As mulheres são maioria nas equipes e departamentos de oncologia no Brasil. No entanto, elas estão menos em cargos de chefia do que os homens. É o que mostra a pesquisa Liderança Feminina na Oncologia, realizada em parceria pela SBOC e pelo Datafolha. A disparidade salarial entre homens e mulheres também foi notada por 44% dos médicos que responderam à pesquisa, principalmente na oncologia como um todo. Isso impacta diretamente na satisfação com a progressão de carreira, que é mais alta entre os médicos homens.
O maior número de mulheres nas equipes e departamentos reflete a oncologia no Brasil, segundo Dra. Anelisa Coutinho, presidente da SBOC. Apesar disso, existe uma grande diferença na ocupação dos cargos de chefia. “Há ainda um preconceito por parte da sociedade e muitas vezes daqueles que chefiam, que acham que a mulher não deve ocupar esses cargos”, completa.
A pesquisa foi desenvolvida a partir de um questionário da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), aplicado internacionalmente, e se enquadra em um projeto maior desenvolvido pela SBOC com apoio das indústrias farmacêuticas Daiichi Sankyo e MSD. Ao longo deste ano acontecerá uma série de debates para discutir o tema e, em novembro, durante o XXV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica será lançado um material inédito sobre o assunto.