A oncologista mineira Dra. Andreia Melo, ex-diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), é uma das sete vencedoras da 15ª edição do Programa para Mulheres na Ciência 2020, promovido pela L’Oréal Brasil em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Pesquisadora no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), Dra. Andreia foi escolhida pelo seu estudo translacional para o aperfeiçoamento da imunoterapia contra o melanoma de mucosa, para o qual a sobrevida mediana é menor que 12 meses. “Muito do que se faz hoje em oncologia é investigar as diferentes características moleculares dos tumores para entender qual vai ser o desfecho da doença. Elas podem determinar como o paciente pode enfrentar sua condição de forma mais ou menos favorável”, explica a pesquisadora.
Primeira médica da sua família, Dra. Andreia conta que o interesse pela biologia e pelo cuidado com o ser humano a fez escolher a oncologia. “Quando passei a frequentar os ambulatórios de oncologia, encontrei a possibilidade de fazer pesquisa clínica na área, ainda muito nova e com muitas questões não respondidas. Fiquei encantada pela pesquisa translacional.”
Para ela, a premiação pode ajudar as próximas gerações de mulheres a encontrarem novos caminhos na ciência. “Nunca sofri discriminação de forma direta por ser mulher em ambientes ainda sujeitos ao machismo, mas quando ocupamos um lugar de destaque é possível sentir que há atitudes machistas, muitas delas veladas. Saber que há outras mulheres sendo reconhecidas pelo que fazem nas profissões que escolheram para si mesmas pode ser encorajador”, avalia.
Com o objetivo de transformar o cenário científico por meio do empoderamento feminino na área, a premiação já reconheceu mais de 100 pesquisadoras, distribuindo mais de R$ 4,5 milhões em bolsas-auxílio.
A partir desse ano, além do recurso financeiro oferecido pelos organizadores, a UNESCO dará um treinamento para cada uma das sete cientistas, com duração de dois dias, incluindo webinars sobre gênero, carreira, media training e outras atividades com temáticas relacionadas à realidade das mulheres na ciência.
Ao lado de Dra. Andreia Melo, também foram premiadas na categoria Ciências da Vida a microbiologista Dra. Vivian Costa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e as biólogas Dra. Luciana Tovo, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e Dra. Fernanda Farnese, do Instituto Federal Goiano.
Nas demais categorias, foram premiadas a física Rita de Cássia dos Anjos, da Universidade Federal do Paraná (UFPR); a química Dra. Daniela Truzzi, da Universidade de São Paulo (USP); e a matemática María Amelia Salazar, da Universidade Federal Fluminense (UFF).