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Equipe Grano

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SBOC esteve presente no ASCO com especialistas da oncologia clínica para acompanhar de perto as novidades do setor
O último Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), realizado no início do mês de junho, em Chicago, nos Estados Unidos, destacou novidades para o tratamento e diagnóstico do câncer, além de aspectos relacionados ao atendimento aos pacientes.
Durante entrevista concedida à revista Veja, a oncologista clínica e Presidente Eleita da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho, enfatizou os avanços significativos no tratamento do câncer de reto, entre eles um estudo apresentado que colocou à prova a combinação de radioterapia e quimioterapia após a cirurgia. Nos resultados divulgados, um grupo de pacientes que foi acompanhado apenas de quimioterapia apresentou recuperação equivalente ao grupo tratado com a combinação radioterapia e quimioterapia. “Dá para poupar esse subgrupo de pacientes de custos de radioterapia e de seus efeitos, que incluem mau funcionamento intestinal e limitações da vida sexual”, completa a especialista.


Confira a reportagem na íntegra

Em 30 e 31 de maio, Dr. Gustavo Fernandes, ex-presidente e membro do Comitê de Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), representou a instituição nas atividades da última reunião do Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB), realizada em Brasília (DF).

Na manhã do dia 31, a comitiva de médicos foi recebida para um encontro com a Bancada Médica da Câmara dos Deputados, em uma oportunidade de aproximação com os parlamentares sensíveis aos temas da saúde e da medicina.

“Tivemos a oportunidade de entender o respeito com que o movimento médico é visto pelos parlamentares. Também pudemos ver de perto as pautas que estão correndo dentro da Câmara e do Senado em relação às questões de proteção ao trabalho e à assistência médica. Foi um evento de presença política significativa”, afirmou Dr. Gustavo.

Na sequência, as atividades aconteceram na sede da Associação Médica de Brasília (AMBr). Primeiro, houve uma reunião de discussão entre os representantes da AMB, das suas Federadas, das Sociedades de Especialidades e outros convidados.

Por fim, foi realizada a reunião do Conselho Deliberativo da entidade nacional. O órgão é formado por representantes da AMB, das Federadas e das Sociedades de Especialidade. Na pauta, estiveram temas como o calendário eleitoral da Associação, os projetos científicos e as ações de Defesa Profissional da instituição, temas parlamentares e prestações de contas.

“SBOC e AMB são responsáveis, em conjunto, por titular os médicos oncologistas do Brasil. Por isso, é muito importante que a Sociedade esteja presente nos encontros da Associação, como tem sido feito. Nestas atividades, tivemos a oportunidade de nos reunirmos com médicos e não-médicos que apoiam as pautas da medicina e da saúde”, completou o ex-presidente da SBOC.

O encontro foi conduzido por Dr. César Eduardo Fernandes, presidente da AMB, Dr. Antônio José Gonçalves, secretário-geral, Dr. José Fernando Macedo, diretor de Defesa Profissional, Dr. Luciano Carvalho, diretor de Assuntos Parlamentares, Dr. José Eduardo Dolci, diretor Científico, e Dr. Akira Ishida, tesoureiro.

Como representante dos oncologistas clínicos do Brasil, a SBOC é filiada à AMB, colaborando com as discussões públicas e privadas de interesse da especialidade. Além disso, atualmente a Sociedade possui assentos nas Comissões da AMB de Assuntos Parlamentares, Dor, Medicina Paliativa, Editores da Revista da AMB e Valorização do Título de Especialista.

Em evento realizado nesta quarta-feira, 14 de junho, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) – Octávio Frias de Oliveira anunciou, a 7ª edição da já tradicional “Icesp Run – Corrida e Caminhada pela Saúde”, que está prevista para novembro deste ano. Em paralelo, o evento também celebrou os 15 anos da instituição, completados em 6 de maio último.

Rememorando um pouco da trajetória da corrida e caminhada de rua, Dr. Paulo Hoff, Professor Titular da Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), lembrou que a inciativa surgiu a partir da sensação de que o Icesp poderia se envolver mais com a comunidade externa, além da atuação exemplar que já mantinha em atendimento, ensino e pesquisa.

O médico, que também é presidente de honra da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), comentou que a Icesp Run também tem o intuito de estimular pacientes e seus familiares a praticarem exercícios físicos. “Afinal, nossa missão não é apenas tratar o câncer, mas evitá-lo. Estamos nos aproximando dos 700 mil casos por ano no Brasil e poucas medidas são tão eficazes para evitar a doença como a atividade física”, disse.

Tradicionalmente apoiada pela SBOC, a Icesp Run conta com diversas categorias: caminhada de 5 km, corridas de 5 km e 10 km e uma bateria infantil. Todos os anos, centenas de pacientes, familiares, médicos, colaboradores do Instituto, voluntários e atletas engajados com a causa participam do evento.

15 anos de Icesp
Em 15 anos de atividades, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo já recebeu mais de 130 mil pacientes, entre os quais aproximadamente 36 mil permanecem em atendimento. A instituição é uma das unidades do Hospital das Clínicas da FMUSP e atende exclusivamente ao Sistema Único de Saúde, sendo referência nacional e internacional em ensino e pesquisa na área oncológica.

O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Carlos Gil Ferreira, esteve em audiência pública na Câmara dos Deputados nessa quarta-feira, 14 de junho, para debater o Projeto de Lei (PL) 3.070/21, que dispõe sobre o primeiro tratamento de pacientes com câncer e a incorporação de tratamentos oncológicos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o oncologista clínico, o PL conta com total apoio da SBOC. “O conteúdo vai ao encontro do que temos discutido internamente. Vemos no projeto a capacidade de adequar e trazer mais dinamismo para o processo de incorporação de tecnologia. Não só na avaliação, mas em como fazer chegar, de fato, na população dos grandes centros e no interior do Brasil, onde talvez a inequidade seja ainda maior”, comentou Dr. Carlos Gil.

Antes, o presidente da SBOC também explicou que o rápido avanço tecnológico na oncologia gerou um gap de acesso para os pacientes. “Isso fere um dos pontos principais do SUS, muito caro para nós: a equidade. Dessa forma, hoje temos inequidades entre o sistema público e o privado; e inequidades dentro do próprio sistema público, como artigo do Brazilian Journal of Oncology mostrou. Para nós, profissionais da saúde que lidamos com câncer, isso é inaceitável. Precisamos fazer algo.”

Nesse sentido, o PL 3.070/21 está alinhado ao que a SBOC expressa em sua proposta para garantir o efetivo acesso a antineoplásicos incorporados ao SUS. Além disso, a proposta valoriza a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) como órgão técnico fundamental no processo de incorporação, propondo caminhos para viabilizar as tecnologias aprovadas, seja por compra centralizada, seja por atualização do valor da Autorização de Procedimentos Ambulatoriais (APAC).

“A presença da SBOC e seu presidente nesta audiência reflete a importância que o tema tem para os pacientes oncológicos, principalmente aos que dependem do SUS. A pauta da incorporação e acesso aos tratamentos foi definida como prioritária pela Diretoria da instituição após as demandas dos associados e dos representantes regionais”, explica Dra. Marisa Madi, diretora-executiva da Sociedade.

A audiência pública foi promovida pela Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados. O PL 3.070/21 foi apresentado na Casa em 2021 e ainda passa por apreciação das Comissões. É de autoria do deputado federal Dr. Frederico, que é médico oncologista clínico e cumpre seu segundo mandato no Parlamento.

SBOC esteve presente no Encontro Anual da ASCO com especialistas da oncologia clínica para acompanhar de perto as novidades do setor

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) marcou presença no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), o maior congresso mundial no campo da oncologia. O evento sediado em Chicago, Estados Unidos, reuniu especialistas da área que acompanharam de perto os mais recentes avanços e resultados dos trabalhos científicos na área da oncologia clínica.

A BBC News destacou quatro novidades que foram apresentadas durante o evento. Entre elas, a apresentação de um estudo de um novo fármaco para o tratamento de gliomas de baixo grau que reduz em 61% o risco de progressão da doença. Em entrevista concedida ao veículo, a Dra. Clarissa Baldotto, membro do Comitê de Tumores do Sistema Nervoso Central da SBOC, falou sobre a nova estratégia apresentada, que permite adiar a quimioterapia, e classificou os resultados do estudo como “impressionantes”. “O ensaio clínico ainda mostrou que essa droga, tomada uma vez por dia na forma de comprimidos, é muito bem tolerada e tem uma baixa taxa de efeitos colaterais”, acrescenta ela.

Confira a reportagem na íntegra no site da BBC

Na manhã desta terça-feira, 13 de junho, o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Carlos Gil Ferreira, esteve presente no lançamento oficial do 2º Prêmio Internacional Fiocruz Servier de Oncologia, organizado em parceria por Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto Servier, com apoio da SBOC e de outras instituições, como o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

O anúncio foi feito durante a abertura do 8º Fórum Big Data em Oncologia, realizado em modalidade híbrida pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) com sua equipe do Observatório de Oncologia e a rede do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC).

Como parceira da iniciativa, a SBOC indicou três de seus membros para compor júri que irá avaliar os candidatos do prêmio. Representarão os oncologistas clínicos: a diretora da entidade, Dra. Angélica Nogueira Rodrigues, e os membros do Comitê de Pesquisa Clínica da SBOC, Dra. Camila Venchiarutti Moniz e Dr. Fábio Franke.

Durante a cerimônia, Dr. Carlos Gil agradeceu aos organizadores pelo convite e pela confiança na SBOC. Em seu entendimento, a entidade tem ocupado esses espaços graças a um importante trabalho realizado nos últimos anos, com mudanças na governança e profissionalização da gestão, permitindo mais entrega aos associados e à população brasileira.

“Um dos movimentos internos tem relação com a pesquisa. A maior parte dos associados tem interesse na área e possui menos de 40 anos. Por isso, esse tornou-se um compromisso nosso. Quando falamos em pesquisa de câncer no Brasil, temos que reconhecer os avanços das últimas décadas, mas ainda há muito mais para fazermos”, comentou o presidente da entidade, antes de anunciar que própria instituição irá lançar um edital de pesquisa ainda este ano.

“Vocês saberão mais detalhes nas próximas semanas, mas a SBOC utilizará recursos próprios para apoiar projetos de pesquisa no Brasil. Acho que essa é uma maneira de a gente contribuir para gerar informação que possa mudar o cenário da oncologia no país”, completou Dr. Carlos Gil.

O ex-presidente da SBOC, Dr. Roberto de Almeida Gil, atual diretor do INCA, também esteve na cerimônia e felicitou a novidade. “Desenvolver esse prêmio é reconhecer quem está sendo inovador e buscando soluções e caminhos. Temos que mostrar que esse esforço está sendo recompensado”, celebrou.

2º Prêmio Internacional Fiocruz Servier de Oncologia
O objetivo da iniciativa é promover e incentivar a pesquisa de inovação com forte potencial de desenvolvimento terapêutico para projetos em oncologia, visando o benefício de pacientes com câncer, em projetos de plataformas com aplicações para desenvolvimento terapêutico e/ou diagnóstico em diferentes tipos de câncer.

Serão avaliadas inscrições de pesquisadores e grupos de pesquisas – de instituições públicas e privadas – que atuem com tumores sólidos (preferencialmente de trato gastrointestinal, de mama, pulmão e útero) e tumores hematológicos (leucemia mieloide aguda, leucemia linfoide aguda e linfoma não Hodgkin).

A premiação total distribuirá 150 mil euros divididos para três projetos – 50 mil para cada – em dois anos. A submissão deverá ser feita até 30 de agosto em Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. O edital completo está disponível nos sites da Fiocruz e da Servier e aqui.

Nesta quinta-feira, 1º de junho, Dr. Alexandre Jácome, diretor da Escola Brasileira de Oncologia (EBO), representou a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) em audiência sobre o financiamento e a organização da política de oncologia no Brasil, organizada em conjunto pela Comissão Especial Destinada a Acompanhar as Ações de Combate ao Câncer no Brasil e pela Comissão da Saúde do Congresso Nacional.

O oncologista clínico ressaltou, no começo de sua exposição, que o câncer não é mais sinônimo de queda de cabelo, náuseas e vômitos e de doença terminal, como foi em parte das décadas de 1980 e 1990. Atualmente, após mais de 30 anos de evolução da ciência, há um cenário em que muitos dos pacientes são curáveis e podem ter qualidade de vida mesmo após o diagnóstico da doença.

“Temos a tecnologia que permitiu isso disponível na nossa saúde suplementar. Mas queremos que esse acesso seja distribuído de maneira mais uniforme e equânime no país”, ponderou Dr. Jácome. “Sabemos que os gestores têm recursos finitos e tomam decisões difíceis, por isso é importante entenderem que a terminalidade não é exclusividade do câncer. O estigma que rodeia essa doença precisa mudar. Hoje, cerca de um terço do desenvolvimento terapêutico mundial é representado por tratamentos oncológicos, estamos apenas no começo da discussão”, completou.

Na sequência, o diretor da SBOC repassou algumas legislações sobre o financiamento da oncologia brasileira e comentou o artigo “Diferenças no tratamento sistêmico do câncer no Brasil: meu SUS é diferente do teu SUS”, publicado pela Brazilian Journal of Oncology. Trata-se de um estudo importante para evidenciar como as diferentes composições do financiamento da oncologia podem resultar em tratamentos distintos para os pacientes.

Dr. Jácome mostrou, ainda, como diversos medicamentos oncológicos já incorporados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) não chegam ao paciente final, seja por falta de uma aquisição centralizada da droga, seja pelo baixo valor repassado para os serviços de saúde, muito abaixo do preço praticado pelo mercado.

Por fim, com base na realidade e nos desafios discutidos, Dr. Jácome apresentou aos parlamentares a proposta da SBOC para garantir o efetivo acesso a antineoplásicos incorporados ao Sistema Único de Saúde. Este é um documento construído pela Sociedade e que contou com as contribuições enviadas pelos participantes da Conferência Livre de Oncologia Clínica.

“Propomos aqui um algoritmo decisório. Se o antineoplásico tiver um único fabricante, propomos que haja uma compra centralizada, pois provavelmente pelo volume de recursos, levaria a menor custo em relação à compra individual. Também minimizaria a chance de intercambialidade de medicamento. Já nos casos em que há mais de um fabricante, propomos uma compra descentralizada, pois há uma possibilidade maior de redução de custos”, explicou o oncologista clínico.

Além do Dr. Jácome, estiveram presentes autoridades como os parlamentares Flávia Morais e Weliton Prado, o vice-presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Dr. Angelo Maiolino, o representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, René José Moreira dos Santos, a representante da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer do Ministério da Saúde, Patrícia Gonçalves dos Santos, entre outras.

Segundo o presidente da SBOC, uma das maneiras de combater o tabagismo é através da divulgação e da conscientização. Iniciativas como a campanha da OMS, que muitos governos assumiram, têm impactos na conscientização e, especialmente hoje, na conscientização dos jovens. “Porque a nossa grande preocupação hoje, como médicos, é com o tabagismo na população jovem que, apesar das campanhas antitabagismo, vem crescendo muito, principalmente pelo uso do cigarro eletrônico”.

Além disso, ele citou os impactos ambientais do tabagismo. “Provavelmente, o impacto para o meio ambiente e a humanidade é muito maior do que, até então, a gente levava em consideração”, disse na entrevista.

Confira a matéria publicada na íntegra aqui.

Em 1987, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu que o 31 de maio passaria a ser considerado o Dia Mundial Sem Tabaco. A data tem por objetivo conscientizar a população sobre os riscos à saúde relacionados ao consumo de tabaco. Abandonar o tabagismo é um desafio, e para deixar o vício, fumantes optam por estratégias diversas, entre elas o uso de dispositivos eletrônicos, conhecidos como “vapes” ou “pods”, que foram introduzidos ao mercado como uma estratégia para substituição ao cigarro tradicional.

No entanto, segundo o coordenador do Comitê de Tumores Torácicos da SBOC, Dr. William Nassib William Junior, o uso dos cigarros eletrônicos não é seguro, especialmente para adultos jovens ou mulheres grávidas, uma vez que a presença de nicotina nesses dispositivos pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro em indivíduos com menos de 20 anos de idade.

De acordo com o estudo Risco de iniciação ao tabagismo com o uso de cigarros eletrônicos: revisão sistemática e meta-análise, conduzido pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer) e publicado em 2022, o uso de cigarros eletrônicos aumenta mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro tradicional. “Além de não ser um método seguro para quem quer parar de fumar, os cigarros eletrônicos também causam dependência, acarretando uma série de outros problemas de saúde”, explica o especialista.

Proibição no Brasil

Desde 2009, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a fabricação e a comercialização de cigarros eletrônicos no Brasil, o que torna o produto ilegal no país. Sem a regulamentação, não há fiscalização sobre a composição, procedência ou até mesmo a segurança para o uso de cigarros eletrônicos.

De acordo com pesquisa recente apresentada pelo IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), mais de 2 milhões de brasileiros afirmaram ter usado o dispositivo com o objetivo de deixar o cigarro tradicional, e outros 6 milhões de pessoas fumantes disseram já ter experimentado o cigarro eletrônico em algum momento.

Relação entre cigarro eletrônico e câncer

Dr. William William Junior explica que a quantidade de substâncias tóxicas no cigarro eletrônico é menor do que no cigarro tradicional. No entanto, o efeito desses componentes a longo prazo não é conhecido. Como o cigarro eletrônico pode ser socialmente mais aceito, não se sabe se a frequência maior de uso do cigarro eletrônico pode acabar sendo danosa a longo prazo também. A curto prazo, além dos efeitos deletérios da nicotina, o cigarro eletrônico pode provocar inflamações severas nos pulmões.

“Ainda não foi estabelecida uma relação direta entre o uso de cigarros eletrônicos por jovens e o desenvolvimento de câncer. Entretanto, é importante destacar que diversas substâncias presentes nos cigarros eletrônicos são conhecidas por serem cancerígenas”, comenta o coordenador do Comitê de Tumores Torácicos da SBOC. “Embora a quantidade dessas substâncias seja aparentemente menor em comparação com os cigarros tradicionais, isso não significa que os cigarros eletrônicos sejam seguros”, acrescenta.

Entre os principais problemas de saúde associados ao uso desses dispositivos estão a inflamação nos pulmões, o atraso no desenvolvimento cerebral (devido à presença de nicotina) e a dependência química causada pela nicotina.

O oncologista clínico recomenda que aqueles que desejam parar de fumar busquem orientação médica: “Atualmente, existem diversas opções, tanto não medicamentosas quanto medicamentosas, que podem ser muito úteis no auxílio para abandonar o hábito. Ter apoio profissional pode significar aumentar as chances de sucesso nesse processo”.

Nesta quinta-feira, 18 de maio, o representante regional da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) em Minas Gerais, Dr. Flávio Silva Brandão, esteve na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para uma sessão especial que debateu o descumprimento, no estado, da lei que garante aos pacientes a realização de exames para confirmar diagnóstico de câncer em até 30 dias.

O oncologista clínico iniciou lembrando que o cuidado ao câncer deve ser visto de maneira multidisciplinar, indo além dos médicos especialistas. “O atendimento ao paciente oncológico é uma jornada. São várias maneiras de prevenção para chegar ao diagnóstico precoce, quando é feito antes de o paciente ter sintoma. Temos uma série de exames de rastreamento para isso”, comentou.

Exemplificando, Dr. Flávio focou na atenção ao colo de útero, uma doença que pode ser prevenida e ainda assim conta com alta incidência e mortalidade. “Antes, a prevenção já era possível através da citologia do colo uterino. Agora, temos a vacina [de HPV]. É assustador como a cobertura vacinal caiu depois que a imunização saiu das escolas e foi para os postos de saúde. Um bom objetivo seria erradicarmos esse câncer no nosso estado”, disse.

Em sua fala, o representante da SBOC também enalteceu a figura dos agentes comunitários que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS), recentemente reconhecidos em reportagem da inglesa BBC, segundo seu relato. Estes profissionais são indivíduos, normalmente, da própria região dos postos de atendimento e conhecem a realidade e as demandas dos pacientes, com alta capilaridade.

“Se bem treinados, eles podem fazer com que consigamos cumprir a Lei dos 30 dias, auxiliando na navegação do paciente. Percebemos no nosso dia a dia que muitos pacientes são diagnosticados em estadios avançados, quando a cura é muito mais difícil. Isso ocorre devido a um sistema de saúde complexo, difícil de marcar exames e de encontrar o profissional adequado. Ter alguém para direcioná-los seria ótimo”, completou o oncologista.

Confira a participação de Dr. Flávio na íntegra.

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