A Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Angélica Nogueira, foi uma das palestrantes do evento “Câncer em Mulheres: vamos nos unir para vencer!”, realizado nesta segunda-feira, 24 de março, pelo Fórum Intersetorial de Condições Crônicas Não-transmissíveis (CCNTs) no Brasil. No encontro virtual, a oncologista clínica sobre as melhores estratégias para diagnóstico e tratamento dos principais cânceres femininos.
“O câncer é um problema de saúde pública que não vai parar por aqui. A projeção da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que haja um aumento de 63% até 2040, com aproximadamente 30 milhões de casos anuais em todo o mundo”, introduziu. “A incidência entre mulheres também tem aumentado. Felizmente, cresceu a expectativa de vida das mulheres. Infelizmente, elas começaram a se expor mais a hábitos e carcinógenos aos quais não se expunham tanto, como o tabagismo”, completou Dra. Angélica.
Na sequência de sua apresentação, a especialista abordou alguns detalhes dos cânceres de mama, gastrointestinais, de endométrio e de ovário – que somam mais de 100 mil casos anuais em mulheres no Brasil.
Especificamente sobre os tumores mamários, ela reforçou a defesa da SBOC e demais Sociedades de Especialidades pela mamografia anual para mulheres a partir dos 40 anos como principal estratégia de prevenção. Este é um entendimento compartilhado pelas instituições de médicos desde 2013. Atualmente, autoridades recomendam o exame bianual para mulheres a partir dos 50.
“Cerca de um terço dos casos de câncer de mama no Brasil são em pacientes mais jovens do que 50 anos. Estivemos hoje na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para defendermos a importância da nossa recomendação. Uma melhoria necessária tanto na rede privada, quanto na saúde pública”, argumentou Dra. Angélica.
A oncologista também ressaltou que este é um momento promissor para o controle do câncer no Brasil. “Estamos discutindo nos fóruns da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) e da Rede de Prevenção e Controle do Câncer (RPCC). Mas também é um desafio, pois há chance desta grande proposta não acontecer. Por isso, sociedades de médicos e pacientes tem que se organizar para levarem suas expectativas adiante”, disse a oncologista clínica.
Entre outros temas, Dra. Angélica apresentou aos presentes o Índice de Priorização de Medicamentos para Incorporação no SUS e Saúde Suplementar, documento da SBOC que pretende definir o que é prioridade para ser incorporado, a partir de análise multifatorial, cujo objetivo é auxiliar autoridades neste processo.