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A nova vídeoaula da Escola Brasileira de Oncologia tem como tema o uso da imunoterapia no tratamento de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) em primeira linha. O Dr. Gilberto Castro Jr., oncologista e pesquisador de São Paulo, comenta como selecionar pacientes, as opções de tratamento já disponíveis, os diferentes cenários e as combinações possíveis. O especialista responde as perguntas do Dr. Fábio André Franke, oncologista do Rio Grande do Sul e vice-presidente para Pesquisa Clínica e Estudos Corporativos da SBOC.
Acesse o teaser: https://vimeo.com/300571543
Confira o vídeo completo: https://sboc.org.br/videoaulas-sboc
Até 12 de novembro, os interessados em participar do ESMO Summit Latin America têm desconto especial. O evento será realizado de 22 a 24 de março de 2019, no Hotel Renaissance, em São Paulo (SP). A iniciativa da European Society for Medical Oncology (ESMO), em parceria com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), terá a participação de líderes internacionais e nacionais, com o objetivo de contextualizar os avanços mais significativos na especialidade apresentados no ESMO Congress. As vagas são limitadas.
A programação dos três dias já está disponível no site do evento. Os convidados internacionais são Andrés Cervantes (Espanha), Arndt Vögel (Alemanha), Domenica Lorusso (Itália), Evandro de Azambuja (Bélgica), Fortunato Ciardiello (Itália), Giuseppe Curigliano (Itália), Jean-Pascal Machiels (Bélgica), Jorge Gallardo (Chile), Karin Jordan (Alemanha), Maria Teresa Bourlon (México), Nora Sobrevilla (México), Oscar Arrieta (México), Paolo Ascierto (Itália), Ronald de Wit (Holanda), Solange Peters (Suíça), Susana Banerjee (Reino Unido) e Yanin Chávarri Guerra (México).
Entre os palestrantes brasileiros, estão Andréia Cristina Melo (RJ), Felipe Santa Rosa Roitberg (SP), Luísa Lina Villa (SP), Paulo Marcelo Gehm Hoff (SP), Rafael Aron Schmerling (SP) e Rodrigo Ramella Munhoz (SP). Os co-presidentes do ESMO Summit Latin America são Sergio D. Simon (Brasil), presidente da SBOC, Andrés Cervantes (Espanha) e Alejandro Juárez (México).
Há descontos de USD 35 a USD 40 para associados SBOC/ESMO. As inscrições também têm valores especiais para residentes e outros membros da sociedade europeia. Quanto maior a antecedência da inscrição em relação à data do evento, menor é a taxa.
“Estamos muito felizes em trazer este grande evento para o Brasil, uma iniciativa inédita na América Latina, e essa conquista é mais um fruto do acordo científico e educacional de reciprocidade assinado entre a SBOC e a ESMO em 2016”, afirma a Dra. Cinthya Sternberg, diretora executiva da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
De acordo com a Dra. Cinthya, além de aprofundar os mais recentes avanços científicos para a prática clínica, o ESMO Summit Latin America será muito produtivo no sentido de revisar o padrão de tratamento de pacientes com diferentes neoplasias a partir de uma perspectiva internacional e também local. Será possível, ainda, discutir controvérsias e casos de uma forma próxima aos oncologistas que são referências em suas áreas. “O formato do evento é muito bacana, como pudemos confirmar presencialmente no ESMO Summit de 2018, realizado na África do Sul. Ocorre muita interação, o que faz da experiência super enriquecedora aos participantes”, finaliza a diretora executiva.
Site do evento: http://bit.ly/2Oez9xt
Este vídeo da Escola Brasileira de Oncologia (EBO), braço educacional da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), discute a oncogeriatria. A especialista Dra. Theodora Karnakis, de São Paulo, responde a perguntas da Dra. Aline Lauda Chaves, de Minas Gerais, membro da Diretoria da SBOC, sobre o papel do geriatra no tratamento do câncer, a atuação conjunta com o oncologista, como selecionar o paciente que precisa passar pelo geriatra e os benefícios de avaliações específicas.
Confira o teaser: https://vimeo.com/299492850
Acesse o vídeo completo (exclusivo para associados adimplentes): https://sboc.org.br/video-aulas
O deputado Hiran Gonçalves apresentou, na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, substitutivo ao projeto de lei 7082/2017, que regulamenta a pesquisa clínica no Brasil. De acordo com o Dr. Fábio André Franke, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) para Pesquisa Clínica e Estudos Corporativos, foi um grande avanço, especialmente se considerado este período de mudanças no governo. “Estamos bastante esperançosos de que o PL seja votado e finalizado nesta Comissão”, afirma o oncologista. “O objetivo é que possamos, no novo governo, submetê-lo à última Comissão e, ainda em 2019, contar com esse marco regulatório para liberar as pesquisas clínicas no Brasil num tempo mais ágil, tanto na aprovação regulatória quanto na aprovação ética.”
O Dr. Fábio Franke, que também presidente a Aliança Pesquisa Clínica Brasil, apoiadora do projeto de lei, considera que a aprovação será uma grande conquista para toda a comunidade científica brasileira. “A lei permitirá, principalmente em oncologia, que o Brasil efetivamente receba os estudos com novos desenhos, tanto em fase mais avançada como os de fase 1 e 2, e isso fará com que parte dos pacientes brasileiros, que são os principais interessados, tenha acesso aos tratamentos de ponta em primeira mão, nos mesmos moldes dos europeus, americanos e dos grandes centros especializados do mundo”, explica.
O deputado Hiran Gonçalves destaca que “os princípios gerais, as diretrizes e regras internacionais aplicáveis aos estudos científicos que utilizam o ser humano em alguma fase da prospecção foram incorporadas à legislação interna por meio da Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde – CNS, atualmente vigente”. Por isso, afirma ele, “a ideia de disciplinar o tema em uma lei ordinária é, com efeito, melhor do ponto de vista da segurança jurídica”, pois “as leis são a espécie mais apropriada para a delimitação dos direitos e deveres das pessoas”.
Em seu relatório, Hiran Gonçalves descreve pontos que têm mobilizado maior atenção durante a tramitação do projeto. Um deles é em relação às instâncias de controle: a nacional, representada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep); e local, representada pelos Comitês de Ética em Pesquisa (CEP). “Tais instâncias foram reproduzidas no PL, mantendo-se a atribuição da análise ética da pesquisa pelos comitês. A Conep continua com a competência recursal e regulamentar do sistema, além de acompanhar, fiscalizar e apoiar os CEPs, como já faz atualmente”, descreve.
Outro ponto destacado pelo deputado diz respeito à vinculação da Conep, atualmente ligada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS). Por isso, no substitutivo, ele retoma texto anterior do projeto, que vincula a Conep ao Ministério da Saúde, na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE). “Tal mudança tem sido rejeitada pelas entidades ligadas ao CNS. Todavia, essa alteração foi muito discutida no Senado, tendo sido demonstrado que a vinculação ao Ministério da Saúde foi defendida amplamente pelos setores representativos da comunidade científica, que consideram não adequada a submissão da Conep ao Conselho Nacional de Saúde, o qual não possuiria estrutura adequada e condizente para assumir funções de alta tecnicidade, além de ser apontado como um dos responsáveis pelos problemas, em especial a morosidade, do sistema de análise ética das pesquisas”, reforça Hiran.
O terceiro ponto destacado pelo relator, que tem provocado muitas discussões ao longo da tramitação, é o da continuidade do tratamento pós-pesquisa clínica. O substitutivo, no Art. 39, estabelece que “antes do início do ensaio clínico, patrocinador e pesquisador submeterão à CONEP um plano específico para cada ensaio clínico apresentando e justificando a necessidade ou não de fornecimento gratuito do medicamento experimental pós-ensaio clínico”. Em parágrafo único desse artigo, o relator propõe que “caso necessário patrocinador e pesquisador poderão submeter à CONEP o plano estabelecido (..) com prazo determinado diferenciado para o fornecimento gratuito pós-ensaio clínico do medicamento experimental, que deverá ser igualmente avaliado e aprovado pelo CEP de acordo com os critérios estabelecidos nesta Lei”.
No Art. 43, o substitutivo de Hiran Gonçalves estabelece que “o pesquisador e o patrocinador avaliarão o momento em que o fornecimento pós-ensaio clínico do medicamento experimental deverá ser interrompido, mediante o estabelecido pelo planejamento do ensaio clínico, conforme o Art. 39”. Além disso, estabelece oito condições para a interrupção do fornecimento, entre elas: “após, no máximo, dois anos da disponibilidade comercial do medicamento experimental no país; ou após cinco anos da disponibilidade comercial do medicamento experimental no país destinado a doenças raras e ultrarraras, conforme estabelecido pela Organização Mundial de Saúde; ou quando o medicamento experimental estiver disponível na rede pública de saúde”.
O jornal O Estado de S. Paulo destaca iniciativas da sociedade civil que impulsionam avanços na luta contra o câncer no Brasil. A reportagem entrevistou representantes de organizações não governamentais como Femama, Instituto Oncoguia e Abrale. O texto afirma que todas as mobilizações realizadas por essas entidades têm rendido ótimos frutos e feito escola, inclusive entre profissionais da saúde. “Com a ajuda dessas organizações, conseguimos ter acesso a particularidades dos locais onde elas atuam, que muitas vezes não são notadas em nível nacional, e aprendemos o caminho das pedras para fazer as solicitações serem ouvidas”, acredita o Dr. Gilberto Amorim, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
Veja o texto completo: http://bit.ly/2SzZ2eh
O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Sergio D. Simon, e a presidente da Comissão Científica do XXI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, Dra. Rachel Riechelmann, comentam sobre o que os oncologistas podem esperar do evento de 2019. Mais uma vez, o Congresso fará parte da Semana Brasileira da Oncologia, que estará em sua segunda edição.
O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Sergio D. Simon, e a secretária geral, Dra. Clarissa Mathias, assinaram os primeiros Títulos de Especialista em Oncologia Clínica, outorgados pela SBOC e pela Associação Médica Brasileira (AMB) com a nova nomenclatura da especialidade.
Os oncologistas clínicos que receberão esses Títulos são os aprovados no Exame de Proficiência realizado em edição única neste ano e também aqueles que já eram titulados e solicitaram a segunda via.
Os Títulos impressos são encomendados pela AMB em lotes e assinados primeiramente pela SBOC. Na sequência, depois de assinados também pelo presidente da AMB, Dr. Lincoln Ferreira, e pelo secretário-geral, Dr. Antonio Jorge Salomão, serão enviados aos oncologistas no endereço cadastrado. O prazo entre o cadastro no sistema da AMB e o recebimento do Título assinado é de 120 dias em média.
“A aprovação da Oncologia Clínica como especialidade pela AMB representa um marco na especialidade e uma grande conquista dos oncologistas e da SBOC. Isso realmente vai levar a um maior reconhecimento da nossa atuação como especialistas e a uma maior valorização também”, afirmou a Dra. Clarissa Mathias, no ato da assinatura.
De acordo com o Dr. Simon, este ato coroa o excelente trabalho das últimas Diretorias da SBOC, em todas as etapas necessárias, para cumprir o anseio dos associados pelo Título de Especialista em Oncologia Clínica. “É uma grande honra assiná-los, e o faço em nome de todos os colegas que se dedicaram para que isso se tornasse realidade”, destaca o presidente.
A participação dos jovens oncologistas no Programa de Capacitação em Pesquisa Clínica da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) deve ter resultados práticos em curto prazo. Isso porque, a partir da vivência de uma semana no Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia do Hospital de Caridade de Ijuí (RS) – Oncosite, eles ficaram ainda mais motivados como agentes decisivos para a criação de centros de pesquisa clínica em suas cidades.
O Dr. Cláudio Rocha, que participou do programa em outubro, havia fundado quatro meses antes o primeiro Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia do Piauí. “Após a experiência no Programa da SBOC, tudo que aprendi e os contatos estabelecidos, agilizamos o andamento em relação a três estudos que já estávamos pleiteando e recebemos visitas em Teresina de três laboratórios farmacêuticos para a realização de outros protocolos aqui”, conta o médico.
Existe também a expectativa de que seja criado o segundo* centro de pesquisa clínica da região Norte do Brasil. A Dra. Gilmara Resende, de Manaus (AM), também participante do Programa, diz que, realmente, o exemplo de Ijuí surpreende. “Confirma que é possível fazer pesquisa clínica com qualidade fora de um grande centro urbano e em região de acesso geográfico e logístico desfavorável; trabalhar, acreditar e buscar incansavelmente as melhorias de tratamento e acesso”, anima-se a jovem oncologista.
Embora esteja no Estado do país onde a oncologia é mais desenvolvida, a Dra. Patrícia Ratto, de São Carlos (SP), afirma que o Programa de Capacitação lhe trouxe uma grande esperança de conseguir abrir um centro de pesquisa clínica em sua cidade. “Desde que você tenha força de vontade, corra atrás, monte uma equipe capacitada e empenhada em fazer as coisas acontecerem, tudo é possível.”
O Dr. Fabio Franke, vice-presidente da SBOC para Pesquisa Clínica e Estudos Corporativos e coordenador do Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia do Hospital de Caridade de Ijuí, tem a expectativa de que o Programa de Capacitação seja um divisor de águas. “Queremos provar que, independentemente das dificuldades e das diferenças, a pesquisa clínica pode ter uma rede nacional que venha a beneficiar a população brasileira como um todo, não só no Sudeste e no Sul, onde está concentrada a pesquisa hoje, mas em todos os Estados”, afirma.
A Dra. Gilmara e a Dra. Patrícia participaram do Programa de 13 a 17 de agosto; o Dr. Cláudio, de 1 a 5 de outubro. Outro selecionado, o Dr. Antonio Carlos Cavalcante Godoy, de Corumbá (MS), teve uma urgência de saúde e participará no próximo ano. Entre 2 e 6 de julho, tinha sido a vez dos residentes Dra. Hyrlana Leal Barbosa Passos, do Hospital Português, em Salvador (BA), e do Dr. Marcos Dumont Bonfim Santos, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Trabalho em equipe
A motivação da equipe de Ijuí, ressaltada pelos três oncologistas, parece ser mesmo contagiante. “Todos foram incríveis, nos receberam de braços abertos e mostraram os caminhos das pedras, literalmente, para se conseguir fazer um centro de excelência como é o deles”, resume a Dra. Patrícia. “Voltei para Teresina com a missão de fazer o centro de pesquisa acontecer. Depois de tudo o que vimos, não há justificativa para não nos mobilizarmos em todo o Brasil”, afirma o Dr. Cláudio.
Durante o Programa, ao acompanhar in loco cada etapa de todos os processos ligados à condução de um estudo clínico, os jovens oncologistas verificaram, na prática, a importância da integração, alinhamento e sincronia entre os membros da equipe. “Abriu muito a minha cabeça, pois além de entender melhor o trabalho do próprio médico no contato com os pacientes, nas decisões clínicas e nos relatórios superdetalhados, pude conhecer o papel e a importância fundamental de cada uma das outras áreas, desde o processo regulatório, assinatura de termos de consentimento, envio de materiais biológicos, exames de imagem, administração dos medicamentos; é toda uma estrutura e uma sintonia fina entre os profissionais”, relata a Dra. Patrícia Ratto.
“A ordem das coisas tem que ser muito respeitada, porque senão pode haver desvios ou alterações na pesquisa. Isso me permitiu olhar de uma forma muito mais ampla para o que é, de fato, a pesquisa clínica, e não somente a visão do clínico”, continua. “Fiquei muito impressionada com a maturidade e a competência da equipe do Centro de Pesquisa Clínica de Ijuí.”
Para a Dra. Patrícia, a iniciativa da SBOC ao criar o Programa de Capacitação permite que os participantes “desmistifiquem” a pesquisa clínica e tenham consciência do caminho a ser percorrido. “Isso é muito válido, porque você precisa ter o perfil mesmo para querer fazer pesquisa clínica e dedicar o seu tempo. Na hora que você for montar uma equipe, já sabe o perfil das pessoas que você tem que procurar, assim como as dificuldades que existem no país, os entraves burocráticos. É essencial para dosar suas expectativas.“
“São muitos obstáculos, mas precisamos primeiramente de capacitação técnica de médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais de saúde em pesquisa clínica. Mostrar para os gestores de saúde o quão importante é um centro de pesquisa, como agrega melhorias em toda a equipe e tentar trazer estudos clínicos para a região com o intuito de beneficiar tanto pacientes do SUS como da rede privada”, destaca a Dra. Gilmara Resende.
O Dr. Cláudio ressalta que o Programa foi extremamente prático com relação a todo o aspecto operacional da pesquisa clínica, boas práticas, passo a passo, além de a equipe de Ijuí ficar à disposição para esclarecer dúvidas que surjam ao longo do processo que cada jovem oncologista desenvolverá para criar ou ampliar centros de pesquisa em suas cidades. “Os desafios que o pessoal de Ijuí enfrentou para chegar ao patamar atual são muito similares aos que encontramos na nossa realidade, por isso a experiência é tão pertinente e motivadora”, avalia o médico.
Futuro
O Dr. Fabio Franke explica que, quanto mais próximo da sua casa o paciente tiver a oportunidade de participar de uma pesquisa para o seu tratamento, melhor. A ideia é descentralizar. O vice-presidente da SBOC imagina que, num futuro muito próximo, os centros de oncologia das grandes capitais estarão sobrecarregados de estudos. “Sendo otimista em relação à aprovação do marco regulatório da pesquisa clínica no Brasil, precisaremos de centros profissionais e estruturados também nas capitais menores e no interior”, salienta. “Teremos uma demanda de estudos no Brasil de diversas complexidades: desde os mais simples, que poderão ser feitos em centros que estiverem começando, até estudos mais complexos, que necessitarão de grandes hospitais, de uma estrutura maior e centros com mais experiência. Essa rede vai conectar os profissionais envolvidos para possibilitar a distribuição desses estudos, de forma que os centros que estejam começando também sonhem um dia também participar dos estudos mais complexos; isso servirá de motivação”, projeta.
Na opinião da Dra. Gilmara, é essencial a iniciativa da SBOC de estimular a pesquisa clínica no Brasil, principalmente fora de grandes centros, onde os únicos recursos são os disponíveis pelo SUS e não atendem e não acompanham a evolução das drogas antineoplásicas. “Louvável a atitude da Sociedade em se preocupar com a educação continuada de seus membros e, consequentemente, com a qualidade dos tratamentos oferecidos”, finaliza.
*O primeiro centro de pesquisa clínica do norte do Brasil fica em Roraima, coordenado pelo Dr. Allex Jardim, membro da SBOC.
Posicionamento da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica
Câncer de mama triplo-negativo é relativamente raro, e constitui o subtipo mais grave dos cânceres de mama. Embora diversos quimioterápicos tradicionais possam ter algum grau de atividade contra a doença metastática, o controle é pouco duradouro, e a expectativa de vida das pacientes é menor que dois anos. Neste contexto bastante sombrio e sem avanços significativos nas últimas décadas, foi apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia (ESMO Congress 2018) o IMpassion 130, primeiro estudo de fase 3 a documentar benefício significativo de imunoterapia em câncer de mama metastático. Em face da importância do resultado, o estudo foi simultaneamente publicado na mais renomada revista científica médica, o New England Journal of Medicine.
O estudo IMpassion 130 randomizou mulheres com câncer de mama metastático triplo-negativo na primeira linha para receberem tratamento com nab-paclitaxel e placebo ou o mesmo nab-paclitaxel acrescido de atezolizumabe, um imunoterápico moderno. Foram planejadas análises para o grupo total das 451 pacientes de cada braço de tratamento, assim como uma análise exclusivamente para as 185 pacientes de cada braço de tratamento cujos tumores tinham a presença de PD-L1 nos linfócitos que infiltram o tumor. PD-L1 é o alvo da imunoterapia (atezolizumabe), e sua presença tem sido relacionada a maior benefício da imunoterapia em diversos tipos de câncer.
Os resultados do estudo mostraram que, avaliando a população como um todo, havia um controle mais duradouro da doença no grupo tratado com atezolizumabe associado ao nab-paclitaxel, embora a diferença na duração do controle tenha sido modesta. Já na análise das pacientes com PD-L1 positivo, o benefício em termos de controle da doença foi maior, com uma redução do risco de progressão de 38% (o que significou um ganho de 2,5 meses no controle da doença) em favor da utilização do atezolizumabe. O resultado mais impressionante e animador, no entanto, foi o achado (ainda preliminar) de uma redução de 38% no risco de morte (representando um ganho de 10 meses em termos de sobrevida) no grupo que recebeu atezolizumabe. A toxicidade do tratamento foi leve em ambos os grupos de tratamento (com ou sem imunoterapia).
No contexto de uma doença extremamente grave e praticamente órfã de novas opções de tratamento nas últimas décadas, em função da disponibilidade de ambas as medicações em nosso País (embora aprovadas para outros tipos de tumores) e, principalmente, em face do benefício significativo que este tratamento pode proporcionar às pacientes, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) vê fundamentos científicos sólidos para solicitar celeridade na aprovação pelas autoridades regulatórias da combinação de nab-paclitaxel e atezolizumabe para o tratamento de pacientes com câncer de mama triplo-negativo metastático no Brasil.
Dr. Sergio D. Simon
Presidente da SBOC
CPO-Grupo Oncoclínicas
Dr. José Bines
Clínica São Vicente – Rio de Janeiro
Dr. Gilberto Amorim
Oncologia D’Or RJ
Dr. Max S. Mano
Hospital Sírio-Libanês, São Paulo
Dr. Rafael Kaliks
Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo
Dr. Carlos H. Barrios
Hospital São Lucas da PUCRS, Porto Alegre
Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG)
Por Sergio D. Simon, Presidente da SBOC
O câncer tende a ser a principal causa de morte de brasileiros a partir da próxima década. No entanto, quase nada se sabe sobre como os candidatos à presidência planejam enfrentar esse monumental desafio. Por este motivo, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) dirigiu aos candidatos algumas questões sobre o tema. Surpreendentemente, nenhum deles se dispôs a respondê-las. Um silêncio assustador.
A partir disso, a SBOC, então, debruçou-se sobre os programas de governo dos candidatos que passaram ao segundo turno, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), e encontrou ideias gerais e várias boas intenções para melhorar a saúde pública no Brasil, ainda que sob perspectivas muito distintas.
Haddad promete programas que incentivem a alimentação saudável e atividade física, a valorização do parto normal e atenção especial para mulheres, negros, LGBTI+, idosos e outros grupos mais vulneráveis. Especificamente sobre o câncer, nenhuma palavra. Por sua vez, Bolsonaro propõe o treinamento de agentes comunitários de saúde para se tornarem técnicos de saúde preventiva, além da inclusão de profissionais de educação física em programas federais. Novamente: sobre o câncer, zero.
A falta de informação e debate sobre um assunto tão central ao futuro dos brasileiros é alarmante. E, por isso, exortamos os candidatos à presidência a atentarem à magnitude do problema que o câncer representa ao país. Em 2018, o Brasil chegou a uma taxa de incidência do câncer de 217,2 casos por 100 mil habitantes – cerca de 600 mil brasileiros diagnosticados pela primeira vez com a doença por ano. Na escala global de incidência, dividida em cinco patamares, estamos no segundo, logo atrás dos países desenvolvidos.
A guerra do Brasil contra o câncer terá de ser travada em várias frentes. A primeira é a prevenção primária, com vacinação da população e controle das doenças infecciosas que causam câncer – como o HPV, a hepatite B, a hepatite C e o HIV –, além da diminuição do tabagismo e alcoolismo e o aumento dos cuidados com a exposição solar, da qualidade da dieta e do controle da obesidade.
A segunda é o diagnóstico precoce. É preciso ampliar o rastreamento do câncer de mama com mamografia de boa qualidade, pois a maioria dos pequenos municípios nem sequer possui um mamógrafo e o número de mamografias está diminuindo no país, dado especialmente assustador. Há, ainda, outras ações essenciais que devem ser implantadas em maior escala, incluindo o exame de Papanicolau e a identificação das famílias com mutações genéticas nas quais medidas preventivas podem ser tomadas.
Essas políticas públicas têm eficiência globalmente comprovada. Países onde a mamografia atinge mais de 70% das mulheres conseguiram reverter a mortalidade por câncer de mama em ao menos 30%, nos últimos 30 anos. O Brasil, entretanto, está indo na direção oposta: segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a mortalidade por câncer de mama apresenta uma curva ascendente.
A batalha dentro do SUS também será decisiva. Os atrasos para cirurgia e radioterapia pioram os resultados do tratamento. O Brasil precisa melhorar a gestão da capacidade instalada de radioterapia e aumentar o parque tecnológico. Tratamentos quimioterápicos estão totalmente defasados em relação ao que é aprovado para o sistema privado. Em outras palavras: o paciente oncológico tratado no sistema público tem menor chance de cura e sobrevida. Diante de um quadro tão grave, o próximo presidente – seja ele quem for – precisa de um plano acurado e minucioso desde o início de seu governo para que o Brasil tenha condições de fazer muito mais contra o câncer. A omissão, por outro lado, cobrará um preço inadmissível.
Sergio D. Simon é oncologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)