Diego Cesar Clemente, produtor de eventos de 40 anos, enfrentou intensas dores abdominais e buscou atendimento na emergência do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. No hospital, passou por dois procedimentos: um para desobstruir o intestino e outro para remover uma parte dele. Enquanto a população do Rio de Janeiro envelhece, aumentando a demanda por serviços de saúde, o cuidado com pacientes com câncer está diminuindo, colocando vidas como a de Diego em perigo. Ontem, 2.908 pessoas aguardavam atendimento oncológico nas filas do Sistema Estadual de Regulação (SER). Um paciente de 77 anos esperava há 920 dias pela primeira consulta para tratar uma neoplasia de pele.
Em entrevista ao jornal O Globo, o oncologista clínico Dr. Carlos Gil Ferreira, Presidente de Honra da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), destacou que o tempo de início do tratamento pode fazer toda a diferença, especialmente em tumores mais agressivos, podendo determinar se o paciente terá a oportunidade de cura ou não. “É um problema que afeta diversos estados brasileiros. A cirurgia, por exemplo, é o único método curativo para diversos tipos de tumores. É necessário investir mais para estruturar toda a rede: seja no INCA, seja nos outros hospitais federais. É uma questão estratégica mesmo na saúde pública", afirmou.