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Equipe Grano

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Debates científicos que irão moldar o futuro da oncologia brasileira, lançamento de livros e guias, workshops, aulas, palestras, cerimônias especiais... essas foram apenas algumas das sessões especiais que aconteceram no 1º dia de Congresso SBOC 2025 e da V Semana Brasileira da Oncologia. Confira os melhores momentos!

O estande da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica foi palco, nesta quinta-feira, 6 de novembro, de dois importantes lançamentos editoriais: o “Guia de Terapia Hormonal e Anticoncepção nas Mulheres Com e Sem Histórico de Câncer”, de autoria dos especialistas da entidade, e o “Isso Causa Câncer? Aquilo Evita?”, de autoria da oncologista clínica associada à SBOC, Dra. Kítia Perciano.

O Guia de Terapia Hormonal tem como objetivo oferecer recomendações práticas e baseadas em evidências para o manejo da terapia hormonal e de suas alternativas em sobreviventes de câncer de mama e ginecológico, bem como em pacientes com menopausa induzida por tratamento oncológico. O documento busca apoiar profissionais de saúde na tomada de decisão clínica, promovendo uma abordagem segura, multidisciplinar e orientada à melhoria da qualidade de vida.

Para a Diretora da SBOC e uma das autoras do material, Dra. Daniele Assad, é muito importante abordar esse tema. “Muitos tratamentos oncológicos levam a uma menopausa precoce e há também casos de mulheres com câncer de mama e alguns tumores ginecológicos que não podem usar a terapia hormonal”, introduziu.

“Nesse Guia, falamos sobre a terapia hormonal em mulheres sobreviventes de câncer, quem pode e quem não pode usar, nas alternativas para quem não pode usar, e também sobre a anticoncepção, que também tem relação hormonal”, completou Dra. Daniele.

Já o “Isso Causa Câncer? Aquilo Evita?”, na definição de sua autora, traz dicas simples, amparadas em evidências científicas, comunicadas por fácil entendimento. A leitura conversa com as pessoas, dando dicas rotineiras de meios para evitar o câncer. E a segunda parte do livro fala sobre o estilo de vida, que é o fator de maior importância para evitar o câncer, segundo Dra. Kítia.

“Por fim, a terceira parte é para quem está em tratamento. Fala de todas as orientações, dúvidas, os efeitos colaterais dos tratamentos, os problemas e também como se portar. Dando força desde o diagnóstico até quando acaba o tratamento e como será a vida depois do câncer”, concluiu a oncologista clínica.

No primeiro dia de Congresso, também foi realizada a etapa final do Code4Cancer, um Hackathon organizado pela SBOC. A iniciativa é uma maratona colaborativa, com profissionais de diferentes áreas, para encontrar soluções tecnológicas inovadoras nas áreas de rastreamento e diagnóstico precoce do câncer.

Na fase inicial, mais de 200 participantes se dividiram em grupos e atuaram por 48h ininterruptas no desenvolvimento desses projetos. Cinco equipes participaram da segunda fase, após serem as mais votadas de 30 equipes iniciais por um júri selecionado.

Nesta decisão, elas apresentaram um pitch para uma nova banca, formada pelos membros: Dra. Clarissa Baldotto (Presidente Eleita da SBOC), Dr. William William (Presidente da Comissão Científica do Congresso SBOC), Dra. Daniele Assad (Diretoria SBOC), Dra. Danielle Laperche (Diretoria SBOC), Dr. Raphael Haddad (Mentor da InovaHC)e Dra. Cinara Prata Soares (gerente da Boehringer Ingelheim).

Os vencedores foram:

  • 1º Lugar: Equipe 58 - VOICE CHECK: Detecção precoce de câncer de laringe no WhatsApp por meio de análise vocal;
  • 2º Lugar: Equipe 29 - PREVINE +: Triagem por WhatsApp (inteligência artificial com áudio e texto), conectando os pacientes aos agentes de saúde; e
  • 3º Lugar: Equipe 185 - ME CUIDAR: Agendamento integrado de consultas e exames no SUS, lembretes personalizados e um rastreamento inteligente baseado no histórico do paciente.

O primeiro lugar recebeu um prêmio no valor de R$ 10 mil. Enquanto os demais selecionados ganharam prêmios de R$ 5 mil.

Dr. William William celebrou a realização do encontro, desejando que hackathons se tornem perenes na área da oncologia clínica. “Queríamos trazer inovação para o Congresso e espero que esse seja o início de uma tradição, que tem sido um sucesso. Estamos levando isso a sério e a SBOC se compromete a apoiar soluções que julgue que podem ter impacto positivo na oncologia”, afirmou.

As inscrições foram gratuitas e abertas a profissionais de diferentes áreas: desenvolvimento de aplicativos web/mobile, design web/gráfico, gestão de negócios, comunicação e saúde. Não era necessário ter experiência em programação.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) lançou, nesta quarta-feira, 4 de novembro, o livro “A História da Mulher na Medicina”, um registro inédito sobre a trajetória de mulheres que transformaram a medicina em todo o mundo, de curandeiras e parteiras na antiguidade a cientistas laureadas e líderes de instituições contemporâneas. A cerimônia foi realizada na sede da Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro (RJ).

A obra reúne textos de médicas e pesquisadoras brasileiras e perfis de figuras históricas que desafiaram as barreiras de gênero em um campo tradicionalmente masculino. “Este é um livro que nasce do desejo de resgatar, reconhecer e celebrar a trajetória das mulheres da medicina, enquanto vivemos um momento histórico na SBOC, com três mulheres na presidência consecutivamente, além de uma diretora executiva”, introduziu a Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira.

No seu entendimento, reconhecer a carreira dessas mulheres é fundamental para inspirar novas gerações e consolidar a liderança feminina como força estruturante da medicina contemporânea. “Essas pesquisas são um retrato coletivo de coragem e inovação. Cada texto deste livro é um testemunho de resistência”, completou Dra. Angélica.

Ex-Presidente da SBOC (Gestão 2019-21), Dra. Clarissa Mathias também participou da cerimônia. A sua contribuição foi reconhecida durante a cerimônia, por ter sido a segunda mulher a ocupar a presidência da Sociedade em quatro décadas de existência, à época. “Criamos o Comitê de Lideranças Femininas naquela gestão, implementando políticas para promover igualdade de gênero que criaram estruturas de apoio para ações contínuas, que agora chegam ao lançamento desse livro”, declarou a oncologista.

A História da Mulher na Medicina

O livro é dividido em nove capítulos. Os primeiros percorrem a história da presença feminina na medicina mundial, latino-americana e brasileira, apresentando desde Peseshet, considerada a primeira médica conhecida do Egito Antigo (2700 a.C.), e Metrodora, autora bizantina de um tratado sobre doenças femininas, até as brasileiras que abriram caminho nas universidades e hospitais no século XX, como Nise da Silveira.

Como explicou a Presidente Eleita da SBOC, Dra. Clarissa Baldotto, durante o lançamento, na obra é aprofundada a discussão sobre os obstáculos enfrentados pelas mulheres na conquista e permanência em espaços de liderança na medicina.

São abordados temas como o assédio moral e sexual, que evidenciam a naturalização da violência simbólica e a cultura do silêncio; o “teto de vidro”, que simboliza as barreiras invisíveis que ainda limitam o avanço das mulheres em cargos de decisão; e a síndrome da impostora, sentimento recorrente entre profissionais que, apesar dos méritos, questionam a própria capacidade.

O livro também examina as disparidades salariais e de representatividade, revelando como a desigualdade de remuneração e a subrepresentação feminina em cargos de comando perpetuam o desequilíbrio estrutural na medicina.

“Impossível achar que vamos inovar, se não conhecemos a história. Com essa estrutura, trazemos ideias do passado para que possamos evoluir no futuro. Esses capítulos nos ajudam a refletir e ter esperança, além de pensar no futuro da medicina sob a perspectiva feminina. Que o livro inspire homens e mulheres para tornar a profissão mais plural e justa”, declarou Dra. Baldotto.

Os capítulos finais ampliam o debate, apontando para os desafios contemporâneos da liderança feminina e a importância da equidade de gênero como princípio estruturante da prática médica. Entre as homenageadas – como citou a Presidente de Honra da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho – estão Marie Curie, Rosalind Franklin, Virginia Apgar, Elisabeth Kübler-Ross, Cicely Saunders, Jane Cooke Wright e Gerty Cori, algumas das mulheres que revolucionaram áreas como a oncologia, genética, psiquiatria e cuidados paliativos.

“Essas foram médicas pioneiras, arquitetas de um novo tempo, em um cenário que o saber lhes era negado e o exercício da profissão lhes era vedado. Elas tiveram coragem para aprender, ensinar, cuidar e liderar caminhos em um território hostil”, declarou Dra. Anelisa. “Elas fundaram escolas, serviços e introduziram novas práticas, afirmando que a medicina é um espaço de humanismo e equidade”, adicionou.

Diretora executiva da SBOC, Dra. Marisa Madi, completou a mesa relembrando que em 30 anos de atuação de administração de saúde, nunca tinha tido a oportunidade de observar uma entidade com tantas líderes mulheres. “O meu sonho é que a gente consiga ter um mundo corporativo que isso seja normal”, disse.

A Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Angélica Nogueira, defendeu a importância da vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) como principal ferramenta para a eliminação do câncer colo de útero no Brasil. A declaração foi realizada na manhã desta sexta-feira, 31 de outubro, durante o Fórum Estadão Think, realizado pelo jornal em São Paulo (SP).

O encontro teve como tema “Unindo Forças no Combate ao Câncer do Colo de Útero” e reuniu atores de diferentes instituições de saúde e da sociedade civil para discutir meios de fortalecer a prevenção contra estes tumores – o terceiro mais incidente entre as brasileiras, com mais de 17 mil casos ao ano.

Questionada sobre o papel das sociedades médicas diante desse desafio, Dra. Angélica afirmou que cabe aos médicos acompanhar se há adequada condução de estudos clínicos sobre o tema, bem como analisar os dados de vida real e disseminar informações científicas de qualidade.

“A Organização Mundial de Saúde (OMS) reafirma a segurança e eficácia das vacinas contra o HPV e é papel das Sociedades de especialidades difundir essa informação. Os médicos precisam prescrever vacinas e falar sobre isso no consultório e nas redes sociais. Há muita desinformação, então quem tem a informação correta precisa se manifestar”, apontou a oncologista clínica.

Ela também mencionou o Movimento Brasil Sem Câncer de Colo do Útero, criado em 2020, que reúne instituições médicas e da sociedade civil. O grupo atua no combate à desinformação e na produção do Radar de Câncer de Colo do Útero – o primeiro corpo de dados sobre o tema –, que foi apresentada ao Ministério em novembro último e será, novamente, levado à pasta este ano.

Rastreamento

A Presidente da SBOC afirmou que há duas incorporações que têm mudado o panorama do câncer de colo do útero no Brasil. A primeira é o retorno da vacinação contra o HPV na rede de escolas públicas. A outra é a incorporação do exame HPV-DNA, teste molecular que detecta o material genético do vírus, sendo mais sensível que o Papanicolau.

“Esses movimentos do Governo trazem a perspectiva real de eliminarmos o câncer de colo do útero, que segundo a OMS é quando temos menos de quatro casos da doença a cada 100 mil habitantes”, detalhou Dra. Angélica.

A especialista também lembrou que o Brasil tem que ter estratégias para essa eliminação, não apenas as novas ferramentas. “Temos a vacina para prevenção primária e as melhores tecnologias incorporadas. Nosso receio é como garantir adesão da população. Temos possibilidades como uso de inteligência artificial e a integração das redes do Sistema Único de Saúde que poderão ajudar no alavancamento da adesão”, disse a Presidente da SBOC.

Dra. Angélica participou do painel “A importância da União de Esforços no Combate ao Câncer de Colo de Útero”, ao lado do Secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Dr. Mozart Sales, da diretora de Parcerias do Grupo Mulheres do Brasil, Dra. Fabiana Peroni, a diretora do Instituto Vencer o Câncer, e a jornalista do Estadão Rita Lisauskas. Ao longo da manhã, o evento do Estadão também debateu os avanços na prevenção ao HPV, estratégias de rastreamento e diagnóstico precoce, tratamento e conscientização.

Vem aí mais uma Festa de Confraternização da SBOC! Pela primeira vez, os associados foram convidados a indicarem seus estilos musicais favoritos e o resultado foi a criação de uma lista eclética de atrações. São elas:

Neste ano, parte do valor arrecadado com os ingressos será destinado a um projeto extra submetido ao Fundo de Incentivo à Pesquisa (FIP) - iniciativa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica que tem financiado projetos de pesquisa com impactos sociais.

O valor do ingresso é de R$ 100, mas também há a possibilidade de fazer doações extras para o FIP, pagando pelo ingresso R$ 150 ou R$ 200.

A venda de ingressos estará disponível na Área de Credenciamento no Térreo do Hotel Windsor Oceânico a partir de quinta-feira, 7h30. 

A festa acontecerá em 07 de novembro, no Windsor Barra Hotel (Av. Lúcio Costa, 2630 - Barra da Tijuca, RJ), às 19h30.

Para quem precisar de transporte para chegar ao local da festa, haverá transfer de ida às 19h, 19h30 e 20h30, passando pelos hotéis Mercure Barra, Ibis Barra, Laguetto Lifestyle, Regency Barra, Windsor Marapendi, Grand Hyatt, Laguetto Stilo Barra e Radisson; e de volta às 22h30, 23h e 0h.

Onde adquirir o ingresso?

Área de Credenciamento no Térreo do Hotel Windsor Oceânico (R. Martinho de Mesquita, 129 - Barra da Tijuca) - A partir de quinta-feira, 7h30.

COMUNICADO OFICIAL

Notícias Quarta, 29 Outubro 2025 17:07

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) vêm trabalhando com afinco na organização da V Semana Brasileira da Oncologia, assim como dos seus respectivos Congressos, que serão realizados entre os dias 05 a 08 de novembro nas dependências do Complexo de Eventos dos Hotéis Windsor (Barra e Oceânico), na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

Desde terça-feira (28 de outubro), quando tomaram conhecimento sobre as notícias de violências ocorridas na zona norte da cidade, nossas equipes administrativas, bem como Presidências e Coordenadores dos Congressos, passaram a acompanhar atentamente aos fatos e possíveis consequências. 

Medidas de maior atenção e segurança no entorno do evento já estão sendo alinhadas com as organizadoras, Hotéis Windsor, autoridades locais e agências de viagens. Estamos ainda acompanhando a realização de outro Congresso médico que está sendo realizado no mesmo local durante esta semana; e o mesmo faremos com outros grandes eventos nacionais e internacionais que acontecerão na cidade nos próximos dias.

Permanecemos atentos à situação, envidando esforços extras e buscando o máximo de segurança possível para os congressistas. Diante de novidades, informaremos todos os envolvidos nos eventos com seriedade e transparência.

 

Cordialmente,

Dra. Angélica Nogueira Rodrigues
Presidente da SBOC

Dr. Rodrigo Nascimento Pinheiro
Presidente da SBCO

O Hospital de Amor de Barretos (SP) é o mais novo centro a integrar o Programa de Capacitação em Pesquisa Clínica da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Com mais de seis décadas de história, o hospital é reconhecido por sua excelência em tecnologia e cuidado humanizado, sendo um dos maiores polos de tratamento oncológico gratuito da América Latina.

Ele se junta às unidades que já faziam parte do Programa: Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia de Ijuí (Oncosite), Divisão de Pesquisa Clínica do INCA, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor). Todos sediarão visitas guiadas dos candidatos aprovados na iniciativa, que farão uma imersão em pesquisa clínica conhecendo de perto a rotina dessas instituições.

Segundo Dayana Mendes Ribeiro, coordenadora médica da Unidade de Pesquisa Clínica do Hospital de Amor, a pesquisa clínica desempenha um papel essencial no desenvolvimento científico e na qualificação do atendimento da instituição. “Por meio desses estudos, avançamos no conhecimento médico, aprimoramos protocolos e oferecemos tratamentos mais eficazes e seguros aos nossos pacientes”, diz.

Ela afirma, ainda, que a oportunidade proporcionada pelo Programa permite que os associados da Sociedade conheçam de perto a estrutura e os processos envolvidos na condução de pesquisas clínicas, promovendo o apndizado prático e a troca de experiências, elementos fundamentais para a formação contínua dos profissionais da área.

“Agradecemos à SBOC pela confiança e pela iniciativa, que certamente contribuirá para fortalecer a integração entre as instituições e impulsionar ainda mais o desenvolvimento da pesquisa clínica no país”, completa Dayana.  

Criado em 2018, em parceria com o Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia do Hospital de Caridade de Ijuí (Oncosite), o Programa tem como objetivo incentivar a estruturação de serviços voltados à pesquisa clínica oncológica ao redor do Brasil. Além das visitas guiadas em centros de referência, os 15 candidatos selecionados terão acesso a um curso teórico de introdução no tema.

 

Natural de Paranavaí (PR), Paulo M. Hoff é médico, pesquisador e professor. Em 1991, graduou-se em medicina pela Universidade de Brasília e, em seguida, realizou residência em medicina interna no Jackson Memorial Hospital, da University of Miami.

Entre 1995 e 1998, concluiu a especialização em hematologia no Baylor College of Medicine e em oncologia no M.D. Anderson Cancer Center, centro vinculado à Universidade do Texas, onde também realizou seu pós-doutorado.

De 1998 a 2000, atuou como professor associado e vice-coordenador do Departamento de Oncologia Gastrointestinal do M.D. Anderson Cancer Center. De volta ao Brasil, obteve o título de doutor em ciências pela Universidade de São Paulo (2007) e, no ano seguinte, conquistou a livre-docência pela mesma instituição (2008).

Atualmente, é Professor Titular da disciplina de Oncologia Clínica do Departamento de Radiologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Presidente da Oncologia D’Or, Diretor Técnico da Divisão de Oncologia e membro do Conselho Diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Também é membro titular da Academia Nacional de Medicina, ocupando a cadeira de número 58.

É associado SBOC desde 1999 e foi presidente da instituição na gestão de 2021-2022, além de membro de outras instituições internacionais, como a American Society of Clinical Oncology (ASCO) e European Society for Medical Oncology (ESMO).

Com mais de 300 artigos publicados e centenas de citações em pesquisas científicas, o oncologista tem contribuído de forma expressiva para o avanço da oncologia no país. Sua contribuição também se estende à literatura médica, com dez livros publicados, entre eles, o Tratado de Oncologia, vencedor do Prêmio Jabuti de 2014 na categoria Melhor Obra Acadêmica e Científica.

Pelo conjunto de sua trajetória, ele recebe neste ano o Prêmio Ronaldo Ribeiro de Carreira em Oncologia Clínica. Este é o mais tradicional prêmio da SBOC, criado em 2017 em homenagem ao cientista e oncologista clínico fortalezense falecido em 2015 e o maior reconhecimento da entidade a profissionais líderes em sua área de atuação, tendo exercido cargos ou atividades importantes em oncologia clínica.

Os vencedores anteriores desse prêmio foram Dr. Wadih Arap (2017), Dr. Jorge Sabbaga (2019), Dr. Antônio Carlos Buzaid (2021), Dr. Auro del Giglio (2022), Dr. Nelson Teich (2023) e Dr. Carlos Simon (2024).

Prof. Dr. Paulo Marcelo Gehm Hoff e os demais contemplados pelos Prêmios SBOC 2025 serão homenageados na sessão plenária do XXVI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica.

A SBOC conversou com o Prof. Dr. Paulo Marcelo Gehm Hoff e fez a ele três perguntas sobre sua trajetória na especialidade. Confira a seguir:

Como a oncologia surgiu na sua vida e por que escolheu esta especialidade?

Desde pequeno tinha um grande interesse em ciência e em ajudar o próximo, o que eventualmente me levou a estudar medicina. Ao entrar na faculdade tive a oportunidade de visitar meu padrinho, que faleceria por câncer logo em seguida, e a experiência foi muito impactante. Durante a minha residência em Clínica Médica essa memória foi acordada quando fui exposto a disciplina de Oncologia, e pude ver como é uma especialidade fascinante. O conhecimento era muito limitado, mas já havia um interesse enorme na área, indicando que seria uma especialidade que me permitiria muitas oportunidades para estudo e pesquisa. Além disso, pude ver que é uma das áreas da Medicina que mais exige esforço e conhecimento clínico, mas que pode ter um impacto muito positivo na vida de pacientes e familiares.

Na sua opinião, qual será o futuro da oncologia clínica?

A oncologia mudou dramaticamente desde minha residência, e hoje temos exames e tratamentos com que nem sonhávamos poucas décadas atrás. Acredito que continuaremos avançando cada vez mais rápido, nas áreas de prevenção, diagnóstico e tratamento. A combinação de biópsias líquidas, patologia molecular, inteligência artificial e novas modalidades terapêuticas devem alterar para melhor, e muito, os resultados para nossos pacientes. O câncer não deve desaparecer nem deixar de ser um problema de saúde pública no futuro próximo, mas já temos conhecimento e tecnologia para começarmos a inverter as curvas de incidência e de desfechos desfavoráveis. O grande desafio será garantir que todos tenham acesso a essas inovações.

Poderia nos indicar alguma frase, música, poema ou qualquer outro trecho de texto que você goste muito?

“Se não fosse pela grande variabilidade entre indivíduos, a Medicina poderia ser uma ciência e não uma arte.” Gosto muito dessa frase do [médico canadense] Sir William Osler, porque mostra que ele já entendia a complexidade dos processos patológicos, e que a individualização do tratamento é muito difícil, mas fundamental. Para nossa sorte, com as novas tecnologias de avaliação molecular, dos pacientes e dos tumores, e do uso intenso de inteligência artificial, possivelmente com ajuda de redes neurais, finalmente temos a oportunidade de fazer cada vez mais ciência, sem esquecer da arte.

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