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Inibidores de CDK são incorporados ao SUS Destaque

Notícias Sexta, 12 Novembro 2021 20:29

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) decidiu, na última quarta-feira (10), pela incorporação de três importantes medicamentos para o tratamento de pacientes com câncer de mama metastático na rede pública. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) participou da reunião e forneceu as orientações técnicas que levaram à decisão favorável.

Antes, a SBOC já havia participado ativamente da Consulta Pública nº 77, aberta pela CONITEC, defendendo a oferta dos três medicamentos incorporados: abemaciclibe, palbociclibe e ribocicilibe, todos inibidores das enzimas CDK 4 e 6, ligadas à proliferação de linhagens celular de câncer de mama com receptores hormonais (RH) positivos. A entidade também protagonizou a entrada dos medicamentos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Para a presidente da SBOC, Dra. Clarissa Mathias, “as incorporações diminuem, em parte, a desigualdade que há entre o cuidado oncológico nos planos de saúde e na rede pública”.

A atuação da SBOC na reunião decisiva ocorreu após a entidade solicitar ao Ministério da Saúde participação nas discussões sobre medicamentos oncológicos em fase de avaliação pela CONITEC, especialmente com a recomendação do órgão pela não incorporação dos inibidores de CDK4/6 (leia mais). A defesa da incorporação na reunião foi feita por Dr. Romualdo Barroso-Sousa, membro do Comitê de Pesquisa Clínica da SBOC. “Diversos estudos de fase 3 avaliaram a eficácia da adição de inibidores de CDK4/6 ao tratamento hormonal convencional no câncer de mama hormônio-positivo metastático, e levar essa alternativa às pacientes do SUS pode salvar inúmeras vidas”, comemora.

O câncer de mama RH+/HER2- é o subtipo mais comum da doença, sendo 65% dos casos em mulheres com menos de 50 anos e 75% entre aquelas com mais idade. “Os inibidores de CDK4/6, em combinação à hormonioterapia, são o mais alto padrão de referência de tratamento. Com sua intensa atuação para que cheguem também ao SUS, a SBOC reforça seu papel em defesa do melhor cuidado oncológico para a população brasileira”, destaca o diretor executivo da entidade, Dr. Renan Clara.

A SBOC participou, ainda, de reunião com a CONITEC defendendo a incorporação do medicamento larotrectinibe à rede pública, para tratamento de pacientes adultos e pediátricos com tumores sólidos localmente avançados ou metastáticos e que apresentam a fusão do gene NTRK. O órgão rejeitou a incorporação alegando que os custos ao SUS seriam elevados e que a oferta do medicamento beneficiaria poucos pacientes.

“Para a SBOC, toda vida importa, e seguiremos trabalhando para que medicamentos revolucionários cheguem a quem mais necessita deles”, garante Dra. Ana Gelatti, do Comitê de Pesquisa Clínica da SBOC, que defendeu a incorporação na reunião.

Dr. Vladmir Cláudio Cordeiro de Lima, membro da Diretoria da SBOC e coordenador dos comitês de Oncogenômica e de Tumores Torácicos da entidade, preparou a defesa apresentada e lamentou a decisão da CONITEC. “Trata-se de um medicamento que tem como alvo não o tumor, mas uma alteração molecular, independentemente da localização do câncer. Muitos pacientes se beneficiariam dessa abordagem, e a SBOC seguirá defendendo que ele se torne uma realidade na rede pública”, diz.

Última modificação em Sexta, 12 Novembro 2021 21:41

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