Segundo o Dr. Fábio Franke, vice-presidente eleito para Pesquisa Clínica e Estudos Corporativos da SBOC (gestão 2017/2019), as combinações de imunoterápicos, com ênfase em inibidores de IDO e LAG-3, são objeto de vários estudos exploratórios em andamento. A perspectiva é de que resultados futuros possam ser representativos.
Na pesquisa de novos alvos moleculares para imunoterapia, chamaram a atenção do especialista achados segundo os quais pacientes que expressam alta carga mutacional (“tumor mutational burden” ou TMB) apresentam uma maior resposta aos imunoterápicos. “Ao contrário do ano passado, não houve nenhum estudo que tenha mudado a prática em câncer de pulmão metastático, por exemplo”, avalia o Dr. Franke. “O avanço mais recente continua sendo a eficácia do pembrolizumabe relacionada à alta expressão de PD-L1”, completa.
O oncologista clínico reforça que estudos estão sendo abertos com novos alvos e combinações. “Alguns deles devem chegar ao Brasil; esperamos que não esbarrem no nosso discutível processo regulatório”, observa. De acordo com o especialista, pesquisadores de todo o mundo estão dedicados a encontrar novos mecanismos e combinações de drogas capazes de tornar os tumores responsivos ao tratamento.
Identificar o paciente certo
A seleção de pacientes é outro enorme desafio. O Dr. Fábio Franke destaca que, no ESMO 2017, uma análise de diversos estudos mostrou que, não apenas a imunoterapia deixa de trazer benefícios em boa parte dos casos como 16% dos pacientes apresentaram hiperprogressão do tumor.
O papel da microbiota intestinal foi discutido no congresso europeu como critério de resposta aos inibidores de checkpoint. Evidências apontam que pacientes que utilizaram antibióticos podem responder menos à imunoterapia. “Os estudos com imunoterapia estão analisando a microbiota intestinal como biomarcador preditivo de resposta”, diz o Dr. Franke. “A busca de novos marcadores que selecionem o paciente ideal é estratégica diante dos altos custos dos imunoterápicos.”