Este artigo foi assinado pelo presidente da SBOC, Dr. Gustavo Fernandes, para alertar a população sobre a exposição excessiva ao sol neste verão. O texto foi publicado originalmente no caderno Opinião, do jornal Estado de Minas, no dia 26/12/2015.
O verão chega no Hemisfério Sul a partir do dia 21 de dezembro e juntamente com a estação mais quente do ano também surgem as campanhas de prevenção e cuidados redobrados com os raios ultravioletas e de alertas contra o câncer de pele. Afinal, apesar de mobilizações pelo país afora, o câncer de pele ainda é o mais incidente na população mundial e responsável por 25% dos tumores. Somente no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 175 mil novos casos da doença em 2016, sendo 80.850 em homens e 94.910 em mulheres.
O câncer de pele é definido pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Qualquer célula que compõe a pele pode originar um câncer, logo existem diversos tipos de câncer de pele. A neoplasia pode ser dividida em câncer de pele não melanoma e câncer de pele melanoma. Dentre os cânceres não melanoma, há o carcinoma basocelular (CBC) que é o mais frequente e menos agressivo e o carcinoma espinocelular ou epidermoide (CEC) mais agressivo e de crescimento mais rápido.
O melanoma cutâneo, mais perigoso dos tumores de pele, tem a capacidade de invadir qualquer órgão e espalhar pelo corpo. Apesar de ter incidência bem inferior aos outros tipos de câncer de pele, ele está aumentando no mundo inteiro.
Pequenas manchas avermelhadas ou acastanhadas de crescimento lento. Pintas que mudam de cor ou de formato. Feridas que não cicatrizam. Esses sintomas, que à primeira vista parecem ter pouca gravidade, são, na verdade, os principais sinais do surgimento da doença na pele, considerado o maior órgão do corpo humano. Muitas pessoas minimizam a importância desses sintomas, o que atrasa o diagnóstico e deixa o paciente mais distante da cura.
Em 90% dos casos, a doença é provocada, basicamente, pela exposição excessiva ao sol. Pessoas com história familiar da doença, de pele e olhos claros, cabelos loiros ou ruivos, albinas, as que se expõem a agentes químicos excessivamente e têm muitas pintas constituem a população de maior risco para desenvolver a doença. No entanto, existem outras causas menos divulgadas como viroses, alterações genéticas, infecções e contato prolongado com um defensivo agrícola chamado arsênico.
Os tumores de pele podem se manifestar em partes variadas do corpo, porém são mais frequentes no rosto, braços, nuca e costas, que são as áreas comumente mais expostas à radiação solar. A melhor proteção contra estes raios é a barreira física. Chapéus, bonés e roupas ajudam a driblar a ação deles na pele. Os olhos também sofrem com os raios solares e precisam de proteção, por isso é importante investir em um modelo que possua fator de proteção solar. O uso de protetores solares apropriados ao tipo de pele do individuo é fundamental. O protetor deve ser usado em todas as partes do corpo expostas ao sol, sendo reaplicado a cada 3 horas.
Não confie apenas no protetor solar. Também deve ser evitada a exposição solar entre 10 e 16h (horário de verão). É importante salientar que no verão, as altas temperaturas são mais propícias ao câncer de pele, mas a radiação ultravioleta exerce seu efeito por todo o ano. Por isso, a prevenção do câncer de pele deve ser uma constante em nossas vidas, seja na praia, no campo ou nas cidades e em todas as estações do ano.