O câncer do endométrio e suas alternativas de tratamento foram o foco do painel Tumores Ginecológicos coordenado por Fernando Cutait Maluf e Angélica Nogueira Rodrigues. Em sua participação, Andréia Melo apresentou uma série de estudos sobre o câncer do endométrio e as alternativas de uso combinado ou isolado de radioterapia e quimioterapia. Sobre a possibilidade de preservação da fertilidade, Andréia chamou a atenção para a necessidade de alertar as pacientes para os riscos envolvidos. “Precisamos tomar o máximo de cuidado, realizando ressonância da pelve, diagnóstico histológico, confirmado pelo patologista, tudo para garantir maior segurança no procedimento”, diz Andréia.
Daniela Xavier Assad deu especial atenção à hormonioterapia. Ela destacou o consenso atingido entre as entidades internacionais Esmo, Esgo e Estro, neste ano, sobre condutas a serem utilizadas. “A hormonioterapia é indicada no tratamento da doença recorrente no endométrio. Mas a biópsia do sítio de metástase com diferença no status de RH entre primário e metástase também é recomendada”, diz Daniela. O uso do tamoxifen, do fulvestranto e dos inibidores de anomatase também foi citado como opções terapêuticas.
Os oncologistas Fernando Cutait Maluf e Eduardo Paulino comentaram sobre a baixa qualidade das cirurgias no endométrio. “Menos de 10% das pacientes que chegam para atendimento foram realmente bem operadas. E estamos falando de pessoas de elevado poder aquisitivo. Infelizmente temos de mandar operar novamente duas, três semanas depois”, diz Maluf. “Recebemos mulheres operadas, chegando a 50% com resultados ruins, às vezes sem linfonodos retirados”, conclui Eduardo Paulino.
*Matérias publicadas no jornal diário do 19º Congresso da SBOC pela equipe da Onco & com a colaboração de Andrea Penna (reportagem SBOC).