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Em reunião no Ministério da Saúde, SBOC chama a atenção para má distribuição de oncologistas no Brasil e defende plano de carreira no SUS

Notícias Quinta, 03 Julho 2025 21:01

Dr. Rodrigo Pinheiro (SBCO), Dr. Felipe Proença (Ministério da Saúde), Dra. Angélica Nogueira (Ministério da Saúde) e Dr. Jerzey Timóteo (Ministério da Saúde)

A presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira, participou nesta quinta-feira, 03 de julho, de reunião no Ministério da Saúde, em Brasília (DF), onde foram discutidos detalhes sobre o programa federal “Agora Tem Especialistas”, cujo objetivo informado pela Pasta é expandir o acesso a médicos especialistas em áreas prioritárias, como oncologia, cuidados cirúrgicos e procedimentos diagnósticos de alta demanda, especialmente em regiões com maior escassez de profissionais. 

Durante o encontro, que contou com a presença do secretário e do secretário-adjunto de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, respectivamente Dr. Felipe Proença e Dr. Jerzey Timóteo, e do Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Dr. Rodrigo Pinheiro, Dra. Angélica enfatizou a má distribuição de oncologistas pelo país.

“O Brasil tem aproximadamente dois oncologistas clínicos para cada 100 mil habitantes, quantidade suficiente de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas quando olhamos para os interiores ou para alguns estados específicos, em especial no Norte e Centro-oeste do país, há um déficit gritante”, explica.

Segundo dados recentes da Demografia Médica 2025, elaborada pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em parceria com o Ministério da Saúde e a Associação Médica Brasileira (AMB), 62,3% do total de 4.870 oncologistas clínicos registrados no país estão em capitais; 20,5% em cidades do interior com 100 mil a 300 mil habitantes; 17% em cidades do interior com mais de 300 mil habitantes; e apenas 0,2% em cidades do interior com menos de 100 mil habitantes.

Enquanto em Brasília, por exemplo, existe um oncologista para cada grupo de 12.400 pessoas – uma média bem acima do mínimo indicado pela OMS, no Maranhão, a proporção é de um oncologista para 110 mil habitantes.

Ainda durante a reunião, os representantes do Ministério da Saúde informaram a representante da SBOC que, na área da oncologia clínica, o programa “Agora Tem Especialistas” irá contratar profissionais com Registro de Qualificação de Especialista (RQE) ou Título de Especialista, reconhecido pela Associação Médica Brasileira (AMB), em parceria com a SBOC.

A pasta informou ainda que o programa “Agora Tem Especialistas” funcionará como um fellowship rotativo com duração de um ano, no qual médicos selecionados receberão bolsas — viabilizadas por parcerias com instituições educacionais — para atuarem em unidades públicas de saúde em regiões de maior demanda por especialistas.

“Levar especialistas para regiões onde não há especialistas é importante, mas criar um plano de carreira para médicos oncologistas dentro do SUS é fundamental”, reforçou Dra. Angélica.

Ao final do encontro, o Ministério da Saúde aceitou o convite da SBOC para uma live com a Diretoria da entidade, que será anunciada em breve nos canais de comunicação, para abordar o programa “Agora Tem Especialistas” e os desafios para a assistência oncológica no SUS.

Última modificação em Quinta, 03 Julho 2025 21:18

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