Uma nova abordagem de pesquisa identificou pequenas variações genéticas que podem aumentar o risco de câncer de mama. O método foi desenvolvido por uma equipe internacional composta por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Universidade de Adelaide (Austrália) e da Universidade de Cambridge (Reino Unido). Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico científico Nature Genetics, no dia 1º de dezembro. “O grande diferencial dessa abordagem é poder mapear em uma única análise os riscos que são distribuídos em vários genes, variações que normalmente são vistas de maneira isolada. Nós criamos uma metodologia que integra todos esses pequenos componentes do risco”, explica Mauro Antônio Alves Castro, primeiro autor do artigo e professor do Programa de Pós-Graduação em Bioinformática, do Setor de Educação Profissional e Tecnológica da UFPR.
O risco para câncer e outras doenças pode ser herdado da família, assim como outras inúmeras características transmitidas geneticamente. Minúsculas variações nos genes são responsáveis por aumentar o risco para câncer de mama. Até o momento, essas variações são estudadas uma a uma, o que é uma tarefa longa e difícil.
Os pesquisadores descobriram uma nova maneira de ver o efeito combinado de todos esses genes, e como esses efeitos podem ser influenciados pelo ambiente. Isto permite um panorama mais claro de como o risco genético influencia o desenvolvimento de câncer, quem tem maior risco, e do que será possível no futuro para diminuir o risco. Os autores do estudo esperam que o novo método ajude no desenvolvimento de novas abordagens para diagnóstico precoce, prevenção ou tratamento da doença.
Com o método, foram identificados 36 coleções de genes, chamadas de “regulons”, associadas ao aumento do risco para câncer de mama. Este é o primeiro estudo do tipo que ligou fatores de risco genético muito pequenos e diversos aos fatores causadores de câncer.
O estudo exigiu a análise de uma grande quantidade de dados, feita pela UFPR em seu Laboratório de Bioinformática, equipado para trabalhar com o que se chama de “big data”.
Segundo Mauro Antônio Alves Castro, a pesquisa já está em continuação. “Já estamos pensando em outros tipos de câncer que podem se beneficiar de uma abordagem semelhante, como o câncer de cólon”, afirmou.
Link para o artigo:
http://www.nature.com/ng/