O diretor geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Hoff, tomou posse como membro da Academia Nacional de Medicina (ANM), em março. Ao ocupar a cadeira 58, torna-se o quarto oncologista clínico entre os atuais 100 acadêmicos vitalícios. O primeiro foi Gilberto Schwartsman, seguido por Daniel Tabak e José Carlos Valle.
A cerimônia foi prestigiada por autoridades como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; o secretário de Estado da Saúde, David Uip; o presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso; e o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Gustavo Fernandes.
“A Academia Nacional de Medicina é o órgão máximo que o médico pode alcançar; a maior aspiração para o seu currículo”, define o Dr. Valle, acadêmico há 11 anos e ex-presidente da SBOC (1989-1991). Fundada em 1829 como Academia Imperial de Medicina, é a mais antiga instituição cultural e científica do Brasil. Sua missão é contribuir para o estudo, a discussão e o desenvolvimento das práticas da medicina, cirurgia, saúde pública e ciências afins e também serve como órgão de consulta do governo brasileiro sobre questões de saúde e de educação médica. O Dr. Valle comenta que o processo para integrar a ANM é longo e difícil. “Muitos tentam e poucos conseguem.” Até hoje, somente 665 médicos foram ou são acadêmicos.
Em seu discurso de posse, após citar desafios como a falta de médicos em locais mais afastados dos grandes centros, a abertura de escolas médicas sem garantia de ensino de qualidade, os custos de incorporação de tecnologias e a judicialização da saúde, Hoff colocou que a Academia tem uma posição ímpar para colaborar em todas essas discussões: “Esta instituição bicentenária reúne expoentes de todas as correntes ideológicas da medicina brasileira. As deliberações deste colegiado ressoam com força nos gabinetes da República por sua seriedade, tradição e competência. Trata-se do fórum ideal para discussões profundas sobre a medicina que queremos hoje e no futuro”.
Segundo o professor Gilberto Schwartsman, primeiro oncologista clínico a ingressar na Academia Nacional de Medicina, a história da ANM confunde-se com a do Brasil. Fundada ainda no Império, é a mais antiga instituição cultural do país. E a distribuição dos membros da Academia deve refletir também a importância das várias especialidades. “O câncer é a segunda causa de morte na maioria dos países e, nos próximos anos, deve tornar-se a primeira. É natural que a oncologia ganhe maior representatividade e a presença do Dr. Hoff me parece óbvia e muito nos orgulha”, diz Schwartsman.