Cristina Moro, diretora de Desenvolvimento em Saúde do Hospital Amaral Carvalho, que fica em Jaú, São Paulo, conta a trajetória da mais antiga entidade filantrópica privada de assistência à saúde do Brasil. O Hospital Amaral Carvalho é referência nacional em tratamento oncológico e mantém o serviço que mais realiza transplantes de medula óssea na América Latina.
1 - Conte-nos um pouco da história do Hospital Amaral Carvalho?
Uma instituição com vocação para prestar atendimento humanizado a pacientes com câncer e seus familiares. A história do Hospital Amaral Carvalho teve início há 100 anos, com a doação de um terreno pelo casal Domingos Pereira de Carvalho e Anna Marcelina Campanhã de Carvalho, e o início da construção da Maternidade do Jahu.
Em 1954, foram ampliadas as atividades da maternidade, que passou a ser também hospital geral com a denominação Maternidade de Jahu e Hospital Dr. Amaral Carvalho. Na década de 70, tornou-se a primeira entidade hospitalar do interior do Estado de São Paulo especializada em câncer.
Hoje, um complexo composto pelo Amaral Carvalho, setores administrativos e de apoio, além de unidades de assistência social e atividades culturais, é mantido pela Fundação Amaral Carvalho, a mais antiga entidade filantrópica privada de assistência à saúde do Brasil.
Além da humanização, fazem parte da conduta do hospital a responsabilidade social, transparência em suas ações e dedicação para melhor atender os pacientes com câncer e seus acompanhantes.
A instituição oferece tratamento integral, observando aspectos importantes das condições físicas e emocionais do paciente, por isso, mantém serviços multidisciplinares como psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia, nutrição, odontologia e assistência social.
Na década de 70, a Fundação Amaral Carvalho intensificou o trabalho de assistência social com o objetivo de oferecer acompanhamento humanizado aos pacientes ambulatoriais e aumentar as chances de cura e sobrevida.
A rede de voluntariado da instituição teve início com a criação da Entidade Anna Marcelina de Carvalho, em Jaú, que presta apoio emocional e material aos pacientes carentes, com doação de cestas de alimentos, roupas, produtos de higiene e medicamentos, além de dedicação e muito carinho.
Esse trabalho se expandiu a outros municípios e hoje a instituição conta com mais de 100 ligas de combate ao câncer por todo o País.
As entidades voluntárias recebem ajuda de órgãos municipais, estaduais e da comunidade. Sobrevivem de doações e renda adquirida em bazares, feiras, entre outros eventos beneficentes.
O trabalho realizado por essas ligas é de extrema importância para a detecção precoce do câncer e seu correto acompanhamento. Nas cidades onde elas estão presentes, os índices de cura são 12,4% superiores em relação a outras localidades.
Para evitar fugas do tratamento oncológico e garantir que os pacientes residentes em cidades distantes do Hospital Amaral Carvalho tenham condições de permanência em Jaú, a Fundação mantém Casas de Apoio aos pacientes em tratamento ambulatorial. Nessas unidades, os pacientes recebem alimentação e hospedagem gratuitas.
2 - Quantas pessoas foram tratadas e quantas são tratadas atualmente?
O Amaral Carvalho recebe pacientes de todo o País, e sempre busca maneiras mais eficientes e humanizadas para atender seus usuários, alcançando excelente resposta no tratamento. São atendidas mais de 75 mil pacientes por ano: pessoas de mais de 500 cidades do Estado de São Paulo e de mais de 600 cidades de outros Estados.
3 - Atendem SUS e planos de saúde?
Um dos principais centros brasileiros de oncologia, o Amaral Carvalho dedica praticamente toda sua capacidade de atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e também atende pacientes por meio de convênios.
4 – Quais são os principais dados do Hospital: conta com quantos funcionários? Realiza transplante? Quantos leitos? Quantos procedimentos?
O Hospital Amaral Carvalho é referência nacional em tratamento oncológico e mantém o serviço que mais realiza transplantes de medula óssea na América Latina: são efetuados, em média, 200 transplantes por ano na instituição.
Tem mais de 2 mil colaboradores, 300 leitos e realiza anualmente mais de 1 milhão de procedimentos, incluindo quimioterapia e radioterapia; 11 mil internações; 19 mil cirurgias e 710 mil exames de imagem e laboratoriais.
5 - Quais os planos para os próximos 100 anos?
Os projetos são muitos, e estamos trabalhando para melhorar a qualidade e certificar o atendimento dentro de padrões reconhecidos por instituições credenciadas.
Novos equipamentos e tecnologias serão incorporados, o ensino aprimorado e a educação continuada cada vez mais valorizada pela instituição.