A mesa redonda de oncologia clínica, realizada no 2º Congresso de Medicina Geral da Associação Médica Brasileira (AMB), teve a coordenação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Mediada pela presidente da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho, e o Diretor Científico da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Dr. Agnaldo Lopes da Silva Filho, a discussão ocorrida nesta sexta-feira, 26 de julho, tratou alguns dos aspectos mais importantes relacionados à oncologia e que fazem parte do dia a dia do médico generalista.
Ao abrir o debate, Dra. Anelisa ressaltou a importância de abordar o tema em um evento que reúne diversas especialidades, visto que o Instituto Nacional de Câncer (INCA) prevê cerca de 700 mil casos anuais de câncer até 2025. “Essa é uma doença que permeia as diversas especialidades, e também frequentemente se apresenta na rotina do generalista”, comentou.
Membro do Comitê de Jovens Oncologistas da SBOC, Dr. Lucas Uratani falou sobre os princípios do estadiamento e prognóstico oncológico. Ele reforçou que, a partir de um diagnóstico adequado e uma equipe multidisciplinar, é possível oferecer um tratamento personalizado aos pacientes oncológicos.
"Estimular a atividade física, alimentação adequada, reduzir fatores de risco, incentivar exames de rastreamento, fazer um diagnóstico preciso e manter a perspectiva do tratamento junto à equipe são formas eficazes de enfrentar o câncer", disse.
Em sua aula "O que o médico generalista deve saber sobre biomarcadores tumorais?", Dra. Priscila Doria Galvão, associada SBOC em Salvador (BA), explicou que os biomarcadores são úteis para a detecção precoce, diagnóstico, prognóstico e monitoramento da doença. “Eles podem nos fornecer informações sobre a evolução da doença, prognóstico e interferir nas escolhas de tratamento com eventual tradução em aumento de sobrevida dos pacientes, uma medicina personalizada”, disse.
Para falar sobre emergências oncológicas no pronto-socorro, o representante da SBOC foi o Dr. Pedro Victor Nogueira, editor do SBOC Review e associado em Natal (RN). Ele alertou como os médicos devem agir diante de situações oncológicas críticas, enfatizando a neutropenia febril.
Dr. Pedro explicou a importância de compreender os processos dolorosos pelos quais os pacientes passam, ressaltando que "apesar dos desafios, a oncologia tem alcançado mais vitórias do que derrotas” na assistência aos pacientes.
Ao final, Dra. Anelisa lembrou que a qualidade de vida dos pacientes oncológicos mudou significativamente nos últimos anos, sobretudo, por conta da evolução dos tratamentos. "Quando os pacientes chegam, geralmente os médicos generalistas têm pouca informação sobre eles, portanto fica a sugestão de tentar contato com o respectivo oncologista ou alguém da retaguarda, sempre que essas informações adicionais forem relevantes para o manejo direto da intercorrência”, disse. “Esse melhor detalhamento pode ser útil e contribuir no tratamento emergencial", acrescenta.
A mesa sobre oncologia clínica foi encerrada com uma sessão de perguntas e respostas, em que o público teve a oportunidade de esclarecer dúvidas com os palestrantes.
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