Atraso de mais de um milhão de mamografias em 2020, essencialmente por conta da pandemia, impactou custos de tratamento e mortalidade por diagnósticos tardios
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e publicado no BMC Health Services Research revelou que a pandemia da COVID-19 teve um impacto negativo na atenção ao câncer de mama no SUS: cerca de um milhão de mamografias não foram realizadas em 2020.
Em entrevista à Revista Veja, que repercutiu os dados da pesquisa, a oncologista clínica Angélica Nogueira Rodrigues, diretora da SBOC, ressaltou que o dado traz um alerta importante: “O atraso no diagnóstico do câncer de mama tende a aumentar os casos de doença avançada, os custos do tratamento e da mortalidade”.
Dra. Angélica ponderou ainda que os avanços da medicina possibilitaram boas perspectivas de cura do câncer de mama, mesmo os mais agressivos, mas a pandemia sobrecarregou o sistema público impactando o rastreio que leva ao diagnóstico precoce.
Neste cenário de represamento de diagnósticos, revelou a pesquisa, o custo do tratamento quimioterápico foi maior em 2020, tanto nas doenças avançadas, R$ 465 milhões contra quase R$ 438 milhões em 2019, quanto nas localizadas, R$ 113 milhões contra R$ 111 milhões.