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A Dra. Cinthya Sternberg, diretora executiva da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, representou a SBOC ontem em um fórum do Centro Latino-Americano de Pesquisa em Biológicos (ClapBio) sobre biossimilares voltado a dirigentes de ONGs de pacientes. O objetivo da participação foi divulgar o posicionamento da SBOC sobre o uso de biossimilares na oncologia brasileira.
O posicionamento da SBOC tem livre acesso pela internet. Clique aqui para baixar o PDF (texto em inglês) ou acesse a notícia que destaca os pontos principais (texto em português).
O ClapBio é formado por um time de pesquisadores com expertise na coleta, análise crítica de dados e geração de conhecimento sobre custos e desfechos de saúde relacionados ao uso de medicamentos biológicos e biossimilares. “Foi uma boa experiência participarmos do evento interagindo com outras sociedades médicas, como a Reumatologia e a Gastroenterologia. Pudemos comparar posicionamentos e confirmar que existe um entendimento comum sobre como lidar com os biossimilares”, conta a Dra. Cinthya. “Também é mais uma oportunidade de aprendizado, pois a Reumato, por exemplo, já incorporou biossimilares à prática clínica há muitos anos”, explica.
O presidente do ClapBio, Dr. Ricardo Garcia, lembra que o benefício dos biossimilares é econômico, podendo, por meio de diminuição de custos, gerar maior competitividade e oferta desses medicamentos, de forma a conferir mais acesso dos pacientes às terapias biológicas. Segundo o médico, a grande questão é como usar o biossimilar. “O posicionamento da SBOC é excelente porque discute questões fundamentais como extrapolação de indicações, intercambialidade e farmacovigilância; protege, de fato, os pacientes e os profissionais”, ressalta.
Quanto à capacitação dos médicos e outros profissionais sobre biossimilares, tema também abordado no posicionamento da SBOC, Garcia acredita haver um longo caminho a ser percorrido. “Na experiência do ClapBio, percebemos que ainda há muitas dúvidas. Não devemos supor que o médico já conhece a fundo o assunto. Prefiro ser redundante do que supor que ele saiba e deixá-lo sem a informação”, defende. “Só entende as preocupações com extrapolação, intercambialidade e farmacovigilância quem sabe o que é um medicamento biológico, um biossimilar, quais são as diferenças, como ele é aprovado, os estudos de comparação, etc”, enfatiza o presidente.
Pacientes e biossimilares
Esta é a quinta edição do fórum promovido pelo ClapBio. “Convidamos as sociedades médicas pela primeira vez neste ano porque as evidências científicas são fundamentais para toda a discussão”, frisa o Dr. Ricardo Garcia. “Foi frutífero porque pudemos divulgar o posicionamento da SBOC, que preza pela segurança do paciente e está alinhado ideologicamente com as grandes sociedades médicas internacionais e com as nacionais também”, avalia a Dra. Cinthya. “O formato com poucos participantes também propiciou bastante interação”, finaliza a diretora executiva.
Concentrar mais atenção, ações e investimentos em educação e prevenção para que sejam necessários menos tratamentos de câncer. Esta foi a mensagem do Dr. Lucianno Henrique Pereira dos Santos, representante da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) em audiência pública na Câmara dos Deputados. O debate foi promovido em Brasília (DF) pela Frente Parlamentar de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer e teve como tema central o câncer colorretal, um dos mais incidentes na população brasileira e um dos menos conhecidos.
Entre as medidas de prevenção citadas pelo Dr. Lucianno estão alimentação saudável, prática de exercícios físicos, controle do peso corporal e cessação do tabagismo. “A prevenção e o diagnóstico precoce precisam ser mais valorizados, porque tratar depois é muito mais custoso, tóxico e sofrido”, ressaltou o oncologista.
Quanto ao tratamento de câncer no sistema público, que atende 75% da população, o Dr. Lucianno citou que há uma defasagem abissal em relação ao sistema privado. “A realidade da saúde pública está defasada em muitos anos. No caso de câncer de pulmão, apresentei um estudo à Universidade de Brasília mostrando que a diferença é de 14 anos considerando os tratamentos ainda não disponíveis no SUS”, exemplifica.
Ao final da sessão, a deputada Carmen Zanotto, presidente da Frente, propôs um aprofundamento do debate em uma próxima oportunidade, com a participação de educadores e especialistas em prevenção, sobre como mudança de hábitos e medidas preventivas contra o câncer podem ser trabalhadas nas escolas desde o ensino fundamental.
Participaram da audiência pública também representantes da Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (Abrapreci), do Instituto Vencer o Câncer e da Associação Brasileira dos Portadores do Câncer.
O conteúdo foi transmitido pela TV Câmara e pelo YouTube. Clique aqui para acessar.
Na área pública do site da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), estão disponíveis as versões finais de 19 diretrizes sobre os tipos de câncer mais incidentes na população brasileira (veja lista abaixo). As recomendações de conduta foram escritas por especialistas de reconhecida atuação em suas áreas e submetidas ao crivo dos associados.
Outras seis diretrizes, listadas a seguir, podem ser acessadas exclusivamente por membros da SBOC, por enquanto, para que estes enviem suas críticas e sugestões acompanhadas das respectivas referências. Assim como nas primeiras 19 diretrizes, todos os comentários serão avaliados e as contribuições incorporadas, quando pertinente.
As diretrizes da SBOC são textos curtos, em português, que trazem recomendações classificadas de acordo com a força de evidência científica disponível na literatura. Outro diferencial é que refletem a realidade brasileira, considerando as limitações de acesso aos tratamentos em nosso país.
Diretrizes SBOC
Adenocarcinoma colorretal
Adenocarcinoma de estômago
Adenocarcinima de pâncreas
Bexiga
Cabeça e pescoço
Cabeça e pescoço metastático
Câncer de ovário
Câncer de pênis
Câncer de testículo
Câncer do canal anal
Carcinoma de mama
Colo do útero
Hepatocarcinoma
Melanoma
Próstata
Pulmão células não-pequenas: doença localizada e localmente avançada
Pulmão células não-pequenas: doença metastática
Pulmão pequenas células
Rim
Carcinoma da adrenal, feocromocitoma e paraganglioma
Carcinoma medular de tireoide
Carcinomas neuroendócrinos pouco diferenciados extrapulmonares
Tumores neuroendócrinos bem diferenciados de pâncreas
Tumores neuroendócrinos gastrointestinais bem diferenciados
Tumores neuroendócrinos pulmonares
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) está participando, ao lado da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), do Instituto Oncoguia, do Vencer o Câncer, do Todos Juntos Contra o Câncer, do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, do Grupo de Amparo ao Doente de Aids (GADA) e da Bayer, de um movimento de conscientização sobre o carcinoma hepatocelular (CHC), conhecido como câncer de fígado. O Dr. Roberto Gil, vice-presidente de Assistência Médica e Defesa Profissional da SBOC, esteve na apresentação da pesquisa “Carcinoma Hepatocelular: Barreiras de Acesso, Diagnóstico e Tratamento no Cenário Brasileiro Atual”, feita a partir de dados do Datasus. “É chocante constatar que 80% dos pacientes chegam aos hospitais sem diagnóstico de CHC e 95% sem diagnóstico de hepatopatia prévia”, destaca o oncologista.
Outro dado preocupante é que 62% dos pacientes são diagnosticados com doença avançada, quando o tratamento curativo e paliativo mais eficaz já não é mais possível, restando ao médico tratar os sintomas. Entre os demais, 10% são diagnosticados com carcinoma hepatocelular em estágio inicial e outros 12% na fase intermediária.
De acordo com o Dr. Roberto Gil, não existe hoje no sistema público de saúde nem no sistema suplementar uma linha de cuidados ao paciente com CHC. “Precisamos criar esse atendimento integrado, desde programas de rastreamento, medidas de diagnóstico precoce, encaminhamento e realização de transplante, cirurgia, quimioterapia; o tratamento deve ser sistêmico”, defende.
A divulgação desse levantamento, segundo Gil, é o início de um movimento para conscientizar a população quanto a medidas preventivas e de diagnóstico precoce e também os gestores a respeito da necessidade de estabelecer uma política de saúde para o atendimento de pacientes com carcinoma hepatocelular integrando a atenção primária à média e alta complexidade. “Temos totais condições de qualificar os gastos no atendimento dos pacientes hepatopatas”, ressalta o representante da SBOC.
Outro ponto ressaltado pelo Dr. Roberto Gil foi a utilização dos dados do Datasus. “O banco de dados do SUS muitas vezes é visto somente como mais uma burocracia, mas essa pesquisa é um exemplo de que as informações ali contidas podem receber um olhar científico e estratégico, que embase ações transformadoras para o atendimento mais qualificado dos pacientes”, acredita.
Estigma
O principal fator de risco para o desenvolvimento de CHC é a agressão crônica às células hepáticas, acontecendo na maioria dos casos associados à cirrose, que pode ser causada por infecções pelos vírus das hepatites B e C, álcool e NAFLD (doença hepática gordurosa não alcoólica, em tradução livre). Além desses fatores, há a exposição a aflatoxinas, que são toxinas produzidas por fungos presentes em grãos e cereais mal armazenados, além de condições genéticas como hepatites autoimunes e hemocromatose hereditária.
De acordo com a pesquisa, uma grande barreira para o diagnóstico precoce de CHC é o estigma ao redor das doenças de base, como as hepatites virais e a cirrose alcoólica. O desconhecimento e preconceito da população sobre os temas geram uma associação das hepatites com um estilo de vida promíscuo e o uso de drogas injetáveis, quando na realidade a maioria dos pacientes as adquiriu por transfusões sanguíneas antes de 1993, quando não havia o controle sorológico das bolsas de sangue ou pela transmissão de mãe para filho, durante o parto.
Já os pacientes portadores de cirrose alcóolica se sentem intimidados uma vez que a doença é fortemente associada ao consumo excessivo de álcool. Em ambos os casos, o paciente se sente culpado e tem sua autoestima prejudicada, optando pelo isolamento social e a não adesão ao tratamento, o que aumenta a chances de desenvolver o câncer de fígado.
Os participantes da III Gincana Nacional da Oncologia para Residentes podem assistir ao vídeo da Dra. Daniela Rosa comentando o caso clínico de câncer de mama avançado HER2-positivo, o primeiro da competição neste ano. A oncologista possui pós-doutorado pelo Paterson Institute for Cancer Research, atua no Hospital Moinhos de Vento e também como docente na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. No vídeo, ela comenta as características do caso apresentado e as respostas às cinco questões que fizeram parte da gincana.
Até 16 de abril qualquer pessoa pode opinar sobre a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de sorafenibe para tratamento de pacientes com carcinoma hepatocelular (CHC) avançado irressecável. A consulta pública está aberta no site da Conitec.
A SBOC irá se manifestar favoravelmente à incorporação, uma vez que os pacientes necessitam do acesso ao tratamento. De acordo com o relatório apresentado na consulta pública, 83% dos 728 mil novos casos de câncer hepático ocorreram nos países em desenvolvimento em 2012. Ainda segundo os dados destacados, de 70% a 85% desses pacientes com CHC apresentam doença localmente avançada, irressecável ou metastática ao diagnóstico, enquanto poucos são diagnosticados em estágios quando o carcinoma hepatocelular possa ser ressecável.
A justificativa da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) para não recomendar a incorporação é que o atual procedimento APAC (Autorização de Procedimento de Alta Complexidade) de tratamento do carcinoma hepatocelular não inviabiliza o uso do medicamento sorafenibe por pacientes no âmbito do SUS. No entanto, na prática, o valor é superior ao montante disponibilizado via APAC. Sem a criação de um procedimento específico para o sorafenibe nessa indicação, os pacientes da saúde pública ficam sem acesso ao medicamento.
Neste link, é possível acessar os relatórios e demais informações disponíveis.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) repudia frontalmente o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sobre a fosfoetanolamina, a chamada “pílula do câncer”.
O relatório prima pela precariedade dos argumentos levantados, tentando desabonar a imagem dos pesquisadores do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e do investigador principal do estudo, Prof. Paulo Hoff, considerado um expoente da oncologia clínica em âmbito internacional. A SBOC assegura que o estudo da fosfoetanolamina foi conduzido dentro de estritas normas internacionais de estudos clínicos de fase 2, confirmando a falta de atividade clínica da droga em questão, após o recrutamento de mais de 70 pacientes, nos quais se constatou apenas uma resposta parcial durante o tratamento. A SBOC concorda que seria antiético continuar com o estudo após essa avaliação inicial, uma vez que se estaria submetendo mais pacientes a um tratamento evidentemente ineficaz. As considerações de que houve falhas metodológicas de farmacocinética e farmacodinâmica são absolutamente descabidas pela falta de dados disponíveis para justificar esquemas alternativos de dose.
O esquema usado no estudo foi decidido pelos investigadores do ICESP e informado ao Dr. Gilberto Chierice, que, inclusive, recebeu uma cópia do protocolo final do estudo sem que tivesse se manifestado na época contrariamente à metodologia proposta.
Assim, a SBOC presta aqui seu apoio integral ao ICESP, ao investigador principal Prof. Paulo Hoff, ao Secretário de Saúde Prof. David Uip e ao Governador Geraldo Alckmin, responsáveis em conjunto pela condução do estudo.
É de pasmar que legisladores estaduais gastem seu tempo e erário público em uma tentativa obscurantista de censurar uma pesquisa médica de alta qualidade, que simplesmente comprovou a falta de atividade antineoplásica da fosfoetanolamina. É digno de interesse o fato de isso ocorrer em ano de eleições, além do fato de que os senhores deputados, como legisladores, apoiam o feito de, ao longo de 20 anos, essa droga ter sido produzida fora de laboratórios farmacêuticos e ter sido distribuída a pacientes de maneira ilegal, por pessoas alheias à medicina, em uma afronta criminosa à legislação sanitária vigente no país.
Dr. Sergio D. Simon
Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)
No terceiro vídeo da Escola Brasileira de Oncologia, o Dr. Raphael Brandão, oncologista clínico do Americas, comenta os desafios de tratar pacientes com carcinoma de células claras de rim. O especialista responde perguntas feitas pelo Dr. Sergio Simon, presidente da SBOC, sobre as opções para a primeira linha, imunoterapia, o papel ainda reservado ao everolimus e as perspectivas apresentadas na última ASCO GU com combinação de terapias e diferentes mecanismos de ação. “Agora os pacientes têm muito mais opções”, ressalta o Dr. Raphael.
O acesso está disponível aos membros da SBOC. É necessário preencher login (seu e-mail cadastrado na SBOC) e senha.
Melanoma
O segundo vídeo da série lançada pela Escola Brasileira de Oncologia Clínica, braço educacional da SBOC, tem como tema o tratamento adjuvante do melanoma. O Dr. Rafael Schmerling, membro da SBOC e oncologista clínico do Hospital Beneficência Portuguesa em São Paulo, e o Dr. Rodrigo Munhoz, vice-presidente da SBOC para Ensino da Oncologia, traçam um panorama das grandes mudanças ocorridas nesse cenário no último ano.
Câncer de mama
O primeiro vídeo da EBO é sobre tratamento neoadjuvante no câncer de mama triplo-negativo. A Dra. Laura Testa, oncologista clínica de São Paulo e membro da SBOC, comenta qual o esquema de terapia ideal, o papel da carboplatina nesse cenário, a conduta adequada em caso de doença residual e o futuro do tratamento neoadjuvante. A especialista respondeu perguntas feitas pelo Dr. Volney Lima, oncologista clínico de Belo Horizonte e tesoureiro da SBOC.
A EBO
A Escola Brasileira de Oncologia foi lançada pela SBOC para solidificar os programas, ações e eventos educacionais da instituição. A missão da EBO é ampliar e fortalecer o conhecimento técnico e científico de todos os profissionais de saúde envolvidos com a prática da Oncologia Clínica.
De acordo com o presidente da SBOC, Dr. Sergio D. Simon, a ideia é proporcionar mais dinamismo e sinergia em educação continuada de modo a favorecer a prática clínica e toda a comunidade de profissionais de Oncologia. “A evolução do conhecimento científico em oncologia é cada vez mais rápida e impactante. Dessa forma, nos preparamos para oferecer aos nossos membros material pertinente de alto nível”, resume.
A primeira atividade da EBO são esses vídeos educacionais curtos em que especialistas convidados pela SBOC comentam determinados temas sensíveis à prática clínica. O conteúdo abrangerá diversos tipos de câncer e as novidades apresentadas em estudos clínicos de relevância para a conduta do médico.
A primeira série terá um total de 10 vídeos publicados de forma alternada até o Congresso da ASCO, quando novos estudos clínicos devem ser apresentados. Foi feita uma seleção abrangente de temas comentados por especialistas reconhecidos no meio. O objetivo é que o conteúdo seja útil para responder dúvidas dos oncologistas clínicos em seu dia a dia.
O déficit do atendimento de radioterapia no país foi um dos temas discutidos na reunião do Consinca em 21 de março. De acordo com o Dr. Roberto Gil, vice-presidente de Assistência Médica e Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e representante da SBOC no encontro, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) desenvolveu um amplo estudo a partir do cruzamento de informações de diferentes bancos de dados. A conclusão é que houve certo avanço com a implantação de políticas públicas que conseguiram melhorar o perfil assistencial, mas as disparidades regionais ainda são chocantes. “Não há nenhum equipamento de IMRT, por exemplo, na região Norte. A defasagem em relação a técnicas mais sofisticadas, com menor toxicidade, também não tem capilaridade no Nordeste e no Centro-Oeste”, constata Gil.
Segundo o especialista, foi ressaltado pelos participantes do encontro que a atual forma de remuneração dos serviços de radioterapia não permite a incorporação de tecnologias ao sistema público nem a sustentabilidade do sistema em termos de manutenção e garantia de atendimento à demanda nacional. O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Radioterapia estão dialogando para planejar um novo programa de remuneração capaz de sanar essas dificuldades.
Cuidados Paliativos
Foi apresentada na reunião proposta da Sociedade Brasileira de Cuidados Paliativos para a codificação deste tipo de assistência, que perpassa todo o atendimento do paciente oncológico desde o diagnóstico, e não apenas os cuidados no fim de vida, mas hoje é remunerada por meio de códigos de outros procedimentos. A SBOC apoia o pleito por entender que a codificação representará a criação de um indicador para mensurar e qualificar esse tipo de serviço. “Saberemos quais são os hospitais e clínicas que estão se empenhando em oferecer cuidados paliativos ao longo do tratamento e cobrar aqueles que não o fizerem”, afirma o Dr. Roberto Gil.
O vice-presidente de Assistência Médica e Defesa Profissional também vê a proposta como uma medida de racionalização do sistema, que não implica necessariamente em novos custos, mas que poderá aperfeiçoar o atendimento aos pacientes em sentido amplo. “É um exemplo de que parcerias entre Sociedades e Ministério da Saúde são viáveis e relevantes para aperfeiçoar as políticas de atenção oncológica”, diz o oncologista.
Cateter totalmente implantável
Outro tema discutido no encontro do Consinca foi a incorporação do cateter totalmente implantável ao Sistema Único de Saúde. O Dr. Roberto Gil explica que oferecer esse dispositivo é um grande avanço no atendimento a pacientes que requerem um longo tempo de terapia endovenosa. A incorporação será possível por meio de um novo pacote para esse tipo de tratamento infusional.
Notificação compulsória de casos de câncer
O Dr. Roberto Gil relatou que existe uma demanda da Associação Brasileira de Registros de Câncer para tornar compulsória no país a notificação dos casos de câncer. Não houve consenso entre os participantes do Consinca a respeito. A discussão será aprofundada na próxima reunião, prevista para 13 de junho.
Foram divulgados os nomes dos quatro selecionados para a segunda edição do Oncogenética em Foco: programa internacional para residentes. As bolsas da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) incluem passagem aérea e hospedagem de 1 a 9 de junho de 2018 na cidade de Chicago, Estados Unidos. Os bolsistas participarão de atividades específicas no The University of Chicago Center for Global Health, bem como no Congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO 2018, 1 a 5 de junho), quando desenvolverão atividades específicas do programa. Além disso, os selecionados terão uma agenda exclusiva com líderes na área.
Dois dos selecionados são mineiros e R3 em Oncologia Clínica no AC Camargo Cancer Center: Fernando Augusto Batista Campos, de Uberaba, e Lucas Ferreira Sant’Ana, de Belo Horizonte. Os outros dois são paulistanos e R3 em Oncologia Clínica no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp): Katia Regina Marchetti e Guilherme Harada.
O II Oncogenética em Foco será a primeira experiência internacional de Fernando na carreira. “Minha motivação principal é saber como funciona um centro de referência na área, tanto a parte assistencial quanto a de pesquisa”, conta. O residente também passará o mês de outubro estagiando no Departamento de Sarcomas do MD Anderson Cancer Center, nos EUA. “O programa da SBOC será um gatilho para me aprofundar e contribuir também para a oncologia brasileira.” Ele lembra que, atualmente, poucos oncologistas sabem encaminhar pacientes para um oncogeneticista e parte dos especialistas também não se sente segura para responder as perguntas dos próprios pacientes sobre câncer hereditário.
Da mesma forma, Lucas salienta que a oncogenética ainda não é muito difundida no Brasil, mas tem grande potencial e demanda em ascensão. “Vai crescer muito na terapêutica e no prognóstico, com medidas profiláticas”, avalia. “Pretendo trabalhar com oncogenética no Brasil de forma paralela ao atendimento ambulatorial.” De 18 a 22 de abril, ele estará no México para o 4th ESO-ESMO Latin American Masterclass in Clinical Oncology. A expectativa é grande também para o Congresso da ASCO: “Em quase todos os dias da programação, há vários temas de oncogenética”.
Guilherme teve uma experiência recente no The Christie and Manchester Cancer Research, na Inglaterra, onde pode participar de atividades com a Dra. Fiona Blackhall, grande referência na área. “Será incrível conhecer o The University of Chicago Center for Global Health, um centro enorme dos EUA; com certeza teremos muito a acrescentar voltando ao Brasil”, diz. “São oportunidades que somente o programa da SBOC proporciona”, valoriza.
A biologia molecular do câncer sempre aguçou a curiosidade de Katia, tanto que esse foi seu tema de iniciação científica já na graduação. Faz parte do programa de residência do Icesp o atendimento em ambulatório de hereditário, mas ela pontua que nem sempre existem os recursos necessários para realização dos testes genéticos necessários. Em sua opinião, a experiência internacional dos profissionais brasileiros tem grande peso para o desenvolvimento da oncogenética no país. “Temos que avançar mais na prevenção e principalmente na terapêutica”, afirma. Ela acabou de ficar um mês no setor de urologia do John Hopkins, em Baltimore, nos EUA. “As iniciativas da SBOC de programas para os residentes e jovens oncologistas são fantásticas; infelizmente há pouco incentivo por parte das universidades para que o especialista aprimore sua formação no exterior; tudo é muito custoso”, salienta. “Todo o conjunto de ações da SBOC tem sido muito bacana; o curso do XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica no ano passado sobre síndromes hereditárias foi excelente”, finaliza.