Entidade alerta sobre a necessidade de reflexão acerca do financiamento do atendimento oncológico no Sistema Único de Saúde
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), entidade com mais de 2.700 membros associados em todo o país, lamenta o recente anúncio do Hospital A.C.Camargo de que a partir de dezembro deve deixar de atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) devido à defasagem no repasse da tabela SUS para consultas, procedimentos e cirurgias, o que faz com que todos os anos o hospital refira ter que aportar recursos próprios para cobrir tais serviços.
Segundo informações divulgadas pela diretoria do hospital à imprensa, o SUS paga, por exemplo, R$ 10 por uma consulta médica, enquanto os convênios privados, em média, repassam R$ 100. Já os valores das sessões de quimioterapia e radioterapia reembolsados pelo SUS são 94% e 71%, respectivamente, inferiores aos pagos pelos planos de saúde.
Presidente da SBOC, Prof. Dr. Paulo M. Hoff ressalta que “o problema observado no A.C.Camargo evidencia a necessidade de reflexão sobre o financiamento do SUS para os serviços relacionados ao tratamento oncológico no país”.
Caso seja concretizado, o fim da parceria entre o SUS e o A.C.Camargo, que é uma das principais referências no tratamento oncológico no país, resultará em uma perda significativa não somente para os pacientes que recebem tratamento na instituição, mas para pacientes de todo o Brasil.