teremos uma situação melhor do que os países onde a pandemia avançou mais rapidamente. Ainda não chegamos ao pico das infecções e toda proteção disponível não só é bem-vinda como urgente. Por isso, a SBOC pede aos profissionais de saúde: vacinem-se. E a toda a população que não está envolvida nas atividades que não foram paralisadas: fique em casa”, alerta Dr. Morbeck.

O Dia D da campanha nacional para a vacinação será 9 de maio, sábado. Na data, os 41 mil postos de saúde do Brasil ficarão abertos para atender todos os grupos prioritários.

Cronograma de vacinação da campanha:

  • 23/03 a 15/04 – Idosos e profissionais da saúde;

  • 16/04 a 08/05 – Pacientes com doenças crônicas (inclusive oncológicos, devidamente orientados por seu oncologista), professores (redes pública e privada) e profissionais das forças de segurança e salvamento;

  • A partir de 09/05 – Crianças de 6 meses a menores de 6 anos, pessoas entre 55 a 59 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas com deficiência, povos indígenas, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.

 

Última modificação em Quinta, 26 Março 2020 20:49

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