O conhecimento científico oncológico – área ainda pouco ou nada explorada na graduação em medicina – acaba de ganhar um livro inteiramente dedicado a profissionais de outros campos do cuidado com a saúde: “Oncologia para não Oncologistas”, publicado pela editora Coopmed. A obra conta com um capítulo especial assinado por membros da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) sobre a defasagem do ensino sobre o câncer desde os primeiros anos da formação em medicina.
Intitulado “O ensino da oncologia na graduação médica no Brasil”, o primeiro capítulo do material pretende jogar luz sobre aquilo que, acredita a presidente da SBOC e uma das autoras do texto, Dra. Clarissa Mathias, tem consequências na prática clínica de todas as especialidades da medicina. “O câncer é uma doença que atravessa uma série de condições clínicas, de domínio de todas as especialidades médicas, e não deveria parecer tão estranho para grande parte dos colegas de medicina”, acredita.
A SBOC chama a atenção para o fato de que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima a incidência de mais de 18 milhões de novos casos de câncer anualmente em todo o mundo – e alerta a comunidade internacional sobre o rápido aumento previsto para as próximas décadas. No Brasil, para o triênio 2020-2022, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima a incidência anual de aproximadamente 625 mil novos casos.
“Este cenário exige que profissionais de saúde sejam capazes de implementar ações de prevenção primária, diagnóstico precoce e de suporte ao paciente com câncer. Esta é a mais eficaz e acessível estratégia, com potencial de impactar incidência, morbidade e mortalidade por câncer no país”, defende Dra. Angélica Nogueira, que além de ter participado da produção do capítulo assinado pela equipe SBOC é coautora geral do livro, ao lado de Dr. Munir Murad Júnior e Dr. André Márcio Murad.
O diretor executivo da SBOC, Dr. Renan Clara, também coautor do capítulo sobre o ensino oncológico na graduação, lembra que a SBOC tem se dedicado a aproximar cada vez mais o conhecimento científico dos futuros médicos brasileiros. “O interesse por essa área ainda pouco abordada na graduação em medicina, a oncologia, levou 632 estudantes de faculdades médicas de todas as regiões do país a participarem da I Gincana Nacional da Oncologia para Acadêmicos, promovida pela SBOC ano passado”, comenta. “Essa foi uma das muitas inciativas da SBOC para democratizar o conhecimento científico oncológico entre aqueles que, em poucos anos, cuidarão da saúde da população brasileira, nas diferentes especialidades médicas”, acrescenta.
Entre os participantes da competição acadêmica, 87% disseram ter interesse em fazer residência médica em oncologia clínica. “Trata-se de uma área em franca expansão, e a SBOC se orgulha de participar da difusão de um conhecimento científico tão dinâmico e de crescente interesse social”, diz Dr. Renan Clara.
Além de Dra. Angélica Nogueira, Dra. Clarissa Mathias e Dr. Renan Clara, assinam o capítulo outros membros da Diretoria SBOC. Saiba quem são e o que dizem na íntegra da obra, disponível na Coopmed.