Pessoas com nível elevado de açúcar no sangue, consideradas pré-diabéticas, correm mais risco de desenvolver câncer de mama, estômago, fígado e endométrio do que pessoas sem essa condição de saúde, segundo um estudo chinês divulgado no periódico "Diabetologia" no dia nove de setembro.
Tais evidências foram colhidas após análise de 16 pesquisas sobre diabetes --quatro da Ásia, 11 dos Estados Unidos e da Europa, e uma da África-- que envolveram a participação de quase 900 mil pessoas. A partir delas, pesquisadores da Sun Yat-sen University Cancer Center, em Guangzhou, verificaram o risco da glicemia alta com vários tipos de câncer.
O diabetes é uma doença que se caracteriza pela deficiência na produção ou ação da insulina, que provoca o aumento do nível de açúcar no sangue. Embora o pré-diabético tenha excesso de açúcar no sangue, ele não tem a doença.
Segundo o estudo, o risco de desenvolver câncer mostrou-se 15% maior entre pré-diabéticos. Entre as pessoas pré-diabéticas com sobrepeso ou obesidade, o risco saltou para 22%.
Ainda segundo o estudo, os pré-diabéticos mostraram-se duas vezes mais propensos a desenvolver câncer de fígado, 60% mais propensos a desenvolver câncer endometrial e 50% mais propensos a desenvolver câncer de estômago ou cólon, que pessoas com glicemia considerada adequada. O alto nível de açúcar no sangue também foi ligado a um risco 20% maior de desenvolver câncer de mama, de acordo com o estudo.
A resistência à insulina é uma das causas que pode explicar o risco, já que o quadro pode resultar na secreção de proteínas semelhantes as da insulina, que podem promover o crescimento de células cancerosas, segundo o estudo.
A pesquisa leva em conta também características genéticas que fazem algumas pessoas serem mais propensas a desenvolver tanto o pré-diabetes como um câncer.
Manter uma dieta saudável e fazer exercícios regularmente ajudam a reduzir o risco de progressão para o diabetes e mesmo o controle da doença.
Para os diabéticos, são indicados tratamentos que incluem o aumento da atividade física e mudança da dieta, aliados à administração da insulina e de medicamentos orais para reduzir os níveis de açúcar no sangue.
Fonte: Portal Uol