A V Gincana Nacional de Oncologia para Residentes, promovida pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) para desafiar e aprofundar os conhecimentos dos futuros oncologistas clínicos brasileiros, já tem seus grandes campeões:
1º) Gustavo de Oliveira Bretas
2º) Gustavo de Agostin
3º) Bruna Raphaeli Silva Mattos
O campeão e o vice já haviam subido ao pódio nas etapas anteriores da competição virtual, como vencedores do 2º e do 1º bloco, respectivamente. Agora, como primeiros classificados do ranking geral, eles ganham a participação no 2021 ASCO Annual Meeting, em Chicago (EUA), com inscrição e passagem sem custos – sendo que o grande campeão terá ainda a hospedagem custeada. A terceira colocada também participará do evento com inscrição gratuita.
De acordo com a presidente da SBOC, Dra. Clarissa Mathias, a premiação é um reconhecimento pelos esforços dos residentes em irem além do conhecimento transmitido na formação acadêmica. “Os casos apresentados pela V Gincana foram verdadeiramente desafiadores, e todos os participantes podem se orgulhar de ter passado por cada um deles, testando seus conhecimentos e avançando ainda mais na sua jornada de aprendizado em uma das áreas mais complexas da ciência e na prática médica, a oncologia”, comemora.
O vice-presidente para Ensino da Oncologia da SBOC, Dr. Rodrigo Munhoz, lembra que esta foi uma edição especial. “Além de ocorrer em um ano desafiador, a V Gincana trouxe casos novos, especiais, tratando de temas diversos, como os sistemas de saúde brasileiros, cuidados paliativos e tumores como os de cabeça e pescoço – novos aprendizados para um público que não tem medo de avançar no conhecimento, por mais complexo que ele seja.”
Aprendizados que, para o grande campeão da V Gincana, começaram muito cedo, aos 8 anos de idade, quando uma de suas irmãs foi diagnosticada com leucemia. “Aquele diagnóstico mudou a rotina de toda a família e a minha em especial, para sempre. Ainda criança, eu preferia passar as horas sentado junto às cadeiras de infusão e ler tudo o que estava ao meu alcance sobre o tratamento da minha irmã, em revistas e enciclopédias”, conta o mineiro Gustavo de Oliveira Bretas.
Após a graduação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Gustavo mudou-se para a capital carioca, onde é residente em oncologia clínica no Instituto Nacional do Câncer (INCA). Para ele, a Gincana foi uma excelente oportunidade de montar um cronograma de estudos durante o ano. “A cada caso clínico, eu organizava minha semana para estudar a fundo aquele tema e conseguir aprender com a competição.”
Seu xará, o vice-campeão Gustavo de Agostin, está no 3º ano da residência no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Natural de Urussanga, no interior de Santa Catarina, Gustavo cursou Medicina na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), em Criciúma. Conhecia a Gincana desde o 1º ano da residência, mas decidiu esperar ter mais experiência na oncologia para participar. “Ainda assim, não foi fácil, mas passar por cada caso foi um grande aprendizado.”
A paulistana Bruna Raphaeli Silva Mattos, residente no A.C. Camargo Cancer Center, conta que seu interesse pela oncologia surgiu também do cuidado com um familiar diagnosticado com câncer, aumentando durante a faculdade e a residência. “A oncologia é fascinante e, ao mesmo tempo, desafiante, pois combina cuidado e empatia com os pacientes em um momento de fragilidade, junto com pesquisa e inovação, exigindo muito estudo e dedicação.”
Preceptores vencedores
Pela primeira vez em toda a história das Gincanas SBOC, os preceptores dos participantes também entraram na competição. A Dra. Alexandra Mattos, do INCA, ganhou por ter conduzido a participação do primeiro colocado no ranking geral; e o Dr. Daniel Saragiotto, do ICESP, por ter sido o preceptor com mais residentes premiados ao longo desta edição da Gincana.
Para a Dra. Alexandra, que também será premiada com a inscrição para o Congresso SBOC 2021, a competição foi uma “diversão séria”. “Quem trabalha com residentes tem o comprometimento com o ensino e a troca diária; por isso, sempre busquei discutir todas as perguntas de todos os casos apresentados com aqueles que acompanhei ao longo da competição”, conta.
Na oncologia desde 2009, quando fez residência na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dra. Alexandra lembra com carinho de quando estava no mesmo estágio de vida e carreira dos competidores da Gincana. “A residência é um processo de amadurecimento e, se a gente se junta às pessoas certas, fica mais fácil criar sua carreira dentro de um perfil ético adequado. Por isso, ser mentor de alguém é muito mais do que ensinar a oncologia, mas buscar ser uma inspiração e um exemplo.”
Dr. Saragiotto concorda. “Apesar de que é uma grande alegria ter tantos residentes da nossa instituição entre os mais bem pontuados na competição, não é só uma questão de quantidade”, afirma. “O clima com que todos interagiam a longo de cada caso demonstra que, o mais importante, é trilhar o caminho de descobertas da oncologia com brilho no olhar, e é gratificante participar disso, desse momento tão decisivo na formação dos nossos futuros oncologistas clínicos”, complementa.
Acesse o ranking geral da V Gincana e conheça todos os competidores.