Recentemente, um estudo científico publicado em abril na renomada revista Internacional Breast Cancer Research and Treatment examinou as taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama entre diferentes grupos raciais no país. Os resultados revelaram que, embora a taxa mediana de incidência da doença seja mais alta entre mulheres brancas, as mulheres negras são diagnosticadas em estágios mais avançados (60,1% versus 50,6%) e enfrentam uma taxa de mortalidade 3,83 vezes maior.
Em uma entrevista à Rádio Nacional da Agência Brasil, o oncologista clínico e primeiro autor do artigo, Dr. Jessé Lopes da Silva, que também é membro do Comitê de Diversidade da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), ressaltou a relação entre a elevada taxa de mortalidade e os fatores socioeconômicos. Esses fatores frequentemente resultam em diagnósticos tardios da doença e dificultam o acesso a tratamentos adequados. Os dados evidenciam a discriminação racial enfrentada por essas mulheres, um aspecto que deve ser considerado pelo poder público e pelos profissionais de saúde para melhor acolher e tratar essas pacientes.