Discutir o papel dos biomarcadores, em especial cromogranina e ácido 5-hidroxiindolacético no manejo do TNE, apresentar os principais métodos de imagem anatômica, com foco nas diferenças entre tomografia e ressonância, e conhecer o papel dos métodos de imagem funcional, como Octreoscan, PET com gálio-68 e FDG-PET-CT, são alguns dos pontos importantes da palestra que o oncologista Duílio Rocha Filho ministrou na sexta (31/10), no 19° Congresso. Na sessão “Atualização no diagnóstico e estadiamento dos Tumores Neuroendócrinos”, o médico deu especial atenção à necessidade de o especialista entender como a diferenciação tumoral interfere na sensibilidade dos exames. “Uma cuidadosa avaliação com exames complementares é parte fundamental do manejo dos tumores neuroendócrinos (TNE)”, afirma Rocha, lembrando a necessidade também de se conhecer algumas particularidades da doença. “Entre estas particularidades temos a produção de substâncias vasoativas pelas células neuroendócrinas, o que pode ser utilizado como marcador sérico, o uso dos receptores de somatostatina como instrumento diagnóstico e como alvo terapêutico, o que exige o uso racional de ferramentas da medicina nuclear”, diz, citando ainda como particularidades importantes a possibilidade de intervenções locais no cenário da doença metastática.
A cromogranina A (CgA), biomarcador citado por Duílio Rocha, é uma proteína de 49 kD que está amplamente presente nos grânulos secretórios de células neuroendócrinas. Está elevada em 60 a 80% dos pacientes com TNE, independente do sítio primário, o que lhe confere ampla aplicabilidade. Já o ácido 5-hidroxindolacético (5-HIAA) é um metabólito da serotonina que se correlaciona intimamente com a presença de síndrome carcinoide. Sua elevação sugere a presença de um tumor primário de midgut (jejunoileal, de apêndice ou do cólon descendente), uma vez que raramente está aumentado em TNE de outros sítios.
*Texto produzido pela Revista Onco &, com colaboração da jornalista Andrea Penna para o jornal diário do 19° Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica.